“O que estão fazendo do tempo que lhes resta?”
Para começarmos bem a segunda-feira, gostaria de deixar-lhes, meus queridos, com uma breve questão: “O que estão fazendo do tempo que lhes resta?”.
A ideia da passagem do tempo é arriscada demais para ser debatida e, quiçá, pensada por nós. Mas, sim, fá-lo-ei, mesmo que corra o risco de ser piegas e tolo. O tempo passa, obviamente. E a vida, este espaço de tempo entre o nascimento e a morte, que pode durar horas infinitas e demoradas como, infelizmente, pode durar o tempo de um suspiro. A própria concepção de vida é demorada demais para ser pensada neste vago período de tempo, melhor mesmo é vivê-la.
Por esses tempos, ando meio deprimido, sim. Ando meio depressivo, meio que desacreditado na minha própria vida. E, agora, como bom orador, faço um gancho com o começo: “o que estão fazendo do tempo lhes resta?”. Eu sempre me pergunto isso, todas as manhãs quando me levantado, questiono-me.
Só que, hoje, especialmente hoje, estou melhor. Acho que precisava desabafar, colocar pra fora, sabe? Não gosto muito de trazer meus problemas para fora, para o mundo, mas, sim, algumas vezes é preciso. Fi-lo, pois, por falta de capacidade de lidar comigo mesmo.
Não sei mais como lidar com a explosão de sentimentos que sai de dentro de mim, não sei mais como escapar dos meus fantasmas, não sei mais o que fazer depois. Não consigo mais ser racional... E isso está me deixando com medo. Mas, hoje, mais pela hora do almoço, revi “Dama de Ferro” (um ótimo filme, diga-se de passagem) e ouvi uma frase interessante: Thatcher está diante do médico, que lhe pergunta: “– Como a Senhora está se sentindo?”. Ao que ela atalha: “– Hoje as pessoas estão sempre se preocupando com os sentimentos. ‘Como você está se sentindo? ’ ‘O que você sentiu quando aconteceu aquilo? ’ Sentimentos, sentimentos. As pessoas não se preocupam mais com os pensamentos. As pessoas não se importam mais com as ideias.”. Interessante, não? Pensar que não se pode sentir...
Eu sempre soube exatamente o que fazer com o tempo que ainda me resta. Hoje, especialmente hoje, afirmo: “eu não sei o que devo fazer com o tempo que me resta. Mas, pelo contrário, diferente do que sempre foi: eu sinto o que devo fazer...”.
“Watch your thoughts for they become words. Watch your words for they become actions. Watch your actions for they become habits. Watch your habits for they become your character. And watch your character for it becomes your destiny.” (THATCHER, M)