Como devemos nos sentir?
Assim que eu me sinto...
É fácil se perder
nesse mundo tão grande,
difícil é perceber
o quão fácil é se achar
mesmo que o chão desabe
ou fique quase impossível respirar
Como é perder a mãe
que nos deu de amamentar?
Ou como será que é perder
o pai que nos tentava orientar
e ficar sem saber o que fazer?
É não ter base, não ter direção
deixar de lado toda a coerência,
derrubar os pilares da construção
que é o alicerce de sua existência.
Rir na frente das pessoas
mesmo com desespero,
fingir que superou todas essas coisas
e dormir toda noite com medo.
E quando você achar o que te prenda
ao chão do mundo,
algo mais forte que a gravidade,
que te reanime e te surpreenda,
que te tire do fundo
do poço, que faça sumir toda adversidade.
O que fazer quando se perde isso também?
esse tão precioso objeto
ou talvez um alguém
que não mais está perto?
É mais fundo,
mais profundo,
que o mais gélido poço de solidão.
É ser jogado no vazio escuro,
sem sentir calor, amor ou semelhante emoção.
É chorar pra dormir,
é querer gritar pro mundo,
mas ao invés disso sorrir,
porque pra toda humanidade,
mais vale sofrer calado
do que esperar por alguma solidariedade.
Mas como disso sair?
Afinal a vida continua.
Como sobreviver com corpo
se a alma quer fugir?
com o coração que corre na rua,
até de súbito cair morto?
Amar-se mais
é sempre a verdadeira resposta.
Mesmo que ninguém mais ame,
não pode esquecer disso jamais,
porque pra cada dor que lhe é imposta
existe um tesouro sempre por detrás...