Pseudo-Psicografia V
Aquela sensação de desprezo que engolimos a seco,
Que sentimos na noite esquecida.
Quando era a embriaguez que dava as cartas,
Enquanto nossos olhos rolavam na mesa.
Perdíamos a consciência, e junto iam nossas saídas, escapadas.
A seda enrolada se tornou nossa fuga, e o alcoolismo nossa luta,
Subíamos juntos com os fogos, e lá no alto ficávamos.
Estávamos esperando o sol nascer.
Não tínhamos mais noção do que era certo ou errado,
Só restou um frio adormecido debaixo da coberta, junto com algumas incertezas...
Enquanto isso tocava de fundo um baile inteiro de máscaras,
Que alguns dançavam em volta de um cachimbo que nunca apareceu.
E eu me larguei, me deitei, dormi sentindo saudades de uma respiração quente no pé do ouvido,
Olhava para o céu nublado e me lembrava de sonhos de uma noite de verão, enquanto o sexo rolava solto a minha volta...
Me senti solto, perdido, avulso, viajando pra longe na fumaça dos outros.
Via tudo de longe, respirava o ar puro sem ver de onde vinha...
Meu deus, estamos muito bêbados,
Estamos pisando de leve sobre a grama molhada, queimada.
Até que finalmente todos dormem olhando para o teto que gira,
E respirando fundo, passei mais uma noite insone...