LAMENTO DOS VITRAIS

De minha rua empoeirada

luzes acionam o dia em telas de vidro,

os entes dormentes acordam e riem:

são musgos finos a falar...

Quem ama a tromba de ar

só poderá amar os sons das estrelas,

porque a felicidade é dada ao ente através

dos olhos, das mãos, dos dentes...

Deixem os dias entrarem e trazerem

o doce-azedo dos pomos deles:

é assim a semente dessa árvore que não morre

e está agora a fazer-te fruto dela mesma...

Quando cairás?

MIRANIL MORAES TAVARES
Enviado por MIRANIL MORAES TAVARES em 14/05/2012
Reeditado em 08/11/2012
Código do texto: T3667955
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