Amanhã tenho de trabalhar. São uma e vinte da madrugada e continuo desperto, mesmo estando sozinho.

Ás vezes parece que minha presença me basta para passar horas e horas só, adentrando minha mente, remoendo a infância, a família, velhas folhas amareladas e os infernos particulares.

Outras vezes a solidão escancara a porta da minha vida dizendo que ela encheu-se da minha companhia e que eu sou um sujeito apático e desinteressante. Então eu, também violento, digo que ela é uma grandessíssima filha da puta invejosa e perebenta.

E então saio para dar uma volta ao redor dos meus amigos.

Têm vezes que ela vence e eu quase visto o nó certo para a corda incerta.

EDUARDO NEGS CASTRO
Enviado por EDUARDO NEGS CASTRO em 19/01/2012
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