Inspiração em vão. Um texto imperfeito
Queria aprender a roubar o brilho das estrelas, e dela forjar as mais lindas frases na lua. Dos céus queria, a tinta mais límpida possível, o mesmo azul que nos rodeia. Como pensamentos, queria usar o mais puro mel, misturado com damas-da-noite, mesclar esses elementos para formar a melhor melodia já vista, doce e serena. Para as linhas usaria, o rasgar dos raios feitos nos céus, usaria das águas a leveza, da escuridão o timbre, e das montanhas a rigidez. Minhas margens, seriam feitas da fênix, não só renasceriam das cinzas, como também nunca deixariam de existir. Nos meus parágrafos, faria questão de colocar o descanso, a paz, e o silêncio. De você eu queria seu amor. Ele seria minha inspiração, meu renovar e meu viver. Seria mais quente que as chamas, mais branco que as nuvens, e mais macio e aconchegante que ás pétalas.
Queria fazer dessas escritas a minha realidade. Queria escrever como jamais outrem escreveu. Queria voar num mundo cheio de fantasias, desejos e perfeições. Queria ter você, minha inspiração. Só contigo minhas palavras fluiriam pelos ares, e soariam a todos ouvidos o que era amar. Mas eu não tenho absolutamente nada do que foi escrito. Nem uma coisa sequer. Não tenho linhas, frases, pensamentos, parágrafos, margens e muito menos inspiração.
E assim, com o frio da noite, aos cantos eu choro baixinho todos os dias. Lamento não ter o que tanto desejo. Lamento nunca possuir tal texto. Lamento te decepcionar leitor.
Desculpe minhas palavras. Elas de fato, nunca chegaram a tal perfeição.