Entre a dor e o nada?
Em momentos em que se abre espaço pra luz [do palco, do inferno, whatever...] a claridade pode ser revelar uma ofuscante aflição, mas a idade nos prepara [mal ou bem] para a dor. Entre a dor e o nada? Eu ficaria com a dor [porque afora minha tendência masoquista, e minha intermitente adoração à estagnação], a dor é real, ou me faz sentir real [mesmo que não passe tudo de ficção... tah, tah! Não entremos num looping aqui!] Fico com a dor, porque quase alcancei o nada, e não gostei desse lugar inabitado de tudo. Não me perguntaram, mas se pudesse escolher, ficaria com a dor, afinal, hoje mais que nunca quero tudo! Sendo que “tudo é dor, e toda dor vem do desejo de não sentirmos dor...”, fico com a dor porque só dessa forma posso sentir e me infligir à pedra [a abstrata, a que não é nada e não deseja ser nada alem de pedra...], mas que ao surgir no meu caminho me faz repensar a trilha; a pedra que quando passa pela goela fere por dentro, mas faz forte por fora; a pedra que me arremessam pelas costas [os santos que não acedem com a besta – apesar de sorrisos bestiais, fazerem-se juizes – marcando sua hipocrisia sobre minha pele...]; a pedra que me fere o ego quando rolo pra cima, e o decreto divino, tornar abaixo; a pedra que habita meu sapato só pra que eu nunca me sinta totalmente confortável; enfim, a pedra, aquela que não sente nada. E que invejo e desafio, por que ela nada sente, mas se um dia vir a sentir definitivamente será obrigada a integrar isso TUDO [tão meu] no seu concreto NADA [tão seu]...
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PS: Big bang?