Inteligência emocional e natural do caipira

Se você ainda não leu, experimente "Grande Sertão: Veredas" (João Guimarães Rosa). Tenha paciência, leia tudo... Verá, depois, a riqueza de raciocínio existente no pensamento caboclo - independente da região e da forma de se expressar.

Constatará, inclusive, que o próprio autor teve dificuldade em traduzir fielmente o teor da entrevista (um exemplo disso é a expressão "Mire e veja!" (no sentido de apontar e observar com atenção, ver atentamente. Na tradução, em apenas uma delas ele usa a conjunção "e" entre os dois verbos (mirar e ver).

Imagino que, devido à maneira rápida do personagem se expressar, o som dos dois "es" tenha se fundido, confundindo o autor e saindo: "Mire veja!" (na minha opinião até poderia ser assim também, mas deveria, nesse caso, haver uma vírgula separando os dois verbos: "Mire, veja!").

Isso decorre da memória auditiva, onde a grafia não é vista e imaginamos uma coisa (pelo que ouvimos) quando na verdade é outra (na escrita), assim como: "Batatinha quando nasce espalha rama pelo chão..." A maioria pensa que é "Batatinha quando nasce esparrama pelo chão..." )

ver: http://www.soportugues.com.br/secoes/curiosidades/batatinha_quando_nasce.php

Lourenço Oliveira
Enviado por Lourenço Oliveira em 09/10/2011
Reeditado em 10/10/2011
Código do texto: T3266386
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