Encontro

Te encontro no silêncio junto com as palavras não ditas, as cartas não lidas e as fotos não tiradas. Te encontro no breve espaço entre o fim da noite e o amanhecer; entre o copo de fantasias e o café frio da realidade; no que chamam de lembranças, mas eu insisto em usar como rotina. Te encontro naquela música de letra tão doce e amarga interpretação, na qual diz que há caminhos que não foram feitos para um dia se cruzarem e que não adianta desviar, pois os roteiros já estão escritos com tinta permanente. Te encontro na poesia de Cazuza e com a força que ela transmite, decido: chega de colocar na conta do destino nossa história, de ficar esperando te encontrar no corredor ou nos velhos lugares que íamos. Chega de sermos escravos do tempo. Vamos chegar na hora certa desta vez. Pois cansei de tudo o que vem acumulando, tudo que não pode acontecer. Traga-me tua gramática e vamos descobrir se cabe à nossa história um definitivo ponto final ou se a nossa sentença permite reticências.

Paula L O e Yasmim Arantes
Enviado por Paula L O em 01/09/2011
Código do texto: T3195353
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