Ah, poeta, as pedras....
O que sou é o pouco que tenho. E o que tenho se me desmancho , me descabelo neste codiano raso e desbotado? O fardo
das obrigações. O sorriso forçado. Sonhos entricheirados farejando sinais. A corrente entre os dentes já gastos. Os olhos baços de procurar saída. Ah, mas ilusão compra-se com dinheiro. Dinheiro também não há. Resta apenas o verde inocente do passado. O verde da minha inocência, porque o mundo já era o mundo quando aqui pisei. Conheci as pedras,poeta! Conheci as pedras! Quem disse que poesia não serve para alguma coisa?