Limites
É importante estabelecer limites na educação de uma criança e no amparo ao jovem. Quanto ao adulto, entretanto, os limites servem para definir a zona de conforto e o avanço para desafios maiores. Quem não supera limites não evolui ou amplia seus horizontes, apenas caminha numa linha pré-estabelecida. O que não quer dizer, obviamente, que não possa ser feliz com isso - desde que essa condição satisfaça suas ambições e necessidades pessoais ou preocupação com terceiros. Cada um deve saber o que é melhor para si e quais serão as responsabilidades assumidas, ou o preço pago, após a conquista que cada avanço possa representar. Porque avançar nada mais é que isso: sair do lugar comum em busca de algo desconhecido e geralmente tentador. Primeiro é preciso saber o porquê disso e definir com clareza as vantagens (e se ela se justifica) e as supostas desvantagens, respondendo a si mesmo se está preparado para as conseqüências. A pergunta é: o que poderei perder com isso? e responder sinceramente se está preparado para essa perda (caso ela venha a ocorrer) e se ela justifica a atitude ou postura perante o ato de conquista ou enfrentamento do desafio. Martin Luther King Jr, Chico Mendes e vários outros certamente responderam ao questionamento e aceitaram o risco (sem dúvida sabiam que o preço era a morte e se prepararam para isso, do contrário simplesmente teriam desistido). Fizeram o que seu coração mandou e a consciência determinou. Alguns dirão que não usaram de bom-senso e que o desfecho não poderia ser diferente. Como avaliar isso? Ninguém é feliz quando contraria a própria consciência; somente ela é juiz fiel nesta questão. Somos todos prisioneiros, de uma forma ou de outra, na medida em que abrimos mão de algo - que pode ser a paz de espírito ou a felicidade completa. Enfim, estamos presos à nossa consciência... e à nossa ânsia pela conquista da felicidade. Contradições inerentes ao ser humano, paradoxos do viver!