QUANDO UM AMOR SE VAI
José Ribeiro de Oliveira
Quando um amor se vai, não leva mais amor. E o que resta em quem fica, também não é mais amor, é saudade é desilusão. O amor é um gozo, sentido em cada toque, em cada gesto, em cada palavra. Diferente de qualquer outro sentir, o amor promove uma satisfação íntima que se traduz em plenitude de prazer e de viver. Este sentimento não está somente naquele que o sente, mas em todas as manifestações daquele por quem se sente amor. É um carinho que vem espontâneo e voluntário, com uma dose real de desejo no seu nascedouro. Ele trás uma centelha de adrenalina que impulsiona a mesma sensação naquele que recebe. Nenhuma manifestação de amor pode ser realizada em caráter de correspondência, de reciprocidade, pois assim se torna obrigacional e não se reveste de puro amor. É, portanto, coisa artificial que não condiz com o querer da alma. O amor é a energia que não se produz artificialmente. E simbolizado pelo coração, não é neste espaço que vive o amor. O amor é reação dos sentidos, impulsionada pelas sensações que se transformam em emoções. O coração, por incrível que pareça, apenas sofre as sensações do amor. O amor é o ápice do sentimento humano, que se traduz na plenitude do prazer, envolvendo a alma, o espírito e a carne. O amor é o porto da alma, o elixir da vida e alimento espiritual. Mas quando ele se vai, sobrevive a alma, o espírito e a carne, que se renova sempre num novo amor