Imaginação e criatividade

"Nada se cria, tudo se copia!" Comentei com meu irmão sobre a falta de criatividade dos amantes desta frase. É incrível como vemos diuturnamente coisas aparentemente inimagináveis sendo criadas. E se foram criadas é porque foram imaginadas! Faltam-nos, portanto, imaginação e criatividade para gerar novas situações para aquelas insuportáveis.

O sistema eleitoral está falho, o Judiciário também, tudo está falhando... Claro que vemos iniciativas, mas é preciso mais empenho para as coisas realmente melhorarem neste país. As penitenciárias precisam recuperar seus detentos e não apenas servirem de depósito humano para os marginalizados da sociedade. Como fazer isso sem prepará-los para o mercado de trabalho - enquanto lá estiverem e depois que saírem? Quem oferece emprego a ex-presidiário? O Estado deveria garantir isso a partir do instante em que faz dele um refém em razão da Lei.

Candidatos corruptos se elegem e afirmam (com a maior cara de pau) que ninguém tem a ficha mais limpa que eles. A Educação precisa urgentemente de um chacoalhão - onde já se viu manter a Progressão Continuada quando sabemos que essa iniciativa surgiu em razão do FMI e da necessidade de mascarar os números de alfabetização no Brasil?

Se não estamos mais na dependência dos empréstimos estrangeiros - como o governo alardeia em propaganda política, então o que nos impede de voltar ao que era antes: quando os professores ensinavam e os alunos aprendiam (ou simplesmente não passavam de ano até aprender). Hoje, como todos sabemos, os alunos fazem de conta que aprendem e os professores fazem de conta que ensinam - resta-lhes alternativa? Em que base estruturamos nossa sociedade?

Já estou em fase de aposentadoria, mas o que tenho visto nas áreas onde tenho atuado ultimamente (geralmente na Engenharia) é de estarrecer: engenheiros (e outros profissionais de nível universitário) que sequer conseguem elaborar um memorando ou articular uma simples frase. Imaginar o futuro de meus netos é de estarrecer...

Entretanto, prefiro pensar que em algum momento isso há de mudar. Até porque para se construir uma nova casa é preciso demolir a velha. Há momentos em que reformar já não é suficiente! Enquanto isso fazemos o quê? Cruzamos os braços? Claro que não e acredito que a consciência coletiva já deve estar agindo para concretizar algo positivo e realmente construtivo.