Cale-se!

Não sou o braço que arma a lona do circo. A lona é para todos e não pertenço ao circo.

Não sou a escada auxiliar que ruma ao picadeiro. O picadeiro é grande e não pertence a mim.

Não trilho à sombra do bufão. A sombra é imensa e o bufão é bem pequeno.

Sou a palma aberta da minha mão possível. Mão pequena, vasta palma.

Sou a esperança que observa por trás das grades da jaula. Olhar pequeno, visão ampla.

Sou a boca do palhaço contente. Palhaço nunca mente!

E não sigo nada, além da minha própria consciência.

E não sigo a ninguém que não me cale o pedido.