Eu sou

Ser ou não ser? eis a questão. Viver ou morrer, sorrir ou chorar, tombar ou enfrentar, gritar ou se calar, existir ou apenas vagar. São tantas questões para se decidir, se ao menos eu as ignorasse... impossível, não consigo não saber, ignorar, fingir de tonto ou pior, ser um tonto. Não dá, mesmo aprendendo em meu couro que a solidão bate mais forte na mente que decide por si mesma. Não aceitar o imposto social e falar o que se pensa, saber que respirar não é algo comum, que é divino e sim, de nossa escolha e escrita, é se destacar de uma sociedade sonâmbula que vaga sem saber para onde, andam por ai no escuro de olhos fechados, sorrindo, comendo, fazendo de tudo, mas sem perguntar, ser ou não ser?! Minha questão. Sou um ser complexo porque pensei, intenso por sentir e demonstrar, cruel por não ter remorso de deixar claro as opções poucas e claras que ainda me restam a quem se diz com muitas, como uma toupeira em um caixote cheio de terra, pode cavar a vontade, porem seu limite é o caixote. Me disponho a dor e as marcas no corpo, sei do perigo e da estrada sinuosa, sigo firme sem olhar para trás, afinal, entre ser ou não ser, eu sou, eu existo, eu vivo, eu sorrio, grito e enfrento, e sigo sem vagar, pois sei o que busco, sentir apenas, sentir o mundo, as palavras concretas e cheias de sentido e emoção, sentir a percepção em voga no ser, o ser em si, sentir que os olhos param quando tem que parar, e se seguem é porque não havia outro jeito, sentir todos donos de si, o amor em principio de tudo, sentir valores e sentimentos, caridade e redenção nos homens, sentir que se pode sentir, saber que se pode escolher, e dentro disso, escolher como faço dia a dia, hora a hora, respirar a respirar, sim, escolho viver, mesmo que em condições duvidosas, eu sinto a dor agora, pois vejo a felicidade a frente, afinal, eu sinto, eu vejo e creio, eu sou.