Reerguendo-me

Eu vejo no céu a minha mais pura felicidade...

Eu sinto no vento que toca o meu rosto e refresca a minha pele a verdadeira harmonia...

Eu cultuo nas cores das flores a mais modesta simplicidade...

Eu bebo na água cristalina a pureza das dádivas terrestres...

Eu compreendo o cântico dos pássaros, e de suas asas eu tiro a motivação para ir mais longe...

Eu observo a luz do luar, e retiro de sua prateada luz a força para também conseguir brilhar sozinha...

Eu assisto a luz dourada do sol se esconder, e dela retiro energia para conduzir meu destino como uma tocha acesa no escuro...

Eu sinto o cheiro da grama verde, e do seu néctar eu colho o tônico para o fortalecimento do meu físico, para que eu possa reiniciar minha caminhada e retirar as pedras do meu caminho...

Eu leio na luz das estrelas o tamanho infinito da sabedoria que se esconde no universo...

Eu deixo que as águas do mar me conduzam até o ponto mais profundo do meu próprio abismo, para destruí-lo e transformá-lo em superfície plana...

Eu saio do meu dogma e percorro a vasta imensidão do espaço em busca de respostas...

Eu lavo a minha alma nas chuvas frias e majestosas de verão, deixando que vá embora qualquer que seja o sentimento ou pensamento que me faça mal...

Eu deixo que o riso puro de uma criança me embale e me faça sorrir, e dele consigo extrair a mais sublime sensação de liberdade...

Eu pinto a minha vida com as cores mais bonitas do arco-íris e dessas cores eu retiro a alegria de viver...

Eu retiro da brisa leve que embala o meu corpo a sensação de tranqüilidade e paciência, que carrego para utilizar nas horas mais turbulentas da minha vida...

Eu busco na luz do amanhecer os raios de sol que bronzeiam a minha face mostrando-me o quanto é bom estar viva...

Eu crio nas nuvens das manhãs ensolaradas as imagens que alimentam a minha imaginação...

Eu brinco com as borboletas e as vejo retirar o mel das flores sem danificá-las e com elas aprendo a ser leve e sutil com as pessoas para melhor aproveitamento do momento...

Eu inspiro o cheiro singelo das roseiras que conseguem embelezar qualquer ambiente e com elas aprendo que a vaidade é necessária, mas desde que seja saudável...

Eu vejo a lua mudar de faze e vejo o sol ser sempre constante, e concluo que todo mundo tem direito de fazer escolhas e mudanças, mas seguir sempre constante atrás de seus objetivos...

Eu piso na terra descalça e sinto a textura da areia passando entre meus dedos e ficando pra traz, e aprendo que tudo que eu possuo na vida eu tenho que cuidar e amar para que não fuja das minhas mãos como a areia que transpassa entre meus dedos...

Eu vejo as montanhas mais altas com seus gigantes cumes e seus inúmeros obstáculos, e subo sem titubear e sem saber quando chegar ao topo, e concluo que seguir em frente com a cabeça erguida e com honestidade nos ajuda a subir e passar pelos obstáculos com precisão...

Eu observo a queda d’água mais alta a minha frente e me jogo sem tremular, por que sei que se não me arriscar, nunca vou saber a real sensação de um vôo livre...