Nada que é tudo
Eu não sei ao certo o que escrever nestas linhas dispersas que vagam na folha como meus pensamentos vagam no ar... não sei. Sei de tanto e sei que na verdade não sei de nada, sei que não sou nada no universo, ou quase nada, sei que não tenho absolutamente nada, ou quase nada e sim, eu sei que deveria saber mais que sei, e não sei, o que sou então. Nada é tudo agora para mim que não tenho nada... e só. Penso e divago entre tantos que vejo que tantos são tão poucos que meus dedos bastam e sobram para quantifica-los e quanto mais qualifica-los, são todos todos e nada mais é individual para mim. Triste, não, apenas realidade, sou o que sou e ainda sim faço parte deles, de vocês e no fim, sou todos mesmo. O ser é sem ser e isso me incomoda tanto, mas como disse, para quem o nada é tudo o tanto é pouco e nada então acaba fazendo a diferença e isso ainda sim me incomoda. Dispenso qualquer previsão ou comentário, apenas leia e sinta, eu sinto e me calo, sinto calado baixinho e sossegado a dor de ser o que sou, um ser parte de tudo que no fim é nada e nada é meu tudo e tudo então, pouco me resta. Percebo estar em meio a loucura de saber a verdade, será esta a correta? sigo o caminho, vou ao destino cego que corre sem guia alguma e no fim se tropeçar em guias incoerentes vou desviar do obvio apenas, pois de comum basta eu, busco o outro lado, vago então nesta folha e nestas linhas de minha vida, no ar ou na verdade, tanto faz, afinal, meu nada então, acaba mesmo sendo meu tudo.