ALGUMA POESIA
 
sinto-lhe pura
voante
em mim
 
peculiária pedante
luxuosa gozante
pecados exalados
(é o melhor que aproveito)
 
condenada a amar
para meu eterno prazer
 
ALGUMA FILOSOFIA
 
eu tenho um desejo consciente de supremacia do humano, o humano enquanto espécie (nietszche) e o humano que sou (sartre).
 
essa é, portanto, minha vontade de superação (nietszche), aquilo que me move, meu mais forte impulso. todavia, a consciência de que  "Tudo é gratuito, o jardim, esta
 
duro isso? então entende o porque eu preciso tanto de você: o outro é o "mediador indispensável entre mim e mim mesmo"; precisamos de outrem para conhecer plenamente a nós mesmos. Mas a relação primordial com outrem é o conflito. Todo tipo de relação humana está condenado ao fracasso; através delas nunca atinjo o meu objetivo; a indiferença, o sadismo, o ódio, o masoquismo, o amor, a linguagem, são diversas manifestações da minha tentativa, sempre fracassada, de conviver com outrem
 
e seu primeiro herói, àquele da náusea, como vivia? Antoine Roquentin, desocupado, duvidoso de si mesmo, vive sozinho, sem amigos, sem amante, nada lhe importando, nem os outros homens, nem ele mesmo, descobre, na vida monótona, o mistério metafísico do Ser: o mundo não tem nenhuma razão de existir e é absurdo que exista
 
por que fugir se sou eu mesmo quem cria meu mundo?  é uma escolha, que leva a outra e outra e mais outra, ad infinitum, "estou condenado, a existir para sempre para além da minha essência, para além dos móbiles e dos motivos do meu ato: eu estou condenado a ser livre" ou, que não somos livres de deixar de ser livres.(sartre)
 
"Pode-se dizer então que aquilo que torna mais concebível o projeto fundamental da realidade humana é o fato de que o homem é o ser que projeta ser Deus" (sartre)  quem disse que deus é uma criação do homem? ah, isso fui eu. de onde tirei isso? “...por ter descoberto o mundo através da linguagem, tomei durante muito tempo a linguagem pelo mundo. Existir era possuir uma marca registrada, alguma porta nas tábuas infinitas do Verbo; escrever era gravar nela seres novos foi a minha mais tenaz ilusão , colher as coisas vivas nas armadilhas das frases...” (sartre)
 
é isso meu amor, não há fuga, seja no universo nietszchiano, sartriano, pessoano, assim como no meu, ele é início e fim de si mesmo, e existe por motivos diversos, "não existe uma natureza humana, é o próprio homem, numa escolha livre porém “situada”, quem determina sua própria existência" (sartre). 
 
e nós, como ficamos depois de tudo o que nos dissemos, sentimos e desejamos? "não importa o que fizeram de nós, importa o que fazemos com o que fizeram de nós". sarte de novo, para que todo dia possamos nos apaixonar novamente.
 
Para o poeta e amigo Walter Arruda
. (sartre) reconhece esse mundo? é aquele em que tento, através do amor, fugir...
.  isso é meu, concorda? não, você está certa, é novamente sarte.
cidade, e eu mesmo; quando acontece da gente se dar conta disso, isso atinge o cabeça e tudo começa a flutuar; eis a náusea" (sartre) gera a melancolia, o desespero, a dor de saber que Pandora conseguiu fechar a caixa antes que escapasse o último e grande mal: a esperança, com a qual nos amaldiçoou.(nietszche)