Para o Sol não se pôr.

Essa é regra, de fato. Toda vez que o pensamento brota, a concentração desfaz, que ironia... É, inspiração... É o ligeiro, o breve, o oi e o tchau, logo na esquina; se você não tiver boas armas pra prender a atenção.

Esse momento vago, num instante de tantas memórias, lembranças, pensamentos querendo som, querendo gestos, querendo formas e afetos.

Se o caminho pra qualquer tal atitude não fosse tão misterioso, tão incerto. Eu imagino o amor, pela boca de cada pessoa, que logo na segunda tentativa de explicação, torna-o indescritível. Quanto ar ainda tenho para suspirar toda vez que te encontro? No silêncio do meu pensamento, num encontro casual, não-casual, no cheiro do vento, perdido com o teu perfume; no fim de tarde com a solidão, em meio à multidão e o olhar visando nada, se perto não está você. Não ato as mãos da paixão e o do amor. Os dois, tanto faz, quanto é bom... Eu acordei agora, imune ao amor de ontem, nem parece que ontem faz cinco meses, quando sinto tuas mãos deslizando em mim, com um desejo de querer tudo novo, de novo.

Quer saber? Odeio o óbvio. Adoro o exato. Adoro o vice, adoro o versa. Adoro começar um assunto, interrompe-lo, ir para outro e logo depois voltar ao primeiro. Adoro uma desordem, com ordem, é claro.

Ah, Amor, me espera na praia, segue o sol, se refresca no mar pra eu não te queimar. Acertar é não deixar o sol, se pôr em mim, mas sempre nascer, brotar.

Jennifer Braga
Enviado por Jennifer Braga em 27/11/2009
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