Tão obvio, será?

São belos seus olhos, seu silencio convém, até me sinto atraído, confesso, afinal é a carne que sustenta esta alma em pleno sacerdócio de viver, ou é o contrario, a vida sustenta esta carne em plena atividade de existir? Vou alem do que vejo, enfim, busco sentir, algo que me faça acordar do pesadelo de existir só mesmo entre tantos, tantas frases, palavras, olhares, jeitos, sorrisos, piadas, amizades convenientes, tiradas e sacadas verbais pré planejadas, aprendizagem fugaz a da vida, tantos caminham em mesma direção que por vezes solto meu corpo e deixo que me levem para poder ouvir suas medíocres historias celebres e curtas de conquistas baratas e de sentido questionável, tudo bem, reconheço meu padecer e descrença no ser que acha que é ser. Vamos lá, pensemos no nosso planeta, perto de Antares, que sabemos não ser a maior estrela existente, que em proporção, uma destas letras não seria capaz de representar nosso planeta aqui perante esta estrela, e neste ponto ou letra, vamos lá, existimos, crentes que sabemos e compreendemos tudo, disse um amigo sabiamente que hoje para ele, somos como o homem que acreditava que a terra era plana, e que se navegasse por ai até o fim, cairíamos em uma cachoeira... e hoje é diferente? Sabemos mais e mais, contestamos Deus, Crenças, Religiões e por fim nossa própria natureza... sim, é o que vejo quando me sento em um bar, no trabalho, na rua, milhões que pensam pensar, que sabem, que são no mínimo espertos e hábeis, nosso destino é igualmente fúnebre e evidente, nos distanciamos uns dos outros pelo tentar evoluir apenas, tentar saber o mínimo que nos garanta apenas nossa tranqüilidade em perecer aqui como um vírus que esgota seu recurso ou a rosa que seca em tão curto período, seu perfume e vida são impares, mas jaz como tudo, e se quer fica sua essência, que de fato, também ouvi de um amigo, perto ou longe, próximo ou muito distante, rosa cheira rosa e merda cheira merda, mesmo que em longínquas proporções, não seria assim em nossa plena realidade, somos o que somos, pequeninas vibrações de energia em um universo gigantesco e infinito perante nossa concepção de entendimento do que é isso, sim, vi tudo isso no seu olhar belo, não posso ser comum, não posso só desejar a carne, não posso pensar que sei ou que aprendi e que o que tenho até aqui me basta, sei do homem pois o reconheço sua simplicidade básica no existir, querer e exercer a função de vibrar sua utilidade ou inutilidade por ai, como um corpo reconheço o existir, sou uma célula que tenta reproduzir vibrações um pouco mais intensas que o habitual, tento em um mundo de variedades coexistir com tudo aquilo que não acredito e sei que coexiste com tudo o que mais creio, verdade, não é fácil, tenho o que preciso para pegar suas mãos e te levar onde quero, mas não sei o que gostaria de saber ou sentir para fazer desta forma, fico só e deixo a vida plena em sua pequinês seguir em grandiosas futilidades, existem outros eu sei, mas desconexos deste pensar por abdicação de uma prosa falida, estes, os chamo simplesmente de poetas.