Se eu morresse amanhã

Se eu morresse amanhã, as 07:43 pm

Teria feito o que quis, ou quase tudo. Teria visto o mundo com meus olhos, me despido da dor de ser prisioneiro e ter medo de ser só. Seria repentino pois desejei a eternidade do amor, mas senti suas flores e perfume correr em meu sangue. Saberia na hora entre o céu e o inferno que meus pecados não fizeram se quer contra peso a meu coração e alma. Saberia de cor e salteado meus erros e acertos, afinal, seriam meus e de mais ninguém. Teria certeza de uma vida plena e cheia de prazer, de uma busca infinita pelo sentimento e amor, saberia dos meus mistérios e não me importaria por quem fica, aceitaria de imediato o ciclo da vida, pois ali o meu jaz. Se eu morresse amanha, não ficaria na memória por papeis ou feitos, seria sentimento corrente nas lagrimas que talvez regassem as flores de meu tumulo, já cortadas e também jaz. Seria de fato interessante saber os segundos finais, se dor ou não, esperar fechar os olhos e não saber o próximo passo, como todos, a esperar que o caminho continuasse. O cheiro do mato, da vida, do sexo, fariam falta e teria a certeza do homem que fui, não caberia duvidas, ali seria o certo e incontestável, a verdade absoluta e solida, pulsaria algumas vezes meu coração e levaria minha alma tingida pelo pecado as alturas ou a profundidade, saberia o que fazer. Reconheceria que gostei do que quis, amei, fui complexo, simples, fiz o mau mas muito mais quis o bem, sim, teria sido um homem, um animal, uma vida, uma alma, um aprendiz, sim, se eu morresse amanha, quem se importaria por fim, quem lembraria? Seria uma falta, um alivio, na verdade, nada disso me importaria, seria eu e Deus, eu e eu, eu e mina mente, historia, conquista e alivio, eu. A morte é egoísta como o nascimento, que traz ao mundo um entre milhões que se dão por vencidos para que um possa vir, e mau vindo, cheio de vícios e preconceitos, apto a valentia, ignorância e poderio, arrogantes mamíferos carentes, nascidos prontos para o egoísmo, guerra e solidão. A morte em contra partida trás o egoísmo da resolução, do pensar e da balança mais valiosa da aprendizagem, acredito eu, que se morresse pesaria e faria incalculável tudo isso, a resposta para tudo em segundos egoístas finais, sem tempo de contar o que vi, aprendi e resolvi, mas seria satisfatório, penso nisso e não deixo de lado, presto a vida minha vida, e entre o egoísmo do nascer e morrer, aprendo a ser altruísta comigo mesmo e beneficiar o resto da humanidade com tal expectativa pretendida, assim penso sempre, se eu morresse amanha, ontem haveria pensado no que pensar, não perderia tempo em escolher na hora, faria meu juízo, não hesitaria em dispensar defesa, assumo minha existência em plena virtude do homem que fui, sou e me tornei até amanha, vivi, e por tudo o que disse e poderia pensar, se eu morresse amanha, seria minha vida, para mim, em resumo, amor.

se for depois do horario previsto, volto aqui e escrevo mais um texto. prometo.