PREOCUPAÇÃO

Sentados num de muitos jardins,

que a grande cidade, ainda se orgulha, de

preservar, um casal mostra preocupação,

através da mímica, de seus corpos.

Rostos fechados e de olhar fixo e pensativo,

ambos voltados, um para o outro,

como que dizendo presente, num silêncio,

onde não cabe, sequer uma palavra,

em respeito, o espaço, cabido a cada um.

É que também se pode estar sozinho, ainda que

acompanhado, e, isso, é algo, a levar em atenção.

E logo, algo salta, aos olhos, de quem repara:

ao ver que o jovem, não ousa invadir de frente,

os olhos da companheira, que, cabisbaixa, e,

de mão, na fronte, tenta organizar, as ideias.

Concentrado, reflectindo todo o seu amor, pela

amada, seus olhos perdem-se, no colo feminino,

enquanto aguarda uma palavra, de sua cara-metade,

onde a preocupação, possa ser digerida, a dois,

embora ambos saibam, o porquê, desta tristeza.

E a paisagem leva à reflexão tranquila, pois ali mesmo,

uma forte e alta árvore, como que, amparando-os,

soltando suas fragrâncias, ergue-se ao céu, e, um

bem cuidado jardim, invade-os, com suas cores e olores,

que, a mãe natureza, compreensiva e humilde,

a nada nem a ninguém, se nega, a seus belos prazeres.

Jorge Humberto

21/06/09

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 22/06/2009
Código do texto: T1661591
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