- Paixão - Um turbilhão de emoções -

- Paixão - Um turbilhão de emoções -

Queria aqui, colocar as fases da paixão, mas me dei conta de que é quase impossível fazer isso. Como escrever as fases, se mal conseguimos raciocinar diante dessa emoção avassaladora? Como peneirar essas emoções e colocá-las em separado?

Resposta: Não sei.

Não faço a mínima idéia de como fazê-lo, porém, como uma boa e autêntica ariana com ascendente em leão, não poderia deixar de tentar desbravar, descrever em etapas esse sentimento que acho tão impetuoso e destemido. Isso mesmo, a paixão é "abusada", chega quando quer, não anuncia sua chegada, não pede licença. Simplesmente nos invade de um modo único, como um ladrão que nos ronda sem que sintamos e que mais adiante vem nos possuir, dominar, sem que tenhamos qualquer chance de defesa.

Claro, que falo por mim... Vejo e sinto a paixão como um grande portal para um furacão, que quando passa nos deixa envolvidos de tal modo, que só conseguimos sair quando ele se aquieta, se transforma em algo mais brando ou simplesmente cessa. Contudo, aí é que está o "problema", até que isso aconteça, já demos vários giros nessa montanha-russa. Diga-se de passagem, sem que pudéssemos escolher em qual lugar "sentar", ou até mesmo, em que parque ir. É uma diversão que requer resistência física e emocional. Sem falar no conhecimento profundo do que somos, do que queremos e merecemos.

Pensei, repensei, pensei mais um pouco e ficou assim: Primeiro vem a resistência em assumir pra si o que já é "fato". Sim, sabemos que quando nos apaixonarmos ficamos mais frágeis, expostas, como se a paixão fosse uma fraqueza (e o é), mas, inevitável a não ser que se isole ou finja que nada está acontecendo. Negando pra você e outros, o que fica passando na sua face como um daqueles letreiros enormes de Las Vegas.

Em seguida assumir para a pessoa que estamos assim, querendo-a de outra maneira que não a costumeira. Estamos pensando muito, querendo muito e sempre mais, a cada dia mais. Mas eis, que entramos em um turbilhão de "será?" (Ficamos inseguras, sem chão, sem norte).

Isso, porque paixão traz consigo uma mala repleta de dúvidas, tipo: Será que chego mais perto? Será que conto? E se resolver contar, como farei? Será que ele tem alguém? Será que serei correspondida ou ao menos terei essa chance? Será que ele sabe que eu existo e estou de olho nele? Será que já tem alguém nesse coração que devia ser só meu?

Ufa! Quantas dúvidas e todas elas nos deixam inseguras. Pronto! Mais um sentimento dentre tantos que a paixão traz em seu "kit". Como se o fato de estar apaixonada e ter que enfrentar o desconhecido (o futuro sortudo), o novo (a situação), já não fosse o bastante, temos ainda que tentar veja bem, eu disse tentar, achar como falar, anunciar; passar ao outro o que setimos parecer boba ou infantil. Nessa hora parece que regredimos, nos sentimos como adolescentes na eminência de sentir o primeiro beijo. Ai, ai... (Lembrando agora do meu 1º. beijo).

Enfim, depois de acordamos e percebemos que não adianta viver de "será?", estufamos o peito, levantamos a cabeça, empinamos o nariz e vamos adiante. Ops! Lembrando que nem todas são assim, há aquelas que vivem uma eterna paixão platônica, digo platônica porque o "sortudo" em questão muitas vezes nem fica sabendo que tem alguém apaixonada por ele. A mocinha simplesmente não tenta. Deixa as oportunidades passarem e ela passa mesmo. Muitas vezes, não voltam!

No que me diz respeito, não deixei passar nenhuma. Agarrei-me a todas as oportunidades de felicidade que pude, com todo afinco, vontade e sede. Sou assim, sigo meu coração sempre.

Bem, passada a fase do "será?", começamos aos poucos a nos aproximar, pensando já como falar, já que não podemos dizer simplesmente "Você está aí sozinho, eu aqui também sozinha, que tal juntarmos os nossos coraçõezinhos?". Apesar de querermos que fosse simples assim. Mas não pode ser, não é?

Pensamos muito, repensamos, pensamos mais e mais... Queimamos a "mufa", como dizia meu vô (Oh, saudade!), e chegamos à conclusão que devemos falar logo, sabíamos desde início quer teríamos que fazer isso, mas protelamos. Chegado o grande momento de falarmos, e é aí que "o bicho pega", a insegurança é imensa.

O desconhecido, nos deixa temerosa, o novo ao mesmo tempo em que nos aguça, atiça; impulsiona-nos, também nos faz pensar, temer (Mesmo não sendo a 1ª. paixão, a emoção é sempre única, como se fosse a 1ª.). Mas como pensar dentro do olho do furacão? Pensamos que pensamos, quando na verdade vamos por instinto, deixamos nosso sexto sentido falar, agir, nos levar e nesse caso, nos conduzir.

Contamos então ao "futuro sortudo". Claro, que já sabendo não haver uma gama imensa de respostas. É sim ou não. Ops! Esqueci que o "futuro sortudo", pode querer te deixar um tempo sem dizer nada, moçinhas atentem-se! A paixão é simples nesse aspecto, toca ou não toca, não se constrói. Ela existe ou não.

Digamos então, que ele diga não... Que não está interessado, que já tem outra na "parada", que não quer se relacionar com alguém agora ou ainda que não tenha nada a ver um com o outro. Assim sendo, teremos que desencanar parar de pensar, tentar esquecer, apagar o telefone, o e-mail, a foto, a voz, o rosto, o jeito e o perfume. Esquecer que ele existe, isso por um tempo, porque acredite, se for paixão, vai passar!

Se não passar, faça promessa. (rindo)

Sofremos um pouco, vamos ir contra a decisão do outro, depois colocar a culpa nele, pensar em esganá-lo, mandá-lo pra ponte que está a ponto de cair, pra que ele caia com ela; pensaremos em fazer várias maluquices, "viajaremos" no nosso "eu" má.

Mas ainda sim nos perguntaremos: O que falta em mim?

Resposta: Nada.

Nós que depositamos no outro as nossas expectativas e não o "ex futuro sortudo". Como não temos a culpa de nos apaixonar, ele também não tem de não poder ou não querer corresponder. Colocamos no outro a responsabilidade da nossa decepção porque a "culpa sendo nossa colocamos em quem quisermos". (Meus amigos odeiam quando digo isso, mas se não dissesse, não seria eu e sim outra aqui escrevinhando) Com esse "jeitinho brasileiro" digamos assim, fica mais fácil, sofremos pelo não sucesso de nossa investida e não sofremos por termos colocado no outro nossa esperança de felicidade. (Inconsciente espertinho esse nosso)

Viver de realidade não é fácil, nem tudo é como queremos que seja ou imaginamos que será. Ponto!

Chegamos à fase de baixa auto-estima, nos sentimos umas coitadas, vítimas do "ex futuro sortudo", que nem sabia do sentimento que nutríamos por ele, sabia de "boca", não de fato, não sentiu. Tudo estará sem alegria, estará cinza, nada estará a contento. Flores sem cores, sem aroma, dias sem sol e noites sem lua. Resumindo: Tempo ruim e aeroporto fechado para "pouso e decolagem".

Pois bem, passada mais essa fase, nos vemos diante da realidade. Abrimos os olhos, recomeçamos a enxergar que o mundo não pára porque estamos apaixonadas, que não é porque queremos alguém ao nosso lado que isso será possível; que não é porque estamos sofrendo que o mundo vai parar, nos abraçar e nos colocar no colo. Enfim, temos que de uma maneira ou de outra recomeçar, alçar novos vôos, ampliar nossos horizontes, querer voltar a voar, sentir, estar abertas a outros prazeres. Nessas horas mudar alguns velhos hábitos para não encontrar o "ex futuro sortudo" e dar tempo ao tempo, ajuda.

De repente, depois de umas semanas, alguns meses, um ano, em um dia qualquer, em uma hora qualquer, eis que sentimos algumas borboletas voando dentro da gente novamente e aí, tudo recomeça. Apaixonamos-nos novamente, nos sentimos renovada, nem lembramos do "ex futuro sortudo" e se lembramos, será tão somente pra dar Graças a Deus, por ele ter dito não. Acredite, esse dia chegará! Só que dessa vez chega aos poucos, ganhamos um sorriso, nos sentimos correspondida e tudo que passou antes, hoje não existe nem a mágoa ao lembrar do "fulano".

Nesse momento as cores estão novamente mais vivas, os sons mais vibrantes, os cheiros mais doces, os problemas mais suaves. Nos sentimos mais bonitas, mais dispostas, até trabalhar se torna mais prazeroso, pois sabemos que durante ou ao final do dia, veremos "o sortudo", ouviremos sua voz, sentiremos seu cheiro, seu toque, vamos tê-lo!

Tudo agora nos lembrará ele, a cor predileta veremos toda hora, a música favorita dele tocará em nossa cabeça a todo o momento, só sentiremos o perfume dele, só pensaremos nele e só estando com ele, estaremos na melhor hora do dia. Ficaremos novamente com adolescentes, ficaremos tímidas ao vê-lo, gaguejaremos, esqueceremos o que dizer sobre um determinado assunto, isso, por causa da emoção ao encontrá-lo, ficaremos mais dispersas (desastradas em consequência disso), daremos algumas "bolas fora", mas tudo estará maravilhoso, porque estamos apaixonadas e nos sentindo correspondidas. Tem coisa melhor? Não, pelo menos não nesse momento.

Nada mais importa, a não ser estar e ficar com ele o maior tempo possível. Saúde, amigos, família, trabalho, estudo, estarão por algum tempo em segundo plano. Essa é nossa hora, estamos apaixonadas e nos permitindo, vivendo, voando, sentindo, estamos Felizes!

A paixão é assim, um turbilhão de emoções. Permita-se e seja feliz!

- Ouvindo - Isabella Taviani (Diga sim pra mim)

Tânia Bispo
Enviado por Tânia Bispo em 08/06/2009
Reeditado em 07/12/2012
Código do texto: T1638357
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.