Vou em direção as flores
Onde estão as flores destas jardineiras. São tantos os caminhos vazios que minha alma solitária se perde criando possibilidades. As flores são belas, mas não germinam por ali, sinto o perfume, é distante, trago pelo vento embaça junto a poeira minha visão nesta reta tortuosa chamada vida. Vivo pelo caminho, e caminho pela vida, parece um ciclo, mas não é, percebi e vi o quanto me custou entender que não era o ponto, estar na estrada correta, mas dar os passos certos. Meus olhos sim, perderam todo o brilho diante desta opacidade morna e sem sentido que em um momento qualquer, mostrou-me o comum em meio a ciranda encantada, distante dos sons e de todo sentido, me mostrara o seco do útero, o beijo pensado e o silencio do todo que se ocupa da mente presa. O que fiz, criei, imaginei algo por ali, as cores das flores, seu perfume, sua textura, como seria, um campo, uma solitária e linda lótus, tulipas estendidas sobre a geada fria, aquecendo o solo com o brilho de sua beleza? Como seria? Não pude responder, afinal, meus passos estavam sendo apenas passos, e a estrada era só mais uma. Onde chegar, não mais me interessa, mas prometo as flores, meus passos, onde quer que estejam, vão caminhar em direção a elas.