A QUEM SE DIGNE LER A REALIDADE DA VIDA

Num peito seco e sem leite, demasiadamente

emagrecido, à falta de alimentos e de vitaminas,

uma mãe, puxa para si, seu filho, para que este,

num último esforço, consiga,

de algum modo, um pouco, da seiva tão necessária.

Não tendo, o tão precioso leite, para lhe dar, a

mulher, de tristeza nos olhos, vê seu menino,

adormecer, boca nos seios sem vida, de

onde escorre, um misto de aguadilha e espuma.

Insectos invadem o corpo e o rosto da criança.

Enquanto a mãe, com as costas de sua mão, os

afasta, do sono do menino,

embalando-o, com ternura comovente,

em seus braços, pouco mais que pele e osso.

Por toda a tribo, se vê esta desgraça sem fim,

afronta das afrontas, para qualquer ser humano,

sendo, que é de mães, que não mais podem

alimentar seus filhos, vendo-os morrer, em seus

braços, de quem se fala, nestes meus versos inermes.

E, quando a morte, chama os pequenos seres,

as mães batem na cara e rasgam suas roupas,

por não se acharem merecedoras, desta vida,

vendo seus filhinhos partirem, carne de sua carne.

Seu choro, há muito lhes travou, no nó da garganta.

Então gritam e suplicam, a alguém, que nunca virá.

Jorge Humberto

13/04/09

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 14/04/2009
Código do texto: T1538411
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