A manta

Caminha enquanto sente o vento gelado no nariz, orelhas e pontas dos dedos. Vendo as manchas iguais de predios atijolados passarem mantem a mente vazia, sentindo apenas o vento que sopra na contracorrente, as folhas que incidentemente caem no seu rosto branco e no sobretudo preto. Respira, nao fundo, tenta evitar tambem os pulmoes de congelarem, de congelarem entao o sangue, de congelarem assim o coracao.

A ultima batida que lhe resta. Sopra o vento como ele te sopra e podem entao duelar justamente nessa rua de manchas, de sangue estancado. Sopra o vento frio e o esquenta com seu bafo quente, nao deixe que mais um dia lhe apedre a ultima batida que lhe resta.

Caminha enquanto sente o vento gelado no nariz, orelha e ponta dos dedos. Vendo as manchas iguais de predios atijolados passarem se encobre da sua subconsciencia, sua amiga, sua manta que a envolve do ultimo sopro.

Giovanna Carloni
Enviado por Giovanna Carloni em 02/04/2009
Código do texto: T1519329
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