O verbo ser

Eu fui ave altaneira voando nos céus
E do alto olhava o mundo indiferente
Quanta coisa, eu perdi em falsos breus
deixando que a vida passasse vagamente

Eu era ave inquieta sem grades ou poleiros
Atravessava montanhas apressadamente
Não observava as belas flores nos canteiros
Nem queria compromisso com minha gente

Eu sou ave engaiolada pelo difícil tempo
que se atravessa e não indulta a rebeldia
Enclausura a alma e não dá nenhuma alforria

Ser é mais que um verbo, tem contratempo
constitui a razão duma completa existência
Ser é melhor do que ter. Pende da consciência!

Denise Severgnini

*Inspirado no poema “ O verbo amar ” de JG de Araujo Jorge

OBS:Isto não é um soneto.É um poema de 14 linhas.