Boiei
Minha alma procurou na superficialidade do amor, toda profundidade que o coração almejava, ambos se perderam nas margens fúteis sem importância do que se achava o ideal. O profundo era raso então, e o raso, onde andara, se sempre esteve a olhos vistos. Deixei me ludibriar por sentimentos sortidos e carnavalescos que faziam festa do meu sentir e pensar. Fui no raso, no superficial, acreditei ali estar todo sentido e intensidade que faria jus a quem pretendia ser junto a outro ser. Agora, vejo, que quanto mais fundo, mais longe da claridade que mostra a alma, e quanto mais raso, mais longe da alma e seus segredos, no fim das contas, apenas, boiei.