LIVROS ESCREVEMO-LOS NÓS

Palavras soltas ao vento, que saberão

elas, que o mar não saiba já?

Posso escrever, que o mar, que aqui

desponta, um tanto revoltoso, é de

um verde jade, que, em espuma, se

dilui, ao encontrar-se, com a montanha.

E que, em contraste, com a beleza, do

verde, das águas, a montanha, fica a

dever, à riqueza destas, na falta de

pormenores, com a sua pedra nua e

grosseira, a invadir-nos os sentidos…

Algum mato, parecendo esquecido,

cresce bem junto ao precipício,

da frágua, proclamando o seu espaço

e tornando menos lunar e mais

terrena, a realidade, deste grosso, de

lenho, pedregoso.

O livro, deixado para trás, de quem lia,

tudo isto observando, deixa-nos o seu

testemunho e reconhecimento, de que,

do mar viemos e ao mar, regressaremos,

voltando ao inicio, com a terra, a

submergir, uma vez mais, nas águas.

E o vento, corre, uma por uma, as folhas

e as palavras, com que soubemos edificar,

a nossa espécie, e, de que,

voltaremos a fazê-lo, noutro contexto.

Jorge Humberto

23/02/09

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 24/02/2009
Código do texto: T1455295
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