Listas

Listas, bem, o que seriam listas, especificamente, hoje, pensei em listas destas que fazemos quando ainda jovem, ou mais velhos, amantes, namorados, relações, sexo, o que for. Seja assim, Casa Nova, foi um dos seres que formalizou sua lista, deixando relatos de onde, como e quando de suas façanhas sexuais com em media se não me esqueço, 132 amantes e uns dois travestis, em curtos, médios, longos relacionamentos, paixões ou apenas furtivos lances de tesão perdidos em um momento de deleite e experimento qualquer. Penso que uma vez me dei ao papel de fazer tal lista, em minha adolescência, claro, lembro que a lista já era longa, e sim, havia ganhado do tal Casa Nova, e naquele papel moribundo anotei quem, onde e a situação, as que lembrei como regulares, boas, ótimas e mais que ótimas, colocava ali umas estrelinhas, até que um dia um amigo de um amigo, conhecido do cara que, pronto, conhecia uma das relacionadas que o levou a descobrir uma situação constrangedora, eu havia ficado com a esposa de um fulano que era amigo intimo de não sei quem que conhecia alguém, e pronto, confusão feita. Mas, fato, não é o foco de meu texto, e sim a importância do ser, de cada um, na escala humana, de evolução, compreensão, entendimento e discernimento das coisas, sim, era um imbecil ao formular listinhas, tentando lembrar de como sou bom, pegador, quantidade afinal, qualidade quem sabe... a realidade é que desprezei cada pessoa ali descrita, e igualmente em minha ideologia atual, e concepção, claramente minha e única, claro que talvez compartilhada por outros, talvez, mas que assim é, penso que se relacionamos alguém em alguma ordem em algum lugar, automaticamente isentamos o ser de excepcionalidades impares ou sem igual, que em algum momento contribuíram para nosso crescimento e valores, sejam as pessoas do escalão cultural, moral e social que forem, mas apenas, seres, pessoas, que constroem suas vidas por outras e fazem as nossas da mesma forma, despercebidamente, mudando e criando novos conceitos em um mundo tão complexo e atribulado, onde hoje se tem sexo, poder e prazer em bancas, sites, esquinas, fácil e barato, sem valor, sem conteúdo, merecedores realmente de listas, de onde, como e quando, sem regras, apenas fatos, beijos, abraços, conversas vagas, transas, só, próximo da lista. Bem, não me resumo a isso, e hoje compreendo em minha maneira de ver, que se hoje, fosse compor tal lista, numericamente e em ordem falando seria assim:

WELLINGTON

Sim, apenas meu nome, onde dentro deste homem, cada sentimento, pensamentos, ideologia, experiência e sentidos, estariam formados e acrescentados por cada pessoa que ali tivesse passado, contribuído de forma impar e importante, ou de forma comum e breve, mas de igual forma, única. Somos resumo de tudo que vivemos e aprendemos, não tem outra definição, afinal, não nascemos sabendo, com gosto disto ou aquilo, punk ou forró, ninguém sabe até experimentar, e saber a intensidade certa, o melhor paladar, o toque que mais excita, o olhar que nos deixa curioso, a pressa para onde e para que, quando é certo, o que é certo, errado, quando, nada disso vem dentro, se adquire conforme evoluímos, aprendemos, e temos contatos com outros seres, amigos, afetos, namorados, relações, sexo, o que for, cada um, cada qual, tem sua colocação em importância em nossas vidas, a não ser jogada como um nome qualquer em algum lugar. Somos o mundo, e o mundo é feito do que somos, um ciclo sem fim, tudo se repete de forma a contribuir para novas oportunidades de aprendizado, não é errado, errado é apenas um conceito contrario de tudo o que também conceituamos como certo, mas de preferência, em minha preferência, claro, não vou me importar de construir novas mentes, pensamentos, ou até mesmo nada acrescentar e passar mornamente o que não faz minha personalidade intensa e tempestuosa, mas mesmo assim, não farei de cada qual, que hoje sei quem é e quando é, e o porque de passarem por minha vida, deixar um nome só, ali, seco, jogado em tantos outros, não sou mais, não sou menos, mas sou eu e só, e desta mesma forma, cada um, é um, e não tem soma ou subtração que os acresça ou os diminua, são assim, produtos de uma conta longa a qual não me interesso, o resultado é o que podem contribuir em minha complexa matemática de vida, são únicos, impares e agora, neste pé que avanço, a quem me lembro, refiro e penso, partes concretas do que sou, quem sou, e como sou. Lembre de mim, saiba quem sou, aproxime-se se for o caso, saiba do meu pensar, do meu sexo, do meu olhar, o que diz meu silencio, leve o que puder, deixe o que não quiser, mas apenas, não escreva meu nome por ai, deixe a marca latente ou apagada em seu peito, em seu sexo, em seu paladar, apenas, deixe, e se for escrever um nome, do mundo, das pessoas, lembre-se da vida, das vidas, embole tudo isso, e escreva apenas, seu próprio nome, lista igual e mais longa, não há de haver em lugar algum.

Não façamos de nossas vidas listas secas sem produtividade marcadas em memórias vagas de coisas obvias, cada dia, cada momento, cada ser, cada sexo, é único em sua plenitude e momento que podem ou não evoluir nossos pensamentos. Não somos mais ou menos que nada, somos o que somos da forma que somos e não interessa muito mais que isso. O resto é curto e passa muito rápido antes mesmo que possamos nos dar conta do que já foi entre nossos pensamentos até então seguros de si e do que eram. Nada faz sentido alem do que nos faz bem, acrescido de tudo que contribui a isso também. Sigamos em frente, paremos a frente, esqueçamos de tudo, de todos, mas em nosso nome, na lista que não podemos deixar de tantas coisas que faltaram a fazer, a gozar, a sentir, marquemos um resumo curto de tudo isso, quem fomos e para quem fomos, na verdade, para mim, isso basta.

" Sou tantos em um só, que seus dias restantes não seriam suficiêntes para contar todas as minhas faces, mas, tantos que sou, unidos neste que lhe fala, carrego um só sentimeno, que sim, tem um só destino e intensidade, e que ofuscaria todas as suas faces em sua reta intensidade, de uma forma ou outra, ainda em tempos, não seria possível me conhecer por completo, mas deixaria que cada parte fragmentada, para ti, se de interesse, fosse em tua vida, algo completo. "