PENSAMENTO É TUDO

Nascem rosas, no sopé de meus sonhos

acordados.

Nos meus múltiplos e constantes estados

de espírito, onde meu pensamento eleva-se,

quantas vezes, além do concebível,

tal a sua complexidade, meu estado febril

acompanha-me e deixo de ser eu, para ser

algo de bem maior, que ao comum dos mortais.

E deambulando, de lá para cá, no estreitar

de meu quarto, estranho me sinto, pois que

alcanço o imaginável e o inimaginável, fruto

caído a meus pés, pela insubordinação das

pessoas, caminhando sem nexo algum, nesta

vida, que não foi feita, para ser levada de

ânimo leve, sem qualquer respeito, pelas suas

directrizes, que o pensamento, a tal obriga.

Meu pensamento profundo, não deixando

nada ao acaso, quando se põe a reflectir,

repugna todo o tipo de omissão e qualquer

inacção, provocada pelo desleixo e pelo ócio,

tão comum ao Homem, onde não impera o

bom senso, muito menos a paragem, para a

necessária reflexão, uma doença para mim,

que me obrigada a exigir mais do pensamento.

Aumenta a febre; esmurro cinzeiros e abro as

poucas janelas, em perfeito desalinho, com o

quarto, que me parecem rodopiar, a cada passo

meu. Mas o pensamento persiste, numa

consciência líquida, que por nada deste mundo,

se deixará corromper, nem por palavras feitas,

nem por maus costumes, que a sociedade aceitou,

como passível de renegar, menos a força do músculo.

Deito-me na enxovia e assumo a ignorância do

Homem, que, olvidando pensamento, a si mesmo

se olvidou, tornando-se em algo bruto e ordinário,

sorrindo ao acaso do álcool, seu alimento diário,

que leva para o trabalho e traz para casa, sem ter

um pingo de responsabilidade, que a vergonha, já

não mora ali, de tão perdido que está, sem uma

ideia sequer, falho de intelectualidade e humanidade.

Jorge Humberto

09/11/08

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 10/11/2008
Código do texto: T1276022
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