De tudo um pouco, literalmente.
São poucos os segundos, sentimentos, centavos, contos e descontos que tenho comigo. Ando assim, esfarrapado, sem postura ou modos, sem nada, nem nada tenho. Andarilho em meu universo, perdido e caminhando aos teus braços, sem abraçar ninguém. São tantos os dias que virão que nem espero mais o seguinte, ele vira assim mesmo. Tropeço em meus passos e sempre volto ao ponto em questão, qual é? Diria qualquer um que estou perdido, diria eu então que não sei onde estou, apenas, nunca me perco. Se perder é não saber onde está ou para onde vai, eu sempre sei onde estou, apenas, não quero mais saber para onde vou. Deixo as brisas leves da vida sustentarem meu corpo em direção qualquer escolhida pelas marés mais fortes. Outros diriam que desisti, que estou derrotado, eu diria que apenas deixei correr, minha força, ainda esta aqui, apenas desacreditei no propulsão contraria de qualquer sentimento, e fiz os meus poucos guardados em economia abaixo de todo meu sono e sonhos. Ainda sonho, e está é a chave. Sei o poder dos sonhos, do desejo e querer. Ando por ai, a espera de um milagre qualquer, um sinal ou minha alma, tanto faz, se for para despertar, sei que vai ser assim, dentre todas as escolhas, a minha foi esta, e de tantas as que deixei, minha alma foi a que mais pesou, sigo leve, não por bem ventura ou fortuna, mas pela falta dela em minha velha carcaça sangrada por guerras e controvérsias. Cada dia a mais completo a ampulheta negra do fim, e aguardo a mudança inerte dentro de meu coração que pulsa forte e grita surdo um sentimento que ninguém mais ouve. Alma para que te quero se já te tenho uma vez disse, percebo então, te tenho, e ainda sim, te quero.