primeiro beijo
E daquele beijo, tanto tempo. A marca do batom deixou de existir. A boca faz malabares para equilibrar a dentadura. Como foi ascendendo. De terra úmida chegou à nuvem. Vapor. Nem a foto agüentou conservá-lo. Mascava um chiclete. Há quanto perdeu o sabor. Na caveira, como um ninho, abandonado coração. Caça qualquer chama para aquecê-lo. É preciso manter o ponto. Até virar lembrança. Outra lembrança. Quem sabe outra história de amor cafona para os netos.