Oração na solidão
Olhando para o Crucificado e Traspassado, ouço o grito:
"Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?" (Mc 15,34).
Medito a imensa solidão.
Experiência abissal do não-ser.
Pavor.
Abismo do nada.
Noite da alma.
Silêncio e ausência absoluta.
Comer do pão das lágrimas.
Beber do cálice amargo do sofrimento.
Eis a extrema dor dos devastados
pelas tragédias,
pela indiferença,
pelo abandono na solidão,
pelos golpes da vida,
pela fornalha da tentação,
pela longa enfermidade,
pelos naufrágios e perdas,
pelas chagas físicas, morais e espirituais.
Enfim, pela dor invisível!
Fortalecei-nos, Senhor, no dia da prova.
Não nos deixeis cair em tentação.
Médico da nossa alma, curai as feridas do nosso coração!
Olhando para o Ressuscitado, ouço o apelo:
"... Dou-vos a minha paz... Não se perturbe nem se atemorize o vosso coração". (Jo 14,27).
Amém!