Poema – Cocaína
Poema – Cocaína
Nos devaneios de um homem louco
Sobre um céu noturno
Encaro o vazio
Com a mesma paixão que judas
Encarou a crucificação de cristo
Mudo
Completamente mudo!
Nos devaneios de um inquietante silencio
A minha mente flerta com ideias suicidas
Que se reveladas
Trariam mais miséria ao mundo
E destas misérias
Nasceriam novos Deuses
Estes pelos quais eu dobraria os meus joelhos
Em troca de um pouco de Paz
E uma corda em meu pescoço
Juro que há vozes clamando o meu nome
Me tranco no guarda roupas
As vozes continuam suplicando pelo meu nome
- Junte-se a mim pequena criança
No vale dos Suicidas iremos coroá-lo ao Lado de cristo
Naquele quarto sozinho
Com as mãos sobre a minha cabeça
Encolhido no escuro! Trancado no Vazio!
Tenho medo da minha própria mente
E das vozes que habitam este lugar
A última vez que eu olhei o relógio
eram três horas da manhã
Saio pelas ruas assustado
Em direção a uma destas praças vazias
Entrego ao Diabo minha alma
E em troca
Posso viver alguns segundos de paz
Caminhando pelas ruas alucinando
Como um lunático em camisas de força
Com o corpo repleto de tatuagens
E veneno corroendo o meu sangue
Passaram-se algumas horas
E eu já não consigo mais voltar para casa
Eu moro sozinho
E Ninguém vai vir me buscar
Sentado nas beiradas imundas de uma calçada qualquer
Sou concebido por ideias de Poesias
Que jamais deveriam ser escritas
E sem que eu perceba
Adoeço todos os dias
Com a maldição de viver
O que a depressão fez comigo?
Que eu já não teria feito, se eu fosse um homem 'comum’
Inclinado a auto destruição
Equilibrando a minha sanidade
Nas cordas da vida
Passaram-se algumas horas
E eu já sinto a abstinência
Devo correr para o meu quarto e me trancar mais uma vez
Acompanhado por uma Ninfa de cabelos vermelhos
Cheirei cocaína sobre os seus seios
Fodemos até as seis horas da manhã
Ela diz que me Ama
Mas precisa ir embora
Dou a ela um ultimo abraço
Mas ambos sabemos que o vício nos unira novamente
Encarando os espelhos eu já não me reconheço mais
A insônia agora é minha única companhia
O Diabo havia tocado a minha alma
São sete horas da manhã
E eu não consigo dormir...
- Gerson De Rodrigues