VENERAÇÃO
(Samuel da Mata)

Afasta-te de mim, razão mesquinha
Não quero ouvir tua voz, nem mesmo a minha
Minh'alma a sós com Deus quer conversar

Não vim buscar razões, reclamar dolos
E nada peço a Ti, senão consolo
Longe de mim, Teus desígnios julgar

Nada trago a Ti, que sirva de oferenda
Sou pobre, débil e vil, alma em contenda
Nada de bom coloco em teu altar

Não anseio promessas para cobrar-te à frente
Nenhuma explicação me deves, sou indigente
Apraz-me em tuas veredas poder trilhar

Perdão se na pouca fé nasce a tristeza
Tu és minha rocha, escudo e fortaleza
Ensina-me em Tua sombra eu descansar

Não sei quão curto ou longo é meu caminho
Nem se no meu pisar há relva ou espinho
Mas basta-me a tua mão a me afagar

Não quero ter jornada esplendorosa
Vanglórias pueris ou mar de rosas
Apenas Tua paz pra eu repousar
Samuel da Mata
Enviado por Samuel da Mata em 23/10/2013
Reeditado em 07/09/2015
Código do texto: T4538288
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