oração do retirante II, a gratidão

ORAÇÃO DO RETIRANTE II

De: Milton Barbosa Lima

Venho com gratidão ao seu altar

Venho contrito a lhe falar

Sou pobre, sou pecador

Na vida não aprendi a ser doutor

Sou um simples sertanejo

Com as minhas pobres palavras agradecer é meu desejo

Roguei a Ti no desconforto

Vi no seu Filho o mais seguro porto

A chuva que não vinha afligia

O pobre do sertanejo que gemia

Quanta secura nos nossos campos

Quantas dores e desencantos

Não é que a Senhora nos ouviu?

A humilde prece aos céus subiu

E a doce e suave Mãe ao Filho transmitiu:

“Como naquele multiplicar do vinho

Filho veja a dor do sertanejo e olhe com carinho

Mande as águas caírem de mansinho

Regue a sua vida de trabalho e amor

Com a chuva que vai aplacar esse imenso calor

Olha Filho a fé do lenhador

E a persistência do nosso lavrador

Olhe com amor e amenize essa dor”

Sua voz no Céu repercutiu

E a chuva redentora no sertão caiu

No sorriso sem dentes do matuto

Na alegria do pássaro ao bicho mais astuto

Vimos a gratidão do sertão

Com o milagre da multiplicação

O mato seco se enverdeceu

O rio morto reviveu

Até o peixe lá apareceu!

A menina ficou rubra de alegria

Entusiasmado com a chuva que caia

O rapaz tomou coragem e sua mão pediu

Tanta alegria nessas paragens nunca se viu

Olha Senhora quanta alegria

Rogo não nos deixe voltar àquela terrível agonia

Receba Mãe nossa gratidão

Através da nossa fé e devoção