Oração do retirante I e II
ORAÇÃO DO RETIRANTE I
suplica De: Milton Barbosa Lima
Maria, nossa mãe, és a Senhora Aparecida
Tu és a virgem amada e santificada
Mãe querida por seus filhos admirada
Porto seguro dos aflitos, esperança das nossas vidas
Tu és a Senhora Aparecida, é a devoção do retirante
Ave cheia de graças, és a Senhora triunfante
Tu és a estrela cintilante que a Cristo conduz
Levando as almas em direção a divina luz
Olhe, rainha, o retirante da seca, da fome e do sol ardente
Quanta duvida em seu olhar, quantas cruzes a carregar
Peça ao seu filho Jesus para que a chuva se adiante
Não deixe esse sertão no calor se abrasar
Olhe o infinito de filhos esperançosos a orar
Veja quanta força e vontade da realidade mudar
Olhe com carinho os sertanejos a suplicar
Não permita que saiam para em outros campos mendigar
Quanto amor nesse Teu olhar. Quanta luz a nos guiar
Olhe, Santa Mãe, a esperança do homem do sertão a orar
Veja os prantos e desencantos e a sua vontade de ficar
Abençoai a esperança desses sertanejos a sonhar
Disseste humildemente ao mensageiro do senhor
Que a escolha a fazia exultar em alegria
Também roga humilde o pobre lavrador
Livrai-nos Mãe Maria do êxodo em romaria.
ORAÇÃO DO RETIRANTE II
gratidão De: Milton Barbosa Lima
Venho com gratidão ao seu altar
Venho contrito a lhe falar
Sou pobre, sou pecador
Na vida não aprendi a ser doutor
Sou um simples sertanejo
Com as minhas pobres palavras agradecer é meu desejo
Roguei a Ti no desconforto
Vi no teu Filho o mais seguro porto.
A chuva que não vinha afligia.
O pobre do sertanejo que gemia
Quanta secura nos nossos campos
Quantas dores e desencantos.
Não é que a Senhora nos ouviu!?
A humilde prece aos céus subiu
E a doce e suave Mãe ao Filho transmitiu:
“Como naquele multiplicar do vinho
Filho, veja a dor do sertanejo e olhe com carinho
Mande as águas caírem de mansinho
Regue a sua vida de trabalho e amor
Com a chuva que vai aplacar esse imenso calor
Olha Filho a fé do lenhador
E a persistência do nosso lavrador
Olhe com amor e amenize essa dor”
Sua voz no Céu repercutiu
E a chuva redentora no sertão caiu
No sorriso sem dentes do matuto
Na alegria do pássaro ao bicho mais astuto
Vimos a gratidão do sertão
Com o milagre da multiplicação
O mato seco se enverdeceu
O rio morto reviveu
Até o peixe lá apareceu!
A menina ficou rubra de alegria
Entusiasmado com a chuva que caia
O rapaz tomou coragem e sua mão pediu
Tanta alegria nessas paragens nunca se viu
Olha Senhora quanta alegria
Rogo não nos deixe voltar àquela terrível agonia
Receba, Mãe, nossa gratidão
Através da nossa fé e devoção