18 — Encontro com minha filha

Estou caminhando de mãos dadas com a minha esposa Neide, irei ver a minha filha, a psicologa já recomendou, mas será que vou conseguir, quero dizer a ela: — Filha como você pode se entregar a um homem antes de casar? Te ensinei tanto, porque filha. Ela diria. — Pai eu amo aquele garoto, ele me largou mas eu amo ele, e eu choraria por dentro, ficaria com um sentimento mal dentro de mim. É minha criança que esta naquele quarto, é ela que aquele rapaz fez um filho e abandonou. — Amor, olhe lá o que vai falar com Lara, não se esqueça que ela esta em recuperação.
Estava vivenciando uma situação extrema, era surreal estar passeando em um hospital, eu sempre imaginei minha filha grávida: -Sim, imaginei isto pois é a natureza do ser humano, crescer e engravidar, mas casada, com seu marido contando todo animado. E aí sogrão, como se sente sendo vovô? Que sensação, não terei nunca essa frase, nem em sonho pois o rapaz desonrou minha filha e a deixou, e por fim, minha pequena esta sofrendo, quase perdeu meu netinho.
Eu assumo os cuidados do meu neto, a Lara errou, mas cuidarei como se fosse meu filho o filho dela. Será uma menininha ou um menininho. — Ei esperem, esperem. Olhei para trás e era um sorriso de alegria que adentrava no corredor minha irmã Iasmim. Desculpem, não pude vir antes, me atrapalhei com umas entregas, mas aqui estou. A Iasmim vendia camisetas ela mesmo cortava, costurava estampava e entregava, sempre dizia que precisava de ajuda, nunca casou, mas sempre foi feliz com a sua vida. Herdou este dom de costura da mãe, e faz lindas camisetas. Que bom Iasmim que chegou, vamos ver a Lara juntos, assim é melhor para ela, pois vai passar um tempo aqui com você em acompanhamento neste hospital. Oi Neide, abraçou minha esposa. Tomara que saia hoje mesmo deste hospital, o quarto dela já esta limpo e aconchegante esperando essa menina.
Você é um anjo na minha vida, Disse Neide, Vamos entrar, E de novo alguém desta vez falava lá de longe, olhei, não gostei muito era a tal psicologa, Esperem um pouco, vou ficar observando esse primeiro encontro, a Lara esta fragilizada, só vou observar de longe caso precise entrar com medicação.
Entrei, olhei a Lara estava com os olhos fechados, não observou que entramos, pois havia acabado de sair uma enfermeira que tinha ido retirar o soro dela. Ela mexia com a boca parecia estar orando.
— Filha, sou eu a mamãe, disse a Neide, ela abriu os olhos sorriu, mamãe é você? é você mamãe, passava as mãos no ventre num instinto de proteção.
— Somos nós filha seu pai a Iasmim e eu, viemos te buscar, parece que vão te dar alta.
E veio a psicologa.
Mas antes gostaria que o Pastor conversasse a sós com a sua filha.
Lara olhou para o pai com um medo de morte, a psicologa observou e disse.
— Qualquer coisa querida estou aqui, click na campainha que estarei esperando do outro lado da porta, tem um bip que faz eu escutar, mas creio que não precisará não é pastor.
Que sentimento estranho, minha filha com medo da minha reação e precisando de um médico para intermediar nossa conversa.
Claro psicologa, eu quero o melhor para minha filha para a minha família e para o meu neto.
Iasmim caindo de paraquedas na história não entendia o que estava ocorrendo, Neide pegou nos braços dela e falou, vamos esperar lá fora, conversamos um pouco, realmente estes dois precisam conversar...
Meu pai eu te amo
Olhava para o meu pai, ele estava na minha frente, estava presa naquela cama de hospital, e ele esta ali, não tinha como correr, ele iria perguntar, eu contaria tudo o que ocorreu, ele iria me criticar, uma surra acho que não levaria, nunca levei e bem que merecia, mas não levaria, estou grávida estou neste hospital, mas a pior dor, foi decepcionar ele e a mãe, vi a tia Iasmim, só assim mesmo para entender, que estou em outra cidade.
Minhas pernas formigam, acho que dormi demais, continuo com sede, a mãe e a tia já saíram, aquela doutora olhando para o meu pai, parecem que conversam com olhares. Não tem o que fazer, terei que conversar com ele. Mas é bom que seja aqui, como disse a doutora ela pediu para chamar ela se precisar. Meu Deus? Estou com medo do pai, da reação dele, queria escolher o momento para contar, mas a Lorena disse assim de sopetão, agora estou aqui encurralada, e ele vai querer saber tudo. Senhor que constrangedor ter que contar, e não sei como será, meu pai vai me ajudar com meu filhinho? Estou grávida é bem difícil encontrar trabalho, a mãe vai me ajudar, e tem outra, estou com esta doença psico-não-lembro-oque, posso perder meu filho. — Lara não fique nervosa, Lara não deixe as emoções serem mais forte do que a razão, Lara aguente firme.
E veio ele, na minha direção.
Estávamos sozinhos eu e ele.
— Aí meu Deus orei tanto para Deus quebrantar o coração do meu pai. Não consigo entender porque ele se aproxima tanto. Aí,aí,aí, será que ele vai me bater?
E ele veio.
E...
Me abraçou,
Meu Deus como eu precisava daquele abraço, meu Deus como eu amo meu pai.
— Meu pai, eu te amo, desculpe por tudo o que eu fiz.
— Minha querida Lara eu te amo, você é a minha única filha, sempre te cuidei como a minha cuticuti, nunca vou te desamparar ou te abandonar, você faz parte de mim entende?
— Chorei sorrindo, como orei para que meu pai me cuidasse e não me criticasse, estava apavorada.
— Meu pai eu te amo, meu pai eu te amo.
Agora ele sentava na cama, eu? também sentei. Filha você pode?
A pai a enfermeira disse para eu esticar as pernas nada melhor que sentar aqui não é? E ele veio e disse: — Posso? Querendo passar a mão na meu ventre. Pode sim Claro.
E colocou a mão, senti sua mão quente meu corpo todo estava frio, sentia as vezes que meu pai pegava na minha mão quando estava nervosa, e me acalmava, desta vez aquela mão acalmava meu corpo, ele fechou os olhos e orou:
— Senhor Jesus, eu e a minha filha te entregamos essa criança a ti oh pai, seja com a minha filha seja com eu netinho protege este inocente de todos os perigos, restabeleça a saúde da minha filha e do meu netinho pai, querido Pai, eu peço perdão por tudo, pelas vezes que pressionei a Lara, (eu chorava ele nunca me pressionou sempre deixou eu tomar minhas próprias decisões) pelas vezes que deixei de aconselhar minha pequena, mas pai não deixa este inocente sofrer pai amado. Amém.
Ficamos em silêncio, sentados olhando para a parede, desta vez fiquei com vergonha de olhar para ele olhava para frente, ele também olhava e veio a tão temida pergunta:
— Como foi?
Constrangida e envergonhada comecei a contar, disse que amava o rapaz que um pouco foi impulso meu não dava para culpar tanto o Tomás de tudo pois afinal não se faz isto sozinho e não fui obrigada a nada.
— É querida Lara a Bíblia nos ensina se formos se abrasar — Você sabe o significado de abrasar não é? Sei sim pai, Então querida tantas vezes tantos ensinamentos, demonstraram isto não é? Se abrasar é melhor casar. O sexo, a relação intima é fruto de dois corpos que se amam e querem compartilhar de um amor, o amor é para a vida, Deus fez a relação de intimidade para formalizar o amor e o amor é para viver com quem se ama.
Falei calada um: -Sim pai.
Filha é como se fosse a cereja do bolo (dei uma risadinha quando ele disse assim) se você der pra criancinha a cereja ela não vai querer comer o bolo agora ele que dava risada. Que ilustração pai? É pra você dar umas risadas, não pode ser tão sério nossa conversa.
— Sim pai.
Então filha você sabe que você participa de uma Igreja que tem usos e costumes e preza pela doutrina, terei de disciplinar você pois sou o teu pastor, e sexo fora do casamento é fornicação, pensei muito sobre isto, estou falando com toda a naturalidade do mundo não posso omitir o que aconteceu. Porque? Ele mesmo se questionava, eu escutava, engulia a minha saliva de nervosa, imaginando a situação. Pois Jesus Cristo pode voltar a qualquer momento, e você errou e eu não posso errar para encobrir o pecado que houve, e outra vez passava a mão no meu ventre, além do mais o inocente do meu neto não tem culpa de nada, fazer o errado retira a proteção de Deus, você sabia que era pecado e agiu errado filha.
— Sim pai, pedi varias vezes perdão em oração, e passava as mãos agora no ventre, não quero que meu filhinho sofra, faça o que deve ser feito, ainda bem que estou aqui nesta cidade, iria morrer de vergonha.
— Não tem nada de vergonha de expor um pecado e pedir perdão, vergonha sim é se você continuasse no pecado enganando todo mundo, sinta-se aliviada da sua culpa filha e comece a se preocupar com essa criança que depende do seu estado emocional em perfeito estado.
Do outro lado da porta, a psicologa escutava a conversa, sem querer esbarrou e abriu a porta, com vergonha ela disse: -Perdão, perdão, podem continuar já volto com a alta da Lara.
E o meu pai fez que nem aconteceu o pequeno incidente.— E o moço contou a ele? Não, passei muita humilhação com a mãe dele pai. — Sim também tentei falar com ele e a mãe dele falou coisas horríveis de você filha eu não acreditei, eu te conheço, impossível ser você o que ela disse ser. Corei de vergonha imaginando o que ela andou dizendo de mim para o meu pai.
— Pai, como vai ser daqui pra frente?
Você vai viver aqui com a tua tia Iasmim, passará por este tratamento que é necessário passar, e assim que melhorar terá de trabalhar...
— Trabalhar, Eu?
— Sim queridinha trabalhar, ajudará a sua tia, já deixei tudo arranjado, sua escola terminou, Era para ir atrás de uma faculdade, mas né... A prioridade é a sua saúde, seu filho e assim que melhorar, trabalhar ajudando sua tia, ela saberá o que fazer, deste modo você reflete na vida pois agora você não é mais um bebê, é uma mãe...
Não havia percebido muito bem, vinha na minha mente os gastos que uma gravidez deve de ter com remédios, com consultas, com as roupas da criança.
E meu pai completou:
— Entende agora o porquê o relacionamento intimo deve ser respeitado, é um ato de adultos, e depois que se engravida, a mãe e o pai tem que tomar responsabilidades, agora você terá de crescer pois tem um dependente aí dentro de você.
Meu pai continuou um pouco em silêncio, depois completou.
— Como é as coisas não é? Você deve ter se relacionado uma unica vez com ele, e já ficou grávida, penso eu querida filha é que você é crente tem seus valores, e quando se deitou com o rapaz, penso que sabia exatamente o que estava fazendo. Meu pai falando assim realmente veio na hora um arrependimento pensava que não era certo, deveria esperar. — Então engravidou... Deus sabe o que faz, se não estivesse grávida poderia estar pecando embaixo do meu teto, um pastor filha! Agora entendo os propósitos de Deus, ele não aceita que o pecado prevaleça.
Começava ficar nervosa. -Mas por outro lado, aceitando que errou, Deus te deu um filho, viva para ele e cuide bem dele, deixe eu levantar desta cama e ir arrumar as papeladas para você ir para a casa da tua tia. Meu pai levantou num impulso e veio e beijou minha testa.
Levei uma lição senti todo o tipo de emoção ao escutar, mas precisava escutar aquilo. Sim amaria de todo o meu coração meu filhinho, seria eu e ele daqui para frente.
Waldryano
Enviado por Waldryano em 24/07/2019
Código do texto: T6703771
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