15 — O Pastor

Já em casa iria fazer o que estava apreensivo que era: Ligar para a minha irmã Iasmim, contando a novidade, e assim o fiz, contei tudo sobre o que estava ocorrendo, expliquei que ela precisava passar por um tratamento e o hospital universitário da cidade dela era perfeito, disse que ela precisava de tranquilidade e nós de discrição.
Expliquei os pormenores que ela precisaria de ser acompanhada neste início de gravidez, não sei com que cara falava tudo aquilo para ela mas realmente era necessário, e nestas coisas sou objetivo. E ela ficou feliz, ela disse que para ela seria uma satisfação povoar aquela casa de gente. (Minha irmã é solteira).
Falei a ela que pagaria os custos da estadia da Lara, mas assim que ela melhorasse que a Iasmim colocasse a menina para trabalhar no seu atelier de costura, terminado de conversar e resolver isto liguei também para a Neide e contei que estava tudo certo, Lara iria passar a gravidez na casa da minha irmã Iasmim, minha esposa ficou feliz e disse que queria passar os primeiros dias com a Lara na nova cidade, concordei.
Neide me questionou sobre a Igreja e eu disse a ela que informaria por lá que a Lara se ausentaria para tratar sua saúde. Queria discrição não queria expor a minha filha. Terminado as ligações
— O melhor momento do meu dia! Tirei os sapatos alonguei as pernas deitando no meu confortável sofá. Liguei a Tv e o Dvd, estava a dias querendo ver um ensinador cujo qual recebera seu primeiro trabalho. Queria prestar atenção em alguma coisa. Me distanciar. E comecei a prestar a atenção nas sábias palavras e o assunto era tão interessante que nem observei o quanto tocava a campainha.
Fui atender era o meu conselheiro.
— Pastor, pastor... Assim que você saiu chegou a tão esperada correspondência...
— Chegou? falei sorrindo.
— Sim o formulário para preencher, isto oficializa você como o candidato para a presidência do conselho de pastores.
Não sei o que me deu. Fiquei tão feliz que acabei dando um: — Aleluias! Só eu e Deus sabíamos o quão feliz estava, eram cinco anos de dedicação e enfim o momento que esperava tanto!
Eu e o conselheiro sabíamos bem disto: — Receber o formulário significava que oficialmente era eu o candidato eu e certamente em outro lugar deste país outro pastor estava recebendo o tão sonhado formulário. Eram cinquenta porcento de chance de ser o Pastor Presidente, mas uma coisa era certa, era preencher o formulário e seria o candidato.
O conselheiro sorrindo, e vibrando comigo disse assim: — Você quer preencher agora o formulário, se assim fizer, amanhã mesmo já retorno ele. Respondi:
— Será? E ele respondeu-me: — Responda logo irmão, assim fica despreocupado, pois terá que viajar nestes dias não é?
— Então fique aqui na sala aproveite e assista este abençoado. Vou no meu escritório já volto com o formulário preenchido.
No meu escritório comecei a efetuar a leitura do tão esperado formulário:
Leia e responda com toda a verdade que um servo de Deus pode expressar.
— Quantos tempo tem o teu ministério?
(Esta é fácil) 15 anos
—Já foi disciplinado ou afastado em algum momento da sua vida cristã?
Não
— É batizado com o Espírito Santo?
Sim
— É dizimista?
Sim
Foram diversas perguntas até o tipo sanguíneo queriam saber... E veio a pergunta que arrepiou todos os pelos do meu braço:
— Você ou algum membro da sua família (filho, esposa) agem corretamente conforme os preceitos da nossa denominação evangélica?
[Sim] Descreva a atuação dos seus familiares no seu ministério
[Não] Se a resposta for não, infelizmente você não é apto para exercer o cargo pois o exemplo e o testemunho são tudo ao pastor presidente.
Ajoelhei ali mesmo e comecei a orar.... — Senhor Jesus amado o que responder?
E a Lara na situação que está?
Eu omito a informação, ou serei sincero e perderei a oportunidade de ser o pastor presidente. Meus cinco anos de preparo Pai! O que responder:
— Sim? Não? Sim? Não? Pai amado ajude-me nesta decisão...
— Sim? Não? Sim? Não? Pai amado ajude-me nesta decisão
Qual é a senha?
O Telefone toca, atendo:
— Oi amor, onde você estava? Sua mãe disse que você saiu ontem com a Lara, e ela me ligou preocupada, queria saber se eu conhecia o lugar onde você estava... Que alívio escutar a voz do André, ele me acalma. Preciso ver ele, preciso deitar no seu colo, preciso de carinho.
Fui muito precipitada, expus a minha amiga: — Coitada, ela estava grávida e correu, viveu fortes emoções e para finalizar pressionei ela. — Como eu sou uma pessoa ruim. Mas ela precisava contar o que lhe ocorrera pois estava vivendo de mentiras...
— André vem logo pra cá, preciso te ver, te beijar.
— Calma amor, num pulo estou aí.
Minha mãe atrás da porta do meu quarto (como sempre):
— E aí filha o que foi aquilo ontem? O que acontece com a sua amiga Lara que eu não posso saber?
— Não hesitei e respondi o que me veio à cabeça:
— Ela esta com anemia. Meu Deus anemia? Ela anda tão magrinha, mas é estranho, pois parece que ela esta inchada.
Mãe, ela está internada, contei a ela o que ocorreu, omitindo muita coisa por que a Neide mãe da Lara pediu. O André vai vir aqui, a Senhora poderia fazer um lanche para o meu noivo? Vou conversar com ele na sala. Minha mãe gostou da ideia:
— Faço sim, faço sim e foi saindo. Fui atrás e como suspeitava ela foi direto ao telefone.
— Mãe, por favor não conte para ninguém da Lara, não quero que a minha amiga caia na boca do povo.
— Nossa Lorena, só queria contar para a vizinha. Vizinha? Sei! por mim mãe fica entre nós.
— Esta bom, Esta bom, vou fazer o seu lanche.
E tocou a campainha era o meu amor, recebi meu Andrezinho beijando ele.
— E aí amor onde você foi com a Lara? Tua mãe falou que saiu de táxi com ela. Eu respondi o André do mesmo modo:
— A Lara esta internada. Olhei para o André queria contar tudo a ele, mas era um assunto delicado.
— Internada é?
— Internada sim e com anemia. Falei do mesmo modo que contei a minha mãe, mas queria contar a verdade para ele, por outro lado tive medo da reação que ele poderia ter ao saber que a minha melhor amiga estava grávida, ele poderia falar mal da Lara ou até pensar que a menina vivia uma vida desregrada e fingia ser santinha. Tudo isto passava na minha mente, vai que sobra pra mim, vai que ele fica pensando que eu não me dou ao respeito? Não posso contar agora. Mas fiquei com uma pulga atrás da orelha do modo que ele falou:
— Internada é? Senti ironia no tom de voz.
Fomos na sala, sentamos no sofá coloquei uma manta nos nossos pés, ele pegou na minha mão, iriamos assistir um filme gospel, precisava estar com ele.
— Nossa Lorena, você parece outra pessoa esses dias, eu te fiz alguma coisa?
— Não amor é que fico preocupada com a Lara tenho ela como irmã.
— Quer pipoca?
— Quero Sim.
— Então vou fazer e depois vamos comer um delicioso lanche. Fui e estourei a pipoca e estava levando o potão na mão, ao se aproximar vi que o André estava no celular e quando me viu rapidamente parou de mexer nele, ele estava bem atento e dava risadinhas. É claro que fiquei desconfiada. Continuamos assistindo o filme, a cada mordida na pipoca, estávamos tão concentrados que era possível escutar o mastigar na boca, olhava para o lado querendo decifrar os olhares do André, fiquei matutando sobre o que ele estava vendo no celular.
— Amor vou ir no banheiro.
— Claro André, levantei e abracei ele e dei-lhe um beijo, ele retribuiu passando a mão nos meus cabelos, e quando estava terminando de fazer o carinho, discretamente passei a mão e tirando o celular do bolso dele derrubando, caiu na manta ele não sentiu a falta. E foi ao banheiro, eu fui correndo ver o que o André escondia no celular. Estava com senha e isto me deixou mais desconfiada ainda, ele nunca colocou senha, claro que nunca pedi para dar conferes no celular dele, não sou de ficar fuçando, respeito a privacidade dele. Mas senti fumaça e precisava averiguar, joguei no canto do sofá e continuei comendo a pipoca. Ele voltou tateando os móveis.
— O que foi André?
— Meu celular, a sim ele está ali, e pegou no canto do sofá. Eu disse:
— Nossa nem percebi (eu pensei). Você me paga, descubro a senha já, já e fiquei pensando como descobrir a senha e o filme acabou e fomos comer o lanche.
— Lorena, você está cada vez mais estranha. E olhei para a minha mãe que me olhava já desconfiada.
— Nada não, é só preocupação com a Lara.

Waldryano
Enviado por Waldryano em 23/07/2019
Reeditado em 23/07/2019
Código do texto: T6702858
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