12 — Uma proposta
Um professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Califórnia um dia perguntou aos seus alunos.
"Aqui é a história da família. O pai tem sífilis. A mãe tem tuberculose. Eles já tiveram quatro filhos. O primeiro filho é cego. O segundo filho morreu. O terceiro filho é surdo e o quarto filho tem tuberculose. A mãe está grávida. Os pais estão dispostos a ter um aborto se for recomendado. O que é que vocês recomendam?"
A maioria dos alunos optaram pelo aborto.
"Parabéns," anunciou o professor.
"Você acabou de matar Beethoven."
O policial me empurrava, com violência, queria saber quem estava ali escondido embaixo deste balcão que anteriormente eu utilizava para guardar o gás aqui do meu bar.
— Meu Deus, se ele abrir descobrirá estas duas meninas que estavam fugindo desta tal batida na clínica clandestina.
Eu liguei para a polícia, não aguentava mais ver este entra e sai de meninas neste prédio, mas hoje de manhã vi outro tipo de meninas, recatada possivelmente de alguma igreja, e estas duas estavam agora escondidas embaixo do meu balcão abandonado.
— Sim elas estavam sendo escondidas por mim! Quando liguei fazendo minha denuncia anônima, é por não aguentar mais ver esta situação, todo o dia meninas indo abortar nesta clínica. Como eu sei disto?
Uma vez uma menina veio desesperada ao meu bar perguntando se eu queria comprar o seu bebê, ela chorava, eu disse que nem sabia o que era aquilo de vender, era jovem, isto foi uns cinco anos atrás, ela foi chorando, subiu as escadas daquele prédio que fede mofo, eu observei, ela desceu, visivelmente abalada já sem a barriguinha que carregava, achei estranho e comecei a observar, o sobe e desce destas meninas... Hoje vi que o negócio está se alastrando e até meninas do bem estão procurando a clínica, essas meninas que estão agora escondendo aqui, elas não são nem um pouco parecidas com as que geralmente procuram a clínica, eu dei o basta nisto, mas vi da minha janela essas meninas descendo desesperadas aquela escada, uma quase caindo em cima da outra e quis ajuda-las.
— Ande logo abra essa porta tem alguma coisa aí em baixo!
O policial me empurrava e abriu.
— Sai,
— Eu gritei.
— Ai meu Deus o que é isto!
E o policial que parecia tão seguro de si deu um pulo.
— Aí meu Deus, que coisa horrível!
E passou uma daquelas meninas na frente do bar, esta corria desesperada sem rumo, o policial parou de observar o que deixou ele assustado, e gritou bem alto:
— Ei garota, pare aí, a menina que corria fugindo, possivelmente outra que estava querendo abortar seu filho, viu o policial e apressou o passo, o policial sai correndo deixando o balcão entre aberto.
— Depois eu volto aqui, senão der um jeito nisto denunciarei seu estabelecimento a vigilância sanitária e saiu em retirada.
— Agora com licença o dever me chama preciso prender essas bandidas, e necessito de provas, e correu atrás daquela garota que passou correndo em frente ao bar.
A ratazana era enorme e acabara de sair de dentro daquele balcão, a mulher assustada, gritou, Lara e Lorena não quiseram nem saber abriram a porta saindo daquele espaço que causou-lhes claustrofobia.
— Meu Senhor, aquilo estava passeando nas minhas pernas Gritava Lara muito assustada. A mulher foi na frente do bar pegou uma vassoura e tentava espantar o bichano que estranhamente queria ficar ali por perto.
— Meu Deus, deixe eu fechar meu bar, se alguém ver isto será uma tragédia, e a senhora de seus trinta e poucos anos abaixava as portas de correr.
— Também hoje já deu tudo o que tinha de dar, esses policiais com a sua blitz acabaram com a minha clientela. E dizia a senhora. E você aí bicudo, já deu o que tinha de dar hoje. Era um homem pequenininho que estava se acabando de tanto beber.
— Só mais um goliiinho, e mostrava o copo na mão, Essa sua camisa parece um saiote, E a moça do bar pensou e se deu conta que as duas estavam ali atrás do balcão e o policial lá na frente estava quase conseguindo pegar a drogada que não conseguia ter tanto vigor para fugir da polícia.
E fechou a outra porta de correr mais rapidamente não se importando se o bicudo ficaria ali e veria a cena que haveria a seguir.
Já vejo mais uma branquinha procê bicudo, tenho que tratar de um assunto.
Agora na frente das duas meninas ela falou.
— Mil desculpas essa ratazana já ha dias esta me importunando no bar não sei por que, tudo aqui é limpinho, paciência, nunca que imaginava que ela estaria onde coloquei vocês escondidas.
Agora Lorena respondia:
— Nem sei o que pensar, eu vim acompanhar minha amiga a um pré-natal e acabou um rato enorme passeando em mim na escuridão, e a Lara agora falava.
— Desculpe amiga, mas é que... Agora quem falava era a moça do bar, que conseguia visivelmente observar quem estava passando pelo pré-natal, por conta da roupa de hospital.
— É que você ia matar o seu filho e a sua amiga estava te acompanhando de cumplíce não é? E você acha certo o que sua amiga iria fazer?
— Não, nunca, antes de mais nada abortar é pecado e crime, eu sou evangélica e não concordo com o aborto e nunca me envolvi com nada que poderia me levar para a cadeia.
— Foi um ato de desespero. disse Lara, mas desisti no último minuto...
— Graças a minha ligação salvei a vida do inocentinho que você carrega no seu ventre guria...
— Ligação?
—Sim ha pouco vocês duas tão recatadas vem aqui pedem água lembram?
Disse Lara amuada para a moça do Bar:
— Sim, eu lembro, estava morrendo de sede, aflita e preocupada. Lorena anestesiada com a situação só escutava o que a moça falava...
— Vocês subiram e foram tirar o neném de vocês, Lorena agora interrompera:
— Espere aí amiga, é ela que está grávida, eu não, aliás a Lara nunca me disse que ela ia fazer um aborto.
E a moça do bar continuava.
— Vocês subiram para ela tirar o neném não é? fiquei angustiada, pois sempre vi, prostitutas, drogadas e outras meninas subirem aquelas escadas, mas agora até moças recatadas estavam subindo, chorei, bebi um gole de água, e tremendo liguei, Sei não se não vou ter que fechar meu bar.
— Nunca contem isto pra ninguém... O bicudo a essas alturas já tirava um cochilo se apoiando na mesa, cansado de esperar o copo de pinga... Eu tremula disquei para a polícia. Agora ela olhava para Lara, somente para a Lara.
— Como você pode querer tirar a vida de um inocente que não tem culpa de nada? E chorou como criança, lembrou daquela menina que outrora lhe oferecera seu filho e ela recusou-se a comprá-lo, e lembrou do drama que fizera ela quase perder seu marido.
— Como você agraciada com a maternidade, não quer ser mãe?
Lara chorou, e disse. — Amiga é complicado.
E a mulher aos prantos agora olhava para Lara, Lorena só escutava, se comovia com como a mulher falava do inocente e também estava lacrimejando querendo chorar.
— Complicado amiga, é casar, e o seu marido querer ter um filho e você não poder dar o que ele tanto quer... A moça do bar foi diagnosticada, ela tinha endometriose, que no linguajar popular falam-se que a mulher tem o útero de criança.
— Complicado amiga, é ter conseguido engravidar e o seu corpo não conseguir segurar o filho...
— O que você tem aí dentro é o milagre da criação. POR FAVOR, NÃO MATE SEU FILHO e voltava a mulher a chorar, agora estava descontrolada, lembrou que o marido estava quase largando dela, pois ele queria de todos os modos uma criança...
— Escute ela, Lara, já que você não me escuta. Você tem um anjinho aí dentro de você que é inocente e depende de você, Lorena complementava...
A mulher contou todo o seu drama para as meninas, o policial? não voltara, e o bêbado estava quase acordando...
— E agora? Como vou ir embora com essa roupa. Lorena olhava a amiga, e dizia.
— Não sei vamos embora e você vai direto para sua casa contar aos seus pais sobre a sua gravidez e eu vou junto, e é hoje que você conta tudo pra eles....
— É mesmo guria, com esta roupa, se você sair daqui certamente alguém vê e te denuncia e você vai presa, e perigoso eu ir contigo... A moça do bar olhou para o bêbado que pedia a tão amada branquinha.
— Calma, calma já lhe levo a sua pinga, calma calma... Lorena olhou para ele e disse:
— Nossa aquela camiseta dele é enorme parece um vestido...
Realmente a camiseta do bêbado era enorme e desproporcional ao seu corpo franzino, Lara lembrou de um detalhe que fez toda a diferença...
— Lorena lembra quando você fazia as roupas para as minhas bonecas? A moça do bar ficou encabulada com a pergunta e disse:
— O quê? E as duas falaram sim lembro e a moça do bar pensou melhor já entendendo o que a Lara estava insinuando. Ela falou deste modo:
— Bicudo, bicudinho uma garrafinha pela sua camiseta... E mostrava a garrafa...
— Pela a minha camiseeeet-a-a-a? Falava ele meio torto. E tirava a camiseta ficando expondo sua magreza para as meninas que deram risada, e a Lorena perguntou para a moça do Bar.
— Por algum acaso tem agulha e linha... A moça do bar abriu a bolsa e disse:
— Por sorte andei colocando um botão na minha blusinha ontem que caiu, e acabei deixando a linha aqui...
Lorena tinha jeito com o improviso, fez uns ajustes e até cortou o avental fazendo um bojo e uma calcinha meio estranha, tipo para uma boneca, com o fio meio dado os pontos às pressas as duas olhavam Lorena, e a moça dizia:
— Nossa guria você leva jeito com isto:
— São anos e anos de roupinhas de boneca risos.
— Que nada, moça, sempre falei que ela leva jeito pra isto e terminara de fazer os ajustes, cortou os tecidos quando precisava com uma faca que a moça do bar usava para cortar os petiscos... Lara estava vestida, e com o resto do avental, ela fez uma camiseta pro bicudo...
— Nossa tou bunito agora minha branquinha... E a moça do bar, deu a garrafa... O bicudo tomou... e deu um cuspi para o ar....
— É agua...
— É sim, tome jeito e vai cuidar da sua patroa. Abrindo a porta e tocando o bebum de lá....
A moça do bar fez a ligação e já na frente do bar esperava o taxista, ela olhou para a Lara e disse:
— Espere um pouco falta alguma coisa aí, ela retirou o cinto da sua calça era dourado parecia um fio, que ficou perfeito com a camiseta agora vestido do bicudo, ela veio e ajustou na cintura de Lara, Lorena já entrara dentro do taxi, e a moça do bar sussurrou no ouvido da Lara enquanto colocava o cinto.
— Senão quiser seu filho, vende ele pra mim, eu cuidarei com todo o amor e carinho e passava nas mãos da Lara um papel com seu telefone... Pago dez mil reais pela criança, e se quiser venha morar comigo até o neném nascer... Lara surpresa, abriu a porta do taxi, sem reação só sentou, o taxista olhou para ela e disse.
— Você estava com outra roupa? E a Lorena olhou para o taxista e disse:
— Sim ela estava e decidiu trocar... E no meio do percurso Lorena interrogava Lara, sobre a moça o que cochichara no seu ouvido. Lara disse:
— Nada não, taxista, deixe a Lorena na casa dela, você lembra onde é não?
O taxista respondeu:
— Sim lembro onde peguei ela. E a Lorena disse assim agora bem autoritária.
— Não senhor taxista pode levar nós duas na casa dela, ela precisa contar algo aos seus pais e eu vou junto com ela para certificar que realmente ela vai contar...