A filha do Pastor Cp05
05 — O pior dia da minha vida
Ao finalizar a minha pregação fico pensando o porquê a Lorena não quis louvar... E ela não me olhava em nenhum momento e essa será a oração para finalizar o culto, parece que é o meu pai que vai orar. — Vou conversar com a Lorena, ela tem que ser compreensível comigo,
Errei? Sim eu errei, quem não erra?
Espere...
Ela está indo embora antes de finalizar o culto!
Vou atrás dela e do André (o chato do namorado dela, ops agora noivo). Não consigo alcançar, depois envio uma mensagem no celular, será que ela se incomodou com a mensagem? Ou será por ter convidado ela para cantar?
Mas da outra vez fizemos assim convidei ela no final da minha mensagem e ela ficou muito feliz. — Bem depois resolvo isto. Hoje vou sair com o Thomaz, vamos resolver tudo vou falar para ele (sei que é careta esse papo mas é necessário) que poderíamos noivar e casar, já estamos neste namorico por um bom tempo. É ele ...
Olho para o celular e vejo a sua foto. — Vou ligar lá em casa e falo para a mãe que vou à casa da Lorena, minha mãe não me incomoda quando digo que vou lá...
Entrarei nesta lanchonete, já avisei o Thomaz que estou esperando, peço uma água para esperar lo para me buscar de carro, ele tem uma caminhonete, não sei o nome, mas é bem confortável decerto que é do seu pai, meu Thomaz, hoje vamos idealizar o nosso futuro, como eu amo esse rapaz, dei-lhe uma prova do meu amor (e também minha roupa intima que escrevi aquilo e dei a ele) mas bem lembrado a Lorena, sim, eu sou a filha do pastor não poso ficar assim. Preciso corrigir meu erro. Casar? Com jeito ele aceita, tenho certeza que ele aceita, É ele. Chegou, abriu o vidro e fez um sinal para eu entrar, aqueles caras nojentos do bar deram risadas vulgares, custava ele sair do carro e me buscar?
— Nem me beijou, esta estranho o Thomaz, nem parece aquele homem que me cercava de beijos lá na casa da Carla. Fico observando seus gestos entre uma troca de marcha e ele diz:
— Acho melhor terminarmos...
Fiquei em choque terminar? Como assim? Tinha me entregado dado a maior prova de amor que uma menina poderia dar, fiquei calada, meu chão, meu mundo caiu. Vi que ele estava guiando o carro em direção a minha casa.
— Foi alguma coisa que eu fiz Thomaz?
Nós nos amamos somos feitos um para o outro. E ele argumentou da maneira mais cafajeste que um homem poderia argumentar disse que sentia muito desejo por mim. E para não me desonrar era melhor parar por aí. E eu? No desespero disse:
— Nós poderíamos casar temos química, somos feitos um para o outro.
Ele freou o carro bruscamente já estávamos bem perto da minha casa.
— Você não entendeu Lara? Eu não quero ter um compromisso sério, o que aconteceu, aconteceu não volta atrás eu não te obriguei a nada. Seus olhos azuis neste momento eram de cólera, assustadores, e eu não entendia porque ele estava falando daquele jeito e comecei a lacrimejar, era mais forte do que eu, quando vi estava chorando, e ele foi do outro lado e abriu a porta do carro fazendo sinal para eu sair. Já estava descomposta e gritei dando-lhe tapas,
— Seu cafajeste, eu me entreguei a você, como você pode fazer isso comigo! Ele falou de um modo calmo, vi que para ele era normal àquela situação.
— Eu não obriguei você a nada. O que você fez foi por livre e espontânea vontade. Você é bonita, logo, logo encontra alguém que queira casar com você. Eu Lara quero curtir a vida, você é muito certinha, eu quero uma que queira curtir sem compromisso, Adeus, não me procure mais...
Sai sem chão ele rapidamente entrou na sua caminhonete e sumiu. Minha mãe apareceu na porta abriu e veio a mim era umas dez e meia da noite. Ela perguntou o que houve:
— Terminou com aquele rapaz? Não respondi, meu estado era a melhor resposta. Pensava:
— Como fui louca, entregar a um desejo de momento, e olhava para a mãe e pensava em contar. De longe apareceu meu pai. Tive medo. Engoli o choro e disse:
— É página virada na minha vida. Minha mãe esboçou um sorriso que tentava de todos os modos disfarçar:
— Entre filha vá para o seu quarto vou lhe preparar um chá durma e esqueça dele, não era para você esse moço, ainda bem que terminaram cedo. Minha mãe falava e voltava à cena, as juras, os beijos molhados e as falsas promessas. Sim, me vinha tudo como um filme na minha mente e eu me entregando para o Thomaz. Já com o chá minha mãe disse:
— Calma filha você vai encontrar um varão que te respeite e te valorize pois você sempre foi exemplo. Ela falava e eu chorava,
— Como tive coragem de trair a confiança da minha mãe? E do meu pai? Aquele segredo, o que eu fiz na casa da Carla iria para o tumulo, só eu o cafajeste do Thomaz e a Lorena saberíamos, estava vivendo um pesadelo.
Um poema
No outro dia acordo, melhor seria não acordar, os sonhos (sonhos não pesadelos) foram com aquele crápula, não sei o que passou na minha cabeça, como estava cega, ele disse que me amava, esse celular (Lara liga o celular e vai nas fotos) vou apagar todas as fotos deste Thomaz, não quero nada que lembre ele na minha vida... Acredita até escrevi um caderninho de poemas com todos os nossos encontrinhos, tudo guardava nele, ela vai embaixo do colchão e lá está o caderninho, — Meu Deus como tive coragem de ficar escrevendo alimentando um amor que não existia...
Passo pela cozinha...
— Bom dia filha, como está? olho para a mãe e digo, só estarei bem quando eu queimar isto.
— O que é isto?
— É o meu caderninho de poemas que escrevi para o Thomaz, minha mãe continuou estática tomando o café.
— Filha querida a gente cresce com as desilusões não vou falar mais nada amada e veio e me beijou na testa. Se você se sentirá melhor queimando isto queime lá fora, mas cuidado para não se queimar. Estou aqui fazendo minhas limpezas, depois vamos sair passear no mercado o que acha?
— Esquece filha, vai achar hinos para a mocidade, mude o foco.
— Queime essa recordação e vamos pra frente, bola para frente filha, foi um erro, mas passou.
— Olhava minha mãe toda generosa, e pensava em contar fiquei com desejo de dizer tudo que rolou na casa da Carla, a minha mãe, eu estava brigada com ela, mas agora via que era ela que tinha razão, fui e abracei ela chorando (para de chorar Lara, falava pra mim mesma, mas não conseguia!)
— Pare de chorar filha, pode ter certeza que o safado deste Thomaz nestas horas deve estar jogando seu charme para outra despercebida. Ainda bem que acabou sem nada de grave ter ocorrido. — Quando ela falou assim, gelei toda! — Será que ela desconfia de algo? Bem, vou lá queimar isto, pense mãe que fiquei madrugadas escrevendo isto.
Fui sentei na grama, e comecei a arrancar folha por folha, as vezes curiosa, lia os escritos, mas amassava, começava a odiar minha perda de tempo com aquilo. — Como eu fui tão boba? ninguém me beliscava, me dizia: — Pare com isto Lara! Ah sim, a Lorena e a mãe sempre me alertavam deste rapaz, mas ele disse que me amava:
— Como pode sair daquela boca tantas palavras de carinho e ontem tudo aquilo?
E aqueles olhos azuis, me desejando e ontem me jogando para fora como um trapo velho?
E amassava com mais ódio os inofensivos papeis. Meus olhos azuis, meus lindos olhos azuis, esse escrito não tenho coragem. O poema era este.
Nos seus olhos azuis me perco deveras
O amor para mim nasceu
Minha vida doce agora te espera
Venha tome posse do que é seu...
E continuava todo doce e cheio de entrega o poema, que Lara dobrava com todo o cuidado guardando no seu sutiã, não queria que ninguém vesse, e ascendeu o fogo que queimava os papéis ela olhava aquele fogo consumir todo o esforço de três meses de tórrido romance.
E queimava e queimava, ela deixou queimando, e estava voltando para a casa, de repente lhe passou de voltar, e voltou, o fogo estava quase se findando, então ela retira o poema que queria guardar de recordação:
— De você Thomaz não quero nada, nem este escrito! Atacou alimentando o fogo que consumia o último papel apagando-se, e Lara disse,
— Página queimada na minha vida!