Prisão | Em meio ao Desespero encontrei o Amor | Waldryano pt2

Na casa do Pastor, eu orei

Capítulo 46

Hoje sairei com o meu amor, a Nelma, vamos passear no parque,bastante verde, uma lagoa pequena e sem duvidas casais de namorados caminhando e deixando o amor os levar.

– E aí Robson, será que você esta alinhado? Perguntei a mim mesmo na frente ao espelho do meu guarda roupas, alias que organização,lembro que estava uma bagunça! Quem será que arrumou?

– Agora sim,toque final o perfume atrás do pescoço... Agora sim Senhor Robson 'tabunitu'.

Fui à casa da Nelma, ela linda como sempre com sua habitual jardineira jeans a Lara? Com um conjunto social branco, sempre social a moça?

– Vamos, dizia ela ajeitando o seu notebook e uma pasta com diversos papéis.

– Mas antes deste passeio você vai passar na casa de um pastor não é? Falava Lara com a Nelma.

– Essa do pastor eu não sabia, indaguei as duas.

– Ah sim, disse a Nelma, uma hora de oração todos os dias pela vida do Zecão, a partir do dia que você foi preso começamos essa campanha, te explico melhor no carro,e veio a Nelma pegando na minha mão e a Lara disse assim:

– Enquanto isto terei de fazer algumas ligações, deixei minha vida lá na capital, devo dar algumas coordenadas por lá.

Ela deixou–nos na casa do Pastor, a Nelma disse onde tinha um café com WiFi e ela combinou de nos buscar em uma hora período necessário para o encontro.

– Como será isto?Perguntei curioso, não participava destes encontros religiosos.

– É bem simples Robson, nós da juventude se reunimos na casa do pastor e estamos todos os dias mobilizados com essa história e preocupados com a vida do Zecão. Decidimos fazer uma campanha de oração. Um mês de intercessão e estamos fazendo uma coluna de oração.

– Coluna?Indaguei curioso.

– Vamos lá você entenderá.

Ao adentrar na casa do pastor logo fui recebido por alguns jovens. O numero de pessoas em torno de 10, me cumprimentaram e começaram a reunião.

O pastor leu a Bíblia conversou um pouco sobre o que foi lido e um irmão acompanhado de seu violão fez o momento de adoração.

– Confesso que estava curioso como será a oração? A Nelma me olhava,ela já me conhecia, e conseguia deduzir meus sentimentos e ansiedades,logo ela falou:

– Já começamos Robson, nossa reunião é diária, sempre quando acontece algo digamos: – anormal–, nossa juventude se reúne para fazer essa campanha um mês ininterrupto de oração uma hora é essa reunião.

– E como combinam os horários? Logo perguntei: Ela disse: – Combinamos tudo por mensagens de celular,na internet, ou no final das reuniões, tendo dois a reunião já acontece,mas sempre quando fazemos essas reuniões temos uma ótima frequência, nossa juventude é pequena,no entanto é muito unida. E o melhor as bênçãos são grandiosas pra testemunhar.

– É Nelma?

– Sim depois te conto, mas é cura é porta de emprego são tantos milagres que acontecem Deus é fiel.

– O pastor começou a oração, orou cinco minutos, logo começou a esposa, estávamos em círculos de mãos dadas, como uma coluna, abri os olhos e olhei a Nelma,e ela olhou–me fazendo um sinal que era para orar... Logo entendi a 'dinâmica da oração' iria chegar a minha vez , comecei a ficar nervoso, não sou muito de orar em voz alta, mas por outro lado sentia uma quentura que tomava todo o meu ser.

Era: – Aleluias, Gloria a Deus,e neste instante a Nelma começou a orar ao meu lado:

✞

"Pai amado , te amo de todo o meu coração sei que sempre estais comigo (segurava firme na minha mão,confesso que suava a minha mão, mas a oração era tão linda que o nervosismo foi dando espaço para o contentamento). Pai querido, te agradeço pela vida do meu namorado, que esta aqui do meu lado.

– Oh Pai, tu conhece o coração dele, tu sabes dos seus caminhos e este é o meu amor Pai, é ele que pedi a Deus, cuida dele Pai eterno onde quer que ele esteja, onde quer que ele for cuida dele, dos seus planos dos seus sonhos da sua vida, dai forças para ele vencer as dificuldades e transforma a cada dia Pai a sua vida, vai ensinando a ele ser um servo de valor (Nestes momentos as lágrimas vertiam no meu rosto ela começou a orar mais baixo e entendi, sim, era a minha vez de orar.)

– Senhor Jesus, (comecei...) Tú, bem sabes dos caminhos da minha verdade da minha sinceridade, tu me conhece dês do ventre da minha mãe ( a Nelma segurava firme na minha mão) Mas pai, quero interceder pela vida do Zecão, Pai pela sua família. Senhor amado, pela aquela mãe que esta desesperada no hospital. Pai, se de algum modo eu prejudiquei aquela família, restaura pai, restaura, eu te peço restauração, faz um milagre lá naquele hospital, não deixa seu filho sofrer tanto. Aquela mãe Pai, conforta ela,(nem observava mas o tempo já tinha passado) Pai cuida da minha mãe também cuida dela dá a vitória Amém"

✞

Que oração!

Parecia que necessitava daquilo, foi um revigor na minha alma.

A Nelma? Foi no banheiro e voltou cumprimentamos os jovens a Lara já nos esperava na frente.

– Vamos passear no parque meu Amor?

Disse a Nelma do modo mais gracioso que ela poderia dizer. Eu? Apaixonado, simplesmente apaixonado, por aquela menina que me trouxe bem de pertinho de Deus.

###

Capítulo 47

Um passeio no Parque

No parque começamos a passear de mãos dadas parecia um sonho, outro dia, preso, e naquele momento livre! O ar tocava meu rosto... O sonho só foi quebrado por um incidente.

– Olha mãe, dizia o menininho de uns sete anos ou mais, o moço do jornal!

A mãe do menino puxava o braço dizendo:

– Não chegue perto deste delinquente!

E voltei triste a minha realidade. A Nelma me olhou e disse:

– Calma é só uma criança,vamos aproveitar o momento... E meio triste tentei esquecer colocando um sorriso no rosto.

Peguei na cintura dela... La no banquinho, la longe, disse a Lara:

– Comportem–se estou aqui lendo e estudando... É realmente ela não para, pensei vendo ela com o seu inseparável notebook sentada naquele banco de praça.

– Mas estou de olho em vocês! Fazendo um gesto com os dedos. O tom era de brincadeira.

– Vamos ali? Disse a Nelma.

Eu vi uma arvore bem grande com os troncos bem, digamos: –Convidativos' a um encontro.

E encostei.

E ela se encostou.

E se beijamos...

Que beijo bom! Confesso que o beijo esboçava todos os sentimentos que estava nutrindo por aquela garota. A sombra da arvore, os pássaros a cantar, tudo estava lindo, perfeito.

E veio outro beijo, e abraços...

Descobri sim,era a Nelma que amara, e disse assim a ela:

– Quem bom que Deus colocou você na minha vida! Esquecer o celular naquele carro, aquele nosso primeiro encontro na sua casa, sabe Nelma.

– Fale meu amor, dizia ela passando a mão nos meus cabelos.

– Tudo que ocorreu foi complicado, mas por outro lado nossa história iniciou–se em meio a tudo isto.

Ela olhou me continuava a passar a mão na minha nuca, seu perfume se confundia com o cheirinho de natureza que nos rodeava.

– Sabe Robson, se eu fosse traçar um titulo para o nosso amor, sabe qual seria?

– Não, fale... Retribuía as caricias passando a mão nos seus cabelos.

– Prisão, em meio ao desespero encontrei o Amor.

Olhei para ela, ela me olhou apaixonadamente, se beijamos, nossos corpos estavam entrelaçados, o sabor daquele beijo era todo especial.

Continuava o nosso passeio, no meio do parque havia uma ponte para atravessar um pequeno lago e passamos por essa ponte. A Lara? Estava longe envolta aos seus papeis.Ventava e as folhas de arvores grudavam nos cabelos da Nelma, de repente no meio da nossa travessia o ar ficou totalmente agradável, a Nelma me olhou e eu olhei para ela. E ela disse assim.

– Sabe sempre quis fazer aquela cena do Titanic, e deu uma risadinha de leve, eu também tinha esse sonho de fazer a tal cena algum dia,mas as chances eram quase remotas e encontrar um barco pra fazer aquela cena? ... Mas improvisamos...

Que improviso! No meio daquela ponte de madeira peguei sutilmente nas mãos da Nelma olhava para o horizonte daquela praça e disse assim a ela:

– Te amo. Ela olhou–me para trás e impulsionou seu rosto, e senti, senti seu delicioso hálito de menta...

– Eu também te amo. E me beijou...

De repente aquele momento foi quebrado.

Sim.

Algo estranho estava acontecendo.

Uma movimentação lá na frente onde estava a Lara. Ela estava conversando com dois policiais, eu vi a cena e falei assim a Nelma:

– Nelma, vamos ver o que esta ocorrendo, logo pensei na minha mãe.

– Vamos!

Chegamos onde a Lara estava e o policial me entregou uma foto.

Eu peguei, olhei para a foto. Sim era o descampado, aquele que dei aquele tiro quando estava com o Nilmar.

– Conhece este lugar? A Lara olhou para o policial, olhou para mim e disse:

– Por que a pergunta?

O policial continuou mais veemente.

– Conhece este lugar? E eu acabei por dizer.

– Sim, conheço! Queria contar toda a verdade acabar com aquele pesadelo:

–E isto você também conhece? Seu monstro!

E me mostrou uma foto que fiquei chocado, A Nelma puxou a minha mão e olhou a foto, virou o rosto e vomitou.

– Meu Deus!!! Que horror!

A Lara disse:

Vamos à delegacia, tudo será esclarecido.

– Não advogada Lara, é Esse o seu nome não é?

Por conta da evidencia aqui exposta e pela brutalidade do ato do seu cliente ele esta preso. E veio o outro policial e me algemou.

A Nelma chorando disse:

– Nãããããããããããããããão!

Mas era tarde estava sendo preso novamente.

O policial logo disse:

– Agora esse maníaco vai ficar bem longe das pessoas de bem desta cidade, e sairá da dela só depois de pagar por todos os seus atos criminosos.

Continua...

###

Capítulo 48

Sexta Feira, Antes do tiro no campo de eucalipto...

Flash back

– Pai,vamos de novo naquele lugar, falava Nilmar para o seu pai dentro do corcel possivelmente roubado.

– Sim filho, hoje será a tua prova final...

E dirigia Nilmar, seu pai ao lado o acompanhando.

– E hoje você vai graduar! Hoje vamos ver filho, ver se meu filhinho é homem de verdade! E passava as mãos na minha cabeça.

– Pare pai, veja... estou dirigindo.

– A sim filho concentra na direção.

E olhava para o meu pai, realmente o que aconteceu comigo foi humilhante merecia uma vingança aquele Zecão me surrou me humilhou... Mulheres, sempre por causa delas a gente se envolve em confusões.

Nilmar havia 'ficado' com a menina do Zecão, ele e a sua gangue depois de descobrir tal fato, o surraram na escola e a humilhação foi constante após o ocorrido, tanto que Nilmar teve que mudar de escola.

Meu pai me olhava, eu dirigia, quase chegando ao local que iríamos fazer aquelas aulas exaustivas de tiro, naquelas latas, o pai disse pra mim.

– Você tem que dar um susto nele! Senão ele nunca irá parar.

– Ele te humilhou, toda a escola viu.

Meu pai também falava pra mim.

– Não criei filho pra apanhar na escola, nem pra ficar na cola de amiguinho mimado que tem tudo.

Sim, sempre quis ter a vida do Robson, as roupas do Robson, e as garotas dele também! Porque ele tem tudo e eu nada. A minha vontade é de acabar com a vida de duas pessoas, do Zecão que me humilhou, e do Robson que fica 'pagando na minha cabeça' com aquelas roupas caras, e o carro? Sim o carro.

Ele com aquele gol, sai pra lá e pra cá, as meninas adoram!

Eu com esse corcel velho!

E o meu pai dizia:

– Quase chegando, e passava a mão no bingo que estava no seu colo, e eu não entendia o porque o pai trazia dois cachorrinhos dentro de 'gaiolas de veterinário' estavam atrás do banco.

Pai, porque você esta trazendo esses dois cachorrinhos e porque ele estão sedados?

Sim eles estavam sedados, sabe, meu pai trabalhava em uma veterinária de lavar cachorro, ele odiava o seu serviço, e me lembro bem que ele ficou morrendo de raiva quando teve que tomar altas injeções por conta de um cachorrinho ele me disse assim no dia.

– Um llasa de uma madame me mordeu hoje naquele serviço maldito, fiquei curioso sai ver na net esse tal llasa.

– Esse cachorrinho ali atrás dormindo não é o llasa, da veterinária.

– Sim filho vou levar ele depois destes tiros.

Fiquei intrigado, pois meu pai dissera que tinha saído da veterinária.

Chegamos pai, quero dar esse tal de tiro logo, e ir embora.

– Calma filhinho, hoje vamos conversar.

E começou a contar ele me influenciava que era o Robson, sim meu amigo Robson que me deixava com aquele semblante de derrotado.

– Ele tem tudo, e você Nada! E tem aquele Zecão que ri da sua cara!

– Você tem que dar um basta nesta situação filho! Não criei filho pra ser um covarde.

– Eu não sou covarde...

E saia o Bingo correndo naquele descampado, feliz da vida.

– Tome atire! Naquela lata lá na frente.

Peguei o revolver e engatilhei com destreza de exaustivos treinamentos, era longe, atirei acertei, estava com uma luva nas mãos, meu pai sempre me instruía usar luva, mesmo assim suava minhas mãos, o baque me jogava um pouquinho pra traz.

Olhava para meu pai, ele estava tirando as duas gaiolas de dentro do carro, a sedação estava passando e ele estava soltando os cachorrinhos, um era o llasa que virá na net e o outro um inofensivo pinscher...

Entendi, meu pai queria soltar os cachorrinhos ali.

– Pai o que você quer fazer com esses cachorrinhos?

– Hoje seu tirou ao alvo será diferente, dizia meu pai com uma tranquilidade assustadora.

– Como assim?

– Simples esses dois pulguentos, dizia chutando os coitadinhos, me morderam, lembra? Até tive que ficar internado, por causa deste aqui, o cachorrinho esboçava uma reação runhava para o meu pai, estava melhorando voltando a lucidez.

– Vamos atire!

– Eu atirar nestes cachorrinhos? Eles tem dono, que que é isso pai!

– Não tem mais eu sequestrei eles...

Lembrei da história que ouvia na radio de um cachorrinho de criança que tinha sumido, a cidade inteira se mobilizava pois uma criança a dona do pequeno animalzinho tinha ficado doente, era comoção total na cidade, todos corriam atrás do cachorrinho. O outro provavelmente teve o mesmo fim, sequestrado, roubado, pelo meu pai.

– Vamos atire!

– Na hora que estiver na frente do Zecão, sim na frente dele você terá de atirar.

Bingo veio próximo das minhas pernas deu um grunhido de medo...

– Atire seu covarde! Atire!

Eu não tinha coragem era um cachorrinho, e estava cambaleando.

Meu pai tomou o revolver da minha mão e disse.

– Atire nele, assim!

E atirou

Eu disse: – Não!

E o cachorrinho caia tombado no chão, meu pai o matará.

– Uma coisa é latinhas, filho, outra coisa é um ser vivo!

Digo–te que o Zecão quando te surrou te humilhou, se tivesse com uma arma, sim ele atiraria em você, no dia você tem que atirar, já conversamos sobre isto, tudo esta acertado, você trará seu amiguinho aqui, e incriminaremo–lo. Como combinamos, mas é importante você sentir o cheirinho de sangue, sinta! Sentia o sofrimento daquele cachorrinho que esperneava até morrer... Não queria aquilo pra mim, só queria me vingar daquele Zecão, matar? Acho que não teria coragem. Meu pai me olhava parecia adivinhar meus pensamentos.

– Na hora que você estiver com a arma mão, você é quem decide pela vida e a morte e poderá matar se quiser é com você.

E dizia com bastante tranquilidade,

– Eu imaginara que se acovardaria na primeira tentativa, por isso trouxe esse pinscher que correra longe cambaleando, querendo fugir, e o Bingo, grunhira nas minhas pernas pedindo proteção.

– Agora seja homem, atira, deu de volta a arma nas minhas mãos.

Eu olhei para o cachorrinho já estava longe mirei e atirei.

Acertei uma lata que estava longe mostrando que tinha uma mira exemplar.

– Da isto aqui, pegou a arma de forma abrupta das minhas mãos e atirou no inofensivo cachorrinho estava longe teve que dar dois tiros.

E o bingo saiu correndo cheirar o coitadinho que esperneava até morrer.

O meu pai olhou para o cachorrinho nosso vira latinha eu percebi o que iria acontecer, peguei nos braços do meu pai, era tarde demais Gritei.

– Não pai o Bingo, não!

Meu pai num ato de fúria atirou no nosso vira latinha...

– Chorei, sim chorei não deveria, por conta disto sofri as consequências...

Os três cachorrinhos sucumbidos naquele descampado de eucalipto.

Meu pai quieto calado, retirou todas as bala da arma, limpava, e eu fui olhar o meu cachorrinho, meu pai silenciosamente ia dentro do carro tirou sacos pretos e uma pá.

Eu dizia: –Binguinho, meu bingo Não!

Meu pai atacou os sacos no chão, e colocou a pá de um modo que ela ficou ereta na terra.

Tá vendo aquele lugar ali?

Vi era um local meio limpo comecei a pensar? Será que ele quer que eu cave ali pra enterrar os cachorrinhos?

Então, dizia meu pai:

– Esta reprovado!

– Não passou na prova, espero que não amarele amanha, a recuperação é essa, cave! Cave um metro, bem fundo e rápido!

Comecei a cavar, o suor misturado com minhas lagrimas demonstrava meu esforço, meu pai esperava dentro do corcel preto bebendo sempre bebia e olhava pra mim.

E eu cavava, não tinha as mãos boas para o trabalho, mas cavei.

No momento de enrolar os cachorrinhos um em cada saco, passava as mãos no bingo, começava a lembrar de tudo que vivi com meu vira latinha...

Meu pai me observava. E disse:

– Pra sobreviver nesta vida até mesmo os amigos tem que morrer, a lei do mais fraco morre o forte prevalece.

Olhei para ele com um olhar de reprovação.

– Vai aprender com a vida, a lei do mais forte, do mais esperto.

E começava a enterrar os coitadinhos naquela terra fofa.

– Agora arrume as latas.

Fui lá e arrumei deixei tudo preparado amanha levaria meu amigo lá.

E fiquei feliz, pois apesar da situação que tinha vivido iria embora daquele local de carro.

Meu pai retirou do porta luvas uma garrafinha de água e me deu e disse:

– Olha só como eu sou bonzinho!

Tomei a água, estava exausto, entrei no carro e quando chegamos na cidade meu pai falou:

– Desliga o carro.

Desliguei

Ele tomou o banco do motorista. E disse:

– Agora desce!

– Desce?

– Sim desce vai chegar na casa a pé pra pensar, pense amanha é um dia importante e tudo tem que dar certo, aquela falha que você cometeu de não atirar não pode ocorrer! Vai caminhando a pé e pense bem em tudo na surra no seu amiguinho, e chegue logo quero a janta na hora certa na mesa!

– Mas são quase um quilometro andando pai?

– Vai andando, dizia. Eu já fora do carro, e arrancava o carro,

– Eu vou tomar alguma coisa antes de chegar a casa, e rápido, não criei filho pra ser um pasmado.

E fui caminhei, exausto cheguei a casa, no caminho odiava, sim odiava o Zecão. E o Robson? Até pensei em ligar pedir carona, mas pensei: Não! o dele tava guardado. E pensava no dia de amanha neste dia iria mostrar para o meu pai que era homem, sim era um homem...

###

Capítulo 49

Troca de Roupa

Lara foi na delegacia, Nelma a acompanhava. Lara ouviu e leu sobre a nova denuncia.

Então, Lara, o Robson vai ser solto?Perguntou Nelma aos prantos. pois estava emocionada.

Lara olhou para ela com um olhar de negação.

– Nelma alguém denunciou ele. Disse que o Robson sempre estava indo naquele local atirar, o local um terreno baldio e que ouviu tiros e o pior, segundo à denuncia o Robson frequentemente matava cachorros naquele lugar.

– Que horror Lara, o Robson nunca faria tal crueldade com animais.

– Mas infelizmente a evidencia é que mataram cachorros com a arma que foi encontrada no carro do seu namorado e isto é uma evidencia forte. Pela gravidade do ato, Robson foi considerado um meliante perigoso e terá que esperar o julgamento preso.

Nelma escutou tudo o que Lara estava lhe dizendo logo a abraçou.

– Por favor Lara ajude ele, o Robson é inocente.

– Eu sei disso, mas para a justiça o que vale são as evidencias e elas o incriminam.

– Por favor Lara se ajoelhava Nelma: –Por favor...

Lara olhava para o horizonte estavam na frente da delegacia, e observou que o carro da impressa, daquela radio local estava se aproximando, achou conveniente sair daquele local.

– Devemos manter a calma, nós somos tudo o que o Robson pode contar neste momento. O seu amor e a minha defesa.

– Nelma enxugava as lagrimas e dizia, E Deus certamente se o Robson não tivesse convicção que Deus cuida dele não suportaria tanta injustiça.

– Dentro do carro Lara dirigia e falava assim; – Só há uma maneira de livrar o Robson, pensei analisei raciocinei as possibilidades só há uma maneira.

– Qual? Perguntou Nelma.

– Dar um jeito de encontrar o Nilmar e convencer ele se entregar...

– Ele é perigoso, mas penso que estava sendo influenciado por seu pai. Mas como encontrar ele? Dizia Lara atravessando mais uma esquina. –Não deixou pistas nesta cidade, já andei pesquisando.

Já na casa do Robson, Nelma arrumou cuidadosamente os pertences de Robson colocando a Bíblia em cima da caixa. Lara a esperava no carro.

Robson passou vários dias na Prisão, naquela mesma cela, e aquele policial que outrora o ajudar, tornou–se evangélico, buscou a Deus e teve um encontro com ele.

Robson começou a ler o livro de Jó como Nelma primeiramente lhe instruirá, ficou conhecido lá na prisão como o pastorzinho, os presos respeitavam ele, e Robson sempre ajudava o carcereiro, policial que tornou–se um grande amigo:

– Não entendo como um moço bom que nem você se envolve com encrenca e acaba aqui, espero que saia daqui. Robson você tem uma vida pela frente e é um bom moço.

Robson com seu jeito e personalidade conquistava a simpatia dos outros presos.

E tempo estava sendo tão produtivo que passava e Robson nem percebia, mas o tempo passava e a cada dia estava mais próximo do seu julgamento.

***

– Lara que lugar terrível de se alugar, dizia Nelma olhando a casa.

– Tenho uma boa explicação, não contando qual seria deixando no ar essa tal de explicação e Lara, e continuou falando:

– Por que Nilmar e o seu pai saíram as pressas da cidade? E continuava. Claro, incriminaram o Robson, mas deixar essa casa mobiliada? E deitava na cama de casal do único quarto da casa.

– Aí Lara, limpe isto antes de se deitar, contestou Nelma.

– Não ligo pra isso não, e olhava o teto pensativa, quero ficar 15 dias aqui é o necessário.

Lara alugara a casa por três meses, deu um cheque sem fundo na imobiliária, não que lhe faltasse dinheiro, é que ela queria descobrir onde o dono da casa estava morando, pois pesquisando descobriu que a imobiliária depositava diretamente na conta do proprietário, e este logo após o deposito repassava os valores a ela.

– Você sempre foi enigmática...

– Hoje vai visitar o Robson?

– Sim vou, dessa vez a mãe dele vai junto, a Nelma estava toda empolgada.

– Como é viver com a sogra perguntava Lara?

O pai e a mãe do Robson foram morar por um tempo na casa da Nelma para evitar as perseguições. Depois que o Robson foi preso, atacaram pedras na casa dele e picharam o muro com letras garrafais: MONSTRO, Ao receber alta do hospital o pai de Nelma propôs isto ao casal e sem alternativa aceitaram.

– La em casa ela descansa, e eu ajudo ela, depois daquele principio de AVC ela ficou bastante debilitada necessitando de repouso.

– E como ela ficou ao saber que o filho esta preso, dizia Lara.

– Já se acostumou, hoje ela sabe de toda a história, foi contado a ela aos poucos e com muito cuidado e ela foi assimilando e aceitando.

– É Nelma não tem muito o que fazer, deve–se aceitar a situação.

– Todos nós sabemos que o Robson entrou numa tremenda fria e o Nilmar e o seu pai que são responsáveis pela morte daqueles animais e a quase ter tirado a vida do Zecão.

– E o Zecão? Perguntou Lara.

– Sobre ele, a única coisa que nos resta é orar, o quadro dele não evolui, mas a vida dele esta de baixo dos joelho dos jovens lá da Igreja.

– Alias Lara, quando você vai visitar nossa igreja?

– Logo, logo respondeu Lara...

Até estou lendo a Bíblia, arrumando sua Bíblia na escrivaninha, arrumou e deixou–a aberta próxima a cama. Nelma observou que ela estava terminando de ler Lucas.

De repente toca o celular de Lara.

A Lara olha o visor, certificasse de quem é o numero.

– Nelma não se importa?

– Não claro que não, já era tardinha e a Nelma foi à cozinha preparar algo para comerem.

E Lara atendeu o celular:

– Nossa que descuido!Era a moça do banco no outro lado da linha.

A moça dizia: – Não se preocupe Lara Você sempre foi uma ótima cliente, resolvemos isto por telefone, transferimos os valores de sua outra conta, que tem um saldo considerável.

– Não, eu faço questão de ir na agencia compensar esse xeque.

– Que descuido, repetia Lara e dava um sorriso de contentamento. Depois de dias em silencio e incerteza ela estava desenhando mentalmente uma solução para o caso Robson.

Contou para a Nelma que precisava voltar para a capital resolver esse arranjado problema e assim o fez.

***

No outro dia já na agencia ela cobriu o cheque e perguntou a gerente.

– Qual é a conta que retornou o valor, de modo desentendido...

– É que estou alugando uma casa do titular desta conta.

A gerente olhou para Lara a principio parecia não desconfiar de nada. Lara conseguia demonstrar confiança nos seus atos.

– É daqui mesmo da capital, disse a gerente, engraçado Lara você tem dois imóveis, observava os históricos no computador. Porque alugar?

E Lara respondeu:

– Não, não é aqui que estou alugando este imóvel, mas no interior, estou a trabalho lá.

– E o titular disse Lara disfarçadamente a gerente, logo ela a respondeu:

– Me deixe ver aqui...

– A sim...

– Nilmar, e disse o sobrenome que Lara não recordou. A gerente olhou novamente a Lara e prestativa lhe ofereceu o endereço e logo alertou:

– Você sabe que passar endereços não é algo correto, já sentindo algo estranho no ar. Mas vou passar para você assim mesmo, se perguntarem digo que não sei de nada.

E passou num papelzinho o endereço, Lara ficou sorridente e disse a si mesmo, ao ler o endereço...

– Que feliz coincidência, justamente no bairro que já conheço bem o Senhor Nilmar quis fazer morada?

Foi ao hotel,dormiu no dia seguinte foi na casa do endereço e de longe observou Nilmar, confirmando se era mesmo ele com uma foto em mãos.

Foi seguindo ele que saia de sua casa, Lara sentiu uma estranha sensação, como se alguém a tivesse observando. Nilmar entrou num café.

Lara por sua vez, sentiu estar muito social, e achou sua roupa inadequada para a ocasião, precisava ser precisa na abordagem e no bairro, tinha uma loja de departamento, bem próximo do café, logo ali próximo entrou nesta loja.

– Bom dia, posso ajuda–la?

– Procuro um conjunto de roupas bem jovial, pode ser essa combinação, ela mostrava uma roupa da vitrine, a vendedora disse:

– Vai ficar linda em você, e buscou a numeração da Lara.

E ela trocou de roupa.

A vendedora levou um susto feliz disse:

– Nossa outra mulher! Nem parece aquela mulher que entrou nesta loja.

Lara sorriu para ela e disse.

– Sim, me visto com roupas clássicas pois sou advogada, gosto de me vestir desta maneira.

– Ah sim, disse a vendedora, tentando ser o mais simpática possível.

– Mas garanto que você deve ter rejuvelhecido uns cinco anos com esse look, até parece ter uns dezoito aninhos com essa roupa menina! E Lara lhe disse:

– Tenho vinte e cinco anos, ajeitando se em frente ao espelho.

A vendedora olhou para a Lara e falou:

– Só mais uma coisinha...

E foi se aproximando de Lara e deste modo foi abotoar um botão da sua camisa e ela observou algo estranho e disse:

– O que é isto?

Lara, ela mesmo arrumou seu botão solto escondendo o colete a prova de balas.

Deu uma risada desconfortável e disse:

– É minha cinta modeladora.

A vendedora arregalou os olhos curiosa, pois nunca vira tal modelo.

– Bobinha, nem precisa,és perfeita... Depois de uma pausa Lara disse assim:

– Quanto custa? E pagou.

– Você não se importa de guardar minhas antigas roupas, a vendedora ajudava retirar as etiquetas, vou ali naquele café a frente, e já retorno buscar.

– Sim, e a vendedora olhava mais uma vez para Lara.

– Só mais outra coisinha, disse a prestativa vendedora. Acho que combina soltar os cabelos. E soltou.

Os cabelos de Lara estavam com um coque, agora soltos eram lindos fios louros com o movimento do vento.

– Nossa menina, que cabelo lindo, porque prender ele?

– Sou advogada, replicou Lara, gosto deste ar clássico, aproveitando,guarde pra mim, dando lhe seus óculos.

– Não terá dificuldade de enxergar?

– É de leitura nem preciso usar ele. Lara observou que tinha ficado muito tempo na loja e fez questão de apressar–se Nilmar poderia ir embora. –Já volto.

E saiu em direção ao café, nesta caminhada dois motoristas quase colidiram seu carro para olhar aquela loira que passava a rua. Lara agora dava sorrisos tímida e elegante, fechou a porta, pois o café tinha uma grande porta de vidro que mantinha uma temperatura ideal determinada por ar condicionado.

O que mais chamou a atenção de Lara foi um fato: – Uma enorme foto, no centro do café, tipo pôster de dois amigos e leu acima no letreiro: – Café dos amigos.Observou que Nilmar estava sentado já tomando seu café admirando a foto.

Lara sentiu um estranho frio na espinha a cada passo que dava. Ela estava com um colete e uma pequena arma escondida na sua bota que combinava perfeitamente com seu novo look sabia que o Nilmar poderia ser inofensível ou perigoso estava preparada para o que fosse e sabia muito bem o que queria: –A confissão de Nilmar.

Olhou para a mesa onde Nilmar estava sentado, deu um sorriso meio tímido, puxou a cadeira e disse:

– Com licença, posso sentar com você?

###

Capítulo 51

Olhar para trás [ parte 1 ]

Mais uma noite não consegui dormi, os pesadelos são constantes.

– Como pude deixar meu amigo ir preso?

– Como pude fazer tudo o que o meu pai pedia?

Agora estou aqui sentado... O café preto sem açúcar me anima a pensar o que fazer da minha, não consigo continuar com essa culpa que me acusa. E essa foto? Pensava Nilmar.–Lembra–me Robson, meu amigo Robson que deixei ir preso no meu lugar naquela cidade do interior.

– Com licença posso sentar com você?

Que bela moça! Em outros tempos faria de tudo para conquista–la ... Mas porque será que ela quer sentar justamente comigo?

– Claro, se você assim deseja. Falei com ela, estava aparentemente mal humorado fruto de mais uma noite mal dormida.

– Deixe eu me apresentar, ela estendia a mão para que pudesse ser cumprimentada.

– Meu nome é Lara, falava com uma tranquilidade a moça era muito bonita, a beleza dela era constrangedora. Esta moça me analisava e ficou um instante quieta, e eu também. Levantei a xícara de café e perguntei:

– Veio aqui tomar um café com um desconhecido? Perguntei agora eu há observava esperando sua reação:

– Você não é um desconhecido, disse ela. Agora não sabia se ela estava me flertando, a frase ecoou na minha mente como um sino.

– Não sou? E sorri, sabe comecei a gostar daquela moça ela estava me propondo um joguinho? Pois era isto que estava me parecendo. Realmente ela distraia–me dos pensamentos que eram: –Zecão, Robson, meu pai e a minha vida daqui para frente.

– Você me parece um rapaz bom, não consigo observar maldade em você, e veio a garçonete, ela também pedira café, ela me olhava fixamente nos olhos e pareciam observar minha alma.

– Não estou entendendo a sua conversa moça, como é mesmo seu nome?

– Meu nome é Lara, duas silabas,bem fácil de lembrar.

– Sim, Lara.

– Vim conversar com você Nilmar.

Quando ela disse meu nome, assustei–me por completo. Será uma policial? Mas ela não tem fisionomia de policial? Tão jovem e com esta roupa descolada.

– Você é policial? Esta me seguindo?

– Não, não sou. Por quê? Você deve alguma coisa para a policia?

Ela abriu uma bolsa de mão e tirava um cartão de apresentação, bem bonito personalizado com uma foto que nem parecia a mesma moça que estava na minha frente, nele estava escrito: –Advogada.

Tentei manter a calma mas minhas pernas não conseguiam responder ao meu corpo logo ela disse:

– Pare de bater essas pernas Nilmar,não é esse mesmo o seu nome? Eu não mordo, e deste modo dava um sorriso maroto.

E quer saber, temos uma coisa em comum.

– Em comum?

– Sim em comum!

Pensei que por alguma coisa ela estava me testando, não vou abrir a minha boca e me entregar, deixarei ela se revelar, alias estava quase que hipnotizado com aqueles olhos azuis.

E ela continuou a falar:

– Sabe Nilmar, vou te contar um segredo algo que nunca contei a ninguém.

– Um segredo?

E ela contou o seu segredo, confesso que a sua história me comoveu, fiquei sem reação quando escutava aquela bela moça. Nestas alturas pedimos uma água para continuar a conversa.

– Sim moça advogada, realmente isto que aconteceu com você foi terrível.

Eu pensava na minha mente advogada de quem? Haveria sem duvidas três possibilidades:

– Advogada de algum familiar querendo recorrer a herança que ganhei.

– Advogada do banco que de algum modo descobriram que meu pai assaltou o caixa eletrônico.

E a mais improvável:

– Advogada do Robson, era improvável pois agora visualizando–a como advogada,certamente a família do Robson não teria dinheiro para pagar.

– Sabe Nilmar, agora conhecendo esta história que não gosto de contar a ninguém te digo uma coisa.

– Fale...

– Tive duas escolhas na vida, ou me entregar a este trauma que poderia ser a minha ruína, ou vencer.

– Qual você pensa que eu escolhi?

– Certamente você venceu!

Ela olhou no fundo dos meus olhos agora mudara o semblante, parecia que depois da nossa conversa conhecia ela na intimidade, e o tom de voz, o seus movimentos, seu modo de agir mudou por completo.

– Sou advogada do Robson.

Eu esbocei levantar ela segurou as minhas mãos me mantendo sentado naquela mesa de café.

– Fique sentadinho aí Rapaz.

– Seu amigo foi solto, ela falou olhando queria saber a minha reação.

E eu?

Sorri, com um alívio sem entender porque, só sorri, graças a Deus meu amigo estava livre daquela prisão.

E ela me observava.

Somente me observava e continuou.

– Mas infelizmente voltou a ser preso, sabe Nilmar eu sou a advogada do seu amigo ele contou tudo para mim, e voltou a me olhar.

Isto é Tudo?

– Pare de repetir o que eu digo, você sabe bem porque estou aqui.

E voltemos a ficar mudos ela me observava.

– Posso ir embora moça advogada, quer mais alguma coisa?

Retornar a minha rotina?

Lara voltava a me olhar e lançou uma afirmação que fiquei a principio sem entender...

– Sabe Nilmar convivendo com o Robson e com seus amigos comecei a ler a Bíblia.

E comecei pelos evangelhos, li Mateus, Marcos e agora estou em Lucas finalizando.

E?Perguntei sem entender o que ela queria dizer,ou onde aquela conversa iria chegar.

– Sabe Jesus?

– Sim conheço a história de Jesus... Também estava lendo a Bíblia nas noites de insônia que não eram poucas.

Jesus confiava nos seus discípulos, com certeza você já ouviu a história, a famosa historia do discípulo que o traiu.

Ela disse esta palavra, e pequenos filmes começavam a passar na minha mente, o Zecão na minha frente, eu propositalmente mudando a direção da arma, meu pai acusando por telefone o Robson, tudo estava bem nítido neste momento.

E continuava aquela moça:

– Lendo Nilmar eu entendo que Jesus iria sofrer na cruz era inevitável, mas o que eu penso; Jesus não queria de jeito nenhum era que seus amigos o traíssem. Ele Judas, o traidor teve a oportunidade de pedir perdão se redimir mas não o fez.

Eu e você sabemos que o Robson é inocente, não estou querendo dizer nem comparar o seu amigo com Jesus, longe de mim.

Só estou constatando isto de forma bem clara para você, seu amigo Robson esta preso, mas se adaptou e consegue ser feliz, pois é inocente e não existe ira nem ódio no seu coração. Sabia? Até apelidaram ele por lá de pastorzinho.

– E você?

Quem te livrará desta Prisão?

Ela falava, veio lagrimas nos meus olhos, mas segurei firme para não chorar. Levantei ela se levantou também.

– Você esta com o meu cartão: E saiu em retirada até a porta de vidro, estávamos sós o horário? Provavelmente dez e quarenta da manhã as garçonetes estavam lá dentro e a moça do caixa também, deixei os valores embaixo do copo, o meu e o da moça, com uma gorjeta e aquela moça se levantou saiu em retirada abrindo a porta, fui a sua direção segurei nos seus braços e disse: – Espere!

De repente em um impulso ela disse: – Solte–me! E os meus lábios aproximaram bem pertinho dos dela, queria beija–la então disse assim:

– Você pensa que me conhece, sabe o que eu passei? E ela olhou nos meus olhos, neste instante parecia realmente estar gostando de mim, Mas como? Acabamos de nos conhecer. E ela disse:

– Se você entregar–se serei a sua advogada e farei de tudo para o livrar da prisão, olhou de novo ficou uns dois segundo silenciosa e continuou. Em momento algum falou do seu pai.

– Rompi com ele. Soltando o braço dela.

– Entregue se Nilmar e se livre deste sentimento que esta te aprisionando. Errar? Todo mundo erra. Você esta tendo uma segunda chance. O Robson pode até ser condenado.Mas você sabe bem que ele é inocente, você e ele são amigos.

– Entregue–se

– Sabe como me encontrar.

Fechou a porta de vidro e atravessava a rua, eu queria ver seus olhos mais uma vez,senti que quase ia beijar aquela moça advogada e ela entrou dentro de uma loja do outro lado da rua e nenhum momento olhou para trás.

###

Capítulo 52

Olhar para trás

Entreguei meu cartão a ele, de algum modo inexplicável estava gostando daquele rapaz.

Eu que jurei a mim mesma nunca se apaixonar, estava sentindo uma mistura de sentimentos, ódio? Compaixão? Eu não poderia ficar observando seus olhos, contei–lhe algo muito particular da minha vida a ele. Expus demais meus sentimentos. Sei que ele sofre com um pai inescrupuloso, preciso ir embora. Levantei e prometo a mim mesma: –não irei olhar para trás.

– Até aquela porta Lara, não olhe para trás!

A vida foi sofrida para mim, estudei, hoje sou uma advogada mas para chegar onde estou tive que deixar meu passado e nunca olhar para trás.

Quando jovem sempre fui bela, uma menina linda com lindos olhos azuis, como tenho ódio disto! Minha beleza me fez ser o que eu sou hoje.

– Por que Lara contou a ele o seu passado?

– Porque Ambos temos uma história traumatizante com um pai inescrupuloso...

Não olhe Lara, abra esta porta e não olhe para trás.

De repente sinto a mão do Nilmar segurar meu braço. Tremi toda, devo ser firme, olho para a lanchonete não vejo ninguém só eu e este rapaz.

Este rapaz? De tanto estudar sobre ele para defender meu cliente, parece–me uma pessoa intima, este rapaz, que olha no fundo dos meus olhos e parece ler minha alma.

– Você pensa que me conhece, sabe o que eu passei?

Realmente parecia que conhecia ele sim, este rapaz estava mexendo comigo despertando sentimentos que tinha enterrado na minha alma.

Ele se aproximou bem próximos dos meus lábios, parecia que ia beijar–me, e eu? Tentava distanciar mas meu corpo queria beijar aquele rapaz.

E ele disse bem próximo do meu rosto.

– Você pensa que me conhece? Sabe o que eu passei?

Olhei nos olhos dele de modo que. Sim conhecia aquele rapaz. Vi tristeza, vi dor, mas vi um homem que precisava de carinho e afeto, logo disse a ele.

– Se você se entregar serei a sua advogada e farei de tudo para livrar da prisão (lembrei que não perguntei sobre o pai dele e estava quase indo embora) em momento algum você citou seu pai porque? E ele disse:

– Rompi com ele, soltando meu braço.

Pela nossa conversa já sentia que ele estava livre de quem o manipulava.

– Já imaginava.

Disse para ele se entregar, lembrei de avisar como poderia me encontrar.

Saí.

Fechei a porta de vidro, uma porta de vidro nos separava, queria olhar para trás ver seu rosto sua reação, mas prometi para mim mesma nunca mais olhar para trás. Atravesso a rua meu desejo é olhar ele. Mas dês de que aquele 'porco' tentou colocar as mãos em mim, uma adolescente indefesa...

– Tinha traumas e estes deveriam ficar para trás. Meu pai tentou abusar de mim. Eu com essa beleza que provoca. Mas ele? Ele deveria me proteger? Minha mãe não acreditou em mim, disse que eu estava me insinuando, que provocava os homens.

Fui morar com uma tia na capital ela bem velhinha foi minha mãe, meu pai, e eu?

Passei a esconder o que 'provocava' os homens . Estudei,guardei tanto ódio no coração, queria colocar todos esses bandidos na cadeia.

Mas esse rapaz?

É um bandido ou uma vitima do seu próprio pai?

Como eu fui?

Entrei na loja...

– Nossa lindinha, você esta branca! Disse a prestativa vendedora.

– Você me dá um copo de água?

Trouxe o copo de água e bebi.

Pedi para a vendedora:

– Veja pra mim naquele café o moço saiu?

– Ta saindo sim...Mas moça até você sofrendo por causa de homem...

Olhei para ela brava e ela disse:

– Não esta mais aqui quem falou...

–Posso trocar de roupas, para as minhas antigas?

–P–o–o–de disse a vendedora sem entender...

Ao sair do provador, a vendedora agora quieta,comenta com a outra.

Vai entender...

E Lara com suas sacolas, sai em retirada da loja, arrumando se óculos e agradece as vendedoras, e sai.

Volta a cidade do interior, ansiosa ao dirigir na estrada.

–Ele irá se entregar, dizia...

–Ele irá se entregar...

***

O tempo passou, Nelma continuava com sua campanha de oração, Robson preso, começava a ajudar na organização da prisão. O pastor todos os dias ia visitar Robson. A impressa aproveitava da situação para render matérias sobre o amigo assassino de animaizinhos. E os dias do Julgamentos estavam chegando, e o dia do julgamento chegou.

– Lara você esta tão segura de si, e esta diferente depois de retornar da capital?Dizia Nelma.

Sim estou, e lia seu notebook confiante, no entanto apreensiva, 'ele precisa se entregar ele virá se entregar'

Olhava o celular, percebeu que ouve três ligações anônimas não completadas. É ele!

Esta neste processo de arrependimento, pensava.

Chegou o Grande dia do julgamento.

– Lara estou muito nervosa, hoje será o dia que meu amor pode ser condenado por crimes que não cometeu. E olhava para Lara, – Esboce uma reação querida prima.

– Calma Nelma tudo dará certo, e olhava novamente seu celular.

Nelma foi no quarto orar, tinha naqueles dias conversado com o Robson, e observava uma maturidade exemplar nele, não entendia o porque dele manter aquela postura. O Zecão?Estava no hospital ainda desacordado em coma, o quadro era instável, nem piorava nem melhorava. Os pais do Robson aderiram a campanha de oração. Ouve uma mobilização naquela igrejinha, o que eram só jovens tornou–se famílias.

E a imprensa aproveitava para tirar proveito da situação com reportagens maldosas.

E a igreja orava pela vida do Zecão e a libertação do jovem Robson.

No tribunal estava Robson no banco do réu. Um promotor de acusação, a mãe do Zecão, uma moça que parecia ser de uma ONG de defesa dos animais. Nelma e Lara. E o sentenciador lá no meio o Juiz.

– Ele? Disse Lara para Nelma, este promotor de acusação era linha dura.

– Qual será a sua defesa olhava de modo sarcástico o promotor antes da seção.

As provas são contundentes seu defendido certamente será condenado.

– Todos até mesmo quem eventualmente é culpado tem direito a defesa. Replicava a provocação Lara, olhando novamente o celular estava nervosa, pois jogara numa só possibilidade. Nilmar se entregar. Tinha absoluta convicção disto, no entanto até aquele momento nada.

###

Capítulo 53

O Julgamento [parte 1]

Dês de que me encontrei com aquela moça que não paro de pensar nela, nem no que ela falou para mim.

A primeira coisa que fiz quando cheguei em casa foi ler a Bíblia, na passagem de Judas como ela me disse:

Lí, pensei no meu amigo Robson, realmente eu também trai sua confiança e coloquei ele numa enrascada,e fiz ele pagar por um crime que não cometeu.

Quis fechar a Bíblia, mas a consciência pediu para continuar a ler e sem querer abri ela de novo e caiu neste versículo.

"Até o meu próprio amigo íntimo em quem eu tanto confiava, e que comia do meu pão, levantou contra mim o seu calcanhar" Salmo 41:9

Nossa, neste caso foi no Salmos, Davi que escreveu esta passagem,ele também deve ter sofrido com a traição.Mas no meu caso, o Robson nunca fez nada de errado comigo, sempre me levava na casa dele, e me considerava um amigo intimo.

– Como eu fui um mal amigo,levei ele para uma roubada!

Agora estou neste carro alugado, vou voltar para a minha cidadezinha do interior para redimir o que fiz, agora não tenho meu pai para dizer o que devo fazer.

De repente o pneu fura, e Nilmar tem que parar na estrada bem perto de uma ponte.

– Mas eu irei morrer na prisão, sei lá irei ficar preso!

Eu não quero ir preso.Mas este sentimento de culpa esta me atormentando, aqueles cachorrinhos e o meu amigo bingo que meu pai matou. E os sonhos do Robson que eu matei? Como ele sobreviverá com a marca de presidiário?

– Sim devo me entregar e dizer que foi eu não ele que atirou.

E Nilmar caminha rumo a ponte para ver se alguém ajuda ele.

Mas ninguém vem, e o carro não tem ferramentas para trocar o step.

Ele vai na ponte e olha para baixo.

Nilmar é tentado.

– É só me lançar desta ponte abaixo que acabo com a minha vida,

A consciência diz para ele não fazer isto. Lembre–se a moça advogada ela disse te ajudar,ela te olha com amor e afeto se apegue neste sentimento!

O inimigo tenta seus pensamentos e ele se questiona.

Atire–se daí,você não acabou com a vida do seu amigo? Você não deixou ele ir preso no seu lugar?

E ele se levanta no corrimão da ponte e olha lá para baixo e fala:

– Sou um traidor, trai o meu melhor amigo!

Veja os olhos e de repente sente um vento impetuoso, que lhe faz sentir algo inexplicável.

– Nãão moço não faça isto!

Um carro branco, para naquele asfalto deserto.

Nilmar abre os olhos, escorrega e caí.

Caí.

A queda foi para o lado contrario da morte, Nilmar não sabe explicar mas um agir correu no seu corpo, e fala decidido.

– Vou assumir meu ato, foi eu que atirei no Zecão. A moça advogada me ajudará.

E vem a mulher que estava no carro branco e abraça Nilmar.

– O que houve moço, não pense em nenhum momento fazer o que estava querendo fazer, Jesus te ama, a morte deste modo, leva você para o inferno, sou evangélica, você aceita Jesus na sua vida agora?

– Sim aceito!

– Você promete servir a ele mesmo em meio a dificuldade?

– Sim prometo!

Moço você é um filho amado de Jesus, ele te ama,nunca tente com sua vida!

– Nilmar chora, e diz.

– Você veio na hora certa, precisava ouvir bem isto que esta me dizendo, e continua, fiz algo errado, e prejudiquei um amigo.

– A mulher que estava com um vestido todo branco, parecia de brim aparentava ter uns quarenta anos poderia ser perfeitamente a mãe do Nilmar. Disse assim a ele.

– Filho, eu não sei dos seus pecados,dos seus erros ,mas sei que Jesus perdoa todos eles a partir de agora, pois você o aceitou como o seu salvador. Agora te ajudarei no que for necessário saia deste lugar deserto e volte pra sua vida.

– Sim estou saindo deste deserto, vou fazer o certo.

Assim é melhor, e deu outro abraço no Nilmar.Nilmar explicou o problema do carro, ela prontamente ajudou, antes de se despedir de Nilmar fez uma oração para ele e pediu o telefone, disse que ligaria em outra oportunidade, disse que estava louvando no carro, indo para a capital pois sua filha esta doente no hospital, e viu, o Nilmar naquela ponte daquele modo, e parou o carro.

– Muito obrigado como é seu nome?

Maria.

E entrou no carro Nilmar estava com pressa, pois escutara na radio que o julgamento era aquele dia e sabia que já havia começado. Pensava, Maria igual a mãe de Jesus! Tive um encontro com Maria, mas esta Maria me resgatou de uma loucura!

E continuou dirigindo, chegando na cidade.

E apressadamente chega no Fórum.

***

Eu não contei para Nelma não queria que ela soubesse que este promotor é o mesmo do caso que ganhei anteriormente. Vi nos olhos dele uma doce vingança.

– Mas neste caso?

Não, eu não quero que o inocente do namorado da Nelma seja culpado de um crime que não cometeu.

Sei que ele fará de tudo para colocar o Robson na prisão. E sei que um pouco será por minha causa. Seu sorriso sarcástico me faz pensar assim.

Olho para o celular...

Aí, senhor porque ele não liga! Eu sei que ele virá! Estava escrito nos olhos dele.

Minha defesa esta toda baseada na confissão dele.

Não existe outra defesa, ou o juiz acata esta confissão, ou o Nilmar, aparece ou eu perderei este caso!

Sei que exagerei e fui muito persuasiva com ele. Mas foi necessário. Ele não é mais criança, e o que fez foi errado.

– Mas ele como eu sofreu com um pai inescrupuloso.

Eu entendo perfeitamente o que se passa com Ele. Passei por isto também! Hoje sou livre. E ele esta a caminho de libertar–se plenamente.

– Começa o Julgamento.

Lara olha mais uma vez para o celular e o desliga e entrega para o mesário.

A partir de agora começa o julgamento....

Lara diz por favor mais 15 minutinhos!

O Juiz diz, mais 10 minutos e começaremos esta sessão.

Dez minutos abençoados, chega Nilmar Lara fica branca, corre abraça ele. E diz:

– Vamos logo preciso dos seus documentos, preciso anexar aos autos,será uma testemunha de defesa.

Ele olha para Lara e diz:

– Você não sabe o que eu quase fiz,

–Lara olhou e lacrimejou os olhos.

– Sabe Nilmar em muitas coisas somos diferentes, mas na essência somos parecidos, estava esperando esta decisão sua de corrigir seu erro, e isto me fez amar você rapaz,você teve uma atitude certa em meio a tantas atitudes erradas.

– Sim, mas tenho medo!

– Não precisa mais ter medo eu te ajudarei a partir de agora.

Isto o tempo passava e Lara com uma destreza inimaginável anexou os documentos de Nilmar aos autos, testemunha de defesa, era oficialmente a ajuda que tanto precisava.

O julgamento se fez tenso, o promotor de todos os modos, queria demonstrar aos cinco jurados que Robson era um meliante, e que matar animais demonstrava a crueldade do ato. A testemunha de acusação a Mãe do Zecão e uma mulher de uma ONG da cidade que só demonstraria que havia um sumiço de cães naquela cidade e que certamente era o Robson o maníaco.

Nilmar escutara tudo olhava para o Robson, Robson olhava para ele e ambos abaixavam os olhares, Nelma olhava para Robson com um olhar otimista.

Robson olhava para Lara confiando naquela moça. E Lara olhava para Nilmar com um olhar afetuoso.

O promotor demonstrava que queria de todos os modos 'desenhar um perfil de assassino ao Robson.

E começou Lara com a defesa.

– Meritíssimo, meu cliente errou:

Todos olharam atônitos para ela.

– Sim ele errou em confiar em um amigo, ele errou em atirar com uma arma de fogo em um lugar afastado, para diverti–se ou testar seus limites.

– Mas foi só este o erro dele.

Apresento–vos Nilmar, testemunha de defesa.

Nilmar contou toda a história no seu depoimento, disse que seu pai levara ele naquele local e que foi o seu pai que atirou, nos animais para praticar nos coitadinhos tiro ao alvo, para deste modo nos outros dias planejar o crime contra Zecão, seu pai que ligara para Zecão marcando um encontro naquele local afastado, enfim tudo premeditado pelo pai do Nilmar que foi movido por vingança e que usou da ingenuidade dele para incriminar seu melhor amigo.

O juiz escutava atento e disse:

– Qual foi o motivo pra você querer incriminar seu amigo?

Inveja tinha inveja do Robson, sempre ele tinha tudo e eu nada, um pai amoroso,e eu um pai que me surrava. Nestes instantes Lara olhava apreensiva para Nilmar. E aproveitei um deslize meu de fazer uma brincadeirinha com o Zecão para colocar ele como o culpado.

– Seu monstro, meu filho esta naquele hospital por conta da sua brincadeirinha.

– Silencio ordem no tribunal.

Lara ficava mais calma, o depoimento de Nilmar esclarecia muitas coisas, o julgamento estava se desenhando a favor do Robson.

Terminando o depoimento de Nilmar ela respirava aliviada. O promotor recebeu um envelope de dois policiais, recebera por Email o tal envelope.

Meritíssimo, eu refuto este depoimento e esta testemunha.

O conteúdo do envelope já estava nas mãos do promotor.

Nestes momentos havia um clamor, em oração na igreja de Robson no momento do julgamento, o pai e a mãe de Robson preferiram ficar orando por conta da fragilidade da mãe de Robson, Nelma em todos os momentos fechava os olhos orando em espírito.

Robson pergunta a Lara:

– O que quer dizer refuto, Lara fala baixo para ele:

– Não sei o que ele tem naquele envelope, mas se for consistente pode fazer o depoimento de Nilmar ser descartado ...

O juiz olhou o conteúdo que o promotor acabara de lhe mostrar.

E pergunta:

– Advogada Lara você tem algum vinculo emocional com a testemunha de defesa Nilmar? Mostrando uma foto. Que Lara na hora reconheceu ser quando ela saiu daquela lanchonete O ângulo que foi tirada sugeria um beijo.

– Lara perguntou:

– Quem tirou esta foto?

– Seu affer estava sendo vigiado pela policia, Advogada Lara, falava o promotor em tom de ironia.

E o juiz foi taxativo.

– Responda a minha pergunta:

Lara olhou para o Nilmar e para o Juiz,olhando novamente para o Robson dizendo.

– Sim Juiz, tenho um forte vinculo emocional com o Nilmar,

E replicou o Juiz:

– Isto é uma manobra da defesa para ganhar tempo?

Esta refutada, as provas são contundentes o exame de balística e a arma do crime dentro do carro do acusado.

Quinze minutos de recesso, voltaremos para as conclusões e a sentença.

###

Capítulo 55

O Julgamento [parte 2]

Abro os olhos, que lugar é este?O que estou fazendo aqui? O teto branco, olho para o lado vejo uma janela. Olho para outro vejo que estou dentro de um hospital.

– Por favor, o que estou fazendo aqui, Fala Zecão para uma enfermeira. Ela estava levando nas mãos uma bandeja com objetos para um curativo. Assustada ela dá um grito.

– Aí meu Deus, o menino do Tiro... E sai correndo.

Neste instante aparece o pai do Zecão.

– Meu Deus meu filho você acordou!

– Sim pai o que estou fazendo aqui?

– Você não lembra?

– Só lembro que vi aquele Nilmar tirando uma arma e apontando para mim, senti um calor, bem aqui, então Zecão passa a mão próximo do tórax, no tiro de raspão que levou.

– Sim filho, você deve estar meio confuso, quem atirou em você foi o Robson a sua mãe esta neste momento no tribunal para ser testemunha de acusação, deste meliante.

– O Robson? Lembro deste menino, mas quem atirou em mim foi o Nilmar,ele passou correndo, por uma curva, bateu nuns lixos, acordou uns mendigos, e veio com aquela arma pra cima de mim.

– Você tem certeza do que esta dizendo? E veio o doutor, examinar o Zecão dizendo:

– Eu não entendo o quadro dele era instável, e não existia demonstração de retorno.

Ao pai do Zecão, não tinha caído a ficha ainda que estava conversando com o seu filho.

– Meu filho, meu amado filho você voltou!

– Consegue movimentar as pernas os braços? Perguntava o doutor.

– Sim consigo doutor, um pouco de câimbra, e uma dor de cabeça.

– É que você teve um edema na cabeça,quando você levou o tiro deste Robson que todos os jornais estão falando, você caiu e na queda teve um coagulo muito forte...

– Mas você esta ótimo, vamos agora mesmo fazer uma tomografia nesta sua cabeça, e saiu o doutor com a chapa da tomografia e Zecão sendo empurrado na cadeira de rodas.

O pai do Zecão, junto, pergunta ao doutor:

– Doutor é normal ele confundir a pessoa que atirou nele?

– Olhe Senhor, as condições psíquicas do Zecão não foram comprometidas, o que ele esta dizendo são os fatos antes do trauma, isto fica bem exposto no seu subconsciente, resumindo o que ele diz é verdade.

– Se é verdade doutor, um inocente esta agora mesmo sendo acusado de ter atirado no meu filho.

O pai do Zecao liga para o fórum.

***

– Alô, posso falar com a defesa do caso Robson.

– Pode sim, o caso esta em recesso vou passar este telefonema para a advogada de defesa.

***

– E agora Lara? O que será do Robson eles não aceitaram o depoimento do Nilmar, dizia Nelma visivelmente emocionada.

– Não sei Nelma, eu tinha absoluta certeza que o depoimento do Nilmar demonstraria que o Robson é inocente, mas isto que o Promotor relatou, esta evidencia sabe Nelma, isto realmente ficou exposto, e pareceu que estaria só atrapalhando a acusação, com um possível namorado manipulado a dizer o que eu quisesse.

– Que vergonha, que humilhação, acabei com a minha carreira, e olha que eu gosto sim daquele rapaz, dês da primeira vez que eu vi ele, senti de contar meus segredos a ele e agora? –E agora Nelma? Atrapalhei seu namorado, e por conta daquela foto posso facilitar incriminarem ele. Abaixa a cabeça Lara visivelmente cansada e abalada.

– Sabe Lara, neste exato momento nossa igreja esta orando, o pai e a mãe do Robson estão orando, eles creem num milagre, eu também creio num milagre Lara em todo o tempo quando ouvia o depoimento de Nilmar e a sua defesa, em todo este tempo fiquei orando nos meus pensamentos.

Lara levanta, ajeitasse e fala:

– Já se passaram cinco minutos, o que vou fazer? Minha defesa necessitava do depoimento do Nilmar e agora este depoimento foi refutado!

– Entrega nas mãos de Deus Lara, você é uma boa moça, minha melhor prima sabia? Sei que não é de gostar de qualquer um, eu mesma, encontrei meu amor deste modo, e hoje faria de tudo para estar ao lado dele Lara. Você esta encontrando seu amor deste modo também.

– Mas Lara fique calma, pois o Robson necessita da sua defesa, se ele for condenado, ao menos poderá ajudar a amenizar a pena, falava Nelma, agora entristecida.

Em direção das duas vem um policial, trazendo um telefone sem fio.

– Lara advogada de defesa, telefone para você.

– Para mim?

Lara atende ao telefone, e começam a falar com ela.

– Sim, Como? Espere um pouco? –Aí meu Deus!!!

Nelma fique aqui e peça para o juiz aguardar mais meia hora, vou levantar uma informação agora mesmo que pode livrar realmente seu namorado da prisão.

– Que informação? Perguntou Nelma.

– Não posso dizer ainda, preciso averiguar a informação.

No hospital Lara encontrasse com o Zecão o doutor e o pai do Jovem.

– Doutor, tudo o que o Zecão esta dizendo pode ser descartado no tribunal se alegarem que ele esta confuso não assimilando o que é real do que eventualmente possa ser fantasia, por conta de sequelas do trauma.

– Entendo advogada, mas atesto que ele esta bem, sem traumas, fizemos alguns exames e a tomografia cara advogada, não sei explicar.

Mostrava para Lara que não entendia nada.

– Espere um pouquinho, esta tomografia, e levantava para refletir a chapa contra a luz, foi tirada hoje de manha, e esta agora.

Era evidente a diferença na primeira parecia como se fosse uma laranja no meio do cérebro, e na outra a tal laranja (uma bola de uns 5 centímetros de diâmetros) sumira.

– O Senhor esta me dizendo que isto aqui é o edema (e apontava a bola) e ele sumiu?

– Sim sumiu misteriosamente como se fosse um milagre, não sei explicar advogada.

– Pai, dizia Zecão, me leva lá no tribunal que eu preciso defender este rapaz, que esta sendo acusado por atirar em mim.

Quem atirou foi o Nilmar! Lara ouviu o nome Nilmar ficou desconsertada e perguntou.

– Só estavam na cena deste crime vocês dois?

– Eu lembro que o Nilmar antes de me dar este balaço, apontando para a ferida com uns dois pontos perto do tórax, levantando a camiseta, e Lara observando.

– Antes deste balaço, ele tava vindo qui nem louco, e quase acertou dois mendigos, que estavam próximo de umas caçambas de lixo.

– Você reconheceria estes dois mendigos?

Perguntou seriamente a Lara.

– Sim claro, sempre eles ficam ali perto, sabe, eu vivo por aquelas bandas, e vejo eles sempre por ali.

O doutor, olha para o pai do Zecão e diz.

– Seu filho voltou em perfeita ordem, esta conversa com a advogada só demonstra que ficou sem sequela.

E Lara olhou para o pai do Zecão e pergunta:

– Você se importa de emprestar seu filho, (em um tom Cortez) para irmos procurar esses mendigos, e o Senhor Doutor, libera ele.

– Olha advogada, poderia não liberar, mas pela urgência desta história, vou ir junto e se necessário vou também no tribunal acompanhar meu paciente, fiquei com ele por trinta dias não custa nada sair ver o sol com ele (dando umas risadas).

E estava todos; o pai do Zecão, Lara dirigindo o doutor e o Zecão no carro atrás dos tais mendigos, e por sorte, encontram os mendigos.

– Olha senhora advogada é aqueles ali olhe!

Lara arruma seus óculos, e fala assim para o Zecão:

– Senhora... Assim acaba comigo, sou bem nova sabia.

– São aqueles ali.

Lara para, e conversa com os mendigos, eles relutam um pouco em responder e ela mostra duas fotos, quais dos dois acertaram o lixo que vocês dormiam naquela noite? E os dois mostram a foto do Nilmar. Lara neste momento liga para a polícia conta o sucedido, e levam os dois mendigos ao fórum.

– Olha moça bunita, não gostamos de policia não, mas se você esta dizendo que este muleque que derrubou nossa morada, (pois os mendigos sempre ficavam a noite ali próximo, pois a caçamba escondia o frio da noite) é inocente, e esta agora mesmo sendo acusado de um crime vamos juntos com você.

###

Capítulo 56

O Julgamento parte 3

A enfermeira assim que ficou sabendo do sucedido com o moço do tiro, saiu correndo em retirada do hospital, evangélica, ela sabia que o agir de Deus havia restabelecido a saúde de Zecão, naquela corrida ela ia dando Glória e aleluias, e relembrando quantas vezes ela foi na campanha na casa do pastor:

– Glória a Deus, Tú es maravilhoso, nesta empreitada alguns observavam sem entender, e ela correndo quase tropeçou, mas conseguiu chegar ao seu destino a Igreja onde estava tendo o grande clamor, tanto pela vida do Zecão, como pela libertação do Robson.

Chegando na igreja ela não entende direito, a igreja toda estava no pátio da igreja de mãos dadas, e neste momento um levita,é aquele que toca maravilhosamente bem seu violão estava lá no meio do circulo.

– Pastor,pastor, gritava a estupefada enfermeira cansada da sua maratona de Glorias.

– Sim, só uns instantinho irmã, o irmão vai louvar.

E veio a mulher do pastor e abraçou a tal enfermeira. E disse:

– Mais uma ovelhinha se ajuntando ao nosso clamor.

– Mas pastor...

– Espere irmã, vamos adorar neste momento, já conversamos.

E começou o louvor daquele humilde levita, a enfermeira se ajuntou a roda, ninguém entendia ela mas ela estava na unção, dava Glória e aleluias que ia contagiando a roda.

♫

Quem se acha sábio entendido, me dê uma explicação.

Como alguém com apenas um cajado

Faz o mar se abrir e povo passar, então?

O arquiteto de todo universo somente ele poderia me explicar

Como se constrói muros de água no meio do mar

Oh renomado médico da terra, me dê sua opinião

Como alguém do solo faz um lodo, e reverte a cegueira em visão

Como alguém já morto há quatro dias

Ao ouvir o som da voz do meu Jesus

Se levanta, abandona a tumba fria, e encontra a luz

Se é milagre, tem a ver com meu Deus

E não há quem possa explicar

De uma coisa tenho certeza

Se é milagre vou adorar

Não importa a multidão que duvida

Influenciado não vou ficar

Quem duvida vai ficar confundido, é milagre, vou adorar

Como pode "a queda da muralha", sem haver explosão

Uma pedra insignificante na mão de Davi

Fez gigante vir ao chão

Me explique como hoje em dia, um delinquente na prisão vira pastor

Quem matava hoje prega o amor

Oh, renomado médico da terra, me dê uma explicação

Como é que pode alguém desenganado

Se levantar do leito e fica sarado

Como alguém já morto há quatro dias

Ao ouvir o som da voz do meu Jesus

Se levanta, abandona a tumba fria e encontra a luz

Sem essa de talvez, eu não vou desistir

Pois quem me prometeu é fiel e vai cumprir

Todas as promessas que ele me fez

Toda honra, toda glória seja dada ao Rei sem essa de talvez, é só acreditar

Pois quem te prometeu nunca parou trabalhar

Quando Deus se movimenta a gente tem milagre pra contar

Deus e seus milagres– Anderson Freire

♫

E aqueles irmãos começaram a louvar junto com o levita, e o louvor contagiava o ambiente, era coisa linda de se ver, todos dando Glória e aleluia.

– Pastor, pastor, disse a empolgada enfermeira.

– Fale querida, o que te fez sair correndo do hospital, para vir aqui cultuar com a gente?

O pai e a mãe de Robson, olhavam também para aquela mulher de meia idade que estava branca como um papel.

– O moço do tiro, pastor!

– Fale logo irmã, e a mulher do pastor apoiava a mulher que estava visivelmente emocionada.

Uma lá do fundo, descrente disse bem alto.

– Morreu?

E a enfermeira abriu seus lábios, dizendo.

– Ele saiu do coma, e esta em perfeita saúde.

O que se ouviu Daí pra frente foi só Glória e Aleluias de todos os lados.

A mãe do Robson? Sentiu uma vertigem, tiveram que levar ela para o hospital, o medico liberou, e disse:

– Corra lá, moça no tribunal, a cidade inteira não comenta de outra coisa.

E foi um corre corre desenfreado.

Tornou–se uma passeata, os comerciantes, das lojas não entendiam direito.

– É algum desfile? Comentava um desavisado.

E aquele povo dando Glória indo direto ao fórum...

– Não,você não esta sabendo? O moço do Jornal acordou do coma, estão dizendo que foi um milagre, ninguém sabe explicar!

E o comerciante comentava com o outro.

– Aquele que o culpado esta sendo julgado agora mesmo, eu ouvi na radio?

– Sim,aquele mesmo parece que o menino é inocente.

– Então este povo esta indo tudo para o fórum?

– Sim, vamos lá também não perco isto por nada! E mais dois comerciantes fechavam as portas e se uniam a multidão que cada vez mais e mais aumentavam, indo todos para o fórum.

– Uns descrentes olhavam e diziam:

– Olha o bando de crentaiada!

Mas estes mesmos descrentes, levados pela multidão se uniam ao crentes, e não aguentavam e davam Glória também.

***

Na frente do fórum, a policia já tinha feito um cordão de isolamento... Lara não entendia o que estava acontecendo, e perguntava ao policial que tentava organizar, a multidão.

– O que esta havendo?

– Oi moça advogada é que lançaram um boato que o menino do hospital, é aquele do tiro que já a um mês esta entre a vida e a morte acordou do coma, e logo, esta muvuca aqui e logo nós para manter a ordem! Corra, que esse julgamento tem que sair logo, pra esse povo se dispersar.

E disse Lara para o policial, depois de passar pelo cordão de isolamento com o carro, posicionando bem na frente do fórum.

– Sinto te dizer Senhor policial, mas não é boato não.

E o Zecão, se anuncia lá de trás , arrumando o banco da frente para sair.

– É seu policial, o Zecão aqui esta inteirinho....

E um e outro que estavam na multidão que conheciam o jovem gritaram:

– Olha lá é o Zecão!

– Sim é ele mesmo....

Nestas alturas os policiais tiveram uma trabalheira,era muita movimentação, alguns curiosos, e muitos adoradores, que nem sabiam bem o que estavam fazendo,só sabiam que era para adorar. E entra Lara, o pai do Zecão o Médico e o Zecão no fórum.

– Já começou?

E o policial, disse.

– Corra lá falta um minutinho este juiz é meio nervoso,não gosta de atraso.

E o julgamento procedeu da melhor forma possível, parecia até um sonho para Lara, ela já contara como perdido aquela causa, ela olhava para o Zecão, e os mendigos.. confirmavam ter visto o Nilmar. E o Robson sorria aliviado. Nelma, não continha seus lábios, dava Gloria e Aleluias de maneira contida em respeito ao tribunal e o Juiz organizando tudo aquilo.

– Você me diz que foi seu pai que ligou fazendo a denuncia?

Em um determinado momento perguntava o Juiz, tentando desatar todos os nós daquele caso.

– Sim Juiz, estava junto a dele e ele ligou de um telefone publico fazendo a denuncia para incriminar o Robson...

– Tragam as duas gravações, das denuncias deste caso:

Ligaram e era evidente que era realmente a voz de um homem que provavelmente seria sim com idade de ser o pai do Nilmar...

– Parece que nas duas gravações ele abafa a voz?

– Sim, meritíssimo, é que ele usou um lenço para abafar a voz.

E esta segunda gravação, o que você tem a me dizer:

– Infelizmente meritíssimo, não tenho mais contato com meu pai, nesta gravação já não morava mais comigo, contando toda a história da herança.

E o julgamento prosseguia, Lara, estava com um caso difícil,pois muitas das evidencias que estavam sendo apresentadas, eram na base do improviso,mas ver, a vitima no tribunal, e restabelecida, a animara muito, pensava (Graças a Deus o Nilmar se entregou, e o Zecão se estabeleceu a sua saúde) Ela (como todas as mulheres...) conseguia pensar em três coisas ao mesmo tempo, e já desenhava mentalmente uma estratégia de defesa para o Nilmar, e sabia que infelizmente não poderia ser advogada de defesa dele, naqueles momentos de julgamento, os flertes de olhares entre os dois eram constantes, e ela sabia que uma 'futura namorada' não poderia defender um acusado, mas a moça estava na sua mente elencando quem seria a defensora deste caso.

E aquele julgamento estava tomando um rumo feliz, já no tribunal, a mãe e o Pai do Robson, A mãe do Zecão? Sorria e abraçava o filho e foi bem pertinho do Robson chorando...

– Desculpa filho por aquele tapa,é que...

– Eu entendo Senhora, aquele tapa me fez entender que realmente eu errei de ter ido atirar em um lugar isolado de modo clandestino e desobedecido meus pais...

– Mas você não merecia....

Mas qualquer mãe no seu lugar daria um tapa em mim, eu entendo... Você agiu de maneira correta, defendeu o seu filho....

E o juiz pronuncia a sentença....

– Senhor Robson, você sabe que agiu de maneira errada, ao atirar com uma arma ilegal, provavelmente esta arma, e apontava a arma dentro de um saco de plástico, provavelmente esta arma, senhor, ela já havia sido alvo de muita desgraça, e era de algum criminoso....

– Sim meritíssimo, falava Robson apreensivo, Nelma o abraçara, os policiais tentavam conter aquele julgamento, mas sabia que era um julgamento diferente...

– E você também sabe que estes dois eventos, o seu Amigo, e olhava para Nilmar, se entregando, dizendo que foi o real acusado. E por ultimo ele, (apontando para Zecão) o principal prejudicado, por causa da tentativa de homicídio, contra a vida dele,(apontava novamente) estamos nestes julgamento, estamos todos aqui.

– Sim meritíssimo, estou ciente de tudo isto. Dizia Robson tenso.

Neste momento Nelma abraçava Lara, e as duas juntas olhavam para a cena. Robson e o Juiz.

O juiz continuou.

– Este depoimento da vitima inocentando você, e estes atestados,e o próprio doutor,atestando das condições psíquicas estabelecidas, e o próprio verdadeiro, criminoso neste caso, olhava para Nilmar, de forma voluntaria declarando sua culpa inocentam você deste crime.

Robson não se conteve e logo bradou:

– Aleluias!

E evidentemente, não foi você quem atirou nos animaizinhos, olhando a para a testemunha de acusação das ONGs dos animais, este caso exige maior investigação, mesmo porque o criminoso aqui, (apontava para Nilmar) afirma que foi seu pai que atirou nos animais.

–Mas Robson, você agiu de maneira errada, não se deve fazer algo ilegal, e por conta deste seu erro, sem querer você colocou–se nesta confusão, atirar com uma arma ilegal de modo ilegal, foi um erro da sua parte.

–Eu te condeno com um mês de reclusão, por apropriação indevida de arma roubada.

Todos olhavam atônitos para o Juiz, até mesmo Nilmar ficou triste, pois sabia que ele tinha motivado o amigo a atirar.

Nelma disse assim para Lara:

– Não é justo isto!

Lara dá um sorriso maroto, ajeita novamente seus óculos, olha para o Robson e olha para o Juiz.

– Espere Nelma, não acabou ainda:

– Mas por você já ter cumprido sua pena de reclusão, lendo os autos do inquérito você é esta livre, pois já respondeu pelo seu crime, e esta absolvido da acusação de tentativa de homicídio contra ele.(apontava novamente ao Zecão).

Enquanto a você, apontava para Nilmar, esta sendo acusado de tentativa de homicídio. Passara por um processo investigativo, queremos saber se realmente não sabe do paradeiro do seu pai.

Amenizarei sua pena por parte, até seu julgamento, ficará em liberdade, por ter facilitado a justiça com seu depoimento neste caso.

Algum questionamento?

Perguntava o juiz. O promotor, ficara quieto, sabia que o caso, estava dado por encerrado e não adiantaria prolongar pois a vitória daquele caso? Sim foi de Deus! Foi sobrenatural,e Lara? Feliz da vida abraçou Nilmar, retirando seus óculos quebrando o protocolo beijando o acusado.

O juiz bate o martelo, e diz.

– Ordem no tribunal! Esta sessão esta encerrada.

###

Prisão Capítulo 57

Um batismo para recordar

Em frente ao meu espelho estou me arrumando agorinha mesmo para ir para o meu Batismo!

Eh, depois de sair daquele tribunal, veio o pastor, e me disse:

– Robson, não esquece que o seu batismo será amanhã.

– Amanhã?

– Sim, nós marcamos seu batismo daqui a um mês lembra?

– Sim pastor agora lembro, foram tantas coisas, mas certamente, irei sim, me batizar.

Quando eu estava na prisão o pastor ia lá todos os dias e ficávamos conversando sobre a Bíblia, sobre a vida Cristã, e sobre esperar em Deus.

– Deus foi fiel comigo? Serei um servo de valor sempre deste Deus maravilhoso.

– Será que vou de gravata?

– Acho que sim! Depois pelo que me contaram, vestirei uma espécie de avental branco, confesso que estou super nervoso. Não sei como é isto, sim agora prontinho, só falta este perfuminho que a Nelma adora.

Esguichando o perfume atrás da orelha.

– Tá bunito seu Robson, disse minha mãe Madalena passando de relance, pela porta do quarto, e eu retribui.

– A senhora que sempre é linda minha mãe querida, e fui e abracei ela.

Ela olha pra mim, da uma risadinha e diz:

– Seu pai empresta o carro, nem precisa de agrados... É pra levar a Nelma não é?

– Sim mãe...

– E vocês?

– Nos vamos de carona com o pastor ele passará aqui em casa.

– Antes de ir Robson, leia uma passagem Bíblica e faça uma oração, hoje é o dia mais importante da sua vida.

Fui e abri minha melhor companheira, a Bíblia da Nelma,

Lá em Mateus 3 e fui lendo:

Eu os batizo com água para arrependimento. Mas depois de mim vem alguém mais poderoso do que eu, tanto que não sou digno nem de levar as suas sandálias. Ele os batizará com o Espírito Santo e com fogo.

Entendi que aquele momento era muito importante para a minha vida, seria batizado, e começaria uma vida nova, sabe? Quando passava por aquele deserto entendia que era um teste, quando estava dentro daquela prisão, o inimigo atormentava todos os dias os meus pensamentos mas eu o repreendia e dizia assim:

– Maior que este meu problema? Só mesmo o meu Deus.

E foi bem assim mesmo, era impossível me livrar da prisão, o juiz me deixou bem claro, mas a impossibilidade é uma das especialidades do meu Deus!

Continuei a minha leitura:

Assim que Jesus foi batizado, saiu da água. Naquele momento os céus se abriram, e ele viu o Espírito de Deus descendo como pomba e pousando sobre ele.

Então uma voz dos céus disse: "Este é o meu Filho amado, em quem me agrado

Orei, logo após a esta leitura, minha mãe me observava da porta do quarto, sim estava pronto, para o dia mais maravilhoso da minha vida. O meu Batismo:

Estávamos todos lá naquele lago, sentia o perfume da Nelma, E eu? pegava bem forte nas mãos dela. Nilmar e Lara? Também vieram, sabe estes dois não se desgrudam? Ela cobre ele de beijos. Quando olhava aquela moça nunca imaginara que ela se apaixonaria pelo Nilmar.

Eu olhava para Nelma, ela sorria para mim e disse assim:

Sabe Robson, fico super feliz, que você meu amor, veio, bem certinho pra mim.

– Éh, falei pra ela todo dengoso.

– Sim, orava para Deus e pedia um companheiro que aceitasse viver uma vida cristã, e no começo até parecia diferente, naquele dia que você foi la em casa emprestar o celular...

Mas olhava para você e via que era você Robson quem Deus preparara para mim.

Eu olhei para Nelma e não pude falar outras palavras que não fossem estas:

– Eu te amo.

E veio um irmão e disse:

– Vamos amado, vamos vestir as vestimentas do batismo, que o culto vai começar, sua Namorada vai louvar.

– Louvar? Perguntei olhando para Nelma.

– Sim me convidaram para louvar Robson, e eu louvarei um louvor antigo, que minha vó louvava pra mim e disse que antigamente se louvava este louvor nos batismos.

E o irmão já me ajudava vestir a vestimenta do batismo, que parecia um grande avental todo branco, olhava para o lago límpido, e sentia um cheirinho gostoso de polem no ar, a água refletia em meus olhos, e pensava o quão maravilhoso seria estaria a instantes naquela água, eu e estes irmãos, (estava numa fila tinha uns dez irmãos um senhor bem velhinho, e muitas irmãs e só eu de homem jovem).

O culto naquela linda tarde foi se firmando, cantaram hinos da harpa, foi feito a leitura Bíblica, oramos, e eu? Nervoso estava quase me batizando!

Agora nossa irmã Nelma com o louvor, anunciou o pastor. Olhei para ela, ela sorriu e olhou para mim, eu fiquei sem graça pois muitos nos observavam, nossa história tornou–se publica, mas ninguém olhava com desdém coisa assim, só olhavam sabendo que éramos dois apaixonados e os nossos olhares sempre remetiam a isto. Amor.

Ela ajeitou–se e começou a louvar, colocando o microfone bem próximo da boca, seus cabelos revoavam ao vento:

♪

Jesus disse: vem para as águas, vem me buscar,

Pois anda sedento, sem paz, sem porvir

As tuas tristezas, teus temores senti

Quero agora lembrar–te, foi por ti que eu sofri

Jesus prometeste na dor na alegria

Estará ao meu lado em todos os dias,

Mas escolhi sozinha andar,

Mas junto de mim vieste ficar

Foi só ir morar.

A sua bondade não posso entender,

Mas sei que é do plano do eterno querer

Sei que estás perto e sempre estarás

Seu amor me liberta e a vida me traz

Que doce paz !

Vem Para As Águas | Mara Lima

♪

Chorei ao ouvir aquele louvor, estava emocionado, sim era bem assim mesmo que me ocorrera, poderia não ter passado por nada daquilo, tiro prisão coisa e tal, mas eu resolvi sozinho andar e fazer o meu caminho tortuosamente falando, olhei para o Nilmar ele também me olhou, sei que voltarei ser amigo dele, pois não guardo magoas no coração, mas sei que o que ocorreu nos ensinou uma lição para as nossas vidas. –Não fazer coisas erradas, no meu caso, vi que atirar com uma arma roubada é uma contravenção, e no caso dele atirar para tentar contra a vida de alguém é um erro. Mas quem sou eu para julgar alguém não é? Ainda bem que ele se arrependeu...

– Agora vamos convidar estes dez irmãozinhos que tiveram a melhor decisão das suas vidas para estarem se aproximando. Disse o pastor que ia indo na margem do lago, com mais dois obreiros.

E fomos em fila bem próximo daquela margem.

A água estava gelada, me gelei todo mas meu corpo foi se acostumando logo já era normal, só de chinelo caminhava dentro daquele lago, nas margens e o pastor começou o batismo.

Os irmãos louvavam, mais tarde a Nelma me falou que era o hino 470 da harpa cristã...

O pastor já posicionado com a primeira irmã, antes de batizar–nos leu esta passagem bíblica que se encontra em Mateus 28:

E, chegando–se Jesus, falou–lhes, dizendo: É–me dado todo o poder no céu e na terra.

Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando–os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.

Escutava, nervoso qui só,daqui a pouco seria eu na frente do pastor desceria as águas, era um nervosismo inexplicável, seria batizado pelo pastor da minha igreja agora e ali, o vento fazia eu sentir o momento e estava bem próximo.

E chegou o meu momento de ser batizado.

– Irmão Robson; o pastor me indagava...

– Sim pastor.

– O irmão crê que Jesus Cristo é o Salvador e Senhor de sua vida?

– Sim eu creio!

– Promete viver para Ele durante toda a sua existência?

– Certamente sim pastor!

– Está disposto a obedecer à sua Palavra incondicionalmente?

– Sim pastor por toda a minha vida!

Após ouvir eu ter respondido 'Sim' o pastor me disse assim:

– Segundo a tua confissão e testemunho eu te batizo em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. E então colocou a outra mão sobre as mãos postas do batizando e o inclinou–me para trás até submergir me totalmente e com rapidez o levantando me a posição ereta e o conduzindo me ao outro irmão que já estava disposto ali a me ajudar.

Não sei explicar a sensação que senti ao subir as águas, comecei a chorar, e a louvar, agora estava batizado, mas naquele momento todo o meu corpo se aqueceu, mesmo a água estando fria, senti um aquecer no meu corpo, quando estava lá dentro daquele lago sim,soube o que eu queria ser, um pastor, sim seria um pastor, já não me chamavam de pastorzinho lá dentro daquela prisão? Então seria um pastor, veio a Nelma, tirou uma foto, estava todo molhado....

Meu amor, eu te amo, você fez a melhor decisão da sua vida, agora vamos fazer a obra do Senhor juntos, disse minha amada, que neste momento me dava uma confortável toalha de banho para me enxugar...

###

Capítulo 58

Realmente uma nova vida

Estou dentro do meu carro indo para a capital, agora tenho alguém para se importar comigo. – Como isto foi acontecer?

E porque ela simplesmente gosta de mim do jeito que eu sou com meus defeitos e qualidades? Ela? Esta guiando seu carro atrás do meu. Logo vejo aquela ponte, sim aquela que quase fiz a maior besteira que poderia fazer?

Vou parar aqui novamente, quero conversar com a Lara neste lugar, preciso conversar sobre aconteceu comigo,aqui antes do julgamento.

Faço um sinal e paro o carro, ela também para o seu carro.

– O que houve Nilmar?

– Sabe Lara tive um imprevisto bem neste lugar e uma mulher surgiu do nada e conversei com ela e aceitei a Jesus neste lugar.

– Que inusitado,não é? Disse Lara.

– Lara estou gostando de você cada dia mais e mais. Meus pensamentos são focalizados em você.

Ela olha e tira o óculos solta os cabelos ao vento. –Que mulher linda! Logo penso:

–Nilmar, agora de pouco estávamos com o Robson e a Nelma naquele batismo, e senti de ser cristã também. A dias estou lendo a Bíblia e a Nelma me trouxe um ótimo testemunho sempre quando eu observava ela com o seu modo de viver.

– Aquilo que contei para você naquela lanchonete me machucava e muito por dentro, é difícil de esquecer, e senti, e falei, e você me entendeu.

– Como não entender se sofri com o meu pai também? Olhei para ela indefesa, precisando de cuidados, abracei ela agora nós dois estávamos olhando o horizonte naquela ponte, o futuro começávamos observar, e agora eu tinha uma companheira para estar comigo.

– Como será o meu futuro Lara? Irei preso por tentativa de homicídio.

Lara olhou–me e tranquilizou–me com suas singelas palavras.

– Seja o que for o que acontecer,seja o que vier estarei com você Nilmar porque eu te amo.Ela me beijou, naquele fim de tarde.

– O que a mulher disse pra você nesta ponte mesmo? Perguntou Lara sorridente.

– Ela me fez um apelo, para aceitar a Jesus.

– Faça este apelo para mim, Nilmar eu estou precisando aceitar ele aqui e agora mudar a minha história.

Olhei para ela, e pensei. –Meu Deus como será isto, eu não sei! Mas no mesmo momento pensei. –Tudo tem seu propósito e se ela deseja aceitar a Jesus aqui e agora assim o farei.

– Lara, estou neste lugar, com você e gostaria de perguntar, fazer a pergunta mais importante da sua vida.

– Sim...

– Você aceita Jesus como o único o Salvador da sua vida e promete viver a partir de hoje para Ele e por Ele?

Lara olhou–me novamente, sei que estavam bem forte as emoções do batismo na sua mente, e sei que aquele momento estávamos nós dois se unindo de um modo todo especial, olhava para ela e cada vez convencia–me que ela,sim ela era a mulher da minha vida, e agora seriamos servos dos Senhor juntos!

– Eu aceito, e viveremos juntos, para Glorificar o nome dEle que é merecedor de toda a honra e Gloria.

Continuamos abraçados, o sol se pondo no horizonte...

–Agora voltamos para nossas vidas, alias com uma nova vida realmente, lá na capital vamos buscar uma igreja e começar a cultuar amado Nilmar, e ela me beijava, e eu aprendia mais e mais o que era ser querido por uma mulher.

Ao entrar no carro ela olhou piscando, e ficou séria novamente, e disse:

– Quando chegarmos lá quero ter uma conversa sobre o seu pai, precisamos saber onde ele se encontra, pois ele deve explicações a justiça. Olhei para ela e disse: – Sim, agora tenho você minha amada, me ajudando a corrigir todos os meus erros... Já dentro do carro íamos eu e a Lara conduzindo o seu carro logo atrás de mim.

###

Capítulo 59

No mesmo dia?

Dois anos depois;

Nilmar foi condenado a cinco meses de prisão, cumprindo sua pena na capital, no momento da pena, Nilmar teve um desejo de fazer vestibular para advocacia, Lara apoiou e na prisão ele estudava para passar, Lara por sua vez o ajudava e nestes momentos se preparava para um grande sonho de sua vida, passar num concorridíssimo concurso publico de promotoria.

Nilmar saiu da prisão, e começou a estudar Direito para se formar advogado, no entanto, ainda vivia apreensivo, seus pensamentos sempre o questionavam sobre o paradeiro do seu pai.Este nunca mais apareceu, um alívio para Nilmar mas também uma preocupação constante na vida de Nilmar.

Lara, mais confiante de sí, agora queria casar–se com Nilmar, sua tia se fora e Lara vivia sozinha, ela ligou para Nelma para contar a novidade e convidar ela e Robson como padrinhos de casamento.

– Oi Nelma quanto tempo, disse Lara

– Oi Lara, que bom que você ligou, tinha uma supernovidade para te contar...

Lara escutou, e pensou em ouvir o que a Nelma queria lhe contar...

– Sabe Lara , vou estudar aí na capital, finalmente consegui passar em psicologia, lembra ano passado nao consegui passar, mas este ano, finalmente estudarei e serei uma psicologa.

– Nossa amiga parabéns!

– E o Robson como esta?

– Então Lara, tenho outra novidade, o Robson já a quase dois anos esta trabalhando com o pai, lá na loja de material de construções.Lara escutou e lembrou dos dias que estava morando com a Nelma para ajudar na defesa do Robson lembrou mesmo que o pai da Nelma tinha um comércio e por conta disto vivia atarefado e pedira ajuda para ela para auxiliar a Nelma no que fosse necessário.

– Sim que bom que o Robson e seu pai se entendem super bem não é Nelma?

– E vocês continuam firmes na igreja, perguntou  Lara.

– Claro, não arredamos o pé nenhum instante, eu sou a regente dos Jovens e o Robson já é um cooperador.

– E vocês dois como estão? Pergunta agora Nelma para Lara.

Eu e o Nilmar agora somos noivos, e é por isto que ligamos para vocês.

– É prima que benção. Mas espere que não terminei a novidade Lara.

– Fala Querida!

– Pois é Lara, o pai decidiu abrir uma filial aí na capital, ele tem um comercio em uma ótima localização, que o inquilino entregou, e pensamos e repensamos amiga, e o pai decidiu montar esta filial aí na capital pense amiga!

– Que ótimo, isto é benção sem medidas!

– E o melhor quem vai cuidar desta nova loja? Quem quem quem?

– Não me diga que será o Robson?

– Sim Lara, eu estou super feliz, pois já estava certo minha ida para morar na capital estudar, e o meu coração batia forte em ter que continuar o namoro e deixar o Robson aqui no interior, estava orando tanto amiga!

– E Deus abriu as portas, disse Lara com um tom feliz ao telefone...

– Sim Deus é Maravilhoso, e vamos nos casar pois tudo esta se encaixando perfeitamente, e decidimos isto: –Eu estudando aí para a minha sonhada faculdade de psicologia, o Robson gerente desta loja que o pai vai montar aí na capital, e eu e você Lara poderemos congregar na mesma igreja.

– Agora posso contar melhor a minha novidade, disse Lara ofegante

– Eu e o Nilmar decidimos nos casar também, estava te ligando para contar e aproveitar convidar você e o Robson serem os padrinhos.

– Nelma escutou e logo disse:

– Por que não casamos juntos no mesmo dia aí na capital?

– No mesmo dia?

###

Capítulo 60

Nosso futuro

Depois que soube da novidade, sim ser gerente de uma loja lá na capital, fiquei muito feliz, estava orando para encontrar uma solução para não ficar longe da Nelma, ela realizará o grande sonho da sua vida que é ser uma psicologa.

Confesso que ano passado ela até que tentou passar na faculdade que ela tanto queria, mas infelizmente não deu certo.

Mas quando o pai dela contou que já estava tudo certo de inaugurar uma filial lá na capital, fiquei com o coração na mão.

Eu me dou super bem com o pai da Nelma, logo ele confia em mim e deixa a loja na minha mão, aprendi administrar um comercio com ele.

Quando sai daquela prisão, fiquei com muito medo de não encontrar um emprego por ter saído de uma prisão e acabar herdando uma má fama, logo não oferecer–me um emprego

– Nosso namoro? Eu e a Nelma a cada dia estamos mais e mais apaixonados, quero estar a todo o tempo com ela. Não consigo me ver sem ela. Ela já faz parte da minha vida.

No entanto já faz um tempinho que estamos namorando, ela tornou–se regente da mocidade, e eu um cooperador da obra do Senhor.

Continuei ajudando o pastor lá na igreja, depois que me ví preso, limitado, lá naquele lugar, orava e firmava propósitos com Deus, e um era sem dúvidas ser um servo de valor.

– Mas o que fazer, a Nelma iria morar fora, isto estava apertando meu coração.

Mas Deus é maravilhoso, faz seus planos e propósitos para as nossas vidas da maneira dEle.

E o pai da Nelma me dá esta notícia.

Gerenciar uma filial lá na capital, é muita responsabilidade...

Estou cheio de planos, meu futuro? Sem dúvidas, entreguei nas mãos de Deus...

E agora mais esta novidade... Casamento, sim vamos nos casar, terei muitos desafios, mas com certeza, hoje posso dizer com toda a certeza.

– Vale a pena ser fiel.

– Posso ir agora? Disse para o pai da Nelma.

– Pode sim Robson, saia passear um pouco, serviço demais não é?

– Sim, mas tenho que aproveitar todos os minutos com o Senhor me ensinando, logo logo estarei sozinho lá na capital.

– Sabe Robson, você sempre foi prestativo, e ajudou–me no que foi necessário, irá tirar de letra, tens talento para o comercio.

– Realmente aprendi a gostar de administrar uma loja não é nada fácil, mas com o tempo e determinação aprendemos.

Agora já estou na frente da loja, combinei de encontrar a Nelma no café que estamos habituados, ela? linda com um vestido vinho com os cabelos soltos, com um pequeno livro ela vem em minha direção sorrindo, eu contemplando aquela moça que Deus enviou na minha vida e hoje sou realizado com ela e o seu amor.

– Oi amor!

– Oi meu amor, abracei ela e logo fomos no nosso café...

– Tenho uma ótima conversei com a Lara e ela também vai casar com o Nilmar.

– Nossa Nelma que ótimo isto, Quando?

– Logo amor, ela ligou convidando para nós ser padrinhos de casamento dela.

Olhei para ela, e ela olhou–me, depois do ocorrido, fiquei um pouco distante do Nilmar, Nelma sempre me alertava sobre isto, dizia–me para não guardar rancor ou magoa no coração, aprender a perdoar. Eu? Sempre tentava, mas sou humano, ficava um pouco entristecido com todo o que ocorreu a prisão me ensinou a ser mais cauteloso com as pessoas e tinha que reaprender a ser um bom amigo do Nilmar.

– Eu propus a ela casarmos juntos, no mesmo dia, conversamos, e estávamos pensando de ser um casamento simples, porem elegante, lá na capital para poucos convidados, na Igreja da Lara, e levar nosso querido pastor para fazer nosso casamento.

Ela olhou–me e sentiu algo estranho no meu olhar, ela conhecia–me bem e disse deste modo pra mim.

– Eu gosto muito da Lara, e seria uma ótima oportunidade para você e o Nilmar quebrarem de vez este gelo.

Abraçava Nelma e pensava no futuro, e refletia sobre isto: Sabe que ela tem razão mágoas rancor só envenenam a gente, e no mais ele pagou tudinho que tinha que pagar para a justiça, cinco meses preso penso eu não foi nada fácil, e ele também encontrou uma mulher maravilhosa na vida dele.

– Casamos então: – Você, abracei ela mais forte, já adentrando no café, –Você amor zito, sempre tem razão.

– Eu casado com a mulher da minha vida? É um sonho, se você assim deseja casaremos deste modo, eu te amo, e estarei perto de você, agora seremos um casal, lá na capital que tal?

Ela esboçou um sorriso. e disse

– Você é o amor que eu tanto pedi a Deus em minhas orações, olhou nos meus olhos e disse assim: OBRIGADO POR EXISTIR.

– Você amor que é tudo para mim, agora minha psicologa favorita como estão os estudos?

Ela contou–me como era a faculdade, o lugar, e contou que tempos atrás ela e o seu pai passaram uma pequena temporada na capital, conseguiram alugar o comercio para outra pessoa e voltaram para nossa cidade, os negócios aqui prosperaram. O programa minha casa e minha vida, injetou dinheiro nos negócios do pai, ela dizia.

– Sim e como eu sei querida, disse rindo, e ela olhou pra mim.

– Ah, é claro, você trabalha lá com o pai já deve de ter ouvido esta história varias e varias vezes...

– Você promete me ajudar no que for necessário Nelma lá na capital?

– Prometo, amado, não se preocupe, o pai sabe o que faz, e você terá apoio dele no que for necessário.

Escutava ela, e pensava, no casamento nesta nova empreitada, em viver próximo do Nilmar, nesta nova vida que estava me esperando lá na capital.

– Você vai amar este caipirão aqui lá na capital não é?

– Claro eu te amarei sempre Robson, você é o presente que Deus colocou na minha vida.

###

Capítulo 61

O Assalto

O dia da noiva, estão lá no salão a Lara e a Nelma, eu estou super apreensivo e nervoso, tenho absoluta certeza que é ele que esta me ligando, e desligando o telefone, mas porque? eu nunca contei aquela história para a Lara, não foi eu que roubei aquele caixa eletrônico, meu pai? Sim era o meu passado, mas este passado custa a me deixar.

– O que esta pensando Nilmar? Falava comigo Robson arrumando seu terno, e ajeitando a sua gravata... Fale o que esta te deixando nervoso, casar é o que tornará nós homens realmente?

Falava Robson com uma certa ironia.

– Amigo, estou nervoso, casar é algo que deixa a gente nervoso...

Falava assim pois tentava disfarçar, era o dia do meu casamento, mas certamente o que me deixava nervoso, era aquelas ligações anonimas, eu sei que é ele mas porque? porque ele estava me ligando, isto estava me deixando nervoso.

– Segredos eu tinha os meus e não poderia falar a ninguém...

– Por que meu Deus, porque meu pai me tratava daquele modo?

– E essas ligações, aí meu Deus.

Olhou bem para o fundo dos meus olhos o Robson e me disse assim.

– Calma amigo tudo irá se resolver, você tem uma mulher fantástica ao seu lado, e o seu futuro esta garantido, agora será um advogado, e o seu pai (quando ele disse meu pai envermelhei) seu pai desapareceu do mapa, ele bem sabe que se aparecer terá que se explicar. Mas eu oro todos os dias para o seu pai, Nilmar, para que ele tenha um encontro com Jesus e se arrependa dos seus erros, enfim, hoje é um lindo dia para nossas vidas, passado é passado, e hoje estou super feliz, anime–se!

– De repente toca meu celular, (estava no modo vibração)olho para o lado, e vejo é uma ligação anonima.

Penso: –É ele, aí meu Deus com certeza é ele....

Olho para o Robson e digo, Amigo vai indo na frente amigo eu vou ir caminhando.

Estávamos num ateliê do terno, sim estávamos nos trocando o casamento aconteceria daqui a meia hora, e o telefonema, quem quer que fosse atrás daquela linha estava me ligando num momento muito impropício da minha vida.

E tocava insistentemente, e o Robson já estava desconfiado...

– Vai caminhando até na Igreja, sei lá que nervoso amigo você está passando, mas esteja na hora lá na igreja, eu a minha mãe, a senhora Madalena, vem me buscar, se quisesse iria conosco, mas enfim, chegará com estilo na igreja.

Ao sair viro a esquina e agora estava seguro para atender o telefone...

– Alô? Alô, onde você está? Como assim?

Espera um pouco, eu sei onde é não, não faça isto, espera já chego aí....

Saio correndo sei muito bem o local que ele me informou.

A polícia esta toda em volta do local, vem um policial e me pergunta:

– Você é o Nilmar?

Eu respondo:

– Sim sou eu!

O chefe de polícia fala assim.

– Deixem ele entrar, Deixem ele entrar, rápido, rápido!!!!

Estava na frente de um banco, quinta feira, a tarde, e o meu pai sim, ele mesmo esta lá dentro daquele Banco, com uma mulher, e uma arma, sim ele esta com aquela mulher, meu Deus, é uma mulher grávida, e ele esta ameaçando ela, em punho com aquela arma, e ela esta chorando, Senhor como ele pode chegar a este ponto, ele esta com aquela refém.

Bem que eu escutei uma movimentação sabia que tinha muita gente em volta e entendi que alguém havia discado para mim e ele estava falando, quando ligou para mim no viva voz...

– Ele veio? Perguntou um homem com uma voz ofegante, nervoso com uma arma em punho.

Sim era ele atrás daquela mascara de meia era ele, meu pai, meu Deus ele estava ameaçando aquela mulher ela chorava muito, e estava grávida, como pôde?

Ao olhar para ele veio um filme na minha cabeça, lembrava dele chutando meu amigo Bingo, lembrava dele falando que o mundo era dos mais fortes, tive que reaprender o que era mundo tive que esquecer que tinha um pai...

– Nilmar, Nilmar é você...

– Pai, se entregue pai, entregue esta mulher, vamos sair daqui....

– Daqui eu não saio, eu não volto para a cadeia, eu não vou preso, não se aproximem eu atiro, não se aproximem.... Eu ATIRO, e chorava muito a mulher, e ele esfregava aquela arma na face da mulher...

– Tá vendo ela, e olhava para os policiais, se vocês se aproximarem eu apago ela. Eu apago, estou falando sério. Eu A–P–AG–O.

– Não pai pelo amor de Deus ela tem uma criança dentro dela.

– É moço escuta ele, entregue–se

– Cale a boca, não se aproxime, eu apago ela....

Não pai, eu fico no lugar dela...

– Não, eu apago é ela, fale pra eles não se aproximarem, e trazerem um colete.

A policia estava de mãos atadas, mesmo que alvejassem o alvo, no momento de reação antes da morte em si, certamente o reflexo faria com que a vitima, uma mulher grávida, fosse morta e o caso já havia tomado proporções inimagináveis a imprensa já estava passando a tentativa de assalto ao vivo, e isto complicava tudo.

– Falava o policial em voz baixa com o Nilmar.

– Você deve acalmar ele, ele esta muito nervoso, pelo que sabemos ele tentou assaltar este banco, mas a tentativa foi frustrada.

Nilmar olhou para o celular, para conferir a hora, e pensou em duas coisas instantaneamente.

– Meu Deus é quase o momento do meu casamento.

– E é o meu pai que esta ali na frente  ameaçando aquela indefesa mulher...

– Moço pelo amor de Deus, acalme ele fale que eu tenho mais filhos para criar! A mulher estava com sua gravidez avançada, Nilmar olhava para ela e sentia a sua dor, ela deveria estar de sete meses, e o seu pai a pegava com violência tratava–a como tratava os animais lá no petshop que trabalhava... –Moço pelo amor de Deus fale para ele poupar minha vida!

– Cale a Boca! Quero um colete, quero um carro para fugir, e você Nilmar é que vai dirigir, e deu uma coronhada na cabeça da mulher, luzes de lazer provavelmente das armas que miravam a distancia no bandido, passavam por ele com perigo...

###

Capítulo 62

O atraso dos noivos

Lara optou por um vestido de cetim liso discreto e elegante, ela entraria segurando um ramo de jasmim, já Nelma optou por um vestido mais vitoriano, bem parecido com o da princesa Diana quando casou ela entraria com um buque de rosas vermelhas, Nelma desajeitada pisava na cauda do seu vestido, enquanto Lara usava bolero de renda. Branca muito elegante e sofisticada.

– Nelma você esta linda, disse Lara para a prima, seu coque valoriza seu pescoço, e seu véu deixa o ar clássico impecável, dizia a moderna noiva Lara com seu vestido minimalista.

– Você que esta elegante, eu com este vestido só posso ir no casamento, você com este vestido amiga, e Nelma ajeitava a Lara, esticando bem o vestido que estava perfeitamente adequado ao corpo. Eu sempre quis casar assim parecendo uma princesa daqueles reinados antigos, e hoje vou realizar meu sonho, dizia Nelma envolto a uma armação que incomodava e deixava seu vestido mais espalhafatoso.

– Legal, deste modo demonstramos estilos totalmente diferentes, o importante linda prima é que nosso casamento é daqui a uns vinte minutinhos...

Lara ficava quieta e ajudava as duas costureiras que estava adequando os vestidos, ela sabia que deveria ser discreta, por um detalhe que a incomodava por dentro. A sua querida tia que a cuidara depois de ter rompido com seus pais não estaria ali para aquele momento especial.

– Seus pais não puderam vir não é Lara, falava Nelma de modo desconversado, evitava tocar aquele assunto, sabia que Lara sim superara, mas preferira não conviver com os pais e viver distante, e também ela sabia que sua tia morava muito longe, e isto era um modo usual de não ter tantos constrangimentos ao explicar a ausência de parentes de Lara.

– Aprendi superar e ser forte Nelma, hoje casarei com o Nilmar terei uma nova vida, e daqui alguns dias irei fazer um concurso que estou me preparando faz tempo, devo ter foco, casar será ótimo, amo aquele moço.

Nelma olhou novamente a prima. Lara logo questionou.

– Sério, eu amo ele hoje vivo uma vida tranquila, você sabe dos meus traumas eles pertencem ao passado, daqui a pouco estarei casada uma mulher casada.

Nelma escutou, estufou o peito, sim mais uma alfinetada neste vestido.

– Aí, disse sorridente.

– Vocês duas estão lindas! Disse a costureira.

– Mas você? Posso tirar uma foto, é para o catalogo de vestidos aqui da loja. Na verdade a costureira queria usar a imagem de Lara que parecia uma modelo da Ford para um novo letreiro do seu atelie, ela nunca saberia disto.

– Pode sim, e tirava sua foto Lara sorridente.

Na igreja já estava Lara e Nelma no Altar, seria um casamento simples e discreto, para trinta convidados e a igreja estava discretamente decorada. Nelma relutou queria entrar atrasada, esperar a chegada do Robson quando estavam dentro do carro. Mas Lara disse:

– Não gosto de esperar, vamos lá ficamos esperando, tirando fotos, vai ser legal e autentico, duas noivas esperando seus noivos.

Mas as duas ansiosas na frente da igreja já percebera que algo estranho estava ocorrendo.

Nelma segurava as mãos de Lara, já até tinha tirado sua luva que estava incomodando...

– Lara o que esta acontecendo? Esses dois que não aparecem.

Lara com uma paciência inglesa dizia para a amiga.

– Calma Nelma mantenha a postura ereta, e sorria sempre eles já chegam, este nervosinho é bom sentir, Calma Nelma.

***

Já fazia vinte minutos que todos procuravam Nilmar, Robson tentava ligar para o telefone do amigo mas não encontrava, todos estavam repassando o percurso que Robson explicara que o amigo fez para ir a igreja e nada.

Robson desconfiava que Nilmar, sim desistira de casar e por algum motivo inexplicável usara o pretexto da caminhada para sumir do mapa.

– Espere mais um pouco Robson, fique quietinho dentro deste carro, não queremos criar alarde, seu pai procura ele, disse madalena.

Robson estava num carro isofilmado preto que a sua mãe Madalena alugara para ir a igreja..

– Mas ela esta aflita, olhe mãe, eu não posso deixar a Nelma esperando.

Madalena olhava para o relógio, e observava que vinte minutos já passara do momento marcado para o casamento. Vamos esperar mais dez minutinhos e só...

***

Uma moça que era responsável pela arrumação da igreja se aproxima, e diz no ouvido da Nelma.

– Calma mocinha eu ví seu noivo dentro do carro, com certeza estes dois estão preparando uma surpresa para vocês duas...

– SURPRESA? Disse Nelma já um tanto aliviada,

Lara escutava, e disse sorrindo um sorriso agora sem graça...

– Postura ereta Nelma, não esqueça, vou ter uma conversinha com o Nilmar, já tinha combinado com ele que seria um casamento simples ele que não invente pra minha cabeça... Sorria Nelma sorria.

Os pensamentos de Lara eram estes. Nilmar foi buscar os meus pais. (Ele que não invente isto, iria me constrangir muito esta situação) a ideia e a imagem do seu pai chegando na porta da igreja eram mais e mais fortes para Lara, e ela tentava controlar as emoções mas ela conseguia visualizar os dois na porta da igreja.

– Lara Amiga, estou ficando muito ansiosa, qual surpresa será esta?

– Calma Nelma, aposto que o Senhor Nilmar quer fazer uma surpresa para mim. Eu vou ter uma conversinha com ele, queria um casamento simples modesto e sofisticado...

Lara visualizava–se vendo seus pais e saindo correndo da igreja constrangida com o despropósito do noivo de convidar eles para o casamento....

Enquanto isto o tempo passava...

Lara e Nelma duas noivas a ponto de terem uma sincope nervosa

###

Capítulo 63

O Assalto [parte 2]

Foi muito rápido nem eu consegui entender o que aconteceu, meu pai, tentou acertar uma coronhada com a sua arma na mulher que reclamara, só vi luzes, e o tiro, sim um tiro. E meu pai, caindo no chão, ele num impulso atirou, mas graças a Deus o tiro não acertou ninguém, somente uma vidraça que despedaçou tornando a cena mais desesperante.

A mulher grávida saiu correndo, e eu fui acudir meu pai que estava estirado no chão ensanguentado.

– Pai, por quê? Por quê? Você assaltando a um banco.

– F–i–l–h–o falava ele saia sangue na sua boca...

Rápido, rápido, chegou três enfermeiros, com uma maca e estavam colocando ele nela, um olhou para mim, eu? Estava completamente perdido, não sabia o que fazer...

– Você rapaz? Perguntou o enfermeiro, é parente dele, quer acompanhar a ambulância, ajudará rápido,

E foi muito rápido tudo aquilo, vi que um estanquia o sangue que jorrava como uma bica, coisa terrível, eu? embrulhava o estomago, agora estava chorando, sim, chorava, eu convivi boa parte da minha vida com ele.

Dentro da ambulância as coisas se agravaram, o medico do resgate, disse.

O estado dele é gravíssimo, não tem mais o que fazer, a vida dele irá sucumbir à instante, você quer dizer algo a ele.

Não sabia o que fazer no exato momento me veio à cena, sim aquela ponte, estava na ponte, e me via olhando para baixo, e olhava aquela mulher que me resgatou daquela tragédia certa.

Lembrei exatamente das palavras que ela me disse:

E olhava meu pai, ele cuspia sangue, era terrível, rápido, rápido, disse o médico, diga algo conforte–o fale alguma coisa, a hemorragia interna é incontrolável...

E o desfibrilador estava sendo ligado.

– Pai

– S–i–m m–e–u f–i–l–h–o

Não pensei em outra coisa senão essa naquela hora, naquele momento naquela situação...

Você se arrepende dos seus pecados e aceita Jesus como o teu salvador?

– S–i–m eu aceeeit...

Ele enfraquecido, quase sucumbindo disse assim:

– V–á no b–a–a–n–c–o...

Não entendi o que ele quis dizer com isto...

Rápido, rápido o desfibrilador...

E um enfermeiro virou meu rosto, e disse assim.

– É melhor você não ver agora e me segurou–me e abraçou, eu olhei, sim não consegui resistir. Um enfermeiro, usava aquele aparelho de choque, que jogava meu pai quase no teto daquela ambulância, já no hospital, entraram com ele num quarto, e neste momento, veio uns dez funcionários que entraram naquele quarto eu não conseguia distinguir o que eram sem eram enfermeiros entendi que era algo grave, e por isto dispuseram de tantas pessoas...

Carros da policia, e da imprensa começaram se aglomerar...

Um policial me levou para a Delegacia. Perguntou por que estava de terno eu disse que estava indo para um casamento, ele não acreditou muito...

Posso fazer uma ligação?

Uma ligação somente estava alí para depor sobre aquele confuso e rápido caso, aguardando veio a triste noticia sim ele falecera o tiro pelo que me contaram acertou uma veia muito importante do corpo, logo o sangue logo a hemorragia, logo a morte.

Em estado de choque que estava pensei. Eu ofereci–lhe um encontro com Cristo, e ele aceitou. Fechei os olhos, chorei e orei, vou ligar, para a minha amada Lara, espero que ela me perdoe por não ter ido ao nosso casamento...

Com o celular em mãos e tremulo, liguei...

###

Capítulo 63

Mantendo a pose

Eu olhava para Nelma, ela estava ansiosa, tremia toda, era mais visível por conta do vestido espalhafatoso que ela optara, e eu? Estava uma pilha de nervo, que pose ereta que aquenta tanto esperar?

– Uma surpresa?

O que será?

Não pode ser eu ver meu pai, na porta daquela igreja, A mãe até não tenho tanta magoa, mas meu pai? Só falta o Nilmar esta neste momento buscando eles na rodoviária.

– Calma Lara dizia agora a Nelma (para ela era fácil já sabia que seu noivo estava lá na frente esperando). Eu estou calma, e ria com desconforto, e o suor passeava no meu rosto levemente maquiado...

E veio aquela moça novamente cochichar no ouvido da Nelma.

E os convidados olhavam para mim, e para a Nelma, estava se tornando uma situação constrangedora, os falatórios e os tititi já eram visíveis. E a moça conversando com a Nelma e eu só observando, minha experiência de vida já demonstrava que era eu o assunto da conversa.

Nelma me olhou, abaixou o semblante e olhou novamente...

– Não vai me dizer que o Nilmar buscou meus pais e esta ali na frente esperando para entrar com cada um deles a tira colo.

– Pior amiga, fique calma, mas é pior que isto.

Pensei o que seria pior que aquilo? Somente isto seria o fim do meu casamento.

Nelma novamente me olhava agora apreensiva com o que iria me falar, era visível, aprendi com a profissão traduzir semblantes e posturas ela não estava mais aflita estava medindo as palavras.

– Lara, peço perdão, foi eu que insisti para casarmos juntos.

– Sim, amiga eu concordei e achei ótimo, vamos casar esta demorinha é só um charme da cerimônia, parece que senão tivesse não teria graça.

Nelma esboçava uma lágrima no canto dos olhos, e falava bem baixinho, amiga...

– Amiga, se quiser cancelamos o casamento agora eu caso outro dia sem problema, ela ja não aguentava a emoção, entendia que era especial, a escolha do vestido, o preparo o momento ela realmente queria que acontecesse o casamento.

– Pare de ser boba Nelma, eles demoraram um pouquinho mas este casamento saí!

– Não, não saí, o noivo desistiu ninguém encontra o Nilmar, disse de modo constrangido Nelma para mim...

Eu olhei para ela, olhei para os convidados, olhava para aquele imenso, sim me parecia imenso corredor entrelaçado por bancadas arrumadas, entendia que os tititis estavam falando de mim, com certeza todos já sabiam que meu noivo não viria somente eu e a Nelma não sabiam.

Não seio que seria pior, se ele trouxesse meus pais a tira colo, depois teríamos sim uma conversa....

Mas agora cairá a ficha, sem dúvidas isto foi a pior coisa que poderia acontecer...

– Calma Lara mantenha a calma, alguma coisa muito grave deve ter acontecido, ou o Nilmar não queria casar contigo amiga....

Nelma tinha conversado com Robson antes do casamento, e até a Nelma ficara desconfiada das reais intenções do Nilmar... dizia ela... É aquela vez ele não assumiu o erro e você foi preso não é Robson? Mas nós cristãos devemos perdoar e amar...

###

Capítulo 63

Mantendo a pose

Eu olhava para Nelma, ela estava ansiosa, tremia toda, era mais visível por conta do vestido espalhafatoso que ela optara, e eu? Estava uma pilha de nervo, que pose ereta que aquenta tanto esperar?

– Uma surpresa?

O que será?

Não pode ser eu ver meu pai, na porta daquela igreja, A mãe até não tenho tanta magoa, mas meu pai? Só falta o Nilmar esta neste momento buscando eles na rodoviária.

– Calma Lara dizia agora a Nelma (para ela era fácil já sabia que seu noivo estava lá na frente esperando). Eu estou calma, e ria com desconforto, e o suor passeava no meu rosto levemente maquiado...

E veio aquela moça novamente cochichar no ouvido da Nelma.

E os convidados olhavam para mim, e para a Nelma, estava se tornando uma situação constrangedora, os falatórios e os tititi já eram visíveis. E a moça conversando com a Nelma e eu só observando, minha experiência de vida já demonstrava que era eu o assunto da conversa.

Nelma me olhou, abaixou o semblante e olhou novamente...

– Não vai me dizer que o Nilmar buscou meus pais e esta ali na frente esperando para entrar com cada um deles a tira colo.

– Pior amiga, fique calma, mas é pior que isto.

Pensei o que seria pior que aquilo? Somente isto seria o fim do meu casamento.

Nelma novamente me olhava agora apreensiva com o que iria me falar, era visível, aprendi com a profissão traduzir semblantes e posturas ela não estava mais aflita estava medindo as palavras.

– Lara, peço perdão, foi eu que insisti para casarmos juntos.

– Sim, amiga eu concordei e achei ótimo, vamos casar esta demorinha é só um charme da cerimônia, parece que senão tivesse não teria graça.

Nelma esboçava uma lágrima no canto dos olhos, e falava bem baixinho, amiga...

– Amiga, se quiser cancelamos o casamento agora eu caso outro dia sem problema, ela ja não aguentava a emoção, entendia que era especial, a escolha do vestido, o preparo o momento ela realmente queria que acontecesse o casamento.

– Pare de ser boba Nelma, eles demoraram um pouquinho mas este casamento saí!

– Não, não saí, o noivo desistiu ninguém encontra o Nilmar, disse de modo constrangido Nelma para mim...

Eu olhei para ela, olhei para os convidados, olhava para aquele imenso, sim me parecia imenso corredor entrelaçado por bancadas arrumadas, entendia que os tititis estavam falando de mim, com certeza todos já sabiam que meu noivo não viria somente eu e a Nelma não sabiam.

Não seio que seria pior, se ele trouxesse meus pais a tira colo, depois teríamos sim uma conversa....

Mas agora cairá a ficha, sem dúvidas isto foi a pior coisa que poderia acontecer...

– Calma Lara mantenha a calma, alguma coisa muito grave deve ter acontecido, ou o Nilmar não queria casar contigo amiga....

Nelma tinha conversado com Robson antes do casamento, e até a Nelma ficara desconfiada das reais intenções do Nilmar... dizia ela... É aquela vez ele não assumiu o erro e você foi preso não é Robson? Mas nós cristãos devemos perdoar e amar...

###

Capítulo 66

Lembranças do Passado

Deitado na minha cama olho para Lara,e disse–lhe.Preciso contar o que me ocorreu antes de vir morar na capital. Meio sem graça constrangido contei que guiei meu pai para aquela fuga, contei os detalhes e falei para ela já quase chorando que a partir desta conversa não queria mais ter segredos com a Lara, gostaria de sempre ser franco não estava fazendo bem para mim deixar este detalhe do meu passado encoberto.

– Realmente foi errado da sua parte Nilmar fazer isto, você foi cúmplice dele, e roubar é errado, o dinheiro que ele aproveitou foi fruto de um erro. A facilidade gera consequências terríveis, e a pessoa vai perdendo. Quando uma pessoa transgride uma lei, ela vai se acostumando ao erro, e quando vê, já esta naquela situação que pode tudo.

– Como fez meu pai naquela banco não é?

– Sim infelizmente ele pensou que poderia tudo, mas existe lei existe ordem e decência. Ele transgrediu não aceitou correção, sinto te dizer isto Nilmar, pois apesar de tudo é o seu pai. Ele aceitou o seu destino.

Abracei a Lara, aliviado tinha tirado um fardo enorme das minhas costas, observava cada reação dela, e senti que ela foi não se importou tanto com o ocorrido.

– Se ele estivesse vivo, seu pai, deveria denunciar você e ele a policia isto seria o certo ao escutar o que me disse.Falou Lara olhando fixamente para o teto do nosso quarto.

– Mas tem uma coisa que eu preciso lhe contar.

– Fale Amor, penso que pior que isto não pode ser, não é?

Ele me deixou uma quantia de dinheiro pouca coisa, mas deixou em uma conta em um banco. Não sei porque ele disse assim para mim, vá ao Banco e morreu naquela ambulância. Não entendo Lara... Acho que tem haver com aquele dinheiro,Eu nunca precisei daquele dinheiro, sou bem organizado consigo viver bem com a herança da minha tia. (Nilmar administrava uma herança que ganhara de uma tia, alugueis de casas).

Lara olhou ele agora seu olhar era apreensivo e pensativo.

– Amanhã iremos neste banco que ele deixou esta quantia de um dinheiro de um roubo, você vai sacar todo o dinheiro, e doar...

– Doar?

– Sim você irá doar este dinheiro, pois não lhe pertence, se você fosse devolver para as autoridades responsáveis você iria se envolver numa confusão não é? Poderia até ir preso. Seu pai esta morto, e este dinheiro não lhe fará ao banco. Pode ser que ele aceitou a Jesus,igual você me contou e se arrependeu, e antes de morrer, quis que você se livrasse deste dinheiro.

– É Lara isto tem sentido.

– Mas pode ser também que ele queria lhe dizer alguma coisa. Amanha vamos ao banco e doar este dinheiro a alguma instituição.

– Aqueles dias do julgamento do Robson fiquei horrorizada com a crueldade com os animaizinhos, o que acha de doar esta quantia para uma ONG que cuide de animais?

Olhei para ela realmente a minha esposa era sábia, seria um alívio, e de algum modo consertaria algum estrago, com esta atitude.

– Então combinado amor, amanhã vamos ao banco, encerraremos esta conta e doaremos este dinheiro para alguma ONG que cuide de animais.

No outro dia já acordados se arrumavam iriam no banco com combinado anteriormente. Lara dirigia o carro, e Nilmar no banco de carona olhava para ela tentando decifrar seus pensamentos, ela ao trocar uma marcha e outra olhava sorridente ao esposo.

– É neste banco?

– Sim...

Entraram no banco pediram para falar com um atendente o atendente lembrou que aquela conta rendera algum dinheiro pois não havia sido movimentada dês que foi criada. Nilmar disse que sacaria todo o valor da conta e encerraria a conta.

A atendente fazendo a transação olhava para os avisos no computador, chamou o gerente, ao ler um peculiar aviso...

O gerente veio e leu no computador o que aparecia na tela, olhando para Nilmar, Lara estava esperando sentada o marido fazer a transação.

Neste instante começou a chover forte, Lara olhava para fora preocupada com a chuva inesperada.

O gerente olhou de novo o aviso e relembrou.

– A sim, lembrei–me deste cliente que depositou este valor e deste aviso. (Na verdade o pai do Nilmar deu 'uma gorjeta para o gerente' pedindo para ele guardar uma carta em um cofre de penhores, o gerente achou estranho o pedido, mas em volto a 'gorjeta' aceitou tal pedido). E o aviso dizia:

– Quando encerrar esta conta favor entregar esta carta ao resgatante do valor.

E veio o Gerente com a tal carta que estava guardada como se fosse uma joia no cofre de penhor.

– Esta aqui este papel, quando esta conta foi aberta, fui instruído a entregar a quem finalizasse ela esta carta. Você esta resgatando o valor desta conta, então esta carta é sua.

Olhei para o gerente surpreso,com a carta que estava dentro de um envelope, escrito o meu nome.

Encerrei a conta e sai desconfiado pensei que fosse algo relacionado a aquele roubo ao caixa eletrônico. (Só o que me faltava vir querer acertar um erro do passado e sair daqui preso e algemado) pensou Nilmar. Sendo assim, foi o mais discreto possível.

– O que é isto? perguntava agora Lara para Nilmar, estavam na frente do Banco esperando a chuva passar.

– É uma carta que o meu pai me deixou.

Lara olhou curiosa com o que estava escrito...

– Não vai abrir e ler ela?

– Será Lara aqui? Não é melhor abrir em outro lugar?

Lara olhou para a chuva, estava bem forte, e não tinham trazido guarda chuva, logo deveriam esperar, e esperar com uma curiosidade em mãos era bem complicado.

– Abra Amor,desta vez eu que estou curiosa, o que será que esta escrito nesta carta? Abra, leia e me conte, assim esta chuva passa logo e vamos embora...

Nilmar abriu a carta, e começou a ler, ao ler o conteúdo da carta, Lara só o observara curiosa com as reações do seu esposo. Alguns momentos ele ficava triste, outros momentos parecia que iria chorar, em nenhum momento esboçou sorriso ou felicidade. A um momento da leitura ele abruptamente e com uma tranquilidade estranha começou a amassar a carta fazendo uma pequena bola de papel com a carta.

– E aí, amor, quer me contar o que estava escrito na carta?

Nilmar olhou uma poça d'água mirou nela e atacou a carta, ela mergulhava naquela poça d'água e a chuva ajudava a carta se dissolver e os dois a olhavam.

Nilmar abraçou a Lara, e disse:

– Eu te amo, Deus colocou você na minha vida, não importa muito o que estava escrito naquela carta, tanto que nem quis terminar de ler ela. Agora viverei uma nova vida, deixarei o passado no passado.

Lara abraçada escutou aquelas palavras do seu marido, a chuva era intensa, e realmente deveriam esperar...

– No começo daquela carta ele dizia que se eu estava resgatando aquele dinheiro é que não conseguira administrar a herança, que ele estava bem agora e rico e deixará uma esmola pra eu me virar. Até aí tudo bem amor, não poderia esperar outra coisa dele...

– Mas o que me fez amassar e jogar fora aquela carta e nem ler o conteúdo restante foi isto. Ele disse que não era o meu pai que casou com minha mãe e ela já estava grávida. Lara ao ler isto muita coisa fez sentido, nunca soube do ódio que ele sentia por mim. Deste modo muita coisa fez sentido para mim. Ele disse que eu era um estorvo na vida dele que minha mãe morrera de overdose, e a partir daí tinha que cuidar de um filho que não era dele.

– Mas porque você não quis ler o restante do conteúdo da carta? Falou Lara curiosa.

– Sabe porque Lara?

Porque eu já havia o perdoado no instante que vi onde ele foi parar, naquela ambulância eu pensava que a vida de algum modo foi cruel com ele, e que ele não teve um real encontro com Cristo, por isso eu fiz aquele apelo, e penso que se foi sincero o arrependimento dele ele foi salvo. Não me importo com o passado, esta carta quis trazer o passado. Preferi não saber deste passado. Por isso amassei e joguei ela ali.

Lara agora abraçava mais forte seu marido, feliz com o que escutava... Mas tudo o que ele dissera fez ela pensar no seu passado, sim ela precisava perdoar seu pai, mas era muito triste o que ocorrera com ela. Nilmar olhou para ela e a indagou:

– O que você esconde atrás destes lindos olhos azuis...

– Nilmar, com esta atitude sua fico feliz e cada vez mais apaixonada pelo seu caráter, não é fácil errar, não foi fácil para você perdoar seu pai naquela ambulância, e vendo você meu amor entendo que Deus lhe usa de um modo todo especial, aquele dia você fez um apelo para mim aceitar a Jesus. Agora estamos indo na Igreja, e você mesmo não sendo um pregador você fez este apelo para o seu pai, você conseguiu perdoa–lo em um momento único, era o perdão e o evangelismo, você fez os dois no mesmo instante, falando isto Lara chorou.

– Eu é que agradeço a Deus por ter conhecido você amor, estou aprendendo a perdoar e a amar com você.

A chuva tinha diminuído, Lara e Nilmar foram correndo ao carro, passou neste instante um carro e passou na poça d'água que eles jogaram tal carta, a água veio cair nos dois, eles riram da situação. Disse Lara:

– Agora vamos para casa combinei com a Nelma de ir na igreja hoje de noite, vou conversar com ela o que acha de irmos levar este dinheiro desta doação amanha para alguma ONG de animais?

– Pode ser amor...

***

Na Igreja Lara sentou com a Nelma, Lara já havia conversado com a prima por telefone, sobre o casamento surpresa e sobre o quanto estava feliz com seu amado esposo. Nelma havia contado que apesar da situação de desconforto que tornou o casamento ela casou do mesmo modo, entendeu que Deus quis daquele modo seu casamento. Estava feliz com o Robson.

– Lara estou muito feliz, agora casada, nem acredito!

– Eu também Nelma, parecia que meu casamento não iria sair aquele dia mas saiu.

– Você não existe casar numa delegacia, falava Nelma rindo.

– Eu sou determinada, o inimigo se levantou queria me ver solteirinha, mas olhe aqui, mostrava a aliança, estou casada, com o meu amado.

E Nelma olhava a amiga e dizia assim:

– E eu também, mostrando sua aliança muito bonita por sinal...

O pastor começava a pregação que a muitos parecia um enigma, Lara começava a escutar e prestar a atenção.

– Irmãos, arrependam–se dos seus pecados, você deve se arrepender e não voltar mais a praticar tal ato pecaminoso que te distancia de Deus.

O Sermão era intenso, Lara e Nelma escutavam ambas olhavam para os respectivos maridos Nilmar e Robson que sentavam nos bancos dos homens, davam sorrisos sutis e continuavam prestar atenção na mensagem.

– A pessoa que pratica um pecado e encobre ele e não se arrepende certamente voltará a pecar.

A pregação do Pastor ele sempre voltava a falar do versículo tema da mensagem. A igreja prestava a atenção não se ouvia nenhum cochichar entre os irmãos...

Aos olhos do Pai nada fica oculto Lucas 12:22

Lara escutava a mensagem e um frio inexplicável percorria a sua espinha.

E dizia Nelma a sua prima.

– É forte isto prima.

– É é forte é a palavra de Deus...

Lara foi para a casa, tomou um banho, os pensamentos de Lara estavam na conversa com seu esposo Nilmar, sobre como ele procederá com a tal carta, e o seu passado.

– Meu Deus, falava Lara deixando a água do chuveiro percorrer seu corpo, faz–me ensinar a perdoar, faz–me esquecer do meu passado. Pai amado obrigado por ter aprendido com a sua palavra hoje. O que quer que seja a ser revelado Pai revele a mim.

– Lara telefone para você, parece que é a sua mãe, falava Nilmar segurando o celular, levando próximo ao boxe...

– Minha mãe?

###

Capítulo 67

Libertando–se de uma prisão

Quando o meu esposo entregou o telefone, todos os meus temores vieram nas minhas mãos, enrolei–me na toalha e segurei aquele celular, não sei como ela conseguiu o meu telefone, mas estava ali naquele telefone minha mãe. No outro lado da linha estaria o meu passado.

As recordações vieram todas na minha mente, o Nilmar me ajudou vesti um roupão branco, e estava pensando o que dizer ao telefone.

– Alô... –Sim... Casei–me Deus é bom agora sou uma mulher casada.

– Como? Meu Deus preso?

As palavras daquele pastor voltaram a minha mente, estava sentindo cada palavra que ele disse, frescas na minha memória.

"Não há nada oculto que não seja revelado'' eram estas palavras que retornavam fortes com toda a veemência que o pastor a pronunciava no seu Sermão.

Lembrei do modo que o pastor falava: –Quem pratica um pecado e não se arrepende voltará a pratica–lo, é necessário pedir perdão com sinceridade, pois (aí voltava a frase) Não há nada oculto que não seja revelado.

Flash Back

– Pai, vamos assistir a um filme hoje é um dia chuvoso e o Senhor está de folga.

– Sim querida vamos sim. Joguei o colchão e sinto impetuosamente a sua mão passar nas minhas pernas. Olhei para ele e ele fez, um (xiu) com os dedos, tinha somente doze anos. Mas sabia que aquilo não era certo.

– Pai, não quero mais assistir este filme... Saí correndo tranquei–me no quarto. E ele veio em tom ameaçador dizendo:

– Você não vai contar nada para a sua mãe, vai?

Depois de muita insistência ela me convenceu a abrir a porta, ela entrou, eu não deixei que ele entrasse, ela me disse que eu me insinuava ao meu pai, e insinuava–me a outros homens também que era questão de tempo para ocorrer o que ocorreu, aliás ela não acreditou em mim. Disse que estava criando uma situação constrangedora querendo trazer escândalo para dentro da sua casa.

– Eu chorei, sim, pensei que era eu realmente a culpada, liguei para a minha tia escondido, pedi para morar com ela ela aceitou. A situação em casa era terrível minha mãe? Apoiou meu pai, e ele? Me olhava com olhares estranhos, eu vivia um pesadelo, eu não queria mais ficar ali.

– Ameacei minha mãe, disse se ela não deixasse viver com a minha tia, eu iria denuncia–lo na policia.Ela aceitou, disse que era eu a errada, que deveria me comportar com decência, que meus olhares eram vulgares, nunca mais quis olhar para as pessoas no fundos dos olhos.

Esqueci do meu passado, encobri minha beleza, e utilizava um óculos mesmo sem precisar, e falei para mim mesma. –Vou estudar, vou vencer na vida, e nunca mais olharei para trás pois este meu passado me machucou demais. Saí como uma vilã sendo que eu era a vitima.

Flash back

– Perdão? Como posso te perdoar? Espere um pouco...

– Nilmar você poderia preparar um chá para mim, pois eu vou precisar me acalmar esta conversa será tensa...

– Claro amor, aconteça o que houver estou com você sempre, não esqueça disto.

– Você é o amor da minha vida Nilmar, é bom resolver esta lacuna do meu passado e resolverei...

E o Marido de Lara deixou sua esposa ao telefone, com a conversa da sua vida ao telefone...

Nilmar trazia a xícara de chá para sua querida esposa...

– E aí como foi?

– Ele voltou a atacar, ela pediu perdão disse que eu tinha razão que sempre escondera o comportamento do meu pai... Nilmar, sinto me a vontade em falar francamente este assunto contigo, mas ele me machuca muito, obrigado por me amar, e Lara abraçava seu marido.

– Eu te entendo amor, sei o quanto é sofrível ter um pai que quer machucar a gente, e abraçava forte a sua esposa.

– Ela pediu pelo amor de Deus ajuda na defesa, disse que o pai foi pego em flagrante passando a mão em uma prima de nove anos, e que o pai da menina flagrou a cena.

– Que coisa terrível Lara.

– Sim será terrível se ele ficar preso, e chorava Lara, não consigo mais ter ódio dele, faz tanto tempo, isto revelou–se era um pecado terrível encoberto, eu sai como uma bandida da minha própria casa e a minha mãe o apoiou, foi fraca. Mas agora? Ela sabe que eu sou uma ótima advogada, que posso ou defende–lo, ou assessorar sua defesa.

– Nilmar minha mãe esta desesperada.

– Quer saber de uma coisa Lara.

– Fale amor...

– Meu pai não parecia uma boa pessoa, ele fez coisas horrendas, mas eu o perdoei, ele morreu na minha frente, (e chorou Nilmar) mas eu o perdoaria (e abraçou novamente Lara) eu queria ele nem que fosse preso comigo. Não me importaria se ele não gostasse de mim. Não me importaria se ele fosse um bandido, pois eu aprendi a ama–lo.

Lara olhava o Nilmar sentia que ele era frágil sim sentiu isto na lanchonete no encontro que se conheceram isto foi o que fez Lara se apaixonar. Ela? Determinada pulso firme a vida a ensinou ser assim. Mas ele aprendeu a retirar a mágoa do coração e ela aprendia com ele que a mágoa vai envenenando o coração.

– Liberte–se Lara não tenha ódio dele, não estou defendendo o seu ato. Estou dizendo que este ódio e rancor deixarão você cada vez mais quieta calada nos seus pensamentos e isto até te distancia de Deus. Pois Deus é amor.

– Não sei Lara o que você vai fazer nesta situação... Mas sei que Deus colocou esta situação para você resolver... Aquela pregação amor, escutava ela e não entendia, agora estou entendendo.... Parece que era para você...

– Para mim?

– Sim amor, isto parece bem claro, o pecado oculto do seu pai finalmente foi revelado.

Naquela noite Lara não conseguia dormir, Nilmar paciente sabia que a esposa precisava pensar. A noite foi longa para Lara, de todos os modos ela raciocinava: –Defender quem me fez sofrer? Defender alguém que me fez chorar...

Ao amanhecer Lara já tinha uma ideia fixa de defesa, sim iria defender o seu pai....

###

Capítulo 68

Uma casa para o Bingo

A defesa consistia em provar que seu pai era uma pessoa doente.

– Mas filha ele passara por um tratamento psicológico e tomará remédios fortes.

– Mãe, você sempre soube que ele era tendencioso a este desvio de comportamento, não vou questionar suas escolhas, eu já sou uma mulher feita, a minha defesa será esta. E vou aconselhar ele passar distante de colégios, lugares públicos.

– Mas filha é o seu pai.

– Mãe ele é uma pessoa que precisará de tratamento constante. Quando a gente escolhe um marido devemos observar estes detalhes, por isto o namoro, por isto o noivado não é mãe? Estou aprendendo lá na igreja, com meu esposo fizemos acompanhamentos antes de casar...

– Filha você esta propondo uma prisão aberta para o seu pai?

– Mãe será isto ou eu não o assessoraria ele. É esta a minha defesa, quer aceitar, a Senhora terá que cuidar dele e mantê–lo distante deste seu desvio.

E sobre eu e você, olhava Lara fixa para os olhos da mãe. –Eu te perdoo, aprendi com o meu esposo não ter mágoas no coração, sei que a Senhora quis defender seu esposo. Eu? Aquele tempo era frágil e indefesa. Hoje sou forte e determinada.

– Deus quis assim, hoje defenderei ele, e a Senhora terá orgulho de mim.

A mãe da Lara abraçou, e disse no ouvido da Lara, me desculpe. Salve ele da prisão minha filha eu te suplico.

Lara observava cada ato que a advogada que determinara a defesa fazia. Uma amiga de faculdade muito competente, mas ficava surpresa com o conhecimento de Lara, todos os argumentos do juiz eram antevistos pela advogada Lara que falava baixinho com sua mãe. –Não te falei que ele iria alegar isto, e veio o momento mais tenso do julgamento, o pai da menina abusada, falou horrores para aquele homem no banco do réu, ele instruído com cabeça baixa não questionara.

Lara olhava de longe, aquela fisionomia derrotada e pensava. –Como podê ter feito aquilo comigo, como pode ter feito aquilo com aquela criancinha...

E veio o laudo médico, sim seria revelado ali naquele julgamento o triste fim do pai de Lara...

Nilmar olhava para a esposa e disse.

– Sinto muito, se quiser saímos daqui...

– Não amor a vida me ensinou ser forte eu preciso ver isto...

E abriu o laudo médico, realmente ele tinha desvios psíquicos e precisava viver com um tratamento continuo... Mais tarde Nelma já formada em psicologia trabalhou e cuidou do pai da Lara na sua prisão, um hospital psiquiátrico...

Lara? Passou no tão sonhado curso de promotoria, foi uma promotora respeitada, Nilmar advogado trabalhista. Robson continuou como gerente da loja no centro da capital, tornara–se pastor de um distrito.

Lara nunca entenderá o quão estranho foi conhecer Nilmar, mas entendeu que era ele o amor da sua vida. As suas mágoas foram expostas como uma ferida que precisava de cura. Robson também nunca entendeu como ficou preso e tudo aquilo ocorrera com ele mas naqueles momentos de prisão que aprendeu a sua verdadeira vocação. Quero ser um pastor...

***

– É aqui o endereço? Disse Nelma no carro com Lara dirigindo.

– Sim parece que é aqui mesmo... Falava Nilmar para Robson, que estavam também no carro...

– Que lugar bonito não é?

– Sim...

E os cachorros latiam muito era uma espécie de fazenda de animais...

– Vamos doar este valor para esta ONG.

– Sim é daquela moça do julgamento não é?

Bem dela, disse Lara para os companheiros dentro do carro.

– Já La dentro da casa, era um dia todo especial, o dia da feira de animais para doação. Nelma logo disse para o Robson. – Nem vem que não temos espaço lá em casa.

E Nilmar olhou...

Se sentia hipnotizado pelo filhote de vira latinha, ele olhou e o cãozinho abanava o rabo para o moço que passava a mão na cabeça do filhotinho.

– E nós Lara temos espaço para esta coisinha mais fofa...

Lara passava a mão na barriga, será que ele vai gostar. Sim Lara estava no inicio de uma gravidez.

– Claro amor ele ou ela vão amar um filhotinho, e falava igual criança para o seu amor...

– Deixa eu levar, deixa, deixa...

– Claro que deixo amor, com uma condição...

– Qual, disse Nilmar para Lara...

– Que o seu nome seja bingo... Nilmar abraçou o cãozinho e sorriu, (claro que Lara conhecia a história e o amor do Nilmar pelo seu cachorrinho).

– Bingo? Bonito nome Nilmar, disse Robson para os casais ali, – Vamos fazer umas reformas lá em casa quem sabe, mais adiante não é Nelma. Nelma deu uma risada e disse: – Casa de ferreiro espeto é de pau, fazendo uma referencia a Robson cuidar de uma loja de material de construções e ainda não ter reformado a casa.

Fizeram a doação, a dona da ONG ficou muito feliz pois estavam passando por mal lençóis a tal ONG o dinheiro veio em boa hora, e Nilmar só mimos com o seu novo amigo.

Fim

Waldryano
Enviado por Waldryano em 16/04/2018
Código do texto: T6309830
Classificação de conteúdo: seguro