Amor Impossível | A Guerra
Amor impossível | A Guerra | Waldryano
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Capítulo 01
A Despedida
Eu olhei para ela, estava linda, conseguia observar uma bela mulher atrás daqueles trajes, através daquele portão, através daquela grade que nos separava. Será que ela sente as mesmas emoções que eu sinto ao vê— lá?
Estou me despedindo do meu pai, vou para a guerra, eu sei que vou voltar, e eu sei que vou conquistar o amor desta menina que me olha com um modo tão especial.
Saio correndo, deixo o meu pai de lado, sei que já serei o chamado para ir para aquele caminhão onde jovens como eu estão indo para uma guerra descabida e sem propósito.
Ele, este jovem que me desconcerta, que me faz sentir sentimentos que queria de todos os modos enterrar no meu coração.
Ele que esta indo, me deixando, eu? Que estou presa a este convento a este hábito a este portão, ele que me faz suspirar que me faz sentir o amor pulsar nas veias do meu coração.
Ele vai embora para a guerra, ele está na minha frente, todo este alvoroço que vejo me faz sentir que estou perdendo— o.
Quero somente beija— lo sentir o calor do seu abraço pois sei que pode ser a última vez que eu sinta este sentimento tão terrível de se sentir.
O Amor.
O vento trazia folhas das árvores, as mulheres choravam seus filhos estavam indo para a guerra, e Robson corria desesperadamente para aquele portão ele queria de todos os modos alcançar aquelas grades antes de ser chamado, a numeração já estava bem próxima ele sabia que já seria chamado. Ele queria de todos os modos beijar aquela noviça sentir o gosto dos lábios daquela moça que há tempos amava de modo contido.
— Ela é uma noviça e eu sou um filho de um pastor?
— Ela é uma noviça e eu posso ser um homem morto na primeira infantaria de guerra, não sei do meu futuro, só sei que ela esta na minha frente, cinco metros de distância me separa dela.
Meu Deus que loucura estou fazendo? As irmãs podem ver este meu desvaneio e eu serei expulsa deste convento. Meu Senhor, as grades frias deste portão deveria devolver— me a razão eu não posso ser tão insana.
— Nada importa ele esta vindo e eu vou beija— lo.
— Seus olhos são idêntico aos meus, e eu sei que é ele a pessoa que Deus preparou para mim.
Eu pensava que o meu filho rodeava este convento, por causa da sua mãe, pensava que ele descobriu tudo, olhava— o com desconfiança, mas não captei que na verdade ele esta completamente apaixonado por esta noviça, este casal, (o pastor chora) este casal separado pelas grades deste convento, este casal, separado pela guerra que vem e esta levando meu filho.
Numero, (era o numero de inscrição do Robson) O pai do Robson, falou, calma ele precisa se despedir daquela moça.
O cabo do exercito, disse: — Como se despedir? Aquela moça é uma noviça, o que significa isto, desceu do caminhão e com uma arma na outra foi de encontro ao Robson.
Robson e Lara se abraçam, o calor do corpo de um foi acolhido pelo corpo do outro. O pai do Robson olhava de longe, sentia as aflições do filho e não conseguia conter o sofrimento, parecia que era com ele aquela sensação, aquele sentimento. Ele gritou ao soldado. Espere, espere, leve a mim, deixe o meu filho.
Neste instante o soldado corria e o pai do Robson se jogou aos pés dele segurando com força para poupa— lo de retirar o seu filho daquele momento, que o pai do Robson sabia ser o mais importante da sua vida.
O momento que ele encontrara o verdadeiro amor.
— O que eu quero com um cachorro velho e sarnento como você. — Chutou— o e deu uma coronhada com a arma. O seu filho tem um compromisso com a nação, e é obrigado a ir para a guerra.
Neste instante mães tentavam tirar os filhos do caminhão, o militar vendo que estava fugindo do controle a situação desempenhou a arma para cima e mirou ao céu dando um tiro, as mulheres em desespero fugiam do tumulto, Robson que conseguira estar perto de Lara olha para tráz assustado, pensou ele que era o seu pai o atingido, olhou para Lara que chorava de modo desesperador, segurou no queixo dela e aproximou— se para beija— la. A sensação não era das melhores as grades deixava a posição desconfortavel. Robson disse: — Eu não sei explicar menina apenas te amo, e vou vencer, não vou morrer nesta guerra e vou vir te buscar deste convento, este convento, não é o seu lugar, o seu lugar, noviça, o seu lugar é entrelaçada nos meus braços.
O soldado, vem e puxa Robson separando— o de Lara, Lara com o impulso, cai no chão sentada, e escuta o soldado a insultar, — Sua desenvergonhada, como pode dar um exemplo deste sendo uma serva do Senhor e da Santa igreja.
Robson é separado da amada e jogado naquele caminhão junto a tantos jovens com a mesma idade da dele.
Lara olha o caminhão ir embora e grita.
— Jovem ao menos me diga qual o seu nome.
Robson Grita o meu nome é: E Lara não consegue escutar pois o grito da Madre com a sua freira 'amiga' — O que esta havendo na entrada do meu convento? Lara você pode me explicar o que esta acontecendo?
Por uma sorte do destino, naquele momento, a Madre estava tendo uma conversa nada amistosa com sua 'amiga freira' a mesma estava fazendo imposições que adiante saberás caro leitor. Já Amélia....
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Capítulo 02
A chantagem continua
Caminhava com esta megera ao meu lado, eu mesmo sendo pressionada por esta degenerada, esta irmã, que dizia ser minha amiga, estava sempre comigo. Uma cobra peçonhenta que deu o bote, e agora estou totalmente refém desta víbora.
— Este seu adereço Madre, é muito elegante, e valioso, mas eu quero mais.
— Mas, isto já não é o bastante pelo seu silêncio? Falava a Madre observando se não haveria ninguém por perto, elas estão andando pelos corredores do convento, a Madre sente que não é um bom lugar de estar, o tom da conversa pode fazer ela se constranger, ela precisava dizer:
— Ordinária, Sem vergonha. Entre outros adjetivos nada cristão para aquela oportunista.
— Vamos dar uma volta no bosque, ver o lago e tratar dos nossos assuntos, disse a Madre para Freira má que estava a chantageando.
— Claro vamos tomar uma fresca, e aproveito e ostento mais um pouco este adereço no meu pescoço. — Que feio irmã, você uma serva do senhor com uma joia tão cara no pescoço, sendo que existe tantos órfãos que poderiam ter a fome suprida, com tal desprendimento.
A Madre olha fixamente a sua até então joia que demonstrava um certo poderio naquele lugar, sempre a acompanhou tal, como diz esta zinha aí, adereço. Foi um presente da Madre do outro convento, ela o recebeu quando veio tomar posse da sua ordem de Madre Superiora, disse ela: — Esta joia tem um grande valor, já passou nas mãos de mulheres santas do Senhor, agora, é seu cuide—a com carinho, você merece. O merecer foi usurpado por uma pilantra patife, ordinária.
Agora estavam caminhando pelo bosque, de longe a Madre viu, Amélia sozinha com o Padre, estavam caminhando em outra direção, e também observou que Lara estava no portão observando o tumulto na praça, mas a sua rival estava com, sede de oportunismo, em outro momento, ela daria um confere na situação, afim de, restabelecer a ordem, mas ela estava recebendo um confere triste e deselegante daquela Freira ao seu lado.
— Madre, quer contar, como foi, como você fisgou aquele homem, e teve um filho com ele, disse a Freira com um linguajar torpe que desconcertou—a.
— Olhe o respeito sua muleca, eu não fisguei ninguém. Que linguajar é este? Recomponha—se irmã!
A Freira chegou perto da Madre e agora estava próximo ao pescoço dela e o apertou.
— Não brinque comigo, sua vaca, é questão de tempo para eu retirar esta sua pose de superiora, e vestir esta batina que por direito sempre foi minha. E o linguajar, querida, é o mais apropriado para uma vagabunda igual a você. E da pior especie, aquela que abandona um filho.
A Madre escuta calada a ameaça, enquanto fragilmente é agredida pela Freira.
— Esta olhando este convento, este bosque o lago. Tudo isto me pertence, e você vai ajudar a conquista—lo. Estas irmãs, que são lideradas por uma profana, de pulso fraco, serão lideradas por uma mulher que sabe, zelar pela castidade e os bons costumes.
— O que você quer?
A Madre desenhava o seu futuro, sendo expulsa do convento, tendo que se virar, e até mesmo pensava em buscar guarida na casa do pastor, enquanto era pressionada, tantas coisas lhe passavam.
A Freira já recomposta, volta a sua pose ereta, ambas se tratam como se nada houvesse acontecido, pois visualizam um grupo de três irmãs a passear pelo jardim. A Madre as observa e diz: — Voltem para os seus aposentos, fui informada que esta tendo um alistamento por perto, e não é de bom tom que permaneçam passeando pelo bosque nestes momentos. A Madre com o olhar fez as moças apressarem o passo.
A freira com uma inveja imensa observava o quanto autoritária e respeitada era a rival.
Novamente sozinhas ela continua.
Eu não quero me desgastar conduzindo este convento nestes momentos de guerra, sorte a sua Madre, pense que isto é um premio de consolação para você, não vou te entregar exatamente agora. Deveria, mas não vou.
Eu lembro bem da carta que eu interceptei daquele jardineiro horrendo, que você usava como pombo de recados.
— Como você é atrevida.
O meu atrevimento, fez com que poupasse o convento das suas mentiras, mas não é o meu atrevimento que esta em jogo.
— Você vai fazer assim, e conduzia a Madre a fazer algo, que ela sentia repulsa, em cada palavra que era orquestrada pela freira má.
— E eu quero isto...
Continuava com o seu plano maléfico, a Madre observava os olhos dela, eram estralados, parecia hipnotizada com o que pedia.
A Madre desconcertada, tentava desviar daquele olhar. O maior medo da Madre não era ser expulsa do convento, era da sua rival saber, que estava naquele status com documentos falsos. A Madre escutava a freira tentando descobrir se ela sabia disso. Parecia que não, a Madre no momento que estava sendo pressionada via muitos desvios de caráter na irmã.
— Que palavrear irmã? Nem parece uma Freira, o seu coração esta cheio de ganancia e inveja.
— Cale—se, faça exatamente o que estou dizendo, senão simples assim, te entrego e você vai ser expulsa do convento.
A Madre vencida disse: — Por que faria, sendo que de qualquer forma você me entregará mesmo irmã.
As duas observavam a movimentação na frente do portão.
A freira vê que a Madre começa a observar com amor fraternal o filho que se aproxima da noviça.
— Belo casal não é? Disse a Freira que esta maquinando algo para responder a rival.
A Madre tenta entender do que se trata, observa o desespero de Lara agarrada a aquele portão, ela vê as grades, e agora seu olhar observa a rua o caminhão de longe, o angulo que esta não permite visualizar o pastor, mas vê as mães desesperadas.
Escutam o tiro, ela olha que as irmãs estão entrando no convento, e quando escutam o tiro, apressam o passo, ela olha para ver se vê o Padre Fábio com Amélia, não os vê, mas a preocupação esta no filho.
Ameaça correr para o portão.
A Freira segura seus braços e diz: — Deixe— os, e deixe sua cria, ele terá que aprender a se virar.
A Madre olha com um olhar de ódio para a freira. A freira blefa, e consegue a atenção da Madre para ela.
— E seu eu disser que conheço pessoas na infantaria onde seu amado e abandonado filho vai, e estas pessoas podem tornar a vida dele um inferno. Ela chega bem perto do ouvido da Madre e diz: — E seu eu disser que uma palavra minha e o seu amado, pode ir para o pelotão de frente, no primeiro confronto? Você acha que esta brincando com uma inexperiente Madre, eu aguentei calada todas as humilhações que você me fez ao longo destes anos. E agora é a hora da minha vingança. Ela realmente conhecia um antigo namorado que era um general, mas já a tempos não se comunicavam, ela contava com suposições para conseguir tais proezas, importantes naquele momento de chantagem.
A madre olha e vê que o clima esquenta tanto no lado do casal que esta sendo separado pelas grades daquele portão quanto pelo soldado que esta empunhando uma arma. Se vê num impeto de coragem e diz: — Me solta, sua ordinária, da pior especie, realmente você pode fazer tudo o que esta dizendo, mas olha lá? — Você é cega ou o que? Aquele soldado esta indo para mata— lo! As duas correm, o soldado puxa Robson para consigo.
A Madre aliviada do desfecho não ser trágico diminui os passos.
Corta— lhe o coração a despedida daquele casal.
A Madre grita:
— O que esta acontecendo na porta do meu convento. A Madre finge um olhar de surpresa. Lara você pode me explicar o que esta acontecendo...
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Capítulo 03
O meu passeio com um Padre
Lara me deixou em uma situação complicada, não que eu tenha algum tipo de maldade no coração, mas estou com um homem no meu lado, e ele esta com os braços engatados aos meus. Posso sentir seu calor, posso sentir seu perfume, posso senti—lo!
— O que foi, parece que esta longe, disse o Padre, com aquele olhar penetrante...
Fico feliz de estar aqui, vou poder ensinar vocês a cuidar de pessoas feridas, e posso deste modo, demonstrar a caridade que o Senhor ensinou não é?
— Sim, sim...
— Calma, como é mesmo seu nome?
— Amélia.
— Calma, irmã Amélia eu não mordo.
Ele olhou com uma ternura desconcertante, já estávamos próximos do bosque e andávamos aos derredores do convento inteiramente só. E continuou com o gracejo. Eu não mordo, mas posso fazer cocegas se você não mudar seus modos irmã. Preciso fazer amizades, e eu gosto de ser assim, espontâneo. Com as pessoas amigas.
— É que eu não estou acostumada com a presença masculina aqui no convento.
Ele me olhou de um modo que parecia que estava nua na frente dele. Fiquei super sem jeito.
Ele disse:
— Deixamos as confissões para a missa de domingo que vou passar para as irmãs, e espero você no meu confessionário.
Sinceramente, não sabia se ele estava brincando ou falando de modo sério.
— Fale—me sobre a sua amiga a outra irmã que estava contigo há pouco.
— Uma sonhadora, todavia é uma ótima pessoa ela está descobrindo.
E você já se descobriu?
O Padre estava sendo bastante instigante nas perguntas pareciam me de duplo sentido, tentava me esquivar entender do que se tratava, mas por incrível que pareça estava gostando, precisava saber até onde aquele rapaz estava a ponto de ir.
Sou uma serva do Senhor, vim para este convento por amor a Cristo e vou ser uma serva fiel, todos os dias que estiver aqui.
— E você nem parece um Padre, conte—me como que foi isso?
— Nem pareço um Padre... Disse ele agora sentávamos olhando a lagoa que refletia os nossos corpos.
— Sempre fui apegado a religião, não acho que devo ser formal para alcançar alguém com o amor de Cristo, sei dosar e ser agradável, e observo muito bem as pessoas.
— Eu falo que tem uma saúde, (ela falava de modo tímido) agora ela ria ao fazer tal constatação, o Padre era de porte atlético e não era deixado de lado, pois seu corpo e o seu rosto surpreendiam, ou seja, era bem afeiçoado o rapaz.
— Irmã, pense deste modo, Deus quis assim, as missas que passo, pode ter certeza que tem atenção principalmente das devotas. (risos). Ser saudável e cuidar do corpo não é pecado não. E outra coisa, faço isto por causa.... Ah, deixa pra lá.
— Conte? Sou toda ouvidos, a minha amiga deve de estar aprontando as suas peripécias e já que estou aqui para lhe fazer companhia nada melhor que conhecer melhor um novo amigo.
— Amigo? Você me considera assim?
— Sim, as suas palavras a outra pessoa pode parecer , como poderia dizer? Provocantes? Mas os meus princípios são bem estabelecidos e eu sei muito bem o que quero, se era um teste Padre, passei, pois não caio em galanteios. Escutei algo pareceu—me um tiro? Será? Deixa pra lá...
— Galanteios eu? Que raiva (pensava eu) o seu sorriso é lindo.
— Nada irmã, é o meu jeito se acostume com ele, não posso ser outra pessoa, Deus me fez assim simpático, não confundamos simpatia, com outra coisa.
Agora levantávamos daquela parada o clima deu uma gelada brusca com as minhas afirmações, precisava deixar bem claro para aquele Padre lindo, que apesar da beleza e dos modos doces, eu não cairia em nenhum jogo de palavras, sou assim: Decidida.
— Mas o Senhor, enrolou e não me contou o porquê de se tornar padre.
Ele disse, de modo baixinho: — Queria que não perguntasse novamente.
— Mas perguntei e queria saber, conte, e rápido, pois provavelmente a Lara já deva ter ido no banheiro e esta voltando.
— Por que não quer que ela saiba?
— O Senhor é rápido com as respostas Padre.
— Pare de me chamar de Senhor irmã, somos quase da mesma idade.
— Então, você é rápido com as respostas, e eu queria a resposta. Por qual razão decidiu ser Padre?
— Posso lhe replicar a pergunta? Por qual razão decidiu ser freira?
— É fácil, pois quero com a minha vida ser um objeto de adoração e autruísmo a Cristo, me abdico da vida mundana para dedicar a vida devocional.
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Olhava para aquela moça e admirava mais ainda, claro que não poderia contar os meus reais motivos para ela ainda, e graças a Deus fui salvo por um ocorrido.
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Na frente deles Amélia e o Padre observavam uma pequena confusão era Lara, que parecia ter chorado, Amélia levantou o habito ao joelho. O padre observou tal atrevimento, era necessário para correr. Chegou a amiga o tempo estava esquentando por lá. A Madre parecia furiosa, a Madre e aquela Freira que se comportava de modo estranho ao ver de Amélia.
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Capítulo 04
A Despedida de Lara
Olhei meu amor, o meu coração já o considera como o meu amor, indo para longe naquele caminhão, nem ao menos sei o nome dele, sei que de um modo estranho e desconsertante ele me ama.
— Seus olhos? São iguais aos meus! Parecia me uma alma gêmea na minha frente.
E eu que prometi a mim mesma nunca mais se entregar ao amor. Mas preciso resolver assuntos urgentes, A Madre, meu Deus, como eu fui inconsequente, estou num convento, e sou uma noviça!
Mas o que poderia fazer? Ele estava indo embora, e não sei explicar, meu coração senti, que queria sair do meu peito, ele estava na minha frente, sim, o máximo de proximidade tive dele a momentos. Fui precipitada, não pensei nos meus atos. Nada importa. Importa que senti o seu corpo enlaçado ao meu, ao menos por um momento.
Não, não queria perde—lo, a guerra como todos aqueles jovens, esta levando— o de mim. As minhas mãos não conseguiram conte—lo para ficar perto de mim.
A Madre me olhava, aquela freira me olhava, e de longe já estava se aproximando a Amélia e o Padre Fabio. Eu estava desolada, fraca, sem poder lutar contra as minhas emoções.
A Freira cochichou nos ouvidos da Madre.
— Melhor colocar esta moça novamente no quarto das lamentações. Pois infelizmente esta noviça só envergonha nosso convento com atitudes profanas.
Lara neste momento era abraçada pela sua melhor amiga Amélia.
A Madre cochichava nos ouvidos da Freira. — Não sei se cai bem, o Padre Fábio, não gostava deste tipo de correção, no convento que nós participávamos, ele dizia que este tipo de ação fere a mentalidade da pessoa, e as irmãs devem de ter uma mente plena para escolher corretamente seus caminhos.
— Senão faz você faço eu! Disse a abusada da Freira má, que queria de um modo atravessador, colocar um corretivo na noviça.
— Noviça Lara, dizia a freira. Lara estava no chão chorando, o rosto estava vermelho, estava visivelmente desconcertada, não conseguia conter—se. O Padre olhava de modo inusitado não compreendendo a situação. E a Madre incomodada com a irmã, que até antes mantinha— se calada e era serviçal da Madre como as demais.
— Noviça Lara, você já passou por uma medida disciplinar recentemente, mas vejo aqui que você extrapolou todo o senso de servidão a Cristo que uma irmã casta deve seguir.
Ela olhava para os demais e continuava o seu discurso.
— Eu quando fiz a minha escolha, decidi nunca mais olhar um homem com desejo, ou me insinuar ao sexo masculino, faz parte do seu modo de vida devocional.
A Madre encarava—a não compreendendo o porquê de usar—se como exemplo. O Padre olhava a Madre com olhares de reprovação, não compreendia também o porquê da Madre estar num instante de submissão.
A Freira continuava. — Eu infelizmente vou ter que te convidar a entrar no quarto das lamentações para ficar um bom tempo, para que este fogo, do inferno, saia do seu corpo. Acabei de ver você gritar por um homem. Como pode ser tão profana? O que diziam de você noviça pode ser verdade. Você precisa urgentemente de Deus.
O Padre olha as duas e depois olha para Lara caída ao chão sendo apoiada pela amiga. O tumulto da praça já estava passado, o vento era frio, a tarde estava se findando, e as folhas continuavam o seu percurso solitário agora daquela praça. A Madre olhava fixamente para o horizonte, via que o convento estava em silêncio, e pensava o que falaria a seguir, estava sendo visivelmente confrontada no quesito 'autoridade' pela freira chantagista.
— Do que se trata quarto de Lamentações? Olhava para a Madre entendendo que era ela a autoridade máxima ali presente, é do que eu estou pensando Madre?
A Madre constrangida pelo amigo, sabia da sua posição sobre tal método, disse: — É sim Padre, a noviça teve um comportamento que não condizia com a norma do convento e dias atrás esteve num quarto isolado onde pode refletir sobre a sua conduta.
A Freira bem mal educada, continua. — Pelo visto ela não aprendeu nada pois estava se esfregando com um homem nos portões do nosso convento, ao falar isto ela fez o sinal da cruz.
O Padre a encara e diz: — Quem manda aqui neste convento,sobre punições e reeducar, afim de servir, a Santa igreja. É ela? Apontando para a Freira, ou você? Agora redirecionava o olhar a Madre.
A Freira fala de modo autoritário. — Sou a segunda a Mandar por aqui, na falta da Madre sou eu que mando! Eu tenho pulso firme, quando se trata de zelar pelos bons costumes da Santa igreja. Enquanto a Madre... Olhava com um olhar de deboche.. Bem é só olhar, uma noviça se esfregando com um rapazote na frente do convento. — Oh meu Deus, tinha pessoas naquela praça. Pensem no que elas vão falar.
O Padre olha para ela de modo autoritário. Não vão falar nada! Todos estão muito preocupados com a própria vida! Não esta vendo uma guerra iniciando irmã?
Quando há guerra, as pessoas ficam meio que irracionais.
E a noviça esta sofrendo. Você não perguntou a ela se não é um parente ou primo dela indo pra guerra?
— Primo, como assim?
— Você já fez pré julgamentos da moça irmã? Você é alguma Santa por acaso?
— Eu sempre zelei pelos bons costumes e a castidade é um voto que nós servas seguimos.
— Claro, isto não se cogita, eu também sou uma pessoa que sigo meu sacerdócio. Mas pareceu— me pelo que disse que é uma Santa que não peca e precisa exterminar o pecado dos outros.
E outra coisa, enquanto eu estiver aqui, não aceitarei tal prática neste convento, se a Madre continuar, eu redijo agora mesmo uma carta ao Bispo dizendo que neste convento ainda praticam costumes medievais, e você irmã. Me envergonha. Falava para a Madre, sempre tivemos uma boa convivência e sempre soube o que penso a respeito de impor a religião as pessoas. Deve brotar do coração o desejo de ser servo do Senhor de seguir os costumes sacerdotais.
A Freira sentindo— se confrontada pega a irmã Lara pelo braço e diz: — Vamos logo abusada para o castigo, este padre não tem que se intrometer no nosso modo nem na administração do convento, as punições aqui são severas e levadas a risca.
O Padre pega—a pelo outro braço e diz: — Vamos coisa nenhuma. Já me intrometi esta irmã não vai para quarto de lamentações coisa nenhuma! Que coisa, parece que não sabe ouvir, Freira!
A propósito, vou me hospedar em tal quarto, preciso de um lugar longe de olhares e falatórios, e aguarde, pois este convento precisa urgentemente de aprendizagem, tanto no seu futuro como um hospital campana, quanto no caráter das freiras autoritárias que se veem por aqui.
A Madre se sente aliviada pois não poderia confrontar a Freira, ela tinha certa vantagem de saber coisas que ela escondia, mas outra pessoa confrontado era outra coisa.
Madre, este senhor esta me ofendendo não vai fazer nada?
— Irmã, ele veio aqui com ordens do Bispo, e se ele falou isto, precisamos acatar e ponto. A guerra se aproxima e o que ele veio fazer neste convento vai além da minha ou da sua autoridade.
Vou providenciar o quarto das lamentações para ele se hospedar como ele mesmo propôs.
— Enquanto a você irmã, disse o Padre as duas que estavam ainda observando a pequena confusão que se instalava. Se retire, vá orar e fazer preces pelo seu primo, a guerra esta se desenhando com crueldade, e orar e buscar a Deus é sempre preciso. Amélia sorriu para ele, as irmãs não perceberam mas ambos piscaram um para o outro, como se dissessem em segredo. Obrigado por livrar a barra da minha amiga.
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Capítulo 05
Triste fim de um Pastor
A igreja naquela manhã estava lotada, familiares, e muitas mães acompanhavam atentamente, queriam ouvir as palavras daquele pastor.
O pastor revisava mentalmente o Sermão, mas seus pensamentos como das demais pessoas ali presentes, estava no seu filho.
Do alto do púlpito ele olhava aquelas famílias e fixava seus pensamentos naquelas mães.
Algumas não conseguiam conter o choro, era uma comoção generalizada, o Pastor precisava estar neutro, Mas como? Se o seu filho amado foi para a guerra?
Ele sempre foi o Pai e a mãe do Robson e por essa razão como aquelas mães ele sentia a dor de entregar um filho para guerra.
O irmão estava orando, logo após iria entregar para o Pastor fazer o sermão. O pastor estava atento, o grande momento do culto estava a começar.
Ele repassava na mente cada palavra que planejava ministrar. E começou:
— Por gentileza a Igreja em pé, em reverencia a palavra de Deus, vamos fazer uma leitura Bíblica e iniciar o nosso Sermão desta manhã. Feito a leitura os irmãos sentaram apreensivos para escutar as palavras do Pastor.
Era uma linda manhã de domingo e um culto todo especial, a festividade aniversário da Congregação.
No entanto, a felicidade era substituída pela apreensão. Os membros daquela igreja queriam escutar as palavras do Pastor. Como se as palavras dele fossem amenizar a dor de saber que os filhos daquele vilarejo seriam massacrados na frente de batalha de uma guerra cruel e sanguinária, que estava apontando, era inevitável.
— Amados e amadas, como vocês bem sabem hoje há um membro faltante desta igreja.
Os olhos das mulheres estavam atentos, elas sabiam perfeitamente de que o Pastor estava falando.
— Meu filho, meu fiel companheiro, aquele que há anos inicia o culto e conduz até o momento da mensagem, que agora irei passar. O meu Amado Robson, não esta entre nós. Uma irmã, membro bem antiga da igreja, e também velhinha em idade levanta e diz: — O meu também pastor, ele foi retirado de mim para esta guerra.
A comoção tomou conta daquele local.
O Pastor teve que intervir.
— Acalmem— se, eu seu que é difícil eu também estou sofrendo pela falta do meu filho.
O Pastor fez uma comparação:
— Lembram— se da passagem que Jesus foi cobrado em um certo momento a dar ou não imposto. Ele disse: — Daí a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.
Quando arrancaram o meu filho dos meus braços lembrei desta passagem só que o meu filho eu entreguei a Deus quando nasceu.
E não é César (governantes) que tirará de mim. As palavras do pastor ecoavam e varias mulheres choravam emocionadas, havia também pais como o Pastor, que não se conformavam com esta retirada de um membro tão importante da família.
O Pastor voltou a leitura inicial.
— No Salmos 23 diz que mesmo que o que é de Deus passar pelo vale da sombra da morte, ele não temerá mal algum pois o Senhor o consolará.
Ao completar a leitura, aparecem policiais na porta do templo e os fieis ficam sem saber do que se trata, o policial faz a leitura da reintegração de posse.
A Madre foi conversar com o proprietário e ordenou que o mesmo revesse o bem pois o Pastor, atrasara os pagamentos.
— Como pode, você sendo servo fiel da santa igreja, alugar para este Senhor, e tive informações, falava a Madre acompanhada da Freira amiga, que a pressionava a continuar com o combinado.
— Tive informações que este homem, esta atentando contra a nossa igreja. Será que devo levar o seu nome para excomunhão por apoiar tal ato.
— Não Madre, beijava as mãos da irmã, por favor tenha misericórdia, sei ser generoso com a igreja. Falava o devoto, e a Freira brilhava os olhos com tal constatação.
Foi a policia, e conseguiu o mandato de despejo do inquilino, A Madre ainda ganhou uma boa oferta para a igreja, que infelizmente foi repassada para a Freira, arquiteta daquele plano.
Agora as duas estão longe observando o mandato sendo executado.
— Como você sente vendo o seu amante, perdendo o que tem.
— Você bem sabe que ele não é meu amante irmã, já não conseguiu tudo que quis?
O despejo se dava de modo tumultuoso, as irmãs não queriam sair, sentiam a ameaça da policia, como afronta, o Pastor, pacificador, aceitou o que lhe era proposto.
Tentou juntar alguma mobília, mas os policiais queriam lhe ver para fora do estabelecimento. Com custo conseguiu um transporte, levaria tudo para a casa. Olhava o que com tanto esforço conquistara sendo esvaído dos seus dedos.
— Perdi meu filho, agora minha igreja.
Ao longe no horizonte viu a Madre, seu amor antigo, estava observando, ele entendeu que veio dela a ordem, mas não compreendia, o olhar dela era de pesar e não de vingança, parecia de longe até mesmo lacrimejar os olhos, ela acompanhada daquela outra irmã, observavam o pastor perder a sua igreja.
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Capítulo 06
A indecisão da noviça Lara
No convento a Madre esta bastante transtornada com a situação, nunca se observava como uma mulher capaz de atrapalhar alguém a este ponto. Ela pensava no seu antigo amor, e o quanto ele prezava pela sua igreja, onde era Pastor.
Lembrou que quando o largara na juventude, nunca que imaginava que o seu até então amor, que se incomodava de certo modo com os tracejos religiosos que ela adquirira, fruto de uma mente atormentada, agora era um pastor, um líder cristão.
Dentro do seu quarto, lavava o rosto, e observava— o no espelho, pensava o quanto a idade passara para ela, e onde ela estava, o seu prestígio, seu convento, tudo agora ameaçado por uma ameaça de uma Freira sem escrupulosos.
Lembrava que o que a mantinha submissa as chantagens, não era tanto perder o cargo eclesiástico, a situação já parecia— lhe insustentável. Mas o que a fazia tratar a situação com atenção era o fato de ter mentido para estar onde estava, e a utilização de documentos falsos.
Uma documentação falsa, que ela utilizava, além de poder colocá— la na cadeia, destruiria a vida prestigiosa que conquistou ao longo de anos. Ela estava nas mãos da inescrupulosa, mas ela sabia que a Freira não conhecia o seu segredo, no entanto, era questão de tempo. Depois de conquistar méritos em cima de mentiras, o dia da prestação de contas estava chegando e isto a apavorava.
Agora enxugava o rosto, seus pensamentos estavam focados no pastor, cortou— lhe o coração o despeja— lo do seu local seguro. Afinal o mesmo era o Pai do seu filho Robson, ele sabia que sempre cuidara dele com carinho. Não poderia lhe fazer mal, pois era um pai exemplar e não lhe incomodava em nada.
Mas esta freira, que agora manipula minhas ações, pensava como se livrar das chantagens, várias coisas lhe passava na cabeça, aproxima— se da cama e deita olhando para o teto, recordando as imagens do pastor. E neste momento pensou em conversar com o jardineiro, queria saber até que ponto era a relação dele com a freira, desconfiava de algo. — Como esta irmã teve livre acesso a minha carta endereçada ao Pastor? Somente o jardineiro sabia de tal informação... Precisava fazer uma dura e descobrir o que estava acontecendo.
A freira esta passeando pelo corredor, sorrindo sozinha, tudo que maquinava estava indo de vento em poupa.
Ela passeava pelo corredor, e uma volúpia a assolou precisava ver o padre e ela sabia perfeitamente como, "há males que vem para o bem". Aquele cafajeste deste padre, pensava, que me desfez na frente da minha rival, este lindo projeto de homem, agora esta ao alcance dos meus olhos.
Ela chegou na sala que outrora estivera em outra oportunidade, começa a espiar o que se sucedia dentro daquele quarto, mas não era observada e não estava na companhia de ninguém, tal perspectiva a deixou mais excitada para praticar o desvaneio.
Ao olhar ao espelho, ela vê um jovem rapaz, muito bem cuidado. Corpo escultural, e ainda mais naquele momento fazia exercícios, que lhe conferiam um corpo mais torneado cada músculo estava sendo realçado a freira dava risadinhas de frenesi pela emoção de estar presenciando a cena.
O exercício se dava em flexões de braço, o rapaz estava bem empenhado e a freira esquecera das outras pessoas que a poderiam flagrar fazendo tal audácia. Espiar a intimidade do rapaz estava lhe fazendo uma devassa por completo.
O rapaz agora termina sua sessão de treinos, com a ingenuidade de estar só, sem ser observado, fica desnudo, natural a quem esta sozinho a ponto de ir se duchar. A freira sorri, sente— se realizada e começa a fazer algo que não se deve narrar, mas você leitor experiente deve de imaginar o quê, o rapaz olha para o espelho observando a necessidade de fazer a barba, a Freira fica eufórica com a sensação de estar sendo encarada pelo guapo. A Freira age de modo leviano e promíscuo, até que é interrompida.
Era o jardineiro.
— Estava te esperando, no nosso lugar, ele observa o ânimo da Freira e pergunta.
— O que esta olhando? Parece— me uma maluca sorrindo sozinha nesta sala? Ah sei esta pensando nas nossas sem sem— vergonhices...
O ângulo que o jardineiro estava não fazia ele entender que o lugar era uma espécie de observatório.
— Cale a boca estrupício. Estou aqui a rezar para Deus tirar de você este desejo animalesco de deitar— se com uma mulher santa como eu...
— Santa você? Eu te conheço és uma depravada, somente uns minutos sozinhas e aí e parece que esta bem animadinha. O jardineiro faz um sinal da cruz, pensando em religiosidade, tentando acreditar na desculpa esfarrapada da Freira e conclui:— Vamos rolar no nosso feno. Minha potranca.
Ela para de contemplar o padre, puxa uma cortina escondendo o vidro falso que dava diretamente para o quarto do Padre. Sente um pesar estranho, queria continuar a observar o show de homem do outro lado. Mas não dava o dever lhe chamava.
Entre aqui seu bruto, preciso refrescar minhas coxas, e começam a rolar pelo quarto, tentam conter os barulhos mas como dois animais no cio, parecem esquecer que trata— se de um local sagrado um convento, já era tarde da noite, a madrugada foi animada para a freira.Enquanto isto.
— Escutou barulhos Lara? Pergunta Amélia que não consegue dormir. — Não é nada deve de ser alguns gatos fazendo bagunça coisa da natureza, fala Lara de modo cabisbaixo, bastante abatida.
Lara, ontem você agiu de modo totalmente descontrolado, não conseguiu conter as emoções e quase foi para o quarto das lamentações.
Lara olha para a amiga e diz: — Graças a aquele elegante padre, não estou naquele lugar.
Meus pensamentos estão com aquele rapaz que nem ao menos sei o nome. Aliás, Amélia uma nova amizade? Sei, rs, (fez Lara sorrir).
Amélia fica quieta tentando formular uma resposta para as indagações da Amiga.
— Somente uma amizade, ele é um homem de Deus que como eu preza pelo sacerdócio. Ao conversar com ele estou aprendendo isto ser uma serva do Senhor, mas não vamos mudar de assunto, preciso lhe perguntar isto e seja franca na resposta:
Lara até que ponto esta disposta a ir enganando a si própria, uma freira deve de se entregar a Cristo. Lara você realmente quer se tornar uma freira, abdicar de uma vida terrena para focar numa vida de devoção?
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Capítulo 07
O início da Guerra
Robson, agora no exército, teve que aprender a sobreviver em meio ao caos, os novatos eram submetidos a uma adaptação para servir aos propósitos da pátria.
— Primeiro, raspavam— lhe os cabelos para entre outras coisas facilitar usar o uniforme do exército.
— Segundo, todos os dias tomavam banho coletivo com jovens tais como ele, este banho não era comum, se tratava de um esguicho de mangueira, a pressão dos jatos de água marcavam a pele. Robson lembrava bem os superiores gritando:
— Seus frangotes! Estão aqui para se tornar homens e servir a pátria. Em meio a jatadas de água que pareciam lhe tirar a dignidade. O frio, era aquecido pela dor das cortantes jatadas que sufocavam corpos franzidos que sofriam pelo desespero que estava por vir, a nudez, não era somente física, mas também naquelas almas que estavam expostas a um propósito animalesco: — A guerra.
— É interessante comentar sobre a comida, algo terrível e sem gosto que remetia a ração. E era fracionada. Por ser de um gosto estranho, sem tempero e tinha notas que realmente lembrava ração, a porção já era um sofrimento digerir, porém necessário, quem estava naquele local precisava aprender que tudo ali era uma questão de sobreviver.
— E os treinos militares? Constantes e exaustivos, o ideal era trazer aqueles magrelos jovens, a força necessária para sobreviver ao futuro hostil que estavam lhe esperando, mas na realidade eram trotes violentos dos veteranos aos jovens. Robson saia de lá com o corpo dolorido, precisava focalizar em algo na frente para sobreviver a tanta hostilidade, era o seu pai e a sua amada noviça, o norte, a luz e a motivação para cada flexão em meio a coronhadas, ou levantar pneus, e para finalizar os desgastes, limpar as latrinas dos veteranos.
— Seria necessário informar a você leitor, que infelizmente as noites nos alojamentos haviam assédio moral? Em um ambiente animalesco tem destas coisas, Robson colocava seus pensamentos em Deus para passar intacto perante aquele lugar que mais lhe parecia um inferno. Fechava os olhos tentando imaginar— se em outro lugar, na sua igreja, com seu pai e amigos, louvando a Deus cuidando dos bancos assentando os visitantes, e olha que funcionava, sempre acontecia algo com o do lado, Robson sentia repulsa, mas infelizmente era as regras daquele jogo, e ele sabia que precisava sobreviver, e certas coisas, somente a proteção de Deus para o livrar daquela cova de sodomitas, e assim aconteceu, Deus lhe protegia e parecia invisível aos algozes.
Depois de um tempo o Sargento sabia que o grande dia havia chegado.
O batalhão cujo o qual o nosso amigo Robson pertencia iria participar da primeira Missão. Os olhares eram de terror, pois todos eram constantemente notificados do que acontecia na primeira Missão, seria uma carnificina, onde separariam os meninos dos homens, a preparação apesar de ser exausta e intensa não era suficiente para o que estava por vir.
O caminhão verde do exército neste momento estava sendo abastecido de munição humana, que eram jovens inexperientes, que já estavam alertados, que pela falta de lida, não adiantava esperar. Seriam mais de metade sucumbida na batalha, olhos desesperados entravam empurrados e achatados naquele caminhão. Os veteranos gritavam. — Andem logo frangotes, a guerra não espera! Os veteranos olhavam e sabiam que era assim mesmo, cada um daqueles frangotes, alguns ou muitos seria a última vez que os veria, o tempo não era favorável, era uma questão de sobrevivência, e para esta seleção infelizmente seria questão de extinto perante o calor da batalha. Quem conduzia aqueles jovens sabia muito bem que o único triunfo aos adversários era a quantidade e não a qualidade. Em meio aquele caminhão de um espremido humano, estava Robson, a orar estava Robson.
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Capítulo 08
Tensão
Com o caminhão do exército estavam jovens, entre aquele aglomerado, estava Robson que iriam ser lançado em barricadas. Para exemplificar a você querido leitor, barricadas eram sacos de areia, que previamente eram dispostas em forma de muralha, e os jovens eram trincheirados em uma batalha que já estava acontecendo, ou também as barricadas que eram desníveis sejam tipos de buracos, envoltos a arames farpados onde os jovens ficavam a modo de proteger o território de defesa. Era este o cenário que esperava nosso Robson. Ele escutava o terror da guerra, gritos e disparos, entre cada trepidação daquele caminhão que parecia levar uma boiada ao matadouro.
E lá estava Robson.
Amizades? Nem se conseguia fazer, foram 6 exaustivas semanas de treinamento. Naqueles momentos intermináveis Robson sabia que era crucial estar preparado, sendo assim, ele entendia que cada coronhada, cada xingo em forma de menosprezo. Cada ato de fraqueza da sua parte, iria ser ele o próximo a sucumbir. A maturidade era algo longe do corpo de Robson mas precisava estar bem idealizada no seu coração. O corpo sofria as mazelas do desespero da seleção natural onde separava os fracos dos fortes, Robson precisava ser forte, isto dependia a sua vida.
Neste momento, ele orava mentalmente naquele caminhão, o pânico e o pavor deveria ser controlado, ele olhava para o lado, cada um com a sua arma que lhe servia de apoio, e rostos que expressavam lágrimas contidas, e olhos que pareciam vidros e espelhos uns para os outros. Era uma sensação apavorante o barulho, o suor, e os gritos ignóbeis do veterano para os preparar para serem lançados a fora deixavam os jovens hostilizados. — Seus frangos, fracos! Sobrevivam! Sobrevivam!
Robson conseguia olhar para fora do caminhão e entendeu o que era a barricada, as jarradas de tiros, era um caos.
O propósito da Missão era afugentar o inimigo e para isto várias barricadas Onde estavam os jovens inexperientes como Robson. Robson observava eram tiros aleatórios e desesperados. os inimigos estavam adiante eram de outra cor o uniforme...
O caminhão parou, era ali, Robson fechou os olhos e orou. Um jovem em meio ao pânico, gritou: — Não, não pelo amor de Deus não! Foi o primeiro a sair, foi o primeiro a ser abatido. Um veterano disse:— Sejam unidos, sejam unidos, e desceu os jovens que precisavam ser rápidos, o desnível faziam presas fáceis das rajadas ao horizonte, Robson disse: — Meu Deus não! e foi ele para fora do caminhão, ele sentiu um tiro passar próximo, ele disparou também.
O caminhão se foi, estava Robson só, só não, estava com companheiros, mas parecia— lhe só, uma brisa fraca, e um chuvisco caia, os gritos eram de horror, era uma barricada que estava dominada pelo inimigo, Robson se posicionou melhor, ajeitou os sacos de areia e ficou a pronto, ele olhou a outra barricada, dominada, estava a frente, os jovens estavam mortos isto era óbvio a movimentação quietou— se por lá, e veio uma tropa que era protegida por escudos. Estava indo em direção a aquela barricada, Robson atirava, de modo a proteger os até então companheiros, de nada adiantou, a tropa era hostil, eles estava indo "depenar" aqueles vencidos. Robson entendeu que seriam eles os próximos. Os tiros eram rajadas. Robson participava de cada rajada. Olhava ao horizonte e sentia que de vez em quando um grito de horror significava que acertara o alvo. O número na sua barricada estava diminuindo, uns gritavam: — Socorro! e o sangue jorrava em meio ao cheiro de pólvora. Robson estava centrado, e precisava manter— se assim. Mas os tiros eram constantes. O desespero era geral, o numero estava reduzindo. O Massacre era evidente, Robson observou isto. Todos massacrados. Os tiros davam— se em vários locais e acertavam aquela barricada. Robson estava vivo. O sangue dos companheiros em algum momento esguichou lhe na cara.
Robson entendeu. Era o fim, aqueles que dominaram a barricada na sua frente, estavam a caminho. Ele naqueles momentos de observação entendeu como proceder. E assim o fez. Em meio aos mortos, estava Robson ele estava vivo mas precisava parecer morto. Era a sua sobrevivência que dependia daquele ato. Se escondeu embaixo de um corpo e fechou os olhos, a tropa inimiga estava a caminho. E a vida de Robson estava em perigo. O massacre estava prestes a ser concretizado.
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Capítulo 09
O sabor da Morte
Já havia passado 6 semanas dês de que o médico Padre chegou ao convento, muita coisa havia mudado, as pifarias da Freira má continuavam, mas a guerra em si a amedrontava ela não sabia como proceder, a Madre superiora, tentou de todos os modos descobrir algo do jardineiro, mas ele desconversava. — Num sei Senhora, aquela carta nunca saíra da minha mão, por quê? Alguém sabe algo que não deveria saber? — Não, só por perguntar mesmo. O que a Madre não precisava mesmo era duas pessoas diferente lhe fazendo chantagens.
O convento se transformou em um hospital de campana, as semanas foram intensas e as freiras e noviças tiveram que aprender rapidamente o oficio. Já havia pacientes para serem atendidos, e eram muitos.
— Sutura, Lara, — Sim Doutor Fábio, e você Amélia, acomode— os aqui. Mostrava o lugar correto para o que estava por vir.
Um soldado estava com inchaços estranhos e o doutor com a experiencia sabia muito bem que aquele abdômen precisava ser feito uma incisão e depois suturado.
Amélia arrumou a cama era um quarto especial aquele, o de cirurgia. Lara se destacara no preparamento e estava sempre com o doutor para auxiliar nos casos mais complexos.
Amélia era enfermeira de triagem ela conseguia observar a situação e depois repassava para as alas conforme a gravidade.
A guerra era escutada de longe, os tiros e rajadas traziam um ar de desespero para aquele lugar.
A Freira má passeava pelos corredores meio que desnorteada, nos seus pensamentos ela queria que tudo voltasse como antes, a tranquilidade daquele lugar estava sendo afetada, ela tinha nojo e repulsa daquelas pessoas.
— Ajude aqui irmã, disse uma freira pedindo ajuda, era um soldado que por conta dos medicamentos para infecção vomitava, e precisava de ajuda.
— Eu não, que nojo, eu lido com a administração disto tudo aqui, faça o seu trabalho, que eu faço o meu.
— É que estamos trabalhando em um numero reduzido. Dizia a desesperada freira que realmente precisava de ajuda.
A Madre superiora observa de longe, corre e intervi. — Deixa que eu ajudo este pobre homem, apoiando a sua cabeça ao travesseiro, limpando— lhe a boca e colocando uma compressa na cabeça.
A freira se diverte com a situação e chega bem perto dela e diz: — Você nasceu para isto mesmo, limpar a baba de soldados nojentos.
A Madre meio que cansada de tanta criancice diz de modo grave:
— Você não percebe que estamos em uma guerra? Aqui somos servas do Senhor, e precisamos ajudar, toda a ajuda é bem vinda, até mesmo de você que parecia— me cristã. — Freira peço pelo amor de Deus pelo menos nestes dias de correria que reveja os seus atos e se ponha pronta a ajudar.
— Que ajudar o que? Você quer que eu coloque pronto aqui e agora o seu segredinho.
Uma outra freira que estava a passar repete: — Segredinho?
A Madre superiora mais preocupada com o paciente do que com a desagradável a sua frente. Olha para a irmã. E diz:
— A sua colega aqui, vai descansar ela nem sabe o que esta dizendo, pode ir irmã eu ajudo a cuidar.
E ela vai entra no quarto da Madre superiora, olha na escrivaninha, pega uma maça no cesto, limpa— a e come com uma mordida generosa, escuta um tiro, ou seria uma bomba em algum lugar longínquo? Ela levanta as pernas e coloca— os por cima da cama, e pensa quanto tedioso esta sendo aqueles dias...
O procedimento do Padre Doutor foi bem sucedido, Lara ajudara na instrumentação, ela sabia orquestradamente servir o doutor com os bisturis e os objetos para suturar (fechar). Sobre o soldado?Era uma hemorragia interna.
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O que era um chuvisco agora se tornara uma chuva intensa, isto ajudou um pouco Robson ele estava exausto, arranhado, o corpo dolorido e com sede, abria a boca para sugar a água que caia, e com os olhos fechados precisava controlar a respiração, os corpos que estava em cima dele, dois companheiros, já estava sem vida, e ele precisava deles para esconder— se, eram três soldados inimigos que estavam fazendo a revista naquele lugar, a chuva estava bastante torrencial, quando sugava a água, Robson sentia um gosto de ferro fraco na boca, ele sabia exatamente o que era, sangue, não lhe importava, ele definia aquele sabor como o sabor da morte. Era lhe o fim. Os soldados se aproximavam. Um era bem sátiro, estava com uma espécie de arpão (é uma lança utilizada desde a pré— história geralmente utilizada para pescar. Em princípio a sua ponta é separável do corpo quando atinge a presa, no entanto esta era fixa e servia para abater as vítimas) ele enfiava no soldado morto como um divertimento, ele fazia de modo aleatório. E isto estava apavorando Robson que abrira os olhos e observava quão cruel era o ato. E estavam se aproximando. O silêncio era quebrado somente pela chuva e pelo barulho que aquilo fazia. Para Robson lembrava os dias de domingo quando sua madrasta cortava melancias para servir aos irmãos da igreja, era o mesmo som. Mas para ele era algo cortante e real.
Um agoniava na frente, parecia que estava com uma fratura exposta. O sátiro soldado enfiou— lhe o arpão e riu, os outros dois estavam recolhendo as armas que levavam em uma especie de carrinho. Duas rodas que parecia uma caixa de um metro e meio, onde já tinha algumas armas. Um disse: — Vamos logo com isto, esta chuva esta engrossando cada vez mais. E os três se apressavam. Os tiros já haviam cessado. somente a chuva e aquele barulho do arpão trepidando aqueles jovens corpos abatidos era ouvido ali.
Robson tentava controlar o pânico, não conseguia, os dois corpos que estavam em cima dele estava lhe apertando, ele sabia mais do que nunca que precisava ficar inerte, sem se mover. Mas não conseguia, — Não conseguia. E veio o movimento e foi brusco.
Um gritou: — Tem alguém vivo logo a frente. E Robson movimentou um dos corpos que lhe servia de proteção e esconderijo, agora era somente um.
Os três soldados apressaram o passo, mas era outro jovem, que foi satiricamente abatido bem próximo a Robson, agora livre de um corpo, Robson conseguia se manter calado, e assim o fez, os três soldados passearam na frente dele. um arpão veio e enfiou— lhe no soldado que estava em cima. Robson sentiu que o arpão transpassara o corpo sem vida e chegara em partes da sua costela, graças a Deus o impacto foi amortecido, porém o corte foi sentido por Robson. Os três deram risadas, observaram uma luz ao horizonte, correram dali.
Era o Socorro para Robson.
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Capítulo 10
Um constrangimento
Doutor Fábio termina o procedimento de cirurgia cujo qual o jovem soldado precisou passar. Era uma hemorragia interna, estancar o sangue que se acumulava é necessário neste caso. A cirurgia foi bem sucedida, agora o paciente estava no momento de descanso.
— Como descansar quando tantos precisam da minha ajuda? Comentou com Lara.
— Calma Padre mesmo nós precisamos estar descansados para poder atender bem estas pessoas que tanto precisam de nós.
Fábio olha para as roupas brancas, alguns respingos de sangue o fizeram pensar em ir troca— las.
— Preciso trocar este uniforme irmã, você assume os cuidados de agora em diante com este paciente, qualquer coisa é só chamar.
— Assumo sim.
O que restava a Lara era observar os sinais vitais, pois o mesmo estava sedado, e também no momento propício administrar a medicação.
— Amanhã tem a sua missa Padre Fábio, vai descansar preparar o seu sermão, tomar um banho e rezar por este povo que precisa do Senhor.
Vou sim irmã. Padre Fábio olha com um olhar de ternura ao jovem estático, e outro para Lara. — Obrigado irmã, aprendeu rápido o ofício, o que seria de mim sem a sua ajuda?
— Padre, eu sou uma serva do Senhor e ajudarei no que for preciso do modo que ele me instruir a fazê.
O padre retira o chaleco e observa que a irmã Lara pensa longe.
— Não sei o que passa pelos seus pensamentos irmã, mas reze Deus sabe de todas as coisas e sabe sempre o melhor para nós.
Lara amontoa todos os instrumentos utilizados para a cirurgia em uma pequena bacia de metal, uns cinco no total, coloca— os para depois esterilizá— los.
O padre deixa a terminar procedimentos de organização pós— cirurgia. Ao sair do quarto encontra Amélia de relance no corredor, dá um sorriso cordial e pensa que realmente precisava se apressar.
Entra no quarto, fecha a porta, despe— se e olha ao espelho. Sempre teve uma preocupação com a própria saúde, olha para o seu corpo tentando detectar alguma melhora. Fica feliz com o seu corpo. Sente o cheiro de suor, estava tenso na mesa de cirurgia, sente um cheiro que precisava resolver com um bom banho. Deixa de contemplar— se perante ao espelho.
Vai busca uma toalha e liga a água que cai de modo suave no seu corpo. — Como é agradável um banho, lembrou que teve que ajustar pois aquele banheiro só tinha banho de água gelada, até então. Olha para o teto, pensa no seu passado. Deixa a água fluir e ensaboa o corpo. Lembra de sentir o quanto caustrófico era aquele banheiro, aquele quarto. E lembra de que era um quarto de tortura psicológica daquele velho convento. Termina o banho. Pensa: — Ainda dá tempo. Enxuga— se e sai nu para se trocar.
Um descuido dele fez com que ele passasse por um momento de constrangimento.
Ao entrar esqueceu— se de fechar corretamente a porta, que ficou entre aberta. Uma fresta fica exposta ao corredor. — E olha que o acesso eram duas portas! Importantes para o isolamento acústico, daquele quarto que era na teoria usado para fins de reflexão, mas na realidade, gritos e gemidos daquele lugar era dificilmente ouvidos para fora dele. Um cansaço provavelmente, fez ele esquecer de fechar a porta. Amélia observou que a porta estava entre aberta. E foi fecha— la. E observou que a outra também estava aberta.
Bateu— lhe um desejo de fechar ela.Pensou o por quê dele ter deixado entre aberta: — Será que é pelo fato de estar esperando que o chamem por conta da complicada cirurgia que tinha feito? Mas deixa— la aberta não é correto, devo fecha— la. E foi. Errado da parte dela, mas o desejo de ser prestativa era maior do que o bom senso. Ela observa que o quarto esta vazio. Dá— lhe uma curiosidade de entrar bisbilhotar, fraqueza humana, tinha curiosidade sobre o misterioso padre. Mas o momento de sandice passa. Se restringe a apenas fecha— la. Ela olha sair de um cômodo la dentro o Padre. E pelado. Cora. Ele a observa fica constrangido. Tenta encobrir o corpo, ela fecha a porta e sai em retirada.
O padre corre a cômoda pega uma bermuda de malha e veste, fica a pensar na cena. Correr? Atrás da irmã? Não seria conveniente. Ele estava no seu local intimo, foi descuidado em deixar a porta aberta, foi e fechou as duas. Matutou um pouco em pensamentos e depois retornou a sua rotina.
Foi à escrivaninha pegou as anotações dos exercícios físicos que faria naquele dia. Antes olhou a foto de um homem na escrivaninha e ficou triste consternado, e no mesmo momento se motivou a fazer a sua dura rotina diária de exercícios físicos. Nas séries de exercícios revisava o sermão do dia seguinte e pensava. — Senhor, ela me viu nu!
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Capítulo 11
O desespero da morte
A chuva, aquela luz, eles me viram? Não consigo manter os olhos abertos...
Será que alguém vai vir me socorrer? Eu estou com sono, o sangue esta ensopando meu uniforme de exército, este gosto de sangue na minha boca...
— Ei aqui! Se ao menos conseguisse gritar para eles. Parece— me uma mulher, a luz vem de lá. É um carro. Meus olhos estão pesando...
— Preciso gritar, eles precisam saber que eu estou aqui!
O gosto do sangue refresca a minha boca, a chuva refresca o meu corpo. Meu Deus a morte, que situação terrível estou vivendo. Meus amigos estão mortos envolta de mim. E parece que eu serei o próximo...
— So— co... Não consigo gritar, não consigo me mover, eles precisam saber que estou aqui, eles precisam salvar a minha vida. Eu não quero morrer neste lugar....
— Socorro, o pedido sai fraco, a luz parece estar se aproximando. Deus, não me desampare, me socorre Deus... Os olhos do soldado Robson já não conseguem se manter abertos, ele olha e vê imagens ofuscadas ele sente que o corpo já não corresponde aos pensamentos...
O pensamento agora é na noviça, naquele momento que a abraçou, sente vivido o abraço os olhos, o cabelo, lembra de todos os momentos que esteve a observar no convento. A imagem vai ofuscando, ele sente— a nos braços...
Mesmo sem ver nada tenta mais uma vez gritar, ele junta todos os seus instintos para o grito que mesmo assim sai fraco, a morte já esta no gosto da saliva.
— Socorro, pelo amor de Deus me socorram, eu não quero morrer aqui. Ele empurra o outro corpo que mole e inerte cai o jovem com a testa machucada, abre os olhos intactos com as pupilas dilatadas, Robson não as vê mas sente que estava se aproximando o momento de estar com ele. Movimenta— se mais uma vez, parece que alguém se aproxima....
— José, José, encontrou alguém com vida? Falava deste modo a Freira Antônia que estava fazendo o resgate naquela trincheira de guerra, José era o motorista.
— Parece— me que não irmã, um verdadeiro massacre, tantos jovens aqui...
A irmã passeia, fechando os olhos dos que já se encontravam sem vida, tentando encontrar entre aqueles alguém que pudesse resgatar...
José vai a frente e observa um jovem com uma fratura exposta... Ele grita, sai sufocado o grito. Por favor me ajuda... José chega, e observa a gravidade do ferimento, era no fêmur, o osso estava exposto, e o sangue já tinha sucumbido do corpo. José pela experiência sabia que era seus últimos momentos, a freira foi adiante escutou um ruído e foi observar.
A chuva castigava aquele cenário apocalíptico.
José chega e apoia o jovem nos seu colo tentando nina— lo tal qual faz a criança.
— Senhor, Senhor, eu estou morrendo, eu sinto que estou... morren..do...
José olha para aqueles olhos quase que sem vida e começa a recitar o salmos 23.
E fala ao Jovem.
— Você acredita que Jesus é o teu salvador e aceita— o de todo o seu coração?
— Sim acei...to...
E a vida sucumbiu daquele jovem, o José motorista faz uma oração, nela entrega a vida daquele jovem...
A Freira grita de longe...
— José, corra aqui tem um jovem precisando de ajuda, esta com uma hemorragia muito grande, socorro José!
José olha para o jovem, que finaliza o processo tremendo o corpo em um ultimo sinal de vida... José chora, não conseguia suportar ver aquela cena e disse: — Senhor tenha misericórdia desta vida....
Deixa— o fechando os olhos dele...
Agora esta a caminho da freira Antônia. Cabe informar, que Antônia é a Madre Superiora de um convento das redondezas e José estava servindo como motorista. Os dois tinham esta incumbência de ir ao campo de batalha para buscar os que sobreviviam para trazer para o hospital de campana que nos mesmos moldes, foi feito em vários conventos daquele lugar.
José tinha a sua motivação pessoal para agir assim, e sempre que possível fazia a oração e o apelo para quem estivesse no instante da morte, já Antônia era uma socorrista experiente conseguia salvar vidas, aquela dupla se fez, mesmo com divergências religiosas, em tempos de guerra a sobrevivência e o ajudar é o que motiva as pessoas a não desistirem.
— Rápido José, traga algo para fazer um torniquete, ele esta esvaindo em sangue.
A freira pegava o jovem e tentava medir o pulso, não o encontrando.
— Meu Deus tenha misericórdia desta alma... Rápido José. José corria, em meio aos tropeções em entulhos, corpos e muita madeira daquele lugar inóspito parou e rasgou de modo desesperado uma roupa de um abatido soldado, sabia exatamente o que estava fazendo pois já havia feito antes precisava de um pedaço relativamente grande para estancar o sangue da tal hemorragia.
A freira apertava o ferimento para fazer o sangue parar de verter.
A chuva dificultava as coisas, mas deixava o ambiente pelo menos ventilado.
— Meu Deus, estou perdendo ele! Disse a freira pegando rapidamente o pano para fazer a compressa no ferimento e estancar o sangue.
José olha ao rapaz, e vem um grito de desespero...
— Meu Deus!
A freira olha e começa a rezar... Continuando o seu trabalho
— Meu Deus, não, Meu Deus!
A freira se assusta entendendo que a reação do motorista era um tanto quanto exagerada, ele já era acostumado com tais casos, até piores, tendo em vista que os dois faziam recolhimento dos corpos por diversas vezes em outras oportunidades...
— Pai, não, não deixe o ir, e chorava tentando ajudar a madre fazer o seu serviço.
— Calma, José é apenas mais uma alma sofrida desta guerra, somente isto.
— Não irmã... Este é o Robson meu filho!
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Capítulo 12
Segredos revelados
A missa foi ministrada pelo Padre Fábio, ao apresenta— la o Padre teve várias impressões que são importantes comentar:
— Ele observou que a irmã Amélia lhe desviava o olhar.
— A irmã Lara estava bastante receosa. Isto era nítido no seu semblante.
— A Madre Superiora com a sua inseparável amiga uma Freira que em momentos demonstrou— se inconveniente.
— As outras freira o olhavam com um modo desconcertante, o padre sabia desviar o olhar neste momento, o seu foco era passar a mensagem de amor, cujo qual ele aprendera que era a missão da sua vida.
— Também era possível observar alguns feridos que estavam na enfermaria, jovens que estavam esperando recuperação naquele convento.
O padre terminou o Sermão, as missas naqueles momentos eram em latim compreensível para quem dominava a língua. As pessoas ficavam a observar, não eram muito presentes, poucos compreendiam a língua, no entanto, sentiam uma plenitude naquela celebração, por fim o padre fez as preces, comentou sobre a guerra e começou o momento da confissão.
Neste momento o Padre recebe as pessoas que precisam confessar algum pecado em um confessionário, o tempo é restrito e a quantidade de pessoas também, o padre tenta neste momento atender em um tempo padrão cada pessoa, neste ponto o padre é bastante metódico, tal qual quando faz consultas de saúde em outros momentos, o padre é bastante político e segue seus procedimentos a risca.
Veio primeiro a Madre Superiora.
— Padre, estou com algo atormentando meus pensamentos, e uma situação que eu preciso resolver.
— Filha, qualquer que seja a situação é melhor ser verdadeira e a solução é melhor do que conviver com um problema.
E continuou confessar— se sempre se esquivando. A madre já estava bastante abatida, o Padre percebeu isto nela.
Comentou sobre entregar os fardos para quem consegue carregar. Em algum momento ela foi bastante enfática.
— Padre, eu errei, e este meu erro esta acarretando em situações no meu hoje.
O padre, pensou: — Se eu pressiona— la ela conta o que lhe aflige. Mas se assim agir estarei deixando a acuada, ela precisa falar o que quer que seja e fazer o certo por ela mesma.Passou— lhe a penitencia. E ficou feliz por ter mantido— a no tempo determinado.
Completou a experiente Madre, e antiga amiga. Sabe irmã, eu graças a misericórdia de Deus, curo vidas quando estou com a roupa de doutor, aqui, tento curar almas, mas somente posso guiar os seus pensamentos para você mesmo a curar, no quesito espiritual sou somente um conselheiro, e desejo— lhe o melhor, qualquer que seja a situação interna que esteja vivendo. A madre agradeceu e saiu do confessionário, a Freira má, olhava— a com um modo inquisitivo, querendo com o olhar dar— lhe algum corretivo ou ameaça, a Madre sai e vai para o seu quarto, nos seus pensamentos muitas coisas passavam, ela pensava em uma importante decisão que precisava tomar.
A freira também foi confessar.
— Padre uma certa pessoa me olha com lascívia, eu que sou uma santa serva do Senhor.
— É irmã? Algum paciente do hospital? Se assim é deves se esquivar deste desvio, pois és uma serva do Senhor deve ser pura em pensamentos e atitudes.
— Sempre fui, Padre, e não é do hospital, é alguém que surgiu aqui a pouco tempo. Falava deste modo com voz insinuante.
O padre percebendo algo estranho tratou de finalizar a confissão lhe dando a penitencia. A freira meio que sem entender que estava sendo inconveniente, sai em retirada, seus pensamentos estava em encontrar— se com o jardineiro no bosque para fazer coisas que só uma mente depravada e em até momentos que deveria abandonar pecados, pode querer viver. Carne, carne, a freira aqui descrita, gostava de viver duas vidas e enganava todos com seus resquícios de santidade. — Obrigado padre, vou rezar as preces, sou uma mulher do senhor e a devoção é algo que faço com prazer.
O padre a despediu olhava pela fresta do confessionário de madeira a insinuante Freira ir embora, ela olha para trás de modo insinuante, parecia perceber que estava sendo contemplada, de modo xucro faz um ajuste na sua roupa intima, Lara abaixa a cabeça e da uma risada, não compreendendo o porquê de tal ato, somente cenas assim mesmo para distrair a sofrida Lara.
A confissão de Lara foi mais incisiva e preocupante...
— Padre, preciso confessar, não sei explicar, mas tenho você como um amigo, como um irmão.
— Obrigado irmã Lara, também tenho muita consideração por você, tens me ajudado bastante, mas irmã, muitas vezes te vejo distante em pensamentos.
— Sim padre, sou distante sim, tento ficar no chão, mas meus pensamentos voam, o serviço ajuda bastante, cada vez que faço uma sutura, ou passo uma medicação, mas padre preciso lhe contar algo.
O padre meio que querendo adivinhar sobre qual assunto.
— É sobre aquele primo seu daquele dia do portão. Aquele primo que lhe parece um irmão, observei bem os olhos dele são iguais aos seus.
Lara ficou estática. Que declaração! Ficou pensando....
Padre ele não é um parente meu não, é alguém que eu amo.
— Lara você é uma noviça, prestes a se tornar uma Freira.
— Mas padre.
— Mas padre nada, como você bem disse, somos amigos, somos mais que isto, somos irmãos!
— Eu o amo, fala Lara chorando...
— Você ama a Deus acima de todas as coisas.
— Não padre eu o Amo....
O padre olha para seu relógio de bolso e vê que o tempo com a moça já lhe havia passado e não era conveniente continuar com ela, passou— lhe a penitencia e pediu para retirar...
— Espere padre eu preciso...
— Você precisa de um bom banho e de recompor seus pensamentos irmã! Você já não pensou que foi o destino que retirou este jovem da sua vida... Depois conversamos agora não é conveniente...
O padre continuou a atender as irmãs... Estava cansado...
Entrou a última a confessar, lhe trouxe um certo desconserto.
Era a irmã Amélia.
— Padre eu lhe vi nu....
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Capítulo 13
Sargento Alves
Quando fui despejado da minha igreja, onde cuidava com amor e carinho, com o meu filho. Entendi, fazia parte de um propósito de Deus. O meu filho foi alistado ao exercito, meu único filho, tive que entregar a hostilidade da guerra. De algum modo não sei explicar, mas foi assim, de um modo inexplicável seria eu a pessoa que salvaria a vida do meu filho.
Agora estou desolado, a guerra me trouxe este presente, pois me encontro:
— Sem a minha igreja.
— Sem o meu filho, meu amado filho, meu único filho.
E sem entender o porquê da minha ex—mulher, meu primeiro amor, a mulher cujo qual eu tive um filho. Sim, ela, que me abandonou com um filho pequeno. E surpreendentemente tornou—se uma freira, e cuidava de um convento próximo de onde morava. A mãe do meu filho! Eu nunca entendi as razões dela abandonar um lar e logo após, ela, eu sei que partiu dela a ordem do despejo, influencia no condômino, certamente, perdi tudo.
Entendi que era necessário eu ir atrás do meu filho, mas não foi bem assim, fácil, aproveitei da minha experiência como motorista, e ofereci—me em um quartel, não consegui e outro e outro.
E nada, estava obcecado, era a maneira de adentrar a guerra. Certo dia, ao passar por outro convento, este distante de onde morava, eu escutei de populares que estavam preparando—o para ser um hospital para receber os feridos.
Falavam horrores, diziam do trabalho das freiras que iam ao campo de batalha resgatar os feridos, um serviço bastante arriscado. Foi ali que entendi que era necessário fazer parte daquilo, ofereci— me para dirigir e ajudar aos feridos.
Fui recebido por uma Madre Antônia, sábia cordial me aceitou sem questionamentos, o desespero da guerra fazia das pessoas mais autruístas, se ajudavam, eu encontrava— se no meu desespero, sem um trabalho formal, o pouco dinheiro que me restava estava se acabando. O racionamento de comida tornava a vida muito cara, e fora tudo isto, queria descobrir onde estava o meu filho.
— Eu não abandonaria nunca!
E comecei a entender de perto o que era a guerra, quase todos os dias observava jovens machucados naquele convento, aprendi ajudar, era uma espécie de faz tudo, era o homem naquele convento, as freiras sempre dispostas cuidavam daqueles feridos.
E na frente de batalha?
Eu após uma batalha corria para lá com a Antônia, tornamo— nos amigos, tornamo— nos irmãos, dependíamos um do outro para os resgates. Pela alta periculosidade era um trabalho que deveria fazer com o mínimo de pessoa possível.
Era o motorista, e a resgatista. Para pessoas comuns que observavam de longe, aqueles vasculhando o resto de guerra nas trincheiras que se proliferavam aos montes em cada lugar estratégico de defesa daquele país, dois insanos aos olhos amedrontadores, cada qual com a sua motivação. Ela que entregou a vida a genuína caridade, eu também caridoso, sempre fui, mas com uma motivação fora do comum que era procurar o meu filho.
Cada jovem que observava abatido, ou precisando de socorro, gelava meu coração, era uma esperança de encontrar meu querido filho.
Era um desespero cada corpo que eu buscava um rosto.
— Não queria que meu filho estivesse morto.
— Mas era visível que o fim estava sendo este aos jovens. Meu coração doía.
Orava para os jovens que estavam morrendo, a freira nos primeiros dias estranhou, quis até questionar minha religião, mas nunca o fez. Eu precisava fazer, não poderia deixar almas irem, sem falar de Deus para elas.
A freira também fazia da sua maneira, este conforto, quando era o único recurso o Conforto...
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A cena que observava na minha frente era esta: — Meu filho em um leito de hospital, sedado, com um ferimento bastante apreensível e delicado e com cuidados especiais pela equipe hospitalar, e fraco, e tive de lidar com uma situação um tanto quanto constrangedora, explico:
— Boa tarde, o Senhor que é o pai do Cabo Robson?
— Sim sou eu mesmo, falei ao que parecia ser um sargento do exército.
— Vim entregar a condecoração ao seu filho, por ter sobrevivido e demonstrado bravura e força no campo de batalha agora ele é: — Sargento Alves... E colocou no peito do Robson. Eu olhava a cena em total desconsolação.
— Sargento Alves? (era o nosso sobrenome) Do que lhe adianta ser um sargento estando deitado sem expectativas? Neste momento veio A Madre Antônia e disse: — Calma José lembre— se que eles estão custeando os cuidados do seu filho... As palavras da Antônia me calaram, a ajuda financeira era totalmente necessária para os remédios, para o tratamento. Precisava conter— se e pensar no meu filho. O Sargento fez uma contingência e saiu de modo frio, e disse: — Só para saber seu filho foi o único sobrevivente, e a metodologia de trincheiras estão cada vez mais banidas neste momento de guerra. Ele merece o apreço e respeito do Exercito deste país. E sai em retirada.
Passado alguns momentos eu sentado naquele leito de hospital apreensivo com o futuro do meu filho, Madre Antônia me fazia companhia.
— Como ele esta?
— Perdeu muito sangue, nosso Doutor teve que induzir ao coma. Ele disse que houve algumas pioras, e precisará de um especialista.
Olhava para o meu filho, naquela cama, fraco, quase sem vida, cortava— me o coração.
Orava todos os dias, e quando enfim o encontrei, estava esvaindo em sangue. Estava fraco.
— José, sinto muito por o que aconteceu ao seu filho, mas precisamos de você consciente e lucido, não se esqueça disto. Falava a Antônia, amiga e irmã.
O Doutor chegou, foi ao meu filho, abriu as pálpebras, e observou, fez uma referencia ao ferimento, a freira enfermeira e foi.
Eu no meu desespero falei— lhe.
— Espere!
— Como esta o meu filho.
— Amigo, a primeira coisa que o seu filho precisa reagir é ao ferimento.
— É crucial que a cicatrização se concretize, e não infeccione, depois terá que passar por um especialista. O seu corpo esta fragilizado. Precisa de reparos, e se fosse eu a pessoa a fazer estes reparos, seu querido filho poderia passar por um perigo de vida.
Quem é este especialista? Quem? Fale logo?
— Eu só consigo pensar num nome, já vi algo parecido, e quem reverteu o quadro, foi um Padre.
— Um Padre? Como assim? Não seria um doutor?
— No caso deste especialista, que sabe lidar com ligamentos e fazer fluir a saúde ao seu filho é um Padre Doutor o nome dele, Como é mesmo Madre Antônia?
Madre Antônia acompanhava nossa conversa.
O nome dele é Padre Fábio, porém esta prestando serviços em outro convento.
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Capítulo 14
Antes da Missa...
— O que acontece contigo Amélia, pare de se revirar aí em cima, preciso dormir, o dia foi puxado, preciso dormir.
Amélia estava agitada, pois não conseguia dormir, já era madrugada, mas o sono não vinha, ela tentava de todos os modos esquecer o Padre Fábio, no entanto era só fechar os olhos que a imagem dele aparecia —lhe nitidamente na sua cabeça.
Amélia era uma moça tímida e recatada, sempre entendeu que a sua vocação era ser freira, e assim queria, nunca se interessou pelo sexo masculino, se achava sem atrativos para um homem. Aceitou de bom grado a vida cristã, sempre que possível acompanhava a mãe na igreja. Olhava de longe as freiras do convento próximo a sua casa, e isto lhe fascinava, sentia que queria ser uma freira, sentia que precisava ajudar as pessoas, e entendia dentro do seu coração que era esta a sua vocação.
— Lara, você se imagina casada com este rapaz que te olhava na janela, tendo filho com ele, estas coisas?
— Que pergunta irmã? Sabe que sofri com um quase casamento, e entrei no convento em busca de uma paz interior que precisava. Ainda mais, o moço foi para a guerra... Mas respondendo a sua pergunta, queria sim casar com ele, se ele me quiser e prometer me amar e respeitar, por que não? Isto é amor, logo Deus é amor, seria uma serva do amor de Deus com o meu marido.
Ao falar daquele modo Amélia sorriu, e voltou a pensar no Padre, o corpo bem torneado do rapaz veio—lhe na mente, ela pegou o travesseiro e apertou bem forte e suspirou, sentiu—se acolhida.
— Você quer me falar alguma coisa irmã Amélia, estou cansada precisando mesmo de dormir...
— Amanhã é a missa com o Padre Fábio, logo depois a confissão?
— Sim, irmã, estava pensando em me abrir ao Padre contar sobre o meu amor, pelo jovem, enfim, precisava desabafar e entender o que realmente quero da minha vida.
— Você teria esta coragem?
— Com certeza, precisamos ter coragem e contar as coisas que nos intriga, nos faz sair de sí, é necessário ser sincero, religioso ou não. Ele é um padre e sabe aconselhar, e sabe agir de modo correto.
— Como doutor ele é bom também?
— Ótima pessoa, e profissional. Sabe, até penso em ser enfermeira de formação, mudar para uma capital e seguir com a medicina, tudo isto graças a como o Padre Fábio me ensinou a amar o ofício de salvar vidas.
— Ele tem um cuidado com o corpo?
Lara sentiu alguma malícia na fala de Amélia e disse: — Sim, mas meu coração já tem dono, ele se cuida, pois a saúde é sua profissão, concordo com você que ele tem um corpo bem trabalhado e vejo o tomando vitaminas, até parece em excesso, porém como disse, é por ser um homem da saúde, certamente por isto ele tem estes cuidados... Boa noite, querida Amélia, reze por mim...
— Amélia continuou a abraçar o travesseiro, enlaçava—o ao seu corpo, as lembranças da imagem do Padre a deixava feliz, o sono vinha e ela continuava a pensar no padre... De repente ela abriu os olhos, puxou o lençol e viu que ela estava nua em uma cama de casal, ficou assustada, até mesmo no banho evitava de ver seu corpo, os cabelos estavam entrelaçados acabara de acordar, e estava numa cama de casal!
Escutou passos, e observou que estava num quarto e parecia vir de outro comodo da casa.
— Amor, fiz o café e estou te trazendo a cama, minha Amada Amélia.
— É a voz dele? Meu Deus é a voz dele! Amélia se enrolou no lençol de modo envergonhado, nunca que imaginaria estar na cama de casal e ainda mais com ele....
Ele veio e estava totalmente nu, Amélia ficou observando, era um corpo torneado, abdômen bem desenvolvido, braços fortes, e ao segurar a bandeja enrijecendo—o tornava—o mais viril, a altura se fosse precisar ela não conseguiria mas era alto com porte militar, uma barba por fazer e um corpo totalmente voltado a aqueles livros de mitologia grega, que ela involuntariamente via com as outras freiras. Era um Davi...
— O que foi Amélia? Parece que nunca me viu nu?
— Eu ....
Ela estava sem chão sem compreender, o rapaz estava vindo para a sua cama, e ela ficava a contemplar aquele corpo e os olhos estavam estáticos, a razão lhe fazia entender que era um padre, mas o que ela via ali era um homem viril vindo de encontro a sua cama... Ela uma freira, e ele um padre....
— Amor, tome seu café minha querida, você mereceu, foi fantástica ontem, eu quero mais, e vinha chegando, próximo da Freira Amélia, envolta a um lençol de cetim branco, sem compreender o que se passava, deu um grito e disse: — Não! E se moveu, Lara estava de longe já estava escovando os dentes, olhou para a amiga...
— O que é isto irmã? O que se passa contigo, quase caiu da beliche?
— Aí, irmã preciso rezar um terço urgentemente e não posso de deixar de me confessar hoje!
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Capítulo 15
O Segredo do Padre Fábio
O Pastor José, agora motorista de um hospital de campana, aguarda os últimos preparativos, iria viajar daquele local, em busca do tal Doutor Fábio, naquele momento era importante reestabelecer as condições vitais do seu filho acamado Robson.
— Sargento Alves? Meu querido filho nem pode ser condecorado de modo satisfatório, esta deitado inerte nesta cama de hospital.
— Calma José, dizia Antônia, este doutor que pode fazer os religamentos necessários para que as condições do seu filho sejam reestabelecidas esta alojado no Convento ... Quando Antônia falou no mesmo instante José entendeu onde era, e ficou pálido com a coincidência, e com o inconveniente que teria pela frente.
— Este convento se tornou um hospital de campana também?
— Sim José, com todos os outros do País, os conventos são instituições religiosas que em período de guerra, devem ser utilizado a fins da caridade. E não há maior caridade do mundo que salvar vidas desta desoladora guerra.
— Eu tenho uma novidade, eu vou com você, o foco da guerra, se dispersou destas regiões do país, pode ser que sejamos uteis, por aqueles vilarejos, ouvi dizer que existem trincheiras por lá, as condições de vida dos soldados que estão alojados nestas trincheiras são terríveis, há relatos que os mesmos tem que conviver com corpos em putrefação, Santo, Deus, Quanto sofrimento.
— Você vai comigo irmã, as coisas se tornam mais fáceis, nutro por você uma amizade fraternal.
— Irmão José, você já demonstrou seu valor em cada ato de entrega, onde fez orações para as pessoas que estavam em seus últimos momentos, sei que a sua religião não é a católica, sou vivida, e observadora, mas entendo que a sua religião e a minha religião nestes momentos de guerra, somam, só eu você e Deus sabemos os cenários apocaliptísticos que já presenciamos.
— Obrigado irmã, você tem um amor fraternal que não condiz com a sua estatura, disse rindo, Antônia era uma mulher que aparentava ter uns quarenta e tantos anos de idade sempre de hábito, e com um inseparável terço. Era uma amizade que se formara em meio ao desespero da Guerra.
— O pai do Sargento Alves, pega nas mãos desfalecidas do filho e fala.
— Será o fim para mim perder meu filho, eu o amo mais do que tudo... Eu farei de tudo para reverter este quadro irmã. Querida Antônia, falava ele agora chorando, eu cuidei deste pequeno muitas vezes sozinho, a mãe dele abandonou—o pequeno, e pasme, hoje ela é uma freira, e eu casei, novamente a minha mulher morreu quando o meu filho aqui era adolescente. Sempre fomos eu e ele.
Eu era um pastor, e ele cuidava dos cultos para mim, na nossa igreja é assim, o pastor segue com os sermões e há toda uma liturgia antes, esta liturgia, querida, sempre foi este guerreiro, dês de criança ele sempre me ajudou neste lado. Meu filho amado.
— Fale me o nome desta Freira, talvez eu a o conheça, e o Pastor José Falou o nome, Antônia escutou, tentou recordar de alguém com aquele nome, nunca que saberia que tratava—se da madre superiora, pois a mesma usava outro nome, era falso, isto nem o pastor sabia, e este era o segredo que a Madre superiora ocultava da Freira má, acarretaria não só na saída dela do convento, mas também seria até mesmo um caso de polícia...
— Nunca ouvi falar de tal freira, e olha, que já passeei por vários conventos irmão José.
E continuou:
— Que bom saber que o Senhor é uma pessoa religiosa, tanto eu quanto você seguimos a Bíblia, que é a palavra de Deus, e Jesus Cristo o filho de Deus que se fez carne para que pudéssemos um dia ter acesso ao Pai. O discurso do Pastor José sempre foi pacificador, nunca pregava ódio e repudia a nenhuma religião que seja, e completou. — Sou adepto que o ser humano precisa de conviver em sociedade, e precisa exercer a sua fé. Seja ela em uma igreja protestante, ou até mesmo numa igreja católica, aliás, esta guerra, faz com que a religião sejamos nós, nem cultuar podemos direito. Cada paciente que vejo, cada pessoa que resgato, peço a Deus que cuide dela, pois é uma alma que precisa dEle tanto quanto eu e você.
— É verdade, bom vamos finalizar os preparativos e viajar, neste convento, eu reverei uma antiga amiga, fora o Padre Fábio, o Senhor sabia que ele era deste convento? Ele que ensinou a arte da medicina ao médico que tratou o seu filho, apesar de ser muito novo, ele tem uma experiencia exemplar, sempre quis ser duas coisas na vida, Padre por vocação e médico por conta de algo que lhe ocorreu...
A Madre Antônia contou a história, o Pastor escutou, já estavam se preparando iriam partir em breve, o ferimento do Sargento Alves, estava se fechando, isto era bom, o filho de José estava fraco e precisava de passar por intervenções médicas urgentes, que eram experimentais naquele momento da história, e somente um especialista poderia fazer.
— O Senhor tem sorte, o Padre Fábio, já presenciou várias inovações da medicina, ele certamente irá fazer o melhor para o seu filho, vamos...
O caminhão com uma maca improvisada já estava pronto, destino convento onde o grande amor da vida daquele agora Sargento Alves estava, a viagem seria longa, em todo o tempo a Madre e o Pastor José acompanhavam, ele dirigindo e ela limpando as escaras, mantendo—o hidratado, observando as condições, foi com eles uma freira com especialidades de enfermeira, para manter as condições vitais do filho de José preservada. As ruas eram esburacadas, e o ambiente era de hostilidade e pobreza, o Pastor acelerava o caminhão da melhor maneira possível, pensava com seria o reencontro com a Madre superiora, que ele imaginava ser a chefe do convento.
— Pastor José, queria te pedir que omitisse esta informação, que o senhor foi um pastor, vamos manter a imagem que o senhor é apenas um motorista, não quero complicações que possam te distanciar você do seu filho, infelizmente no nosso Clero há pessoas que discriminam tal aproximação, mesmo em momentos de guerra. O pastor escutou ficou quieto e concordou, entendeu perfeitamente o porquê de tal aconselhamento, sua cabeça fervilhava, a veria novamente, e precisaria dela, iria ser um encontro inóspito, pois ela o retirou da sua igreja, sem um real motivo, e estaria levando o filho dela para se tratar no convento onde ela era a Madre superiora, era a única esperança, e nestas alturas precisava de pensar somente em uma coisa: — Salvar o seu filho.
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Ela entrou dentro do quarto do Padre, sabia perfeitamente o que queria buscar, e entedia o tempo que precisava para encontrar, precisava ser breve, pois as confissões estavam acabando e o padre como de costume iria descansar no seu quarto.
Ela sempre olhava—o pelo espelho falso, tornava—se uma obsessão pois o padre era um homem bonito e com um corpo sedutor, a ela era um pedaço de perdição, precisava daquele homem, não se satisfazia mais com o jardineiro fédido, sem atrativo, mas não entendia a repúdia, se insinuava de todos os modos, e sentia que ele não era um padre convencional, queria usurpar daquele corpo, e leva—lo a perdição. Ela observava que o mesmo sempre olhava um retrato que olhava sempre naquele quarto, e era de dentro da gaveta que o Padre viril pegava o papel para olhar....
Procurou, e nada, olhou uns calções de algodão do padre, precisou cheira—los degusta—los para sentir o cheiro viril do homem cujo o qual queria se entregar, o instante e excitação parou, precisava procurar e ser breve, o padre deveria já estar voltando.
— Cadê esta foto! Droga, quero ver a rameira que este padre fajuto deve de se deitar, ninguem quarda foto e fica olhando se não tem um real motivo.
E olhou outro calção colocou na frente do espelho e fez um gesto como se o próprio estivesse vestido...
— Hum sou guapo, mas você com certeza fica melhor sem este...
E ao colocar, caiu, estava em volto a roupa era uma foto antiga, preto e branco.
A freira Má olha a foto fica estarrecida. guarda a foto no peito, e olha novamente no espelho.
— Agora tudo faz sentido....
— Aquele porco sodomita me paga. Agora ele esta na minha mão
— E saiu correndo do quarto, com o troféu que tanto almejava. Nas mãos, agora dentro do seu quarto contemplava, era a foto de um homem jovem. Ficava observando, ao menos o guapo do Padre é bonito.... Porco sodomita....
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Capítulo 16
Um passeio no bosque
Olhei para Ele pela fresta de madeirinhas que nos separavam, eu uma freira com a consciência pesada, e ele o Padre que eu precisava confessar, mas é Ele o fruto do meu pecado. Aí Senhor Daí me forças, preciso tira—lo dos meus pensamentos. Sou uma freira e ele um Padre.
Como começar a minha confissão? Ai Senhor, Daí—me forças! O homem esta atrás deste cubiculo de madeira, e é a ele que preciso me confessar.
Pronto Falei:
— Padre, eu lhe vi nu!
Meu Deus, agora que caio mortinha aqui neste banquinho de madeira. Que insana eu! Como que tive coragem de sair bisbilhotar a porta alheia.
Silêncio, Emudeci o homem.
— Padre, peço perdão, eu fui uma insana, sei que me viu também por lá, mas és tu o padre, e preciso me livrar disto, pois meus olhos o observaram na intimidade...
Padre Fábio ficou um período em um ensurdecedor silêncio, Amélia começou a ficar aflita, batia as pernas de modo descontrolado, o que ela falou exigiu dela muita coragem, estava até passando mal, se tivesse uma câmera, tal qual a de cinema a observando, veria que ela estava totalmente vermelha de vergonha, o seu coração palpitava e parecia sair pela boca, precisava urgentemente saber a reação daquele homem. Que é um padre.
O silêncio persistiu.
Ela já estava a ponto de ficar louca sentada naquele banquinho.
E continuou.
— Padre, por tudo que há de mais sagrado perdão! perdão! Perdão! Tú es um sacerdote de Deus, não deveria fazer o que eu fiz!
A janelinha do confessionário era uma fresta trançada de madeira, que deixava o confessionado distante do Padre, somente o ar, era sentido alí, Amélia baixava a cabeça e voltava olhar, ele estava do outro lado, ela podia sentir o ar da respiração do padre, A janelinha se abriu e para a surpresa da Amélia o Padre surgiu nela.
Ela estava totalmente corada, envergonhada.
— Vamos dar uma volta, disse o padre, já terminamos por aqui.
— Uma volta? Como assim? Pensou Amélia, eu caio mortinha! Meu Deus o que é isto? Será que ele não escutou? Uma volta?
— Uma volta?
— Sim amada irmã Amélia uma volta.
Aí meu Deus, como que agora eu percebo cada detalhe deste homem como se tivesse uma lente de aumento. Eu olhei os olhos dele, pareciam me penetrar, as pupilas pulsavam, aquela barba por fazer, aquela boca parecia molhada com um pouco de saliva, Aí Jesus, aquele perfume que parecia uma loção de barbear barata, aquele cabelo levemente despenteado, e aquela bata de Padre, que me fazia a sentir que meu olhar era um total pecado.
Ele sorriu.
Eu repeti. — O Senhor não ouviu direito? E ele falou, ouvi muito bem, e vi também, vamos passear no bosque e conversar.
Sai meio que tropicando daquele confessionário. Ele veio e assentiu de eu engatar nos braços dele, me deu um dejavu aquele momento.
Ele olhou e sorriu novamente, tentava decifrar aquele sorriso, procurar algo que fizesse entender do que se tratava, estava totalmente perdida, envolta aos pensamentos de culpa, envoltas aos braços daquele padre viril, estava tropicando em vida ali.
Andamos num total silêncio, algumas freiras de longe olharam a cena assentiram e continuamos a nossa marcha, olhava fixamente para frente, nem as pedrinhas olhava no caminho, não poderia nem morta olhar para o lado, meu olhar me acusaria, estava totalmente transtornada.
— Padre eu precisava confessar o meu pecado, precisava que fosse no confessionário.
O Padre ficou em silêncio, eu queria ler os pensamentos dele e entender do que ele tanto pensava, olhei rapidamente para o lado, ele andava de modo concentrado e esboçava um pequeno sorriso.
Chegamos no bosque perto do lago, nós dois estávamos indo para exatamente o mesmo lugar onde outro momento passeamos e paramos. Já estava um pouco preocupada com a minha reputação, no primeiro momento era para mostrar o convento a ele, mas agora? O que seria? Um passear com um belo padre no Domingo?
— Sabe irmã, Amélia, eu já viajei para a América do Sul, mais precisamente ao Brasil.
— Ao Brasil?
Conhecia um pouco a história daquele país, era uma terra onde os fugitivos da guerra estavam indo, e onde tinha muito índio.
E continuou:
— Fui para aquele país a pedido da igreja, uma tribo estava sendo dizimada, por uma doença estranha, era bem isolada a tribo, fui como um Padre, mas também fui como um médico.
Aquele papo dele me fez esquecer por completo o meu constrangimento, fiquei atenta, e agora parecia—me uma pessoa comum ele. Parei de ficar observando os poros do queixo com aquela barba por fazer, ou mesmo os braços dele quando se movimentava para atacar alguma pedrinha naquele lago, e comecei a ficar atenta a estória dele.
Para entrar na tribo, tive que me vestir a caráter, ou seja, andava praticamente nu!
— Como assim praticamente nu? Tá maluco padre! o Senhor é um padre! — Calma não era exatamente nu tinha umas peninhas aqui ó, e fez um gesto, e mostrou onde era as penas, eu voltei a corar. Fiquei bem envergonhada, pois já tinha visto aquele lugar onde ele estava acenando...
— Antes de ser um padre, eu sou também um médico irmã, precisava salvar pessoas, e vi muitas coisas horrendas lá, a nudez era o menor dos meus problemas.
Naquele lugar existia cultos pagãos onde matavam criancinhas que nasciam com desconformidades, e aquela matança estava gerando na aldeia uma doença de uma bactéria que estava contaminando a terra que eles cultivavam.
— Ficar peladão, disse dando risada, era o menor dos meus problemas!
Precisava salvar vidas, tanto espiritualmente, quanto, no quesito saúde.
Se você fosse uma médica, e precisasse adentrar, em um lugar destes, ficaria nua? Acho que se necessário ficaria, pois a nudez é algo natural a alguém que cuida de pessoas. A diferença que a nudez para nós brancos é sempre associada a sexualidade, isto vem dês do Éden depois que adão comeu aquela maça.
Por que ele disse isto, logo lembrava novamente das gravuras de adão que as irmãs andavam pelos cantos mostrando uma a outra.
Se você olhou de relance a minha nudez, irmã, fez tal qual aquelas indias que me viam e eu via elas.
Eu não tinha malícia no coração, precisava salvar aquela aldeia.
Amélia perguntou:
— E assim o fez?
— Sim irmã, assim fiz, aquela aldeia deixou os seus costumes, eu fiz uma higienização no local, demonstrei que a colheita não pode ser próxima de locais onde são usada para cemitérios, o leito do rio estava contaminado, enfim, deixei a aldeia, com uma igreja implantada. E vim com estes costumes esquisitos, de andar nu quando me exercito no quarto, ou quando saio do banho, é um costume, estava no meu local de descanso.
Ele olhou de novo para ela, parecia ter tirado um peso enorme daquela moça.
— Você estava fazendo o quê lá? Na porta do meu quarto? Perguntou ele sorrindo, repetindo se houvesse uma câmera, demonstraria que ele olhava—a de um modo ambíguo. Que fez Amélia ficar novamente envergonhada. — Eu vi uma porta aberta, e quis fechar somente...
Olhares, mesmo que a boca diz A o olhar diz B ela voltou a olhar ele, e abaixou o semblante...
O padre ficou em silêncio, e voltou a falar logo em seguida.
Estamos entendidos? Esta história minha é particular, como esta história sua é particular, continuamos a nossa vida irmã. Ela respondeu: — Claro, a propósito meus afazeres me chamam. E saiu correndo.
O padre sentado na frente do lago, pega mais uma pedrinha e joga tentando fazer pular três vezes, promete a ele mesmo que não vai olhar para trás, vai esperar ela ir embora, não consegue, olha para trás ela para a corrida abrupta e olha mais uma vez, para trás uma ultima vez. Se ajoelha e reza, precisava rezar....
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Capítulo 17
Uma descoberta surpreendente
Já estamos chegando, disse a enfermeira que cuidava do Sargento Alves. — Não, falta alguns quilometros, preciso fazer outras rotas, nosso país esta repleto de trincheiras. O odor se proliferava, era a morte, o Pastor com a madre Antônia sentiam uma dor no coração, a vontade era parar e procurar pessoas vivas naquele local... No entanto o desespero de José era outro, salvar a vida do seu filho.
Acelere motorista, seu filho esta tendo convulsões, tentei de todos os modos o tornar instável, no entanto, o quadro dele esta se agravando ele esta muito debilitado.
José olhou para trás e viu que o seu filho estava muito fraco pálido e a enfermeira colocava uma toalha com água de vez na boca dele, para hidratar o seu lábio, ele involuntariamente fazia movimentos, foi por conta disto e para maior segurança que foi colocado proteções na maca que o transportava...
*
Ao entrar no quarto o Padre Fábio foi deitar descansar, tinha perdido o sono, pesadelos constante o atormentavam, voltava as imagens de quando ele se foi, e a noite foi de vigia e preces. Um instante de cochilo e acordou. Precisava se exercitar, era necessário manter o corpo saudável, era algo que necessitava fazer.
Após a sessão de exercícios, foi no refeitório e se alimentou com as irmãs, algumas o olhavam e cochichavam. A Freira má, já tinha lançado o seu veneno.
Flash back
Irmã, irmã! você não acredita quem acabamos de ver indo ao bosque com a irmã Amélia, veio as duas fofoqueiras espalhar a notícia... A freira má, entendendo o porquê daquele Padre viril não a querer, disse.
Irmãs, vou lhe contar um segredo, não conte a ninguém...
As freiras ficaram entusiasmadas, queriam escutar de qualquer maneira do que se tratava...
É sobre este Padre Fábio, ele é um homem bonito e elegante, não que me interesse disse uma a outra, ambas fizeram o sinal da cruz demonstrando reprovação atentar para a beleza masculina.
— É bem sobre ele que queria contar...
— Ele tem um caso com aquela sonsa da Amélia, sempre desconfiei dela, sempre santa, nunca faz nada de errado, até nos jejuns ela não falta... Falavam reverenciando estarem acima do peso, enquanto aquelas amigas eram esguias e odiadas entre algumas irmãs.
— Olhem, e mostrou a foto preto e branco bastante envelhecida.
— Senhor Jesus irmã, a senhora uma dama, serva do Senhor com foto de homem, a outra pegou a foto e olhou dizendo: — Que homem lindo, não que me interesse, sou santa e devota a virgem santíssima...
A irmã tomou a foto, colocou no bolso e fez um sinal da cruz e falando deste modo:
— Quando ele estava a adentrar no confessionário hoje depois da missa, dizia a Freira má, eu observei que caiu do bolso dele tal foto, prontamente fui e peguei a foto, foi um choque! Fiquei totalmente assustada...
— Assustada com o que? Falavam as inocentes irmãs...
Ela abaixava o tom de voz e trazia as duas irmãs mais de perto e falava bem baixinho.
Pelo amor de qualquer coisa não contem a ninguém o que vou dizer aqui para vocês duas. Nem sobre tortura, nunca. Eu ouvi dizer que este Padre era um sodomita no outro convento (mentira deslavada dela queria de todos os modos denegrir o Padre). Irmã, as duas ficavam totalmente constrangidas, no entanto a fofoca era boa.. Agora a outra citava. — Bem que observei ele outro dia com aquela Lara, tão estranho, parecia um amigo intimo, quase irmão depois de um atendimento. Agora a outra citava: — Ele nunca me enganou, e a outra concordava.
— Bico calado irmãs, vamos orar para cair por terra este depravado, e que suma do nosso convento de irmãs santas...
As duas ficaram eretas, olharam uma para a outra assustadas com a informação.
— Por isto, nem se assuste se ele estiver com a Amélia ou qualquer outra irmã, a fruta dele é outra.
As duas freiras ficaram horrorizadas e disseram... Credo irmã, O sangue de Jesus tem poder, queima...
A freira má, fez sinal para se calarem.
Pelo amor da santíssima não contem a ninguém e eu vou jogar fora esta foto, é muito constrangimento e humilhação para o nosso convento tal ato pecaminoso debaixo do nosso teto.
Flash back
O padre terminou sua refeição, não entendia o porquê as irmãs cochichavam e davam risadinhas para ele.
Associava que era o passear com a Amélia, sentia que tinha denegrido a honra da moça.
Pegou uma maça, e escutou de longe uma irmã falar, baixinho mais audível... Ele gosta de fruta... a outra repetiu, ou da fruta...
Olhou para elas com sinal de reprovação....
Foi ao quarto fechou a porta, deitou, não conseguia dormir, na verdade não queria... Pensou na Amélia, tentou desviar os pensamentos, voltou a pensar nele precisava olha—lo... Foi na gaveta abriu e procurou...
Nada...
Revirou o quarto...
Nada...
Desesperou—se e logo pensou: —Foi ela, sim foi ela.
Correu ao quarto, as irmas de preparavam para dormir... bateu na porta... Disse.
—Amélia abra esta porta!
Quem abriu a porta foi Lara, a Madre superiora surgiu...
Por favor devolva a minha foto, Amelia e agora.
A Madre superiora sabia do que se tratava a tal foto, por dedução.
—Você pegou alguma foto do Padre Fábio Amélia.
As freiras saiam do quarto estava tornando—se um pequeno tumulto... A Madre foi rigorosa dispersando a bagunça que estava se tornando.
As três com o Padre foram a sala da madre superiora.
O Padre chorava igual criança, a Madre superiora o abraçou.
—Fale para ela devolver a minha foto, é a única recordação que eu tenho dele.
A Madre superiora olhou com um gesto de reprovação.
—Por que ela teria pego a sua foto a foto dele ? Por qual razão ela faria isto?
Pois ontem ela entrou no meu quarto, só pode ser ela... Devolva, pelo que há de mais sagrado devolva!
*
O motorista José teve que parar abruptamente o carro, era um gato que adentrara na frente do caminhão era filhote estava frágil e indefeso, A Madre Antônia pegou, recordando de momentos antigos dizendo: —Vou levar este gatuno para o Padre Fábio, ele vai gostar.
A freira que cuidava do filho do pastor fez um sinal que as coisas estavam ficando piores, o motorista acelerava não se importando com as pedras daquela estrada de chão, Antônia agradava o filhote. Estavam quase chegando no convento. Lara iria rever o seu amor, só que o seu amor não poderia reve—lá pois o seu estado era grave....
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Capítulo 18
A morte
Eu estava com ele naquele hospital, ele segurava a minha mão forte, sentia que sua vida estava indo, e eu não poderia fazer nada. Simplesmente Nada... A pessoa que eu mais amava na minha vida estava naquele local sentindo todo o sofrimento do mundo, era ele e eu sempre foi assim, mas agora eu não conseguia fazer nada para tirar ele daquele leito, daquele sofrimento.
Já não conversava, era somente delírios, a dor? Era amenizada com doses assentuadas de morfina.
Me liberaram do seminário com meus 17 anos tinha que suportar, e precisava ajudar quem mais amava a sobreviver a tudo aquilo.
Sentado naquela cadeira como acompanhante dele, olhava a sua foto, naquela mesinha de hospital, tudo que lhe restou, ele era muito belo, como eu, e tinha uma saúde de dar inveja em qualquer um, tudo isto esta maldita doença levou, o cancer . Estava acabando com ele.
Eu? Já tinha passado por todos as fases do sofrimento.... As irmãs do convento todas acompanhavam meu drama de perto. Meu irmão, estava se esvaindo em vida. Ela ele e eu, eramos órfãos. Quando decidi pela vida cristã, pelo sacerdocio, ele prontamente aceitou me ajudou em tudo, os planos que ele queria para a vida foram freados pelo destino.
— Irmão, quando crescer, serei um médico, e você um advogado, dizia ele. Eu vou salvar vidas e você vai defende—las. Tentamos administrar a herança , mas sofremos um duro golpe do nosso tutor, um tio distante, ficamos pobres, lutamos com todas as forças. Eu descobri que queria ser um Padre, a vida de devoção começava a me encantar, advogado? As vezes precisamos defender erros, e livrar pessoas que merecem punição. Não queria isto pra mim, queria ajudar as pessoas, e entendi que era um ótimo conselheiro.
E também amava ler, amava a bíblia e tinha grande facilidade a aprender novos idiomas, francês, italiano, inglês e português e o tão amado latim, tudo aprendia, parecia que era algo normal ao meu ser.
Um dia contei a ele. Irmão Quero ser um padre! Tinha os meus dezesseis e ele estava com seus vinte anos. Ele ficou em silencio, depois olhou no fundo dos meus olhos, guardo aquele olhar até hoje.
E disse: — Fechou, querido irmão, eu vou salvar vidas do modo físico e você salvará no modo espiritual.
Pena que não deu tempo, ele estava nos primeiros anos de medicina, quando a tão terrível doença se alastrou de modo silencioso no seu corpo, e quando descobriu já estava avançado...
Meu irmão por natureza era uma pessoa que gostava de cuidar do corpo, isto trouxe—lhe uma sobrevida, pois a doença o definhava, tentamos de todos os modos buscar tudo que pudesse cura—lo, tudo mesmo, gastamos o resto do dinheiro que ele tinha guardado para estudar medicina... Eu já era um seminarista...
Meu irmão estava indo... Era os seus últimos momentos....
Já estava muito magro, o Doutor, disse para mim.
Seu irmão esta sentindo muitas dores, a doença esta avançada, iremos aplicar sedativos nele e provavelmente ele não retorne... Assim que ele acordar se despessa dele.
O doutor, olhou—me abaixou a cabeça e foi para o outro quarto...
Meu irmão estava retornando. E eu um jovem de dezessete anos tinha que conviver com aquilo, era um momento. O momento mais desesperante da minha vida.
Ele abriu os olhos, estava involuntariamente tremendo... Já estava pele e osso. Os olhos? Continuavam os mesmos, parecia que tinha ternura ali. Com as forças que lhe restaram pegou no meu braço, eu sentei naquele leito e disse.
— Vai dar tudo certo irmão, vai passar, se pudesse eu trocava com você, mas não posso.
— Me dê a extrema unção, estou indo...
— Não amado, eu não sou Padre ainda, e você não vai ir, você não pode me deixar: — Eu te amo e você é tudo pra mim, não me deixe.
— Me dê a estrema unção Fábio, eu não suporto mais, esta doendo muito...
— Eu nem sabia como fazia, fiz um sinal da cruz nele...
— Salve vidas tanto fisicas quanto espirituais, disse e fechou os olhos... estava muito fraco... O sedativo estava fazendo efeito, não foi naquele exato momento que ele partiu, mas foi naquela noite, senti o ar, que demonstrava que algo estava sendo degradado em vida. Foi aquela sensação que tive daquele local.
Voltei para o convento, tinha uma ala de freiras e outra de seminaristas. Naquele dia todas as alas se juntaram, todos sofreram junto comigo a minha dor. As ultimas palavras do meu irmão foram. Salve vidas tanto físicas quanto espirituais, a partir de então as únicas recordação que tive dele foi a foto que você pegou no meu quarto Amélia.
Amélia escutava a história chorando, Lara chorava também, A Madre conhecia a história controlou o choro.
— Vamos ao seu quarto Padre, nós quatro procurar a tal foto. Pode ser que por um equivoco alguém pegou por engano. Estes dias uma irmã, com autorização minha entrou lá trocar os lençóis de banho.
O Padre chegou perto da Madre e cochichou: — Estava dentro da minha gaveta de calções de baixo... Eu sei que vai esta irmã fazer limpeza, e nunca que ela iria lá.
Olhou para a Amélia, a Madre superiora tentando compreender, que a situação era de um constrangimento.
—Não foi você irmã Amélia?
— Não irmã, por tudo que há de mais sagrado não foi eu... Eu tive um incidente, fui fechar a porta do quarto dele e só irmã, não sairia fuçando nas coisas dos outros, como não gosto que mecham nas minhas coisas.
E foram as três irmãs, munidas de velas, pelos corredores até aquele quarto do Padre Fábio, em outro momento era o quarto das lamentações, procuraram por tudo, reviraram todo o quarto.
Lara conhecia muito bem cada espaço daquele comodo. Amélia ficou assustada com a claustrofobia que causava—lhe, e também a quantidade de livros que estavam dispostos lá, de várias línguas, o Padre olhava—a desconfiado, a Madre já cansara de procurar, parou e ficou olhando o espelho.
Ao olhar o espelho, analisou, sim, dava direto a aquela mesinha.
Ficou observando, e começou a entender. E disse.
— Amanhã, eu resolvo isto, certamente não foi a Amélia que pegou a foto do seu irmão, desconfio de outra pessoa, vou tentar com todas as minhas fotos recuperar ela, pois sei o quanto amava o seu irmão. A Madre acompanhou todo o drama, ela era uma das freiras da ala ao lado, tal como Antônia também era...
Todos retornaram aos seus quartos. A Madre deitou na cama, claro que não conseguia dormir. E sabia muito bem onde a ordinária estava, precisava colocar em pratos limpos aquela história.
Saiu.
Foi ao celeiro, ela já sabia dos encontros a escondida daquele freira má, do mesmo modo que ela estava a incurralando, a madre superiora também o estava.
Chegou.
Escutou toda a sem vergonhice, encostada na porta do celeiro, alguns momentos dava—lhe repulsa, faziam barulho tais como dois animais, e uma vela acusava a presença dos dois naquele local.
— Olhou pelos fundos saiu o jardineiro, e esperou ver se ela saia... Não saiu era pela frente....
E saiu.
A Madre superiora, pegou nas mãos dela, a Freira má se assustou.
— Sua vagabunda ordinária, devolva o que pegou e agora, senão eu lhe pranto a mão na cara aqui e agora!
A freira má, entenderá que era algo associado a carta que em outro momento pegou, e disse.
— A carta que você declarava ser uma profana? Com filho enganando este convento de irmãs santas.
— O que você quer falar de santidade? Pensa que eu não sei que rola tal qual uma cadela no ciu com este jardineiro? O seu voto irmã? Mas não é disto que estou falando... E você sabe muito bem. Devolva, sua vagabunda!
Devolvo nada, e rolaram na grama naquela madrugada escura... A Madre superiora proferiu um golpe no rosto da freira Má, e tentavam uma machucar a outra, quando um farol cortou aquela cena deprimente.
A buzina também.
A Madre superiora se levantou debatendo a sujeira da roupa, a Freira má saiu correndo, para o quarto, sentiu que tinha machucado o rosto.
Uma freira gritava:
—Pelo amor de Deus abram o portão....
Ela viu os outros tripulantes daquele caminhão de guerra, adaptado para serviços médicos.
A Madre Antonia e ele...
Correu, buscou a chave do cadeado do portão, neste instante o convento inteiro já estava acordado, era umas quatro da manhã...
Lara se achegou perto do portão, e lembrou de ter visto aquele rosto. Era o pai do seu amor? Tentava lembrar, no portão aquele, dia... Será?
O motorista entrou com o Carro.
Abriu—se a parte de trás...
A Madre superiora se assustou, ficou pálida, Lara foi mais enfática chegou na maca e gritou: —Não! Nestes instantes que pareciam horas, o Padre Fábio já estava no meio do tumulto.
— Levem no para um quarto urgente.....
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Capítulo 19
O nome da Madre
A Freira má, corre ao seu quarto sente que foi lhe proferido um soco na cara, e corre ao espelho... Tentando não ver o que estava lhe exposto no seu rosto.
— Meu Deus, aquela vagabunda fez isto com meu rosto, como ela pode, cadela dos infernos...
Ela vai ao banho, se despe, e tenta fazer uma compressa... De nada Adianta, o estrago estava feito.
— Como vou explicar isto? Aquela Cadela me paga, amanhã mesmo vou desmascara—la de uma vez por todas. Ela deitou na cama e pegou uma toalha que estava morna e colocava no rosto.
— Mas como? Aquela vagabunda, ela será somente expulsa deste convento, vou pegar o lugar que sempre foi meu por direito, não quero só isto: — Quero que ela me pague! Aquela piranha da pior espécie. Do que ela estava falando.... Será que ela é macuniada com aquele porco sodomita do Padre Fábio.
A freira má se levanta, estava uma agitação aquele convento precisava assuntar, e isto lhe traria um triunfo a sua rival que nem ela mesmo imaginava que teria...
*
A Madre Superiora agora estava totalmente encurralada, pois o seu filho estava naquele mesmo convento e ela não conseguia mais conter as emoções, o motorista a olhava com um modo de reprovação. —Como a uma mãe é possível ver um filho quase sem vida e não esboçar nenhuma reação?
O Padre agilizou todos os envolvidos naquele improvisado hospital de campana...
— Tragam—lhe aqui, demonstrando um quarto mais apropriado, fez uns leves testes e constatou.
O rapaz, esta muito fraco precisa urgentemente de passar por um método novo, porém o único que conheço que pode salvar a sua vida....
O pai do Sargento Alves, pergunta:
—Qual?
O médico, o Padre Fábio, responde: — Precisamos seda—lo e prepara—lo para receber sangue, não fizeram isto no convento Madre Antonia.
Madre Antonia que estava naquele quarto acompanhando todo o rebu, disse que o doutor não quis fazer pois perdera um paciente, não sabia fazer o teste de compatibilidade sanquinea de modo exato, lembrando que a transfusão de sangue engatinhava naqueles momentos da guerra, outra coisa a se considerar, que a guerra houve vários: — avanços — na medicina, o Padre Fábio era apesar de pouca experiencia, um visionário, devido as suas campanhas, no Brasil e na Africa a mando do clero.
Ele estava certo, senão for feito de modo correto, ele irá morrer.
— Quem é parente deste moço?
O constrangimento estava lançado, eram na sala, Lara, Amélia, o Motorista e as duas Madres, o rapaz estava se esvaindo precisando de sangue... E tinha duas pessoas com um grau de parentesco enorme naquele local.
O Pastor José olhou para ela, pensou: —Agora cai a ficha que o seu filho esta morrendo e precisa que ela se revele. Ficou tranquilo, sentiu que o confronto exposto, iria resolver tudo.... Mas não foi isto que aconteceu....
A Madre ficava estática, ela tinha um grande segredo que não poderia ser revelado, este segredo iria colocar em maus lençóis....
O pastor voltou a olhar aquelas irmãs, viu a menina que gostava do seu filho, estava naquele mesmo local, chorava, e segurou as mãos quase sem vida do seu amor.
— Padre, por tudo que há de mais sagrado, salve—o, eu o amo.
Foi um choque, a Madre superiora desconfiava mas escutava da boca de Lara algo assim, deveria de todos os modos sair da sua carapuça e se jogar nos pés daquela cama e abraça—lo e dizer que o amava também. Para Lara tal revelação a colocaria em uma situação de expulsão do convento. A Madre sendo mãe, deveria de tomar uma atitude....
Ela continuou.
— Padre, eu não sou parente, mas tome: —Mostrava—lhe os pulsos, pode retirar meu sangue para que assim o salve!
O motorista, ficou horrorizado com a atitude da Madre, sendo a mãe do Sargento Alves, não fazia nada. Nada!
Padre Fábio, sabendo da situação de Lara, deixou—a menos amena.
Todos nós o amamos irmã, com um amor fraternal, se assim quiser, precisarei apenas de uma amostra para fazer um teste de coagulação, não há necessidade de exageros... porém, parentes são os mais recomendados nesta situação.
O pai agora se manifesta.
Pode retirar todo o meu sangue e dar para ele se for necessário, sou o pai....
E o doutor assim falou, que bom isto ajuda bastante, alguém mais que o senhor conheça que possa salvar a vida do seu filho, pois a chance pode ser reduzida nestes casos se o sangue dele for de um tipo raro, se colocar nele um sangue que não seja o do seu tipo, pode até o mata—lo, preciso de mais opções.
O motorista olhou para a Madre, e esperava que ela se manifestasse.
E nada...
Acho que sou somente eu e esta valorosa moça mesmo que poderíamos fazer o teste...
Espere...
Disse a Madre superiora. Não sou parente, mas poderia ajudar doando um pouco do meu sangue para um eventual teste.
O pastor ficou sem chão, tanto desprezo pelo seu próprio filho, não entendia do que se tratava, estava estarrecido, pelo menos iria tentar doar o seu sangue, já era um começo.
Após a coleta que era apenas um furinho no dedo em placas de vidro que iriam coagular, o médico utilizaria de uma técnica para saber a compatibilidade sanguinea, demoraria em torno de uma hora...
As horas mais difíceis da vida do seu filho, que ele seja forte, pois a sua vida esta se indo. Ele perdeu muito sangue?
A madre que estava acariciando o gato que outrora encontrara, disse:
—Sim ele perdeu, ferimento de guerra.
Terminado a coleta foi o momento do confronto... O Motorista queria saber de todos os modos o porquê de manter uma mentira e não se revelar em um momento tão importante. De salvar a vida do próprio filho.
*
A Madre superiora terminou de fazer a coleta, precisava continuar a fédida conversa com a cretina, precisava se limpar também, precisava voltar para o quarto e precisava recuperar—se das emoções.
No corredor indo ao seu quarto a Freira má também estava indo ao seu encontro. Iria colocar todos os pontos nos is, resolver de uma vez por todas aquela situação: —Desmascarar a rival.
No corredor, quase que correndo ao quarto A Madre é interceptada pelo motorista, seu antigo marido José.
A freira má que estava a virar outro corredor escuta e para.
— Selena, por que você fez aqui.
A freira má fica estarrecida. E repete a ela mesma: — Selena? Como assim Selena? O nome dela não é este! A primeira coisa que pensou que o nome que ela usava era de alguma santa coisa assim, mas não era, isto ela sabia muito bem, era um nome composto e complexo, parecia—lhe alemão.
Estava com uma informação nova na mão, e precisava urgentemente voltar para o quarto. Estava imaginando coisas, e estava exatamente certa de recuar...
— Você não entende José, eu não poderia falar que sou a mãe dele do Robson, por um motivo que não posso te revelar, e por favor, nunca mais fale este nome novamente neste convento....
Disse o seu nome, que era falso, contou—lhe toda a história, ela usurpara o nome de uma freira, que morreu, e a partir daí começou uma nova vida.
— Por que você fez isto? É um crime! E por que me abandonou? Nunca compreendi...
Era muita emoção, A Madre estava machucada, seu corpo doia, e precisava voltar para o quarto, por mais que ela aparentasse ser forte, ela era frágio e indefesa, abraçou—o com uma força, fez—lhe um afago nos cabelos.... Estava visivelmente emocionada, era o seu filho que iria morrer, e somente o sangue dela provavelmente poderia o ajudar.
Ele continuou:
— Meu filho, nosso filho fruto do nosso amor esta morrendo...
A madre ficou o abraçando, não poderia olhar no seu rosto, pois iria demonstrar a mentira e a traição de anos guardada naquele olhar. Não era filho dele, e isto seria logo após revelado através da consanguinidade... E isto estava a atormentando os pensamentos....
Não posso lhe falar agora, preciso descansar... e saiu corrento, tal qual uma criança travessa, que precisa se esconder das cintadas do pai. O motorista não entendeu nada, nem tinha tempo precisava correr ficar com o seu filho...
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Capítulo 20
A doadora
A freira má, vai até o seu quarto, procura dentro do armário, e encontra uma tesoura. Ela observa se esta afiada. E pensa. Aquela Vaca me paga. Pega com violência o instrumento e profere um corte. Cai o cabelo no chão, precisava fazer uma franja para esconder o soco que estava bem exposto e a humilhava.
Vai, ao quarto da Madre Superiora, que agora sabemos tratar—se de Selena.
— O que você quer aqui? Esta com ressentimento e quer devolver a foto? Não é pra mim, que deve de fazer isto. A propósito, me deixe em paz, preciso descansar.
Estava abatida e envergonhada, a Freira tentava esticar os cabelos no rosto, A Madre observou que a mesma estava com um hematoma e fez de conta que não viu, continuou a escovar os seus cabelos se preparando para deitar.
— Posso ir a cidade amanhã?
A Freira má pedia de modo gentil, A madre continuava a escovar o seu cabelo. E disse: — Pode, aproveite e pense se realmente quer ser uma Freira, o voto de celibato deve ser respeitado irmã. Você pode enganar a todos, mas a Deus você não engana. Arrependa—se dos teus atos enquanto há tempo. Agora deixe—me.
A madre pensava longe, mesmo com a rival na sua frente, os seus pensamentos estavam no seu filho. iria dormir um pouco e voltar para saber do tal exame de compatibilidade.
*
Ela estava cansada, olhou para o doutor Fábio. Estava sentindo uma fraqueza na sua cabeça, a sensação de retirar o sangue do seu braço era horrorosa, ela olhava a frente o seu amor, pálido, e fraco.
— Certeza irmã que quer continuar com o procedimento? O doutor tirara um saquinho e precisava de outro.
— Pode conti—n—u—a—r . Lara comecou a ver um vulto, a vista foi embassando, e começou a ter uma vertigem. Amélia pegava nas mãos dela e dizia: — Aguenta firme amiga, já esta terminando.
O doutor que também é um Padre, o Fabio, olhou de lado para Amélia. Ambos estavam magoados um com o outro, e viravam a cara. É o ultimo, quinhentos ml de sangue para o... Lia na insigna que estava no criado mudo ao lado da cama. Do Sargento Alves.
Ele começava a introduzir o sangue que o Sargento começava a receber.
O seu pai José, perguntava: — Eu não entendo, o porquê do meu sangue não ser compatível com o do meu filho. A Madre chegava no quarto do Sargento, conseguira descansar um pouco, mas seus pensamentos eram que seria o sangue dela o necessário para salvar o seu filho.
E o motorista José chega—se bem pertinho e fala com ela.
— Como você me explica isto? O meu e o seu sangue não são compatíveis com o do nosso filho.
— Fale baixo, podem nos ouvir.
Amélia que acompanhava Lara que estava fraca, precisando de apoio, começa a prestar atenção na conversa.
— Cale—se, quem doará o sangue pra ele?
O doutor termina de colocar o mecanismo que estaria enviando sangue para o paciente.
— Vocês dois não poderiam procurar outro lugar pra conversar? Temos um soldado precisando de cuidados, e uma enfermeira, que doará o seu sangue pra ele, precisando de repouso....
*
Apesar de ter recebido o sangue, e agora estar sendo alimentado por soro, O Sargento Alves estava bastante enfraquecido e sedado isto não o fez olhar para Lara que o contemplava com uma ternura, de apaixonado que acaba de fazer algo inusitado. Doar o sangue para salvar a vida do amado.
— Vamos Lara, você precisa descansar, esta bastante fraca. O doutor Fábio, pega nos braços de Amélia que estava levando a amiga meia ”grogui“ para o quarto.
— O que você quer comigo? Já não bastou me chamar de ladra?
O padre estava bastante zangado com o sumiço da foto, e com isto não estava sendo conveniente no trato.
— Dê um copo de suco de Laranja para ela e peça para ficar de repouso esta manhã. Sobre este assunto cara Amélia, depois trataremos, agora quem precisa de trato é o jovem que esta deitado logo a cama. Passar bem.
Amélia resmunga: — Passar bem, passar bem... Abusado...
E coloca Lara para descansar no quarto.
*
Na cidade A freira má, vai ao cartório, pede informação sobre o nome que estava na dúvida. O nome da Madre superiora. Realmente a mãe de um tal de Robson Alves era Selena. Conferiu com o escrivão duas vezes, estava muito confusa.
— E este nome? Consta nos registros deste cartório?
— Não senhora, já lhe falei, que não existe, este nome parece Alemão...
As peças começavam a se encaixar na cabeça da Freira.
Ela entra na carroça e pede para o jardineiro partir...
Compreendera do que se tratava, e estava com o grande feito que colocaria A Madre na cadeia, precisava agir rápido.
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Capítulo 21
O Sargento acorda
Depois de doar o sangue para o Sargento Alves, Lara e Amélia foram descansar, Quem estranhamente ficou ao lado daquele soldado ferido foi a Madre Superiora, sentia piedade e amor, sentimentos que surgiam nela, parecia que algo grave iria lhe acontecer e precisava ficar próximo ao seu filho.
O Motorista José, se chegou e viu uma mulher agoniada. O Padre Fabio lia alguns formulários de consulta, e foi ver o gatinho que ganhara da Madre Antonia. Ficando os dois a sós.
— Nosso filho se tornou um belo rapaz.
A madre segurava as mãos dele e tentava conter o choro, era muito emocionante ver um filho desacordado em um leito de hospital.
— Não se preocupe, ele vai sobreviver ele é forte. Lembra quando ele quebrou o braço aos 12 anos... A você não estava conosco. Selena. Aqui e agora. Queria que me contasse por que me abandonou, com um filho pequeno para cuidar. Fale! eu preciso saber! Você me deve isto.
Parecia que chegaria alguém, mas era somente uma freira enfermeira que buscava alguns medicamentos por perto.
— Você nunca entenderia....
— Nosso filho aqui sofrendo, tendo o risco de morrer, em compreendo e entendo qualquer coisa. Me fale, por favor me fale. O motorista pega nos braços da Madre de modo abrupto, ela com os olhos ressequidos fragil. Fala deste modo.
— Por favor não pergunte.
Os olhos se cruzavam aquele olhar da juventude, surgiu, ambos estavam entregues ao beijo.
Ela relutava.
Ele relutava.
— Por que você fez isto comigo, eu te amava, você me abandonou. Parecia que queria fugir de algo. O que eu te fiz?
A Madre entregue a fraqueza da carne, sentiu um desejo de mais uma vez beija—lo, ao menos mais uma vez. Antes de sumir do mapa no mundo. O cerco estava se fechando e ela sentia isto.
Os instantes foram interrompidos.
Alguém abria os olhos.
— Filho, graças a Deus você esta acordando.... Ela falava a ele, que meio desorientado fala...
— Filho?
— Meu Deus seja louvado, você esta acordando.
Ela desconversou, disse que chama todos os pacientes de filho, o motorista mais uma vez sentia desprezo por aquela mulher.
Lara surgiu, olhou ele nos olhos e disse:
— Precisava saber seu nome, agora sei, lia na estrela da ensigna que estava na cabeceira.
Sargento Alves, e abraçava—o. Meu sargento.
Amélia beliscava dizendo: — Tome jeito você ainda é uma noviça.
Ela riu, o sofrimento passava dos seus olhos estava com o rapaz que disse lhe amar, mesmo fraco, frágil, o importante era estar onde ele estava. Bem pertinho dos seus braços.
A Freira má voltou com a certeza que procurava. A Madre estava usando um nome falso. Com a informação voltou ao quarto, pensou e voltou a Madre superiora.
— Preciso fazer uma viagem de dois dias visitar um parente em leito de morte. Mentira, queria ir a um cartório da capital fazer uma busca mais apurada.
— Pode ir irmã, hoje e amanha é o dia semestral das irmãs receberem as visitas, vou considerar que vai visitar um parente neste instante.
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Capítulo 22
A descoberta, e o fim
A Freira má fez as suas pesquisas, e descobriu o que tanto queria, a Madre superiora, era uma farsa, o nome dela, era de uma religiosa que havia sumido da Alemanha, era uma freira também.
Como uma cadela com um osso para roer, estava ela com a informação. Olhava para o espelho, seu olho estava passando por todas aquelas fases do inxaço ela pacientemente sabia esperar escondendo—se atras de uma mal cortada franja, esperava o momento exato de agir. A foto do Padre, não lhe era mais tão interessante quanto a nova informação que ela degustava, sorria pelos cantos, parecia surtada, mas pudera, a informaçao era boa, só precisava agir de modo certo, e fazer a sua rival sumir do mapa, para finalmente assumir o convento.
O tempo passou. O Sargento Alves, disse somente aquelas poucas palavras: —Filho? E voltou a um silêncio traumatizante.
Aquelas palavras ecoavam na mente da Madre, que planejava sua fuga. Precisava ir embora o cerco estava fechando.
Semestralmente as famílias iam visitar o convento.
E isto trouxe uma informação que fez a Madre Superiora ficar estarrecida.
—Filha, você agora, com esta roupa de freira me faz a mãe mais feliz do mundo, passava a mão no rosto de Lara. A sua possessiva mãe. Filha eu não pude realizar este sonho, porem você esta realizando pra mim.
—Sim mãe, ela parecia triste abatida, era evidente em seu olhar.
—O que foi filha?
—Parece triste?
—Esta servindo a Deus, há devoção maior que esta?
—Não é isto mãe, é que...
—É que nada, você é uma noviça e tornar—se—á a melhor freira deste convento. Você nasceu pra isto.
—Lembra a ultima vez que me desobedeceu o que ocorreu?
Voltava a Lara a cena, do casamento, ela pegava pesado quando queria. E Lara sofrera a esquecer.
Lara esboçou chorar, seu amor estava estático em uma cama, somente abria os olhos e não falava nada. E a sua mãe na sua frente, trazendo—lhe memórias do passado. Era muito para Lara.
—A propósito seu pai veio também, ele pode entrar?
Lara tinha uma relação conturbada com o Pai, quando A mãe falou, veio repulsas do passado.
—Po—o—de...
A Madre superiora estava se achegando naquela sala de visita, estaria a assuntar ver os visitantes, e pensar no que fazer da própria vida. Momentos de tregua, naquela guerra, parecia que o silêncio chegara, os tempos eram angustiantes, mas o fato de ver pessoas no convento a trazia calmaria em meio a tempestade.
Olhou Lara, olhou outras freiras, olhou Amélia que estava só. Viu a mãe de Lara, pareceu—lhe conhecida aquela face.
Parou de olhar, andava de cá para lá, demonstrando que estava observando qualquer desvio ou coisa do tipo.
Procurou a Freira má com os olhos... Não a encontrou... Certamente estaria aprontando para a cabeça.
Pensou em deixar aquela sala de visita e ir ver mais uma vez seu filho, tentar decifrar o seu olhar...
Mas...
Ao entrar na porta, ela observou Ele.
Veio a imagem que a deixou sem chão.
Estava agora totalmente apavorada com uma constatação que estava lhe ocorrendo. Eram visitantes, sim, visitantes e parentes...
Precisava se esconder e urgente...
—Meu Deus! Será que ele me reconheceria...
Foi atrás de uma pilastra e olhou.
Ele sentava na mesa a frente de Lara....
Lara fechava a cara, parecia não gostar da presença dele.
—Meus Deus é ele mesmo!
A Madre Selena, pega o terço, tenta desesperadamente rezar um pai nosso de modo desordenado...
Sai correndo...
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Capítulo 23
Um beijo e um não
Amélia, ficou esperando algum parente aparecer, e nada não dava pra ficar prantada naquela sala de visitas esperando alguém que não viria.
—Será que alguém se importaria comigo...
—Aquele monstro? Como pode pensar que eu iria entrar no seu quarto e roubar uma foto, ainda mais de uma pessoa tão querida dele.
Ficou sentada mais um pouco, olhava ao lado, freiras felizes recebendo seus parentes, olhou de longe Lara, ela lhe sorriu e continuou a esperar.
Não vinha ninguém.
É deprimente o que estou fazendo, ficar aqui sentada, expondo a minha humilhação de não ser lembrada. Até o padre, estava recebendo visitas, olhava para frente, e o via, sorrindo, parecia tias. Ele a olhou, ela abaixou o semblante. Seus olhos se procuravam era evidente.
Amélia sai, vai para o quarto, ler pela milésima vez algum salmo, dedicar sua vida a Deus e esquecer qualquer coisa carnal.
Entrou no seu quarto, estava só fecha a porta e ajoelha pega o terço e começa a rezar.
Começa a chorar, e diz em voz altas.
—Senhor, tira ele dos meus pensamentos, da minha vida. Pai, meus olhos me fazem pecar. Pai, sei que sou falha mas tire ele de mim!
E continua, cada pedrinha daquele terço, de modo angustiante e profundo.
—Por que pai? Por qual razão, ele faz isto comigo?
Ela termina a reza, fecha a bíblia, e fica escutando as risadas, as conversas, o movimento.
Abre a porta, vai passear pelo parque sozinha, precisava sentar em frente ao lago atacar pedrinhas enfim, distrair—se.
E começa a olhar, aquele lago que transparece o céu. Entende que foi um erro ir naquele local.
—Este local me lembra ele... Como eu posso me enganar deste modo.
Levanta—se, tira as sujeiras da sapatilha, algumas formigas lhe morderam.
Ao se levantar. Quem a estava esperando?
Seu coração suspirou...
—Vi que estava só, nenhum parente lhe veio visitar... Disse lhe o Padre Fabio.
Ela abaixou o rosto e quis se desvencilhar da situação...
—Como ousa me dizer a palavra? Você bem sabe que me magoou com as suas acusações.
E sai correndo...
Ele também sai...
Segura o braço dela de modo brusco e violento...
—Pare com isto, Padre, você não entende.
O silencio da agua da vegetação foi quebrada pelo sussurro dela, pareciam sós em um bosque. Mas não estavam, o convento estava cheio de pessoas estranhas, a guerra tinha dado uma tregua e ela quase se entregando aos desejos carnais que corroiam os seus pensamentos.
Ele se aproximou dela mais forte.
—O que eu não entendo...
Era um homem masculo viril, vestido em uma roupa de padre, isto era desconcertante, a deixava perdida, agora entendia que todo o amor que guardava no peito era retribuido, e isto lhe parecia algo sem controle.
—Pare padre você esta me machucando...
Ele soltou os braços dela, não queria mais sair correndo.
Estavam abraçados e olhavam um ao outro.
Algo surpreendentemente perigoso estava ocorrendo. O atrito corporal, trazia sensações que Amélia não conhecia.
Ele se aproxima mais e mais...
Era algo surreal, Amélia tentava se desvincilhar, mas o corpo pedia o que estava para ocorrer.
Ela chorou.
—Pare padre, não faça o que irá se arrepende depois.
—Arrepender?
Ele a olhava, era uma moça com um habito, uma freira, do que isto lhe importava? Se os seus pensamentos estavam nela, todos os dias tentava esconder... Seu sentimento, suas angustias... Estavam todas substituidas por um amor impossível.
Chegou bem perto dela, era possível escutar o pulsar do coração, e aquele hálito fresco, os olhos eram lindos, pareciam transparecer a alma, era o momento exato, e estava querendo de todos os modos beija—la.
Ela se desvencilhou de vez daquele “bote infernal”
—Padre não faça isto comigo, não faça isto com você.
Ela saiu correndo, a ponto dele gritar.
—Eu a amo.
Ela parou e escutou, tal atrevimento.
Ficou parada, escutava os passos vinham a sua direção. Escutava, ele iria a agarrar. Meu Deus que desvaneio! Ela estava parada. Olhava pra frente na esperança de ninguém ter escutado tal sandice. Os pássaros, escutaram a natureza escutou, e ela escutou, ele pegou ela novamente pelo braços.
—Me beije! Me beije e diga que não me ama também!
Novamente corpos entrelaçados, novamente ela tentando se desvencilhar dele.
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Capítulo 24
A fuga
Tudo que eu não queria aconteceu! Ele aquele crápula que tirou a minha inocência, Aquele monstro que me fez sentir a pessoa mais desprezível do mundo, surge, depois de anos para atormentar os meus pensamentos.
—Meu Deus por que ele? Justo ele.
Roupas?
Pra que precisarei delas?
A minha fuga deste convento deve de ser na surdina desta noite, preciso sumir do mapa e recomeçar a minha vida!
Mas como poderei deixar o meu filho deitado naquela cama?
Com aquele olhar amedrontador, quieto em silêncio? Envolto aos seus traumas...
E ela? Meu Senhor Jesus Cristo, devota ao lado de um amor?
— De um amor impossível?
Poderia negrigenciar tal atrevimento e manter o meu ato quieto, em silêncio? Sim posso assim proceder, Quem saberá?
Quantos em tempos antigos para perpetuar uma linhagem não agiram deste modo?
Meu Deus, Não posso! Simplesmente, não posso. Preciso sumir do mapa, não conseguirei olhar para José, olhar para esta noviça Lara e saber que sou eu a causadora de tanta desgraça.
De hoje não passa!
Preciso sumir.
A porta é batida de modo calmo.
A Madre Superiora Selena, esta desesperada.
Ela atende a porta e ele esta do outro lado.
Selena, precisamos conversar.
José tão belo quando o conheci...
A idade lhe fez bem, tornou—o um homem forte e decidido.
Indecisa sou eu, mentirosa sou eu. A vida dá voltas e ela cobra, das mentiras que a gente mesmo as faz.
—Selena precisamos conversar. Esta de mudanças?
Fazendo referencia as roupas em cima da cama, que estava escolhendo qual usar. O habito era habitual, e roupas seriam importante na minha nova vida que precisava urgentemente viver, buscar um novo nome, e mudar de vez desta prisão com o nome de Convento.
— Não quero falar sobre isto, talvez precise viajar para tratar assuntos do convento.
Ele se ajoelha.
— Selena, eu estou frágil, preciso de você da sua ajuda. Eu não sei o que eu te fiz no passado. Mas peço perdão! Vamos retornar a nossa vida. Volte comigo! Eu preciso de Você! o Robson precisa de você!
Olho para aquele homem se humilhando na minha frente, eu não sabia como proceder, entendia que o cerco estava fechando, e coisas muito estranhas estavam ocorrendo. E agora este momento de calmaria, com um homem aos meus pés, mesmo sem eu merecer.
— José nosso caso foi no passado, hoje eu sou uma freira e você até dias atrás era um pastor, a nossa vida tomou rumos diferentes.
Ele se levanta.
Agora esta forte e determinado, a fraqueza que lhe tomou por um momento, passou.
— Eu não compreendo! O que eu te fiz? Por que você me deixou no passado? Eu sinto que me ama! Eu vejo isto nos seus olhos! Vamos passar uma borracha no passado e viver um futuro. Eu preciso de você, a guerra me fez entender que cada minuto das nossas vidas é precioso.
Pensava como seria a minha declaração de culpada naquele momento. Até pensava em narra—la para ele.
“ José, casei com você grávida de outro homem, que provavelmente é o pai da noviça que esta aos pés do nosso filho”
—Não posso dizer isto, simplesmente não posso! É um passado de mentiras que preciso enterrar comigo, ele saindo deste quarto eu sumo! por Deus eu Sumo.
Ele pega nos meus braços de forma brutal.
— Pare de brincar de viver deixe esta vida e venha viver comigo! Vamos recomeçar, nosso filho, nosso sangue esta lá necessitando de nós dois, pare de negar seu filho, seu passado! Pare de viver uma mentira, disse ele, eu entendi cada palavra, as lágrimas vieram nos meus olhos. Estava vivendo um drama, e precisava de todos os modos me ver livre daquela culpa.
— Eu não lhe amo! Ele é meu filho, dou graças a Deus que tem um pai como você. Mas fiz as minhas escolhas e são elas que determinam a mulher que sou hoje. Queira se retirar do meu quarto.
Meu coração gritava, como pude pronunciar as palavras que disse: No entanto o Robson precisava ter o pai que tem, imagine da minha parte contar—lhe que não era o pai daquele garoto que estava frágil indebilitado? Seria como enterra—lo vivo. Eu não poderia fazer tal atrocidade... Qual seria a reação dele? De desprezo? De ódio? De sentir—se enganado uma vida toda.
Ele antes de sair do meu quarto olhou no fundo dos meus olhos e disse.
— Não sei qual é o seu segredo, mas sei que eu sempre te amei e te aceitei, é injusto o que esta fazendo comigo.
Fechei a porta empurrando—o para fora... E disse:
— Suma da minha vida, estava em prantos... Como administrar o conflito que somente eu poderia evitar?
*
Quero fazer uma denuncia... A freira estava numa delegacia... O policial deu risada dela...
Crimes domésticos querida. Ela não estava vestida como freira, e sim como uma mulher comum, o jardineiro a esperava na porta. Era algo sujo e vil precisava ser feito quase que na surdina.
O policial, deu outra risada e disse:
— Olha estamos em guerra, e se você pensa que vamos dar atenção a algum corretivo que seu macho lhe deu, fique sabendo que temos mais o que fazer.
A freira Má se esticou na cadeira e puxou a franja, para fechar a marca, odiava aquela franja seu cabelo ondulado, deixava o disfarce a mostra... Era evidente o olho de dálmata.
— É sobre uma mulher que esta utilizando uma identidade falsa, parece—me Alemã.
Os olhos do Policial brilharam, em tempos de guerra conseguir uma boa informação que possa digamos trazer um proveito, é muito importante para uma condecoração coisa do tipo. Já pensava ser uma pessoa infiltrada afim de atrapalhar os propósitos patrióticos, o tom mudou no ato. A denuncia foi recebida com requintes de importância extrema.
A freira má saiu sorrindo da delegacia.
Os policiais se mobilizavam.
— Deu tudo certo? Vão prender ela?
A Freira entra na carroça e pede pra ele guiar, dizendo.
— No mais tardar amanhã cedinho ela estará presa e o convento será meu como sempre deveria de ser por direito.
Da uma risada que somente a noite e aquele capataz escutaram, e completa.
— Aquela vagabunda, vai ter o que merece, mofará numa cadeia suja tal como uma cadela fedorenta.
— Só por ter utilizado o nome falso...
A freira pensa e diz. — Estamos em tempos de guerra, e a inocente utiliza um nome de uma morta alemã? Ela esta pedindo pra ir para algum campo de fuzilamento, ou sofrer nas mãos daqueles torturadores sem coração, —Que ingenuidade dela? pensar que nunca seria pega, aumentei um pouquinho pra policia, só pra dramatizar e garantir que aquela vaca morra na cadeia.
Pararam numa taverna e beberam, a Freira estava bastante animada com a situação que estava se desenhando ao seu favor.
*
Selena juntou todo o que tinha de valor e enrolou num pano discreto, precisava ir embora, foi ao quarto de campana, onde estava o Robson, dormia, Seu querido José, estava dormindo também, a canseira lhe fez dormir no sofá ao lado do filho... Foi e puxou a coberta pra tampar—lhe as pernas. Ao olhar o filho que estava começando a ganhar cor, veio mais uma remessa de choro.
Passou na frente do quarto de Lara escutou conversas, e pensou em abrir, contar—lhe tudo, pedir pra deixar o devaneio, de querer algo com uma pessoa com o mesmo sangue que ela. Depois pensou novamente em não fazer, isto seria pedir para destruir vidas.
Precisava omitir toda a verdade com uma fuga na calada da noite, e isto iria fazer...
*
Conte—me o que tratou com o Padre, Amélia... Disse Lara que não conseguia dormir e sabia que a amiga estava lhe escondendo algo.
— Não posso lhe dizer...
Lara ficou mais curiosa ainda... Como assim ela não pode me dizer?
— Amélia somos amigas, independente de religião de crenças, de qualquer coisa... Lembra quando contei meu segredo, o que me fez vir para cá? Quando fui abandonada no altar?
Você tentou não é de todos os modos, que eu falasse pra você, e eu aceitei—lhe como minha amiga intima lembra?
Agora eu quero ser a sua amiga intima... Conte...
Amélia, pegou ao travesseiro apertou bem forte, estava disposta a ficar calada sobre o que lhe ocorreu no parque de tarde...
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Suspenselp2
A mata era fechada, e eu estava me aproximando do local onde seria a minha morada por um bom tempo, cobras, insetos e aves de rapinas amedrontavam o meu caminhar, eu era um estranho em meio a floresta, o índio guia me mostrava como se portar, mas era difícil para o meu corpo entender,estava exausto, com caibras e o desconhecido era logo ali.
—Tem que tirar essas roupas de branco a partir daqui.
Tirar minhas roupas? Sou um padre, e preciso delas para demonstrar o meu diferencial Cristão.
Olhei ao índio que vinha em minha direção querendo fazer valer a sua ordem. E no momento me senti totalmente desprotegido, como se a bata resolvesse a minha situação.
Estava em meio a mata com um desconhecido, que era monossilabo, e agora queria tirar as minhas roupas.
—Tire, senão tirar eles tiram:
—Puxou um arbusto e observei a aldeia de longe, realmente estavam todos nus com adereços.
“Pai eterno tenha misericórdia de mim.”
—Outra coisa, homem branco pode trazer doenças com estes panos da cidade. Aqui é mata, Aqui não necessita disto.
Agora já estava quase nu, somente com as roupas de baixo. E o meu guia disse.
—Tomara que não achem que você é um napënapëripë
Agora ele se achegava a mim trançando com urucum desenhos geométricos no meu corpo.
Rezava em espírito era apavorante.
—O que é um napënapëripë?
—Espirito Branco, que vem pra destruir a aldeia.
Eu colocava uns adereços na minha cintura e dobrava a bata, iria usar adiante, sei que iria.
—Muito pelo contrário, eu vim salvar a aldeia.
Terminando de se 'despir' O padre cai na rocha ao lado, o grito da moça era bastante assustador, como a sua barriga.
Falou algo incompreensível, era uma índia grávida, parecia prestes a dar a luz.
Seu olhar era de pânico e parecia fugir de alguém.
*
A guerra estava em pleno vapor,
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Capítulo 25
as confissões de uma freira
Amélia não conseguia dormir, sentia que a decisão que ela teve foi muito importante. Lara dormia, e isto a incomodava, queria alguém para conversar. Desceu da beliche, elas revesavam entre uma e outra dormir na parte de cima dela.
Foi ao banheiro, tomou uma água lavou o rosto, e pegou o terço e começou a rezar.
*
O abraço dele me entrelaçou, senti o seu corpo conectado ao meu, era um homem que parecia—me em desespero, estava agindo totalmente descontrolado. Ele tomava coragem de entrelaçar uma mulher, seus votos estavam em perigo, e era eu o fruto daquele amor tempestuoso. Chorava, queria, sei lá ser beijada. Queria sei lá que ele fosse louco, e ousado.
Mas eu tenho a minha convicção.
O meu voto é para devocionar a minha vida a Cristo. Assim fui e assim serei. Não é este abraço, este calor, este homem que irão fazer eu mudar de ideia.
—Fale alguma coisa! Ele olhava para o meu rosto, eu vulnerável chorava, estava também transtornada com a situação.
—Diga que me ama também!
Ele estava entregando seus sentimentos a mim. Sentia que era eu um problema para ele. Um padre. Que pecado! Eu estou sendo o estopim do seu descontrole.
Olhava para frente, por sorte, só o bosque era a testemunha daquele amor proibido. E entendia o que precisava dizer a ele. Só que não tinha coragem de dizer. E isto estava me matando, aquele abraço precisava ser desfeito e eu precisava lhe dizer a verdade mais triste da minha vida.
—Eu não lhe amo!
Ele me olhou, parecia uma criança que perde um brinquedo, eu fiz coisas erradas com aquele homem, eu o fiz entender que poderíamos nos amar. Não! Eu não posso ama—lo! Ele é um sacerdote do Senhor, e eu vou entregar a minha vida a caridade.
—É mentira! É mentira é mentira!
Ele me beijou. Eu chorava e não correspondia ao beijo.
Ele insistia na esperança de fazer o calor da paixão, tornar—me vulnerável a aquela enlaçada.
Ele segurava nos meus braços. Eu parecia pressionada.
Ele parou.
E saiu ele correndo, parecia eu a pouco.
Fiquei parada. Tentando compreender o que estava ocorrendo. Eu tive que domar meu coração meus sentimentos e não destruir a vida dele. Não destruir a minha vida.
*
Pai, preciso ser forte, e cuidar do meu voto, da minha vocação. Tira estes pensamentos torpes da minha mente, e faça a Amélia aqui compreender, que nasci para te servir, para o resto dos meus dias. Ele te servirá também Oh pai. Assim que tem que ser.
*
Terminou a reza e foi deitar...
Escutou barulhos no corredor
Foi ver abrindo de leve a porta.
Era a Madre Superiora, estava com roupas normais e isto já me foi um espanto. E parecia uma trouxa de roupa, feita as pressas que levava. Não compreendia.
Fechei a porta.
Ela não me viu.
Pensei em acordar a Lara e contar para ela o que observei. Tentava compreender o que estava acontecendo.
A madrugada já estava tornando—se dia.
E eu não conseguia dormir.
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Capítulo 26
A fuga
Complicado saber que tudo o que tenho esta embrulhado em um lençol, e atrás deste convento a vida que eu tinha estou deixando a para trás.
Antes de sair, fui ao quarto dele. Estava dormindo, e cobri os seus pés. Vi o meu filho. Estava dormindo também.
Fiz mal a muita gente, e sinto que preciso sumir do mapa e é isto que estou fazendo agora.
Fecho as portas de entrada do convento.
Vejo luz em um ou outro quarto. Na esperança de ninguém ver a minha fuga. Até pensei em deixar um bilhete de despedida.
—Pra quê?
É melhor que esqueçam que um dia existi, fiz mal a muita gente. Ao meu antigo marido, que agora esta cuidando do filho que ele pensa ser dele.
A este convento, que se sustentou ao fruto de uma pecadora como eu. Tantos anos cuidando disto. Olhava ao cenário, o bosque a construção antiga, as adaptações para cuidar de doentes, e saia daquele local que outrora era também a minha vida.
Ela abriu o portão com um molho de chave, fechou bateu o cadeado, pensou em levar o molho, e depois pensou ser mais útil deixar lá, atacando—o para dentro, ficando do lado de fora, a madrugada trazia uma nebrina e a estrada era tortuosa e cheia de pedras, mesmo assim ela se foi. A caminhada seria exaustiva, pensava que pela manhã, estaria em uma estrada mais movimentada e iria fazer o que outrora já fizera em outro tempo, pedir carona, e desaparecer.
*
Moça, me ajude, estou um pouco debilitada. Uma senhora de meia idade, com um grande crucifixo no pescoço era esta pessoa. Selena, uma moça com uma urgencia. Fugir de uma situação que a atormentava.
—Não posso, preciso apressar o meu passo.
A mulher insistiu.
—Você não é cristã, estou com as pernas moles e a caminhada é bastante longa.
Duas mulheres numa estrada deserta. Selena e Ela.
—O que a senhora faz nesta estrada deserta? E parece—me que tem um sotaque estranho. Não fala a mesma língua que eu não é?
— Ich bin ein deutscher Ausreißer...*
Ao que falou Selena,compreendeu se tratar do idioma alemão, ja ouvira outrora, na escola uma professora de arte vivia a resmungar algo do tipo, o soletrar era alemão.
A Alemã ficou quieta na esperança de Selena ter compreendido o que ela disse.
E observou que não foi compreendida.
Voltou a falar ao idioma de Selena, com o seu sotaque carregado.
Sentou, no lado da estrada empoeirada, e pediu água.
—Sou uma freira fugitiva, e estou precisando de ajuda, preciso encontrar um posto de saúde, estou bastante fragilizada. Você me ajuda?
Olhei para ela e sentia que estava me colocando em uma encrenca. Ela uma freira desconhecida. Uma pessoa desconhecida, e eu precisando sumir do mapa, isto me atrasaria horrores.
Ela me mostrou que recebeu autorização de modo secreto de ir para um convento, disse—me o nome, mostrou—me uma carta, era timbrada e dava tosses assustadoras. Depois que declarou—se doente, fiquei a observar.
Realmente ela estava nas últimas. Quando tossia, pegava um lenço branco e sangue era expelido ali, me assustei com a cena, no entanto tive piedade daquela pobre senhora.
Terminamos a estrada de chão, e encontremos um carroceiro, ela acenou, que tinha dinheiro. (Uma quantia considerável, não era tão pobre quanto pensava) e pagamos o carroceiro que nos levou ao hospital. Dentro do estabelecimento, colocaram ela numa maca, fiz o pagamento, tudo envolve dinheiro até a morte, infelizmente.
Eu peguei nas mãos dela.
Seu último suspiro foi segurando as minhas mãos.
Fiz o atestado de óbito dela.
E agora estava com a informação que mudaria a minha história.
O endereço de um convento. E uma carta de recomendação.
E foi assim, que eu me tornei uma freira. E mais adeante uma Madre Superiora. A única coisa que eu fui proibida era de falar em qualquer hipótese o idioma Alemão, um alívio, ficaram de boca aberto com a minha fluência no idioma nativo, eu era uma impostora. Usurpei o convite daquela senhora. E também utilizei o nome dela. Errei de fazer o atestado de óbito no nome dela. Isto sim errei. Deveria de ter trocado meus documentos com o dela. Para despachar—me a alguma vala pelas redondezas e ser a secreta freira Alemã num convento desconhecido. Mas na naturalidade do momento, agi deste modo. O tisico a matara, fiquei uns dias em observação. Graças a Deus não contraí a doença.
Com dinheiro, e uma carta convite. Agora poderia trilhar outro caminho para a minha vida.
*
A luz, Era um carro rustico, a polícia. Tanto tempo não a via pelas estradas que levam ao convento. Tanto tempo passara. E não tinha mais medo de policia.
Pararam e pediram informação. Era para saber se aquela estrada levava ao convento. Eu fiz de desentendida, dizendo que sim. O policial perguntou o que uma senhora fazia andando a pé nestas ruas na calada da madrugada, inventei qualquer coisa, disse que estava indo visitar um doente, ele não me importunou, estava com pressa para ir ao convento. E eu com pressa de fugir.
tradução:*Eu sou uma alemã fugitiva.