Larga, me solta!
Desmancha Prazer
Numa tardezinha fresca, daquelas sol alaranjado cobrindo as morrarias, garças em revoadas retornando ao lar, ventos brincando de leva e trás folhagens, saí para caminhar. Fui Eu e minha cadelinha, Naná.
Contava-lhe estórias de cães ferozes caçadores, fazendo cia para homens aventureiros, peregrinos e bravios. A certa altura, encontramos a depressão. Por mim, passariámos ilesos; mas fomos reconhecidos por Ela. Paramos frente a frente; olhos nos olhos.
Nem estendi a mão para cumprimentá-la, e desrespeitando distância mínima de 2m, Ela veio toda fogosa para cima de mim, querendo abraçar-me. Descontida, Naná abanava o rabinho e choramingava; dispensou até o ossinho. Se queria alguma coisa, era tafuiar o focinho em sua casinha pintada de rosa. Ficar a sós: Ela e seus fantasmas.
Pelo pouco que falamos com a empoderada Depressão, fomos atraídos por sua lábia. Foi tão marcante, que sua fisionomia de deboche não saí de nossas mentes. Os dias e noites parecem ser ensolarados, com as sombras sem dar trégua, acompanhando os nossos passos.
Ser humano:
Covid, livre-me de todo mal; amém!
Troquei o Mapa Mundi pelo Santo Google
- Geórgia, Bálcãs, Monte Urais, etc. Estou extasiado.
- o que vês, que não vejo.
- preciso dizer: quê viagem estonteante! Tire os óculos escuros, arregale os olhos e abra a mente.
- viagem, que viagem, se não atingimos a cordilheira, localizada entre os Mares Cáspio e Negro. O avião nem decolou; aliás estamos em casa, na cidade de Nai Hobby, com as bundas coladas nas cadeiras.
- Sim, exatamente isso, geográfo amigo aventureiro, Kal Cazuo. Viajamos sem sair do lugar.
- perfeita visão, essa sua. Agora somos , falamos e iremos, aonde quisermos. Seremos drones geógrafos de nós mesmos. Good Trip on the Internet!
- assim que regressarmos, viajaremos para a província de Pastos Bons, Maranhão, Brasil. Já comprei as asas, ou melhor, o voo de ida e volta nas asas do Santo, Santo, imponderável Santo Google.
Viajaremos nas asas do Santo Google, o santo canonizado pelos geógrafos, sociólogos, cientistas políticos, historiadores, humanistas em geral; e pelos homens cacófonos sem voz, habitantes nos cafundós do mundo.
Por não permitir as negociatas do diálogo, principalmente àqueles que sentam à mesa na calada da noite, para o salafrário embusteiro, a seridade, a honestidade, transparência e correção, são apanágios dos ignorantes ditadores; que num tempo remoto, daquele que se perde no próprio tempo e não se encontra mais, eram chamados de sujeitos sistemáticos.