Fé e Coragem

Recém casados, Eu e minha felizarda esposa, ganhamos pratos, copos, panelas, jogo de latas para guardar mantimentos, xícaras e várias coisas mais, de uso na cozinha. Inclusive, ganhamos um botijão de gás. Meus olhos brilharam ao vê-lo. Respirei fundo, reune forças nos músculos dos braços o alcei para o alto, foi quando notei que estava vazio. Fora isso, ganhamos também 10 lindos vasos de barro de flores; logicamente vazios. Dará para fazer um pequeno jardim.

Embora vazias, foram dadas de coração pelos padrinhos e convidados. Não merecíamos tanto, mas já que nos deram, só temos a agradecer: muito obrigado!

Estamos confiantes da vinda da assistente social do condado, em nosso humilde casebre, cuja finalidade, é ensinar-nos como faremos para enchê-las. Espero que alguém do Departamento leia este, e venha o quanto antes. Se possível, traga alguma coisa que nos seja essencial.

Encher as latas e os pandulhos, provavelmente, essa seja a etapa mais difícil do matrimônio, mas com um pouco de fé e coragem, superaremos.

Muito obrigado; e com as latas cheias pu vazias, louvemos o Deus que nos guarda e protege, sempre! Amém, Deus Pai onipotente.

Embora nós ainda não as temos, tristeza não paga dívida, então meus amigos e amigas, cantemos a canção estilo forró pé de serra que tocaram na igreja no momento do nosso fiel e leal enlace, cujo título da letra é: Menestrel

Galo Inácio no poleiro,

Pulou do galho,

Cisca no terreiro.

Penas eriçadas pela friagem,

Sol estalando,

Chuva intensa ou estiagem,

Mais, muito mais que homem,

Eita bicho de coragem.

Os Galináceos,

São antes de tudo,

Sujeitos machos,

Que ao fracasso,

Não se sujeitam.

Curiosidade! Oh, a curiosidade ainda é uma maneira sublime de conhecer e inteirar-se das coisas que nos cercam. E Ela, a majestosa curiosidade é feito sombra e ora na frente, ora atras, caminha ao nosso lado. Abaixo um caso típico:

- Hoje dei uma saída do isolamento e fui ao supermercado comprar um pacote de ração para meus cachorros. Na fila, uma mulher atrás de mim, perguntou com toda ênfase do mundo se eu tinha cachorro.

Olhei bem na cara dela (quem me conhece pode imaginar meu olhar 99) e pensei: "por que Eu, um mero mortal, estaria comprando um saco de ração de 18 kg, se não tivesse um ou mais cães?"

Por impulso e bem humorado, Eu disse que não, não tinha cachorro. Disse que na verdade, estava iniciando minha dieta à base de ração canina novamente; pois, da última vez havia perdido 10kg. Completei informando-a, que até tinha parado no hospital.

Fui além e gostando do assunto em pauta, encenei uma pequena peça teatral, contando que a dieta era perfeita e simples. Bastava encher os bolsos com ração e ir comendo sempre que sentisse fome.

Gozando de sucesso absoluto, todos da fila se interessaram com minha pantomima. A moça arregalou os olhos, eriçou as pestanas e espantada, perguntou se a ração não estava me envenenando; e por isso eu havia parado no hospital.

Respondi calmamente: claro que não, mocinha! Isso aconteceu porque comecei a latir no portão de casa e lançaram uma pedra certeira, acertando o cocoruto de minha cabeça!"

Chegando em casa, perguntei para uma das minhas cadelas, por que diabos os humanos querem se meter onde não são chamados? Como tudo merece uma resposta compatível, rodopiando feita crioula doida, Ela me respondeu com uma correria amalucada atrás do rabo.

Desde que entendo por gente, sempre soube que Deus dotou de inteligência, o bicho errado. Isso por que, se decapitar o crânio da maioria deles, o corpo não sofre nem um pouco; afinal são tocados para lá, para cá pelos ventos.

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 24/05/2020
Reeditado em 04/06/2020
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