Em 2050 dc
Naquele tempo, eu enriqueci com os números de mortos/dia, pois usava-os para tomar umas biritas no boteco do Sr. Zé Lousada e também serviam-me como inspiração para jogar no bicho, loteca federal e outras. Toda tarde noticiavam uma fornada de números fresquinha. Anotava e passava para frente, até que um dia...
De pobre, não diria milionário; passei à um remediado, rico. Agora novamente pobre, numa pindaíba dos diabos, queria que tudo se repetisse, como em 2020. O que veio fácil, adquiriu asas e voou como veio: fácil.
Incluíndo vidas, os números governam o mundo, pois tudo é, e há números em tudo; e se souber racionalizá-los, avança em prosperidade. Se os escandiliza e ridiculariza-os, fracassa. Serás lançado às covas de abutres agiotas.
Odiada pela maiores dos pulmões, a antipática matemática, arrasa corações. Caso encontre um sem dívida, ou que arque rigorosamente em dia com as suas, confira a tese com o nobre e dígno honesto.
P.S.: o ser humano é bicho indigesto, insensível de inteligência e sem coração. Tenho ouvido com a maior naturalidade: "fique em casa". O canalha desumano que diz isso, não pensa nos coveiros que estão dando um fim dígno à alguém, nos garis que recolhem as porcarias dele, no pessoal da saúde que está resgatando Vidas, nos da segurança que estão mantendo a ordem, naqueles que estão mendigando honestamente uns centavos para a sobrevivência, etc.
Quando a mãe do desertor, o filho, o neto ou todos, cairem em desgraça, que alguém indiferente diga: "fique em casa", em vez de: "sinto pelos que não podem, mas caso possa, fique em casa. Em um ou o outro caso, cuide-se; use corretamente os objetos de segurança".
Esta seria a maneira menos incorreta e mais humana de aconselhar, pregando o amor sentido pelo coração, com outrém.
É cada Sapo...
Um dia desses encontrei 1 leitor de 3 ou 4 linhas, via Sapp Sapp e papo vai, papo vem, ele disse que me lê, constatemente. Eu disse que sentia-me feliz e honrado pelas palavras eloquentes à mim dirigidas; e quis saber o que fazia-o ser leitor tão fiel e assíduo à minha escrita. Ele respondeu que por ser democrata do absurdo, lia exatamente pelas inutilidades, asneiras e patacoadas que escrevo. Completou: você como escritor, é como nosso político: dentre os ruins, és o pior. Você poderia se chamar Bolsonaro".
- muito obrigado pela sinceridade. Jesus te ama, Eu também. Passar bem!
Cortando o assunto, em vez de despedir, foi o que Eu disse. É cada sapo barbudo que a gente tem que engolir no dia a dia, que dá até náusea. Deus me livre!
Porém, não será devaneio pelos caminhos das trevas, como esse, que fará com que Eu pare de escrever, ao contrário, motiva-me ainda mais desintoxicar minha essência através das palavras.