Porque hoje, é Sábado!

Rock progressivo nas caixas, lençóis revirados, amante roncando gozado, chaminé bufando fumaça, roupas infestadas pelo cheiro de álcool, café forte perfumando casa; e eu aqui, banho tomado e os cabelos esticados à chapinha, cinzeiros abarrotados de tocos de cigarros, sem poder sair de casa. O tédio exala gosto de ferrugem da boca. Rebordosa dos diabos.

Chuva mansa, molha otário! Sexo por hoje, a quantidade que fiz ontem, basta. Não sou de papai e mamãe. Em estado de petição de miséria, sentaria a bunda em cima de um pedaço de iceberg. Porque hoje, é sábado!

P.S: rock progressivo do bom, tipo a saudação natalina de Jetro Tull troando nas caixas, chuva desmontando-se no telhado e o coração tomado pela serena insanidade, assim caminha o solitário em direção ao Nirvana. O Vadio sem lar, o vagabundo assumido que exercita o preceito lido, conhece sua essência, como a si mesmo.

Que Conto, o quê!

Eu, mães de filhos bons e maus, homens sistemáticos e descarados, recém nascidos, crianças e adolescentes, viajávamos todos no cata-osso intermunicipal, quando uma voz cheia de orgulho cruzou os ares. Ouvi: "o que a gente não fez para os filhos, faz para os netos e bisnetos".

E logo em seguida, em questão de minutos, foi preciso o cobrador pedir, educadamente, implorando o favor de algum gentil e respeitoso passageiro, um lugar para a moça deficiente sentar.

Ninguém distinguia a patente de ninguém, ao contrário, dentro normalidade, tudo faz parte da evolução dos tempos modernos; pois, revolucionar de olhos vedados é preciso, ser respeitoso e empático, pensando no próximo acima do que penso para mim, não é preciso.

P.S. abrolhos para tudo que deve ser visto e ouvido, assim, quando a escritor literato dizer que tal fato é conto, responda na lata: "que conto, o quê, seu cego e surdo"!? De ficção, bastam os coringas hollywodianos.