Serelepe
O sol chegava forte e intenso dourando com um alarajando brilhante a superfície das águas do mar. Habituado à cena matutina, Serelepe caminha rápido na areia, zombando das ondas que se formam à certa distância e quebram próximo dele. Esperava o novelo espumante se desfazer e assim feito, corria apressado para ver se trouxera algo para satisfazer sua gula.
Em uma nada, em outra também não. Mas o fato de não pescar nada em muitas delas, não o desanima; e após muitas tentativas eis que um cisco de qualquer coisa surge na areia e Serelepe, com seu jeito maquiavélico de desbravador do mar, carrega-o no bico.
Com o papinho cheio, recolhe-se na sombra das árvores do mangue e só reaparece quando o sol abaixa no horuzonte, ou quando os filhotes comiloes pedem comida. Aí a brincadeira de correr serelepe zombando das ondas, recomeça até que os ciscos de comida também encha o papinho dos filhotes.
Naturalidade de Iracema
Naquele dia, por conta da posição geográfica do lugar, o sol raiou mais cedo; fazendo reluzir seus cabelos cor de graúna e dourava sua pele. Toda regateira, ao sair para esparramar o seu corpo escultural sobre a pedra, como as lavadeiras fazem ao lavar roupa, os pingos de água chegavam aos meus olhos como se fossem gotas de mel.
Arrepiei-me ao vê-la desnuda banhado remanso abaixo da cachoeira de águas leitosas que desciam aos borbotões. Meus olhos bailavam à musicalidade no espelho d'água.
Gran Finale
... como um é a completude do outro, casaram-se e estão morando numa ilha paradisíaca no Norte do país.
Fim
P.S.: uma vez que o enredo da biografia do leitor é longa e inacabada, caso se sinta à vontade, escreva-a no comentário; como lestes, o fim foi contado. Ou engana-se o escritor em pensar que o leitor tem algo a contar-nos?
Fumanchu
Uma chuva rápida caiu repentinamente, molhando meus cabelos. Desprevenido, peço chapinha à quem possuir. Estou um verdadeiro fumanchu retirado das fornalhas do inferno. Difícil saber o que pior: ser tragado por um tsunami ou me expor à esse tipo de chuva. É nessa hora que tenho tudo e não tenho nada na bolsa; e uma chapinha vale mais, muito mais que o GPS.