A Autossuficiência do Vento
O Vento passou agalopado, venceu a prova "Brasil adentro" e rilhando os dentes, disse para todos que o apreciava, que voava sozinho e não precisava de ninguém e naquelas paragens, ninguém o veria competir mais. Em oníssono todos retrucaram: "Veremos, então".
Em meio à multidão havia um sujeito metido a filósofo mais lúcido que o restante dos presentes e após passado o tumulto, clareou as ideias dos que sobraram, dizendo que "vento que passa e se vai, vai para nunca mais voltar; e se volta, é porque nunca foi".
Deveras, não há no mundo algo mais autossuficiente que supere a autossuficiência do Vento. Vento é vento e abrem clareiras em matas fechadas, fecham espessas portas e janelas e deitam por terra grandes e volumosas fortalezas.
É pretensao e esforço demais querer acompanhar a autossuficiência do Vento. Nem o Cavalo Pegasus, com sua magia e desenvolta envergadura, ainda chegou à esse estágio.
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